Últimas
Notícias
12 agosto 2022
UNICEF e Prefeitura de São Paulo firmam parceria em Cidade Tiradentes
Saiba mais
Notícias
12 agosto 2022
Dia da Juventude: Pessoas de todas as idades precisam "unir forças"
Saiba mais
Notícias
12 agosto 2022
OIM lança minissérie sobre integração de jovens venezuelanos no Brasil
Saiba mais
Últimas
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Notícias
19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
09 agosto 2022
Cacique brasileira ajuda refugiados e migrantes na fronteira
Desde que a violência contra indígenas Pémon-Taurepang eclodiu na Venezuela, em 2019, a pequena comunidade brasileira Sakau Motá viu seu número de moradores duplicar. Localizada na fronteira entre os dois países, em Roraima, Sakau Motá hoje é o lar de mais de 400 pessoas indígenas, boa parte delas busca o Brasil para asilo e proteção.
Do lado brasileiro da fronteira, uma cacique lidera o acolhimento: Anita Yanez foi a primeira mulher a vencer as eleições comunitárias Pemón-Taurepang, que a consagraram uma liderança indígena feminina na comunidade. Desde que começou as atividades, Anita – como é carinhosamente chamada – apoiou pessoas refugiadas e migrantes indígenas por meio da integração na comunidade e apoiando no processo de solicitação de refúgio.
“Somos da mesma etnia, muitos somos até família. Recebemos [as pessoas refugiadas e migrantes] de braços abertos por isso. Eu via a dor, e colocava gente até na minha casa, dividindo quarto com a gente”, relata Anita, lembrando que muitos dos que chegam ao Brasil por via terrestre enfrentam uma jornada exaustiva, com fome e acompanhados de muitas crianças.
Segundo dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), existem no Brasil mais de duas mil pessoas da etnia Pemón que saíram da Venezuela em busca de asilo e proteção. No total, mais de 7,5 mil indígenas de diferentes etnias cruzaram a fronteira na cidade de Pacaraima e vivem hoje em território nacional.
A responsabilidade de cada Tuxaua (forma como se denomina o/a cacique na região) é principalmente cuidar da comunidade e liderar as negociações com pessoas não indígenas para garantia de direitos e defesa da cultura e território. A partir da chegada de pessoas refugiadas, Anita também passou a empreender ações para direitos à documentação, acesso à saúde e educação de pessoas indígenas forçadas a se deslocar.
Causa pessoal - Anita sabe bem o que é ser forçada a se deslocar por causa da insegurança. Durante sua infância, ela saiu da comunidade em que vivia, mais ao norte de Roraima, para Sakau Motá, motivada justamente por episódios de violência que sua família viveu. Com apenas 7 anos, a comunidade indígena onde vivia foi invadida, as casas queimadas, e sua família foi forçada a deixar tudo para trás. “Reconheci neles a dor que senti naquele momento, por isso mantive sempre os braços abertos. É muito difícil viver com essa dor”, confessa.
Ao lado do ACNUR, Anita apoia pessoas indocumentadas a realizarem a solicitação de refúgio no Brasil, documento que regulariza a situação migratória e garante o acesso a direitos de pessoas que buscam o reconhecimento como refugiadas.
Para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem em Sakau Motá, a Tuxaua investe em melhorar a educação da aldeia, busca recursos para construção de um posto de saúde e já iniciou a construção de um refeitório. “Querer, correr atrás e conseguir foi aquilo que aprendi com minha mãe e minha avó”, diz.
Lado a lado - O indígena refugiado de 38 anos, Amado, diz que a comunidade de Sakau Motá é um local onde há segurança e onde sua filha, de três anos, pode ter sonhos e crescer com saúde. “Ela tinha apenas seis meses quando viemos e estamos aqui por ela”, conta.
Ele trabalha ao lado de Anita em projetos de trabalho comunitário. Em Sakau Motá, indígenas refugiados e brasileiros, lado a lado, montam casas, aumentam a escola e negociam com autoridades para receberem a infraestrutura básica para uma vida digna e com respeito à cultura tradicional.
