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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
09 agosto 2022
Cacique brasileira ajuda refugiados e migrantes na fronteira
Desde que a violência contra indígenas Pémon-Taurepang eclodiu na Venezuela, em 2019, a pequena comunidade brasileira Sakau Motá viu seu número de moradores duplicar. Localizada na fronteira entre os dois países, em Roraima, Sakau Motá hoje é o lar de mais de 400 pessoas indígenas, boa parte delas busca o Brasil para asilo e proteção.
Do lado brasileiro da fronteira, uma cacique lidera o acolhimento: Anita Yanez foi a primeira mulher a vencer as eleições comunitárias Pemón-Taurepang, que a consagraram uma liderança indígena feminina na comunidade. Desde que começou as atividades, Anita – como é carinhosamente chamada – apoiou pessoas refugiadas e migrantes indígenas por meio da integração na comunidade e apoiando no processo de solicitação de refúgio.
“Somos da mesma etnia, muitos somos até família. Recebemos [as pessoas refugiadas e migrantes] de braços abertos por isso. Eu via a dor, e colocava gente até na minha casa, dividindo quarto com a gente”, relata Anita, lembrando que muitos dos que chegam ao Brasil por via terrestre enfrentam uma jornada exaustiva, com fome e acompanhados de muitas crianças.
Segundo dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), existem no Brasil mais de duas mil pessoas da etnia Pemón que saíram da Venezuela em busca de asilo e proteção. No total, mais de 7,5 mil indígenas de diferentes etnias cruzaram a fronteira na cidade de Pacaraima e vivem hoje em território nacional.
A responsabilidade de cada Tuxaua (forma como se denomina o/a cacique na região) é principalmente cuidar da comunidade e liderar as negociações com pessoas não indígenas para garantia de direitos e defesa da cultura e território. A partir da chegada de pessoas refugiadas, Anita também passou a empreender ações para direitos à documentação, acesso à saúde e educação de pessoas indígenas forçadas a se deslocar.
Causa pessoal - Anita sabe bem o que é ser forçada a se deslocar por causa da insegurança. Durante sua infância, ela saiu da comunidade em que vivia, mais ao norte de Roraima, para Sakau Motá, motivada justamente por episódios de violência que sua família viveu. Com apenas 7 anos, a comunidade indígena onde vivia foi invadida, as casas queimadas, e sua família foi forçada a deixar tudo para trás. “Reconheci neles a dor que senti naquele momento, por isso mantive sempre os braços abertos. É muito difícil viver com essa dor”, confessa.
Ao lado do ACNUR, Anita apoia pessoas indocumentadas a realizarem a solicitação de refúgio no Brasil, documento que regulariza a situação migratória e garante o acesso a direitos de pessoas que buscam o reconhecimento como refugiadas.
Para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem em Sakau Motá, a Tuxaua investe em melhorar a educação da aldeia, busca recursos para construção de um posto de saúde e já iniciou a construção de um refeitório. “Querer, correr atrás e conseguir foi aquilo que aprendi com minha mãe e minha avó”, diz.
Lado a lado - O indígena refugiado de 38 anos, Amado, diz que a comunidade de Sakau Motá é um local onde há segurança e onde sua filha, de três anos, pode ter sonhos e crescer com saúde. “Ela tinha apenas seis meses quando viemos e estamos aqui por ela”, conta.
Ele trabalha ao lado de Anita em projetos de trabalho comunitário. Em Sakau Motá, indígenas refugiados e brasileiros, lado a lado, montam casas, aumentam a escola e negociam com autoridades para receberem a infraestrutura básica para uma vida digna e com respeito à cultura tradicional.
No entanto, para Anita, as necessidades da comunidade ainda são muitas. “Precisamos de mais salas de aula, de um local limpo para atendimentos de saúde, de parques para as crianças, de estradas seguras em que podemos ir à cidade”, relata.“Eu sonho acordada. Toda vez que olho para minha comunidade, vejo tudo isso que acabo de dizer. Mas não quero mais sonhos, quero realidades. Quero que tudo isso que quero para Sakau Motá se concretize”, finaliza.
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História
29 julho 2022
No Amapá, jovens retomam estudos e voltam a sonhar
Sandrielle Saiury, de 17 anos, ficou um ano fora da escola quando foi contaminada pela malária. “Eu adoeci e não fui para a escola. Às vezes eu ia, às vezes não, até que fiquei um ano sem estudar. Parei com tudo”, relembra a garota. Ela já havia repetido duas vezes e acumulou mais um ano em atraso escolar.
Ao voltar às aulas, Sandrielle estava com 16 anos e cursando o 7º ano. Foi quando a Escola Estadual Professor Francisco Walcy Lobato Lima começou a implementar o Programa Travessia Amapá – uma parceria da Secretaria de Educação do estado com o UNICEF, para enfrentamento da distorção entre a idade e a série dos estudantes.
Quando as aulas presenciais voltaram, em 2021, Sandrielle ingressou no Programa, que conta com metodologias específicas voltadas a cada estudante em atraso escolar.
Com o apoio da família e da escola, Sandrielle recuperou a aprendizagem e agora está animada com o futuro. “Neste ano de 2022 já consegui passar para o ensino médio. Estou agradecida e um pouco mais confiante. Espero continuar avançando nos estudos”, celebra.
