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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
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História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
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História
03 junho 2022
Sobreviventes: os brasileiros que convivem com HIV
Cazu vive há muito tempo com HIV e o preconceito atrelado a isto: ele contraiu o vírus aos 16 anos e tornou pública sua sorologia para quebrar o estigma em torno do assunto. Aninha convive com HIV há mais de 20 anos e sobreviveu à COVID.
Cariocas, eles são os dois brasileiros entre 28 pessoas de diversas partes do mundo que participam da última edição do projeto Survivors (Sobreviventes), uma exposição fotográfica virtual que celebra a vida das pessoas que vivem com HIV.
A iniciativa é do UNAIDS em parceria com a Through Positive Eyes (Através de olhos positivos, na tradução livre). As histórias descrevem lutas, medos, esperanças e, acima de tudo, a coragem e a determinação de sobreviventes do HIV.
Cazu - Ele conta que ao assumir viver com HIV, conseguiu muitas coisas que nunca pensou serem possíveis, como reconhecimento público, papéis no cinema e no teatro. “Isto me deu forças para encorajar mais pessoas com HIV a tomarem a mesma posição: Vivo com HIV e não vou desistir dos meus objetivos. Se algo não estiver funcionando, posso mudá-lo e encontrar uma forma de avançar. Foi o que eu fiz”, relata.
Cazu decidiu tornar pública sua condição para quebrar o estigma de que pessoas com HIV são feias, improdutivas e devem viver isoladas ou tratadas como infelizes.
Pessoas que vivem com o HIV continuarão a ser quem eram antes do HIV, independentemente disso. As que eram boas pessoas continuarão a ser boas pessoas, e o mesmo vale para as que não eram. Independentemente de viverem ou não com o HIV, as pessoas continuam a ser seres humanos. Elas ainda têm sentimentos: amam, sofrem, choram e riem. O HIV não mudou fundamentalmente o meu jeito de viver
Cazu
Os desafios da pandemia também atingiram Cazu, que perdeu o emprego e pegou COVID-19 duas vezes. Ele deu a volta por cima: abriu uma microempresa para vender copos descartáveis.
“Sou autossuficiente e continuarei a viver a vida de forma positiva e a compartilhar experiências e conhecimentos com outras pessoas. Na verdade, comecei a viver mais depois do HIV. Porque o HIV não pode ser mais forte do que a vida.”
Aninha - Aninha vive com HIV há mais de 20 anos. Ela conta que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fundamental para garantir sua sobrevivência e o acesso a medicamentos que, no início, ela não queria tomar.
“O momento mais difícil da minha vida foi descobrir que eu estava grávida e que tinha HIV. Sofri durante meses. Até tentei fazer um aborto, mas o médico disse que não havia necessidade de um, já que eu estava muito doente, e que o bebê não iria sobreviver. Para minha surpresa e para surpresa de todas as pessoas, o bebê nasceu”, relata.
Aninha conta que o bebê nasceu doente, mas felizmente não tinha contraído HIV. “Foi a maior emoção que senti em toda a minha vida. Quero que o meu filho viva num mundo melhor”, resume.
Assintomática para COVID-19, ela acabou perdendo o marido para a doença há alguns meses. “Esta é a segunda vez que fico viúva por um vírus. Primeiro, pelo HIV, e o segundo, pela COVID. É uma experiência muito triste. Passar por duas pandemias, adquirir estes dois vírus mortais, e ainda estar viva me faz parecer que tenho alguma missão aqui”, afirma.
Aninha lembra que o fim da epidemia de AIDS é possível com ações simples, como informação e acesso aos cuidados em saúde.
Os antirretrovirais funcionam. Todas as pessoas devem ter direito a acessá-los. A prevenção é perfeitamente possível através do fornecimento de medicamentos adequados. Sem tratamento, a AIDS mata. O preconceito mata. Falta de interesse por parte das lideranças, mata.