No entanto, para Anita, as necessidades da comunidade ainda são muitas. “Precisamos de mais salas de aula, de um local limpo para atendimentos de saúde, de parques para as crianças, de estradas seguras em que podemos ir à cidade”, relata.“Eu sonho acordada. Toda vez que olho para minha comunidade, vejo tudo isso que acabo de dizer. Mas não quero mais sonhos, quero realidades. Quero que tudo isso que quero para Sakau Motá se concretize”, finaliza.
1 of 5

História
29 julho 2022
No Amapá, jovens retomam estudos e voltam a sonhar
Sandrielle Saiury, de 17 anos, ficou um ano fora da escola quando foi contaminada pela malária. “Eu adoeci e não fui para a escola. Às vezes eu ia, às vezes não, até que fiquei um ano sem estudar. Parei com tudo”, relembra a garota. Ela já havia repetido duas vezes e acumulou mais um ano em atraso escolar.
Ao voltar às aulas, Sandrielle estava com 16 anos e cursando o 7º ano. Foi quando a Escola Estadual Professor Francisco Walcy Lobato Lima começou a implementar o Programa Travessia Amapá – uma parceria da Secretaria de Educação do estado com o UNICEF, para enfrentamento da distorção entre a idade e a série dos estudantes.
Quando as aulas presenciais voltaram, em 2021, Sandrielle ingressou no Programa, que conta com metodologias específicas voltadas a cada estudante em atraso escolar.
Com o apoio da família e da escola, Sandrielle recuperou a aprendizagem e agora está animada com o futuro. “Neste ano de 2022 já consegui passar para o ensino médio. Estou agradecida e um pouco mais confiante. Espero continuar avançando nos estudos”, celebra.
A primeira vez que Vitor Hugo Araújo repetiu na escola, estava no 6º ano e se sentiu derrotado. Nos dois anos seguintes, recebeu a mesma notícia. O sentimento permanecia, mas ele parecia estar se acostumando. “Das outras duas vezes, me senti derrotado, mas já estava levando normal”, lembra o estudante de 17 anos. Desmotivado, o adolescente já estava com três anos de atraso escolar e pensando em desistir até que, em 2021, recebeu a notícia de que a Escola Estadual Sebastiana Lenir, onde estuda, em Macapá, implementaria o Programa Travessia.
Com a volta às aulas presenciais, o estudante conseguiu começar a recuperação da sua aprendizagem. A coordenadora do programa na escola, Lidiane Marques, explica que o livro regular não estava surtindo efeito com os alunos. Por isso, em sala de aula, os professores usam jogos, apresentações com cartazes e atividades práticas que abordam os conteúdos.
Com apoio do programa e do pai Vitor Hugo passou de ano, sem dependências, e chegou ao 8º ano. Agora, ele se sente pronto para avançar, e sonha em cursar design, ser fotógrafo e editor de vídeos. “As energias positivas estão voltando. Se você tem um objetivo, corra atrás. E não se sinta desmotivado porque se sente derrotado. Com a sua derrota, você aprende mais e segue em frente”, conclui.
1 of 5

História
04 julho 2022
Emoção marca pré-estreia de filme do ACNUR
A história de como cinco refugiados aprenderam a colocar samba no pé e se integrar à comunidade para participar da maior festa da cultura brasileira virou documentário. "Resistência – A Jornada dos Refugiados no Carnaval do Rio” mostra pessoas de cinco nacionalidades diferentes que, a convite da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), desfilaram na Sapucaí com a Acadêmicos do Salgueiro, cantando o samba-enredo “Resistência”, sobre a cultura das comunidades afrodescendentes no Brasil.
A primeira exibição do filme aconteceu no dia 21 de junho, para uma plateia de moradores atentos e emocionados da organização Aldeias Infantis SOS Brasil, projeto parceiro do ACNUR no Rio de Janeiro que acolhe pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas, que passaram pelo programa de interiorização após cruzar a fronteira em Roraima.
Sob os olhos atentos de crianças, jovens e idosos, o documentário de 27 minutos de duração foi exibido acompanhado de arepas, prato típico venezuelano. "Eu me senti muito feliz após ver o filme, muito pela inclusão”, contou a venezuelana Yelizta Lafont, de 47 anos. “Quando eu cheguei aqui no Brasil eu fui muito maltratada, achava que não tinha direito a nada. Então quando eu vi o filme eu comecei a chorar. Angolanos, sírios, venezuelanos, são todos meus irmãos e eles estão sendo bem-vindos. Isto se chama inclusão e diversidade", comemorou.