A primeira vez que Vitor Hugo Araújo repetiu na escola, estava no 6º ano e se sentiu derrotado. Nos dois anos seguintes, recebeu a mesma notícia. O sentimento permanecia, mas ele parecia estar se acostumando. “Das outras duas vezes, me senti derrotado, mas já estava levando normal”, lembra o estudante de 17 anos. Desmotivado, o adolescente já estava com três anos de atraso escolar e pensando em desistir até que, em 2021, recebeu a notícia de que a Escola Estadual Sebastiana Lenir, onde estuda, em Macapá, implementaria o Programa Travessia.
Com a volta às aulas presenciais, o estudante conseguiu começar a recuperação da sua aprendizagem. A coordenadora do programa na escola, Lidiane Marques, explica que o livro regular não estava surtindo efeito com os alunos. Por isso, em sala de aula, os professores usam jogos, apresentações com cartazes e atividades práticas que abordam os conteúdos.
Com apoio do programa e do pai Vitor Hugo passou de ano, sem dependências, e chegou ao 8º ano. Agora, ele se sente pronto para avançar, e sonha em cursar design, ser fotógrafo e editor de vídeos. “As energias positivas estão voltando. Se você tem um objetivo, corra atrás. E não se sinta desmotivado porque se sente derrotado. Com a sua derrota, você aprende mais e segue em frente”, conclui.
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História
04 julho 2022
Emoção marca pré-estreia de filme do ACNUR
A história de como cinco refugiados aprenderam a colocar samba no pé e se integrar à comunidade para participar da maior festa da cultura brasileira virou documentário. "Resistência – A Jornada dos Refugiados no Carnaval do Rio” mostra pessoas de cinco nacionalidades diferentes que, a convite da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), desfilaram na Sapucaí com a Acadêmicos do Salgueiro, cantando o samba-enredo “Resistência”, sobre a cultura das comunidades afrodescendentes no Brasil.
A primeira exibição do filme aconteceu no dia 21 de junho, para uma plateia de moradores atentos e emocionados da organização Aldeias Infantis SOS Brasil, projeto parceiro do ACNUR no Rio de Janeiro que acolhe pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas, que passaram pelo programa de interiorização após cruzar a fronteira em Roraima.
Sob os olhos atentos de crianças, jovens e idosos, o documentário de 27 minutos de duração foi exibido acompanhado de arepas, prato típico venezuelano. "Eu me senti muito feliz após ver o filme, muito pela inclusão”, contou a venezuelana Yelizta Lafont, de 47 anos. “Quando eu cheguei aqui no Brasil eu fui muito maltratada, achava que não tinha direito a nada. Então quando eu vi o filme eu comecei a chorar. Angolanos, sírios, venezuelanos, são todos meus irmãos e eles estão sendo bem-vindos. Isto se chama inclusão e diversidade", comemorou.
Discretamente acompanhado cada cena, uma das protagonistas do desfile, a angolana Filomena, de 22 anos, superou a violência sofrida em sua terra natal e a timidez para participar das gravações e entrar na avenida. "Eu fiquei realmente emocionada de ver como ficou o filme e me senti mais acolhida depois de participar do carnaval, mais confiante em mostrar quem eu sou. Eu sempre sonhei em estar na avenida, estar na maior festa do Brasil e do Rio de Janeiro", contou.
Registrando cada momento da primeira exibição em seu celular, Filomena revelou que estava compartilhando o conteúdo com os amigos que fez durante os ensaios, inclusive os outros protagonistas do documentário. "Eu pude conhecer outros refugiados, pude me identificar e não me sentir sozinha. Os amigos que eu fiz no ensaio eu estou mantendo. Eu estou fazendo questão de gravar tudo aqui para mostrar para eles”.
Dirigido por Beca Furtado, produzido pelo ACNUR e pela Rec Design, o documentário também foi exibido em uma sessão exclusiva em Brasília na mesma semana, com a presença de membros de AVSI Brasil e Aldeias Infantis SOS Brasil, bem como pessoas que participam da iniciativa de Proteção de Base Comunitária em São Sebastião (DF), autoridades e representantes do corpo diplomático.
Agora, o filme deve percorrer festivais no Brasil e no mundo e, posteriormente, ser veiculado em canais de streaming e mesmo em TVs abertas. É este o plano que o representante do ACNUR no Brasil revelou em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
"Queremos que o mundo veja esta experiência. Eu não posso pensar em uma festa maior no mundo do que o carnaval".
José Egas, ACNUR Brasil
Inclusão - Egas explicou que quando se trata de direitos associados à condição de refugiado é necessário pensar em soluções em quatro pilares: regularização e documentação, desenvolvimento de políticas de acolhida, oportunidades de integração local e econômicas e inclusão sociocultural.
Ao convidar pessoas da Angola, Morrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela para participar tão ativamente de uma celebração local e serem recebidos pela comunidade, o ACNUR quis construir um exemplo mundial de integração completa. "Mesmo tendo um emprego e um contexto favorável, se você está em um lugar onde existe xenofobia e discriminação, onde você não é considerado um ator ativo da sociedade, você nunca poderá recomeçar a sua vida", explicou Egas. “E nós esperamos que o Brasil continue acolhendo e facilitando o acesso ao asilo para as pessoas que necessitam de proteção internacional. E que, especialmente, continuemos a fortalecer o processo de integração socioeconômica e cultural dessas pessoas