Aninha
Projeto - O projeto Through Positive Eyes é organizado pelo fotógrafo Gideon Mendel, a Universidade da Califórnia (Los Angeles) e o Centro de Saúde Global e Arte. Lançado em 2007, já contou como 140 pessoas de 12 cidades do mundo vencem o estigma relacionado ao HIV/AIDS. A participação no projeto é voluntária e as pessoas são identificadas pelo primeiro nome para enfatizar sua acessibilidade e humanidade, mas também para proteger aquelas que vivem em lugares onde o estigma pode ser perigoso.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) UNAIDS é uma parceria inovadora que lidera e inspira o mundo a alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e apoio aos cuidados de pessoas com HIV/AIDS.
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História
16 maio 2022
Foto de tradição Pankararu é premiada na Suíça
Para saber se as condições climáticas irão favorecer a colheita anual, os indígenas Pankararu puxam um cipó. Numa espécie de cabo-de-guerra, os membros da comunidade localizada no sertão pernambucano dividem-se em dois times. Um deles puxa a cipó em direção ao leste e o outro para o oeste. É através desta disputa de forças que as entidades religiosas informam suas previsões aos Pankararu: se o cipó terminar no lado onde o sol nasce, no leste, o clima será próspero e a comunidade viverá um ano de abundância. Ultrapassar para o lado oeste significa pouca chuva e escassez.
Depois de assistir a uma série de previsões de seca, o estudante de mestrado Joanderson Gomes de Almeida, de 30 anos, passou a se perguntar o que ele e a sua comunidade poderiam fazer para que o cipó permanecesse no lado leste. Foi com esta inquietação e com um celular que ele fotografou a cerimônia do puxamento do cipó durante a tradicional festa do Flechamento do Imbu, uma comemoração indígena que marca o início da colheita.
“Essa tradição acontece só uma vez ao ano na comunidade, mas durante o nosso dia a dia, por que a gente não lembra dessa previsão? O que eu posso melhorar para que no próximo ano a gente possa ter um resultado de fartura e abundância? Esta é uma reflexão sobre os cuidados que a gente às vezes não tem com o meio ambiente no nosso cotidiano”, conta o estudante em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Quatro anos depois do click, a foto foi parar em uma exposição na sede da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Suíça. A imagem “Puxamento do Cipó” virou a metáfora perfeita para simbolizar o impacto das mudanças climáticas e, por este motivo, venceu o primeiro concurso de fotografia da OMPI voltado para jovens de comunidades tradicionais.
O prêmio entregue no Dia da Terra também contemplou jovens do Quênia e Filipinas. O anúncio dos vencedores foi feito no último dia 22 de abril e culminou com a exposição em Genebra. A intenção da Organização da ONU era estimular que os jovens de comunidades tradicionais expressassem criativamente o impacto das mudanças climáticas em suas regiões e, ao mesmo tempo, aprendessem a proteger seus trabalhos recorrendo aos direitos de propriedade intelectual. Para escolher os vencedores, entre mais de 30 imagens finalistas, foi convocado um painel independente de jurados constituído por quatro fotógrafos internacionais.
“Os jovens têm o maior interesse no futuro do nosso planeta e é por isso que estou satisfeito que o primeiro Prêmio de Fotografia da OMPI esteja oferecendo aos membros de comunidades indígenas e locais a oportunidade de se expressarem através da fotografia sobre a crise climática e outros desafios relacionados que estão enfrentando”, declarou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang, durante a cerimônia de premiação.
Na oportunidade, ele também destacou como é estreita a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente e seus recursos, sendo elas as primeiras a enfrentarem as consequências diretas da crise climática, como a perda da diversidade biológica e o aumento do nível dos oceanos. Ao parabenizar o indígena brasileiro pela conquista, o diretor-geral lembrou que o povo Pankararu tem uma forte vocação de preservar a natureza e as tradições. No entanto, eles também têm sido castigados por períodos sem chuva e seca, o que dificulta as atividades agrícolas tradicionais.
Conexão - Em Pernambuco, a comunidade Pankararu está estabelecida entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, distante cerca de dez quilômetros do rio São Francisco. Esta proximidade ajuda a explicar porque a água, mais do que um recurso essencial para a vida, também é considerada parte da constituição deste povo. “Existia uma ocupação tradicional desta terra narrada na própria cosmologia do povo Pankararu. As primeiras entidades, que chamamos de Encantados, eram pessoas normais que receberam o dom depois de entrarem na cachoeira do rio São Francisco. E hoje nós não temos acesso a água. Esta é uma reivindicação do povo Pankararu. A gente mora a menos de 10 quilômetros do rio São Francisco e não temos água”, explica Joanderson.