Discretamente acompanhado cada cena, uma das protagonistas do desfile, a angolana Filomena, de 22 anos, superou a violência sofrida em sua terra natal e a timidez para participar das gravações e entrar na avenida. "Eu fiquei realmente emocionada de ver como ficou o filme e me senti mais acolhida depois de participar do carnaval, mais confiante em mostrar quem eu sou. Eu sempre sonhei em estar na avenida, estar na maior festa do Brasil e do Rio de Janeiro", contou.
Registrando cada momento da primeira exibição em seu celular, Filomena revelou que estava compartilhando o conteúdo com os amigos que fez durante os ensaios, inclusive os outros protagonistas do documentário. "Eu pude conhecer outros refugiados, pude me identificar e não me sentir sozinha. Os amigos que eu fiz no ensaio eu estou mantendo. Eu estou fazendo questão de gravar tudo aqui para mostrar para eles”.
Dirigido por Beca Furtado, produzido pelo ACNUR e pela Rec Design, o documentário também foi exibido em uma sessão exclusiva em Brasília na mesma semana, com a presença de membros de AVSI Brasil e Aldeias Infantis SOS Brasil, bem como pessoas que participam da iniciativa de Proteção de Base Comunitária em São Sebastião (DF), autoridades e representantes do corpo diplomático.
Agora, o filme deve percorrer festivais no Brasil e no mundo e, posteriormente, ser veiculado em canais de streaming e mesmo em TVs abertas. É este o plano que o representante do ACNUR no Brasil revelou em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
"Queremos que o mundo veja esta experiência. Eu não posso pensar em uma festa maior no mundo do que o carnaval".
José Egas, ACNUR Brasil
Inclusão - Egas explicou que quando se trata de direitos associados à condição de refugiado é necessário pensar em soluções em quatro pilares: regularização e documentação, desenvolvimento de políticas de acolhida, oportunidades de integração local e econômicas e inclusão sociocultural.
Ao convidar pessoas da Angola, Morrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela para participar tão ativamente de uma celebração local e serem recebidos pela comunidade, o ACNUR quis construir um exemplo mundial de integração completa. "Mesmo tendo um emprego e um contexto favorável, se você está em um lugar onde existe xenofobia e discriminação, onde você não é considerado um ator ativo da sociedade, você nunca poderá recomeçar a sua vida", explicou Egas. “E nós esperamos que o Brasil continue acolhendo e facilitando o acesso ao asilo para as pessoas que necessitam de proteção internacional. E que, especialmente, continuemos a fortalecer o processo de integração socioeconômica e cultural dessas pessoas que estão começando a vida em outro país”, pontuou.
1 of 5
História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
1 of 5

História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
1 of 5

Notícias
12 agosto 2022
Dia da Juventude: Pessoas de todas as idades precisam "unir forças"
Neste 12 de agosto, as Nações Unidas celebram o Dia Internacional da Juventude. Este ano, o tema é “Solidariedade entre gerações: criando um mundo para todas as idades” para combater o etarismo e construir pontes entre as gerações para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam cumpridos até 2030.
Em uma mensagem para marcar a data, o secretário-geral, António Guterres, reforçou a mensagem de que é preciso pessoas de todas as idades para construir um mundo melhor. “Quando os jovens são excluídos das decisões que estão sendo tomadas sobre suas vidas, ou quando os mais velhos não têm a chance de serem ouvidos, todos nós perdemos”, explicou.
O secretário-geral também defendeu investimentos maciços em educação e capacitação de jovens, lembrando da Cúpula da Educação Transformadora que deverá ocorrer em setembro.
“Também precisamos apoiar a igualdade de gênero e ampliar as oportunidades para que os jovens participem da vida cívica e política”, disse o chefe da ONU, sustentando que não basta ouvir os jovens, mas que também é preciso “integrá-los nos mecanismos de tomada de decisão nos níveis local, nacional e internacional”.
Eventos - Liderando os eventos de comemoração da data e o tema deste ano, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lembra que o etarismo, ou o preconceito com a pessoas por causa de sua idade avançada, é uma discriminação que tende a se cruzar com sexismo e racismo e pode ter efeitos arrasadores sobre a saúde e a participação em várias esferas.