Em sua inscrição no concurso da OMPI, o estudante de mestrado defendeu que jovens indígenas ocupem espaços como estes e que novas soluções inovadoras sejam propostas a partir de parcerias com as comunidades locais. “Os indígenas têm uma forma tradicional de cultivo e manejo da terra, sem o viés mercantilista. Não vemos a terra como objeto de produção de capital, mas como uma forma de vida e subsistência. Ainda há muito o que se falar sobre clima e sobre povos indígenas para além desta visão marginal”, pontua. “Agradeço a OMPI pela iniciativa de criar esse concurso e por incentivar jovens indígenas e de comunidades tradicionais a participarem. Agora, com o prêmio, poderei registrar estes momentos com mais qualidade e profissionalismo”.
Como primeiro colocado, Joanderson ganhou da organização equipamento fotográfico profissional no valor de 3.500 dólares.
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História
06 maio 2022
Mãe reencontra filhas depois de quatro anos de separação
A venezuelana Yerika deixou a Venezuela em busca de oportunidades para uma nova vida com as três filhas. Ela chegou ao Brasil em Roraima mas a oportunidade de trabalho surgiu a 5 mil quilômetros de distância, em Pinhalzinho, no interior de Santa Catarina. A separação entre Yerika e as filhas Evelin, 13 anos, Camila, 10 anos, e Josemiht, 8 anos, foi inevitável.
Com a família dividida entre o norte e o sul do país, as meninas ficaram sob cuidados de um responsável, que procurou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o parceiro AVSI Brasil. As meninas foram encaminhadas para um abrigo do governo de Roraima destinado a crianças desacompanhadas.
O oficial de Proteção à Criança e ao Adolescente do UNICEF em Roraima, Tomás Tancredi, explica que o direito à convivência familiar e comunitária é prioridade. “O trabalho envolve busca ativa das famílias, avaliação psicossocial para identificar as possibilidades de reunificação junto à rede de proteção, apoio psicossocial continuado para estas crianças e, em alguns casos, apoio financeiro para a sustentabilidade da reunificação. A articulação com as redes de proteção e demais organizações que atuam na resposta humanitária, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é fundamental para garantir a adaptação destas crianças em uma nova realidade”, explica.
O abrigo onde Evelin, Camila e Josemiht ficaram tem a estrutura de uma residência, similar ao ambiente de uma casa familiar, com atividades educacionais e apoio psicossocial. A gerente do abrigo da Secretaria de Estado de Trabalho e Bem-Estar Social, Luciana Oliveira da Silva, explica que a unidade tem parceria com organizações para buscar as famílias das crianças. “Apesar de estarem em um ambiente em que estão sendo cuidadas, não é o lar delas. Elas sentem falta, perguntam e ficam ansiosas para o reencontro”, relata.
Após o abrigamento no local, o UNICEF entrou em contato com a OIM para localizar a mãe e dar entrada do processo na estratégia de interiorização do governo federal, para que as irmãs pudessem viajar para junto de Yerika.
A análise documental foi o passo inicial na viagem, assim como o acompanhamento médico no Núcleo de Saúde da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo venezuelano, para verificação vacinal e testagem de COVID-19. Era dezembro de 2021 e os dias foram contados com ansiedade pelas meninas e pela mãe.
De acordo com o assistente de Proteção da OIM Luís Minchola, o reencontro representa o apoio dos atores que buscam a melhor solução em situações de crianças e adolescentes desacompanhadas dentro de um contexto migratório. “Todos estão envolvidos em levar oportunidades nos locais de destino: acesso às escolas, aos serviços de saúde e que tenham o convívio familiar garantido dentro de todos os preceitos de proteção à infância”, explica.
No dia 26 de dezembro, a equipe da OIM buscou Evelin, Camila e Josemiht no abrigo estadual e as levou para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. Além da revisão documental pré-embarque, a OIM comprou as passagens aéreas e garantiu a presença de uma funcionária para acompanhar todo o trajeto, até que elas estivessem seguras com a mãe.