A agência da ONU também afirma que além de preconceitos relacionados a faixas etárias, os jovens também suportam um fardo desproporcional das crises ambientais, enfrentadas atualmente pelo mundo.
Neste tópico, o UNFPA cita o exemplo de ativismo juvenil da sueca Greta Thunberg– que ficou conhecida ao fazer greve na escola, toda sexta-feira, para chamar a atenção do mundo para a crise climática– e afirma que a juventude não espera mais por um convite ou permissão, mas se organiza com seus pares e inicia movimentos para gerar mudança.
Desde que a Assembleia Geral instituiu o Dia Internacional da Juventude, em 12 de agosto de 1999, a proposta tem sido envolver a participação dos jovens em assuntos que dizem respeito a eles.
Segundo as Nações Unidas, o mundo tem hoje 1,2 bilhão de pessoas entre 15 e 24 anos, o que representa 15,5% da população global.
1 of 5
Notícias
12 agosto 2022
OIM lança minissérie sobre integração de jovens venezuelanos no Brasil
No Dia Internacional da Juventude, celebrado neste 12 de agosto, a Agência da ONU para as Migrações (OIM), lança a minissérie de vídeos “Jovens Venezuelanos, Vidas no Brasil”, que conta a história de integração de refugiados e migrantes venezuelanos que, quando chegaram ao Brasil tinham idade entre 15 e 24 anos.
Um dos relatos é o de Jaice, de 19 anos, que veio sem a família e participou do projeto “Beleza Além das Fronteiras”, da OIM em parceria com a Virada Feminina, e que agora trabalha no mercado de beleza em São Paulo. No Rio de Janeiro, Yarina, hoje com 25 anos, conta que estava quase desistindo de conseguir um emprego quando fez um curso na área de tecnologia da informação com a ONG Toti, em parceria com a OIM, em 2020. Hoje ela é programadora de uma multinacional do setor.
A OIM desenvolveu uma estratégia nacional de apoio aos jovens venezuelanos e migrantes de países vizinhos ao Brasil implementada no âmbito do projeto Oportunidades. Assim, são promovidos encaminhamentos para processos seletivos — incluindo os programas de aprendizagem —, revalidação de diplomas, capacitações para o mercado de trabalho, fomento ao empreendedorismo e acesso a direitos e informação.
A organização também trabalha junto ao poder público a fim de realizar ações para impulsionar a integração econômica dessa população e garantir que os desejos e necessidades dos jovens sejam levados em consideração na elaboração de políticas públicas. Em outra ação, em março deste ano, a OIM lançou quatro guias de orientação para a integração social e econômica de jovens migrantes, direcionados à sociedade civil, ao setor privado, ao setor público e aos próprios jovens.
“Esses vídeos contam as histórias de jovens da Venezuela, suas jornadas e desafios superados para alcançarem seus sonhos de ter uma nova vida e novas oportunidades no Brasil, e como estão contribuindo para suas comunidades locais”, destaca a gerente sênior de programas da OIM, Michelle Barron. “Desenvolver ações para impulsionar a integração econômica dessa população é importante porque ela também enfrenta muitos desafios para recomeçar a vida em um novo país.”
Confira aqui a série “Jovens Venezuelanos, Vidas no Brasil” publicada no canal de YouTube da OIM Brasil.
Essas atividades contam com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
1 of 5
Notícias
12 agosto 2022
U4E: conheça a união pela eficiência energética liderada pelo PNUMA
Com os combustíveis fósseis alcançando níveis recordes de preços, empresas ao redor do mundo estão se voltando para a eficiência energética a fim de economizar dinheiro e reduzir as emissões que impulsionam a crise climática.
Pesquisas mostram que para um futuro seguro com um aumento de temperatura abaixo de 1,5°C é necessário que o mundo diminua as suas emissões de gases de efeito estufa (como o CO2) em 30 gigatoneladas anualmente até 2030. As emissões de carbono precisam ser reduzidas através da construção de cidades inteligentes e do gerenciamento mais eficiente do solo e de recursos. Transporte e edifícios estão entre os maiores contribuintes.
“Aumentar a eficiência energética, particularmente a industrial, pode fazer uma grande diferença na redução dessa necessidade de combustíveis fósseis”, afirma o oficial de programas para União pela Eficiência (U4E, na sigla em inglês), Patrick Blake.