O REENCONTRO – Já era noite quando o abraço do reencontro finalmente aconteceu. Entre lágrimas, mãe e filhas correram para que estivessem juntas novamente. Na parede da casa nova, os cartazes improvisados com folhas de caderno estampavam os dizeres de “bem-vindas minhas princesas”, em espanhol. No sofá, os cochichos entre as quatro demonstravam que o tempo de separação não diminuiu em nada o afeto e a cumplicidade.
“Foi uma emoção tão grande, não sei nem explicar. Foi tanto tempo longe! É muito gratificante ter minhas filhas aqui do meu lado. Meu plano para o futuro é dar muito amor a elas. Estou muito emocionada e feliz.”
Yerika
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Notícias
04 julho 2022
Professora de Rondônia transforma ônibus em sala de aula itinerante
Mais do que conhecimento, levar esperança de ter uma vida digna e a garantia de direitos para crianças e adolescentes da zona rural do município de Cacoal, interior de Rondônia. Essa é a missão da professora Edilaine Sesquin Ventura, que leciona há 13 anos no município e faz parte da equipe da Busca Ativa Escolar. Ela atua como agente da busca ativa, indo de casa em casa para identificar estudantes que não estão frequentando a escola e alertar a equipe do município.
Na pandemia, Edilaine encontrou uma forma inusitada de ir atrás de cada menina e menino da zona rural e garantir que ninguém ficasse sem se alfabetizar e ter seus direitos garantidos.
Lecionando para uma turma do 3º ano do ensino fundamental, Edilaine viu a pandemia afetar a rotina e o aprendizado dos estudantes. Em 2021, a escola começou a trabalhar com apostilas, aulas pelos aplicativos de mensagens e videoaulas, mas logo a professora percebeu a grande dificuldade que seus estudantes enfrentavam para ter acesso à internet e, consequentemente, ao ensino com qualidade. Graças à estratégia Busca Ativa Escolar que já era uma realidade no município, a educadora conseguiu garantir que os estudantes mantivessem o vínculo com a escola, mas percebeu que, longe da sala de aula, muitos estavam com dificuldades de aprender.
Foi quando surgiu a ideia de criar um “Busão da Alfabetização”, indo de casa em casa, na zona rural, visitar os estudantes. “A escola onde eu trabalho já tem a prática de visitar os alunos. Faço parte da equipe da Busca Ativa Escolar e, quando percebi que meus alunos estavam com muitas dificuldades para entregar as atividades, eu dialoguei com a direção e solicitei um ônibus para ir visitá-los”, explica Edilaine.
As visitas, que tinham o objetivo inicialmente de ser um reforço escolar, acabaram se transformando em um projeto de incentivo à educação e auxílio aos estudantes e suas famílias. Aos poucos, o que antes era apenas um ônibus escolar comum se transformou em uma verdadeira sala de aula itinerante, recheada de conhecimentos, mas principalmente de amor à educação e dedicação às meninas e aos meninos da comunidade. “Na época, essas crianças apresentavam dificuldades para buscar as apostilas, pois moram em locais de difícil acesso e algumas não têm internet”, relata a professora, explicando as causas da exclusão.
O ônibus - De longe, ao longo da estrada de terra, é possível identificar o ônibus escolar diferenciado: uma faixa vermelha fixada na lateral, com o nome “Busão da Alfabetização”, e balões coloridos pendurados nas janelas dão o tom da alegria de levar educação com criatividade para meninas e meninos. No interior do Busão é onde acontecem a magia e o encantamento de uma sala de aula que são levados pela educadora . Os assentos se tornam as cadeiras da sala de aula, o fundo do ônibus serve de suporte para o quadro branco, e o painel do motorista e as janelas se transformam em uma sala de aula exemplar, com letras e números. Em toda parte, é possível encontrar ferramentas para trabalhar o conhecimento de forma lúdica, como pincéis, lápis e papéis coloridos, bem como personagens e brinquedos, para as crianças aprenderem brincando.
Com essa iniciativa, o projeto ganhou outras dimensões. A partir do contato mais próximo com estudantes e familiares, a professora constatou a complexidade que envolve meninos e meninas para que deixem de fazer as atividades escolares, levando ao abandono ou à evasão escolar. “Quem sai da escola é aquele aluno que apresenta dificuldades para aprender, ou que tem dificuldade para ir até a escola buscar atividades, que a família não possui internet, por exemplo”, pondera a professora.
Vidas transformadas - A educadora sabe que uma visita apenas não resolve o problema, mas é a partir desse momento de atenção do contato direto e próximo às famílias que a equipe da Busca Ativa Escolar pode desenvolver ação intersetorial, com as áreas de saúde e de assistência social, acionando serviços para garantir que os estudantes tenham seu direito à educação efetivado, bem como o acesso a outros direitos que contribuem para o acesso e permanência na escola.
“Em nossa primeira visita, vimos que além da dificuldade que a família estava em ajudar o filho nas atividades escolares, a mãe precisava com urgência de uma consulta médica. Mesmo essa ação sendo "fora" da competência da escola, mas devido à ação em conjunto com outros serviços, prontamente acionamos a equipe de saúde, que procurou dar assistência à mãe do nosso aluno. Em outras atividades, o setor de assistência social também entrou em ação”, relata Edilaine.
Selo - A professora relembra que o projeto do Busão está diretamente interligado ao Selo UNICEF, tanto devido à campanha “Fora da Escola Não Pode!”, como porque conta constantemente com o trabalho intersetorial para atender às necessidades de crianças e adolescentes que são alcançados por essa iniciativa.
Vale lembrar que a Busca Ativa Escolar tem como foco apoiar na identificação, no registro, no controle e no acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão escolar e no fortalecimento da rede de proteção, composta por vários representantes, como da educação, saúde, assistência social, entre outros setores, visando garantir os direitos de meninas e meninos.
O sucesso do Busão da Alfabetização, atrelado à paixão pela profissão que abraçou, move e contagia todos ao seu redor. Atualmente, a prefeitura de Cacoal, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), deseja expandir o projeto para outras áreas e instituições por acreditar na importância e nos benefícios produzidos pela iniciativa.
Enquanto isso, Edilaine continua desenvolvendo o seu trabalho na certeza do impacto positivo que causa na vida de meninas e meninos. “Quando o ônibus chega às comunidades, ele não leva só conhecimentos pedagógicos. A gente sempre leva um brinquedo, um doce, um picolé, então a família espera pela gente. É aquela felicidade. E é muito gratificante você chegar e ser recepcionado muito bem pela família”, finalizou a professora, que se mostra feliz e satisfeita com o resultado do projeto inovador.
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04 julho 2022
UNFPA apoia formação obstétrica de 320 profissionais na região norte
Foi concluído nesta segunda-feira (4) o “Curso de atualização em urgências e emergências obstétricas” do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD-Fiocruz Amazônia), realizado em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA) e o Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco).
A cerimônia de encerramento, transmitida na internet a partir das 10h (horário de Brasília), contou com a participação da diretora da Fiocruz Amazônia, Adele Benzaken, e da representante do UNFPA Brasil, Astrid Bant.
Voltado a profissionais da área na região norte e oferecido na plataforma de videoaulas Campus Virtual da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a iniciativa certificou 320 participantes, dos 1.431 pessoas inscritos.
O objetivo da ação foi qualificar os profissionais a lidar com as situações que colocam em risco a vida da gestante e do feto, reduzindo o risco de mortalidade infantil e de mulheres durante o parto, além de estimular o planejamento familiar voluntário e a maternidade segura. Emergências obstétricas são as situações que demandam resposta imediata por parte da equipe de saúde em atendimento nas unidades.
De acordo com o pesquisador em Saúde Pública Júlio Schweickardt, chefe do Laboratório de História, Políticas Públicas e Saúde na Amazônia (Lahpsa), da Fiocruz Amazônia, o curso contou com um total de concluintes bem acima da média brasileira de participantes que chegam até o final de cursos online.
“Uma média alta e bastante satisfatória, em se tratando de cursos oferecidos em plataformas online no Brasil”, afirmou Schweickardt, acrescentando que se trata de uma oportunidade de formação extremamente importante para os profissionais de saúde da região, especialmente nos municípios de difícil acesso. “Com isso, a Fiocruz Amazônia cumpre a sua missão institucional de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da capacitação dos seus profissionais em atuação em parceria com organismos internacionais como o UNFPA”, destacou.