A U4E é um esforço global liderado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que apoia países em desenvolvimento a movimentarem seus mercados em direção a equipamentos e dispositivos eficientes no uso de energia.
“Esta melhoria na eficiência energética também reduzirá as contas de eletricidade para as empresas e apoiará a expansão da energia renovável", acrescentou Blake.
Eficiência energética - A eficiência energética pode assumir muitas formas, sendo que o U4E se concentra na iluminação, refrigeração, climatização, transformadores de distribuição e motores elétricos. Por exemplo, as lâmpadas LED não são apenas mais eficientes do que as lâmpadas convencionais, mas também duram 20 vezes mais.
Estudos mostram que ao mudar para iluminação LED em 156 países em desenvolvimento, mais de 110 terawatt-hora (TWh) poderiam ser economizados até 2030, aproximadamente o mesmo valor que o consumo atual de eletricidade da Holanda. Do mesmo modo, ao se aumentar a eficiência dos transformadores de distribuição, os quais ajustam a tensão e a corrente elétrica entre a central e o consumidor, poderiam ser economizados 60 TWh até 2040, ou o mesmo que o consumo atual da República Tcheca.
“Metade das reduções de emissões a curto prazo no setor energético podem ser alcançadas através da eficiência energética, por meio do uso de eletrodomésticos e lâmpadas mais eficientes e de motores mais eficientes”, destacou a chefe da unidade de ação climática global, no Departamento de Energia e Clima do PNUMA, Miriam Hinostroza.
Soluções eficazes - As empresas já perceberam que a eficiência energética é uma conquista dupla, boa para seus resultados e boa para o meio ambiente. A Hitachi Energy, líder mundial no desenvolvimento de tecnologias que estão promovendo um futuro energeticamente sustentável para todos, vem trabalhando com o U4E para melhorar ainda mais a eficiência dos transformadores de distribuição em regiões em desenvolvimento, como é o caso da África.
Tais transformadores são um elemento chave na rede elétrica, com a passagem de eletricidade normalmente percorrendo cinco deles entre a central elétrica e o consumidor. Pesquisas do U4E mostram que uma transição em todo o continente africano para transformadores mais eficientes energeticamente poderia economizar 5,7 TWh por ano, um valor de cerca de US$400 milhões até 2040. Esta transição também reduziria as emissões de CO2 em 4,7 milhões de toneladas por ano.
Os transformadores também têm o benefício adicional de serem mais estáveis, reduzindo quedas de energia e aumentando a segurança energética. “Os transformadores são fundamentais para permitir um fluxo eficiente e seguro de eletricidade, operando continuamente 24 horas por dia”, afirma o chefe do departamento de transformadores da Hitachi Energy, Bruno Melles.
A eficiência energética, além de trazer economia de energia e reduzir o impacto ambiental, também significa um uso mais eficiente da infraestrutura existente, destaca Melles, o que está em linha com o plano estratégico de Sustentabilidade 2030 da Hitachi Energy, que inclui a meta de atingir a neutralidade de carbono.
“Nos países em desenvolvimento, a eficiência energética também contribui para aumentar a disponibilidade e o acesso à energia elétrica, contribuindo para os principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, acrescentou Melles.
Turquia - Não é apenas no continente africano que o U4E está contribuindo para promover mudanças. Na Turquia, a iniciativa tem trabalhado no setor industrial para ajudar a melhorar a eficiência dos sistemas de acionamento de motores.
Cerca de 46% do consumo líquido de eletricidade da Turquia vem do setor industrial, e cerca de 70% desse consumo vem dos sistemas de acionamento de motores elétricos, muitos dos quais são ineficientes. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), através do U4E, tem fornecido assistência técnica ao projeto Promoting Energy-Efficient Motors in Small and Medium Sized Enterprises in Turkey (TEVMOT).
“O projeto TEVMOT foi concebido para aproveitar este potencial enorme para economia de energia através da transição para motores de maior eficiência a fim de lidar com os desafios de atingir tal economia em um setor industrial", explicou o gerente de projetos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Özge Renklidağ. “Mais de 90% das empresas são de pequeno e médio porte, as quais tradicionalmente têm tido dificuldades no acesso ao financiamento de produtos energeticamente eficientes.”