Estratégia global - Para a chefe do escritório do UNFPA em Manaus, Débora Rodrigues, os participantes tiveram seus conhecimentos fortalecidos e atualizados, o que é importante para as metas globais da agência. “O curso alcançou profissionais da saúde, em sua maioria mulheres, que estão na linha de frente da atenção ao ciclo gravídico-puerperal, entre enfermeiras, técnicas de enfermagem, médicas, fisioterapeutas e agentes comunitárias de saúde nos sete estados da região norte. A partir do conhecimento adquirido por meio do curso, as participantes poderão atuar em prol de um objetivo para zerar o número de mortes maternas evitáveis, e que faz parte da estratégia global do UNFPA até 2030.”
Débora também destacou a importância da parceria com os governos locais: “a participação das redes públicas locais, por intermédio das Secretarias de Saúde Municipais e Estaduais, foi fundamental para a mobilização e engajamento de profissionais, não somente das capitais, mas de 56 municípios dos interiores, onde 135 participantes foram certificados.”
A capacitação teve, no total, 24 aulas, oferecidas semanalmente, às sextas-feiras, por meio da plataforma do Campus Virtual da Fiocruz, ministradas por especialistas de todo o Brasil, selecionados pelo Instituto Statera Cursos e Consultoria. Depois do Amazonas (206), os estados com maiores números de participantes certificados foram o Pará (49), seguido por Rondônia (20), Roraima(19) e Acre (19), Tocantins (4) e Amapá (3).
Durante a formação, foram abordadas temáticas diversas, entre as emergências obstétricas mais conhecidas, a exemplo da pré-eclâmpsia e eclâmpsia, hemorragia pós-parto, assistência ao parto em apresentação pélvica, distocia de ombros, prolapso do cordão umbilical, reanimação neonatal, ruptura uterina e, hiperestimulação uterina com compromisso hipóxico fetal. Para lidar com cada situação, o profissional de saúde necessita de habilidades técnicas específicas.
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04 julho 2022
Caribe é o “marco zero” da emergência climática global, diz Guterres
O último dia do secretário-geral da ONU no Suriname começou em um pequeno avião. Um sobrevoo de 90 minutos de Paramaribo até a Reserva Natural do Suriname Central revelou a António Guterres a beleza surpreendente da Amazônia, mas também destacou as ameaças que a floresta tropical enfrenta devido às atividades de mineração e extração de madeira e às mudanças climáticas.
A reserva, declarada Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), é uma imensa área protegida que abrange cerca de 11% do território nacional, é reconhecida pelas suas infinidades de montanhas e biodiversidade, e permanece em boa parte inacessível e intocada pelos humanos.
O líder da ONU visitou o Suriname para participar da abertura da 43ª Conferência da Comunidade e Mercado Comum do Caribe (CARICOM), realizada neste domingo (3) na capital do país, Paramaribo.
No evento, o secretário-geral destacou a diversidade da região e sua liderança na questão climática, ao mesmo tempo em que delineou uma série de ações a serem tomadas diante da crise planetária, da pandemia de COVID-19 em andamento e dos desafios econômicos globais.
Marco zero - Guterres reconheceu que os pequenos Estados costeiros de baixa altitude do Caribe são especialmente vulneráveis ao que ele chamou de “o maior desafio que nosso mundo enfrenta hoje” – a crise climática.
“O Caribe é o marco zero da emergência climática global”, disse. O secretário-geral também ressaltou que, infelizmente, este não é o único desafio que a região enfrenta. “A cúpula da CARICOM deste ano ocorre em um momento de perigo máximo – tanto para as pessoas quanto para o planeta”, acrescentou, referindo-se ao efeito devastador da pandemia de COVID-19 nos sistemas de saúde e turismo, bem como a redução no crescimento econômico e nos investimentos estrangeiros, problemas exacerbados, agora, pela guerra na Ucrânia.
O secretário-geral disse aos líderes da CARICOM que são necessárias soluções vigorosas para enfrentar esses problemas, destacando três.
Apelo- Para enfrentar estes problemas, Guterres pediu uma redução urgente e transformadora das emissões para deter o aquecimento global em 1,5°C; apoio à adaptação aos impactos climáticos; e assistência financeira para garantir resiliência.
“Agradeço aos líderes caribenhos por ajudarem a mostrar o caminho. Estou inspirado por seus muitos esforços para proteger sua incrível biodiversidade e riquezas naturais, inclusive pelos esforços das comunidades indígenas”, disse ele.
Ele acrescentou que todos precisam ser mais ambiciosos em suas ações contra as mudanças climáticas, mas especialmente os países que compõem o G20, nações que respondem por 80% das emissões globais. “Os compromissos atualmente firmados, farão que as emissões ainda cresçam 14% até 2030. Isso é simplesmente suicídio – e deve ser revertido.”
O líder da ONU enfatizou ainda que os países mais ricos precisam liderar uma “revolução das energias renováveis” justa e equitativa e precisam cumprir sua promessa de entregar 100 bilhões de dólares em financiamento climático para adaptação a partir deste ano. “É hora de uma discussão franca e espaço para a tomada de decisões sobre as perdas e danos que os países já estão experimentando”, enfatizou.
Sistema financeiro - O secretário-geral sublinhou que as economias em desenvolvimento precisam de acesso a financiamentos sem custos ou com baixo custo, bem como alívio das dívidas externas. “Do lado da dívida, precisamos de alívio imediato para os países em desenvolvimento cuja dívida está prestes a vencer”, disse ele.
O chefe da ONU acrescentou que apoia totalmente a criação de um Fundo de Resiliência do Caribe e a reforma do sistema financeiro internacional que ajude a região a responder melhor aos desafios e evite a vulnerabilidade maciça a choques externos.
“Claramente, nossas velhas métricas falharam conosco. É hora de mudá-las”, disse Guterres, propondo ir além da preocupação do sistema financeiro com a renda per capita e estabelecer um “índice de vulnerabilidade multidimensional” para determinar o acesso ao apoio financeiro.
“Para seus países, isso significaria garantir que os fatores complexos e interdependentes da dívida e do impacto da mudança climática sejam capturados em qualquer análise de elegibilidade para alívio da dívida externa e financiamento”, disse ele aos chefes de estado e de governo do Caribe.
COVID-19 - Quanto à pandemia, o secretário-geral defendeu que governos, organizações e empresas farmacêuticas aperfeiçoem seu trabalho em conjunto para produzir localmente testes, vacinas e tratamentos.
“Ainda não estamos fora de perigo... E precisamos continuar trabalhando juntos para impedir a propagação do vírus no Caribe, por meio de medidas comprovadas de saúde pública, e precisamos nos preparar para futuras pandemias por meio de investimentos significativos em preparação e treinamento”, afirmou, enfatizando que os países nunca mais devem estar tão despreparados como em 2020.
Finalmente, Guterres reafirmou o apoio das Nações Unidas ao Caribe para trabalhar na construção dessas soluções.
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04 julho 2022
UNESCO pede “mobilização global” pela Educação
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, pediu uma “mobilização global para colocar a educação no topo da agenda e cumprir as metas de desenvolvimento sustentável”, destacando os impactos negativos da pandemia de COVID-19 na área.
A declaração foi realizada durante a Pré-Cúpula da Educação Transformadora (Transforming Education Pre-Summit), promovida pela organização de 28 a 30 de junho, em sua sede, em Paris. Na presença de mais de 150 ministros e vice-ministros da Educação, Azoulay alertou que atualmente existem duas crises que afetam a educação: uma crise de aprendizagem e outra orçamentária.
A pré-cúpula contou com a participação de mais de duas mil pessoas de todo o mundo, entre oficiais de governos, representantes de agências da ONU e jovens ativistas. De acordo com a organização, essa a mobilização em larga escala dos governos é motivo de esperança, apesar das preocupações.
O evento foi realizado em preparação para a Cúpula da Educação Transformadora, marcada para 19 de setembro, em Nova Iorque. A conferência, que reunirá chefes de Estado e de governo, foi convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, com o objetivo de colocar a educação no topo da agenda internacional.