O projeto, que começou em 2017 e foi estendido até o final de 2023, contribuirá para o compromisso de Contribuições Nacionalmente Determinadas da Turquia para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 21% a partir do nível de atividade habitual até 2030. “Através de projetos como estes, a eficiência energética tem demonstrado oferecer contribuições reais na redução das emissões de gases do efeito estufa”, disse Blake, “O U4E está trabalhando em todo o mundo para garantir que sejam oferecidas soluções sustentáveis e econômicas.”
U4E - A União pela Eficiência é um esforço global de apoio aos países em desenvolvimento e economias emergentes para direcionar seus mercados para aparelhos e dispositivos energeticamente eficientes.
Sob a liderança do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o U4E reúne as principais partes interessadas na área da eficiência de produtos para informar os responsáveis pelas decisões políticas, promovendo melhores práticas globais e fornecendo assistência personalizada aos governos.
O PNUMA está na vanguarda do apoio aos objetivos do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C, e visando 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais. Os seis setores identificados são: energia; indústria; agricultura e alimentos; florestas e uso da terra; transporte; edifícios e cidades.
1 of 5
Notícias
12 agosto 2022
WFP participa de encontro sobre alimentação escolar em São Paulo
O diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, Daniel Balaban, representou a instituição nesta quinta-feira (11), no I Encontro do Conselho Estadual de Alimentação Escolar de São Paulo, que aconteceu em Guarulhos. O evento foi voltado para conselheiros, nutricionistas, diretores, educadores, gestores de ensino, dentre outros envolvidos com a alimentação nas escolas.
O Conselho Estadual de Alimentação Escolar de São Paulo (CEAE-SP) é responsável pela qualidade dos alimentos oferecidos nas escolas, acompanha a aceitação dos cardápios escolares e compõe o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O órgão é composto por um colegiado instituído pelos estados, Distrito Federal e municípios, em suas respectivas jurisdições administrativas, que desenvolve um papel fiscalizador, permanente, deliberativo e de assessoramento. “Não existe PNAE sem os Conselhos, sem os CEAEs. Os CEAEs são os pilares do Programa de Alimentação Escolar”, disse Balaban.
Na abertura, o presidente do CEAE-SP, Marcelo Colonato, destacou o papel da alimentação escolar no combate à fome em meio à pandemia de COVID-19, especialmente o das escolas que se mantiveram abertas para ofertar alimentação escolar aos alunos. “A alimentação escolar foi uma grande aliada para que as pessoas, principalmente as crianças, não passassem fome”, afirmou.
Durante sua palestra, o diretor do Centro de Excelência do WFP fez uma retomada do histórico do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do qual já foi presidente por oito anos, e do PNAE como iniciativas fundamentais para o combate à insegurança alimentar no país. Segundo ele, o PNAE ganhou diversos prêmios internacionais e é um programa que se destaca no cenário global por ser universal e atender a todas as escolas públicas brasileiras, além de ter uma preocupação com a alimentação saudável. “É tão bonito ver que o Brasil consegue ser exemplo em várias políticas, não só no PNAE, mas em outras políticas também, como os Bancos de Leite Humano”, disse.
Balaban também destacou a importância do papel do trabalho do Centro de Excelência do WFP, que auxilia países em desenvolvimento, principalmente países da África e da Ásia, a criarem políticas públicas de combate à extrema pobreza e à insegurança alimentar e nutricional. Para ele, a fome é um problema político que tem solução, mas é preciso políticas públicas eficientes para que esses problemas sejam superados e também que a população se envolva ativamente com a causa.
O evento também contou com palestras de representantes do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Cecane/UFRN), do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal de São Paulo (CECANE/ UNIFESP), do Tribunal de Contas da União do Estado de São Paulo e do Conselho Regional de Nutricionistas da 3a. Região.
Confira a transmissão completa do evento:
1 of 5
Notícias
12 agosto 2022
UNICEF e Prefeitura de São Paulo firmam parceria em Cidade Tiradentes
A Prefeitura Municipal de São Paulo e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) promoveram, nesta terça-feira (9), evento aberto ao público para apresentar e celebrar a iniciativa #AgendaCidadeUNICEF em Cidade Tiradentes, na zona leste da capital paulista.
O evento realizado no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes fez parte da programação da Semana das Juventudes do município. Ao todo, mais de 400 adolescentes e jovens de escolas públicas do território participaram da celebração, além de profissionais de educação e moradores.
Também estiveram presentes o governador de São Paulo, o prefeito da cidade e outros representantes das administrações municipal e estadual. Já entre os representantes do UNICEF Brasil, marcaram presença no evento a chefe do escritório do UNICEF em São Paulo, Adriana Alvarenga, e a embaixadora do UNICEF Brasil, Thaynara OG.
A #AgendaCidadeUNICEF visa fortalecer e integrar políticas públicas destinadas a crianças e adolescentes mais vulneráveis, criando oportunidades e prevenindo violências que afetam sua vida. A parceria para a cidade de São Paulo, firmada em maio deste ano, prevê a realização de ações integradas, até 2024, nas áreas de educação, inclusão socioprodutiva, proteção contra violência, além de saúde e bem-estar.
Cidade Tiradentes - A atuação do projeto na capital paulista terá como foco o território de Cidade Tiradentes – escolhido, juntamente com a prefeitura, com base em indicadores sociais. Hoje, o local abriga mais de 211 mil habitantes, sendo 71,5 mil crianças e adolescentes de 0 a 17 anos.
“O trabalho do UNICEF com a prefeitura nos ajudará a definir os indicativos e avançar na melhora das condições da infância e da adolescência em Cidade Tiradentes. Garantir direitos e oportunidades é a melhor forma para que sonhos se transformem em realidade”, destacou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
“Desde que assinamos a parceria com a prefeitura em maio deste ano, já tivemos diversas reuniões de apresentação da #AgendaCidadeUNICEF, mas este evento com mais de 400 adolescentes e jovens de Cidade Tiradentes foi, sem dúvida, o mais especial até o momento. Nossa parceria não é só com a gestão pública, nossa parceria é com a população local também, principalmente com os mais novos, sejam crianças, adolescentes ou jovens. Até 2024, não queremos construir apenas algo para eles. Queremos construir algo com eles", enfatizou a chefe do escritório do UNICEF em São Paulo, Adriana Alvarenga.
Desafios da juventude - Durante o evento desta terça-feira, também foi realizada uma roda de conversa entre a embaixadora do UNICEF no Brasil, Thaynara OG, e adolescentes e jovens de Cidade Tiradentes, com o objetivo de debater sobre os desafios das juventudes de São Paulo, como foco nas dificuldades da inclusão dos jovens no mundo do trabalho, destacando os efeitos da pandemia de COVID-19.
“Meu recado para os jovens de Cidade Tiradentes é: participem dos projetos que serão promovidos pela #AgendaCidadeUNICEF, que veio para mapear os desafios e as potencialidades deste território e para garantir direitos, como o direito de acesso à educação, à saúde e de inserção no mundo do trabalho", diz Thaynara OG.
Ações integradas -Para prevenir e reduzir as múltiplas violências que afetam a vida das crianças e dos adolescentes de Cidade Tiradentes, a #AgendaCidadeUNICEF propõe um esforço integrado de diferentes áreas e secretarias municipais, com participação ativa da sociedade civil, da comunidade e das próprias crianças e dos próprios adolescentes.
Na última semana, em 4 de agosto, foi divulgado no Diário Oficial decreto instituindo o Comitê Intersetorial da iniciativa em São Paulo, com representantes de nove secretarias municipais. O comitê vai definir e coordenar, com participação do UNICEF, a implementação de um plano de ação integrado para os próximos três anos.
Por meio da parceria, o UNICEF disponibilizará ainda apoio técnico, compartilhamento de metodologias, monitoramento e intercâmbio com outras iniciativas locais e globais – numa contribuição para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Projetos e programas que já ocorrem em parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o UNICEF passam a fazer parte da #AgendaCidadeUNICEF e serão intensificados no território de Cidade Tiradentes a partir de agora, como, por exemplo, a Busca Ativa Escolar, o fortalecimento das redes de proteção, a mobilização de adolescentes e jovens, e a promoção de oportunidades por meio da plataforma 1MiO – Um Milhão de Oportunidades.
Além da capital paulista, estão se somando à iniciativa as cidades de Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís.
1 of 5
Últimos recursos
1 / 11
1 / 11