COVID-19 - Em 2019, a UNESCO já havia alertado que seria difícil atingir a meta de “educação de qualidade para todos até 2030”. Agora, a pandemia da COVID-19 tornou essa previsão ainda pior, destacou a diretora-geral da organização no evento em Paris:
“A pandemia exacerbou a crise global da educação. O fechamento de escolas resultou em perdas significativas de aprendizagem. Em países de renda baixa e média, 70% das crianças de 10 anos são incapazes de entender um texto escrito simples – acima do índice de 57% de 2019. Sem novas medidas para apoiá-los, esses jovens enfrentarão grandes dificuldades para continuar sua educação e ingressar no mercado de trabalho”, afirmou Azoulay.
“Dessa forma, enfrentaremos uma grande crise social. Hoje eu peço a mobilização para o seguinte: se quisermos cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a educação deve voltar ao topo da agenda da comunidade internacional.”
De acordo com o relatório publicado em 24 de junho pela UNESCO, pelo Banco Mundial e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), “The State of Global Learning Poverty: 2022 Update” (disponível em inglês), esses atrasos de aprendizagem também terão um forte impacto na economia. Em escala mundial, eles representarão uma perda cumulativa de riqueza de cerca de 21 trilhões de dólares para a atual geração de crianças em idade escolar. A estimativa anterior, de 2021, era de 17 trilhões de dólares, o que mostra que essa situação se agravou no último ano.
Financiamento - Além dessa crise de aprendizagem, há uma crise de financiamento. De acordo com outro estudo da UNESCO e do Banco Mundial, 40% dos países de renda baixa e média reduziram seus gastos destinados à educação durante a pandemia. A redução média foi de 13,5%. No entanto, no verão de 2022, os orçamentos ainda não retornaram aos níveis de 2019.
“Estamos preocupados com a oscilação do financiamento da educação neste momento crítico. Quando o financiamento público diminui, as famílias são forçadas a aumentar sua contribuição financeira. E quanto mais o ônus financeiro da educação recair sobre as famílias, maior será o risco de aumentar a desigualdade”, afirmou a diretora-geral adjunta de Educação da UNESCO, Stefania Giannini.
Tão importante quanto a questão dos recursos, segundo a organização, é a transformação da educação para se adaptar aos novos desafios do século XXI. A UNESCO defende em relatórios como “Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação” que os currículos e o ensino sejam adaptados a questões como a crise climática e a revolução digital.
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04 julho 2022
Agências da ONU lançam relatório global sobre segurança alimentar e nutrição
O número de pessoas afetadas pela fome continua aumentando. É o que aponta o novo relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2022” (SOFI 2022). O documento mostra que o mundo está se afastando cada vez mais de seu objetivo de acabar com a fome, a insegurança alimentar e a má nutrição em todas as suas formas.
O relatório será lançado neste dia 6 de julho pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre os dados disponíveis na nova publicação estão atualizações sobre a situação da segurança alimentar e nutrição em todo o mundo, incluindo as estimativas mais recentes sobre o custo e a acessibilidade de uma alimentação saudável.
Consciente dos recursos públicos limitados disponíveis em muitas partes do mundo, o relatório também analisa maneiras pelas quais os governos podem redirecionar seu atual apoio à agricultura para reduzir o custo de alimentos nutritivos e sustentáveis.
O relatório deste ano ainda apresentará dados globais atualizados sobre a fome; uma análise das implicações do impacto da guerra na Ucrânia e da COVID-19 na segurança alimentar; detalhes sobre a crescente lacuna de gênero na segurança alimentar; estimativas atualizadas sobre o custo e a acessibilidade de uma alimentação saudável e recomendações de políticas para o reaproveitamento de alimentos e apoio agrícola para direcionar alimentos nutritivos.
Evento - O evento de lançamento começa às 11h (horário de Brasília) e será seguido de um briefing para a imprensa.
A transmissão será feita via web no site da FAO e na UN Web TV. Os jornalistas também podem solicitar entrevistas individuais com especialistas da FAO com antecedência, sob embargo ou no próprio dia.
Entre as autoridades presentes no evento e que irão se apresentar estão o diretor-geral da FAO, QU Dongyu, o presidente do FIDA, Gilbert F. Houngbo, a diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell, o diretor executivo do WFP, David Beasley, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e o economista-chefe da FAO, Máximo Torero Cullen.
As edições anteriores do relatório SOFI estão disponíveis aqui.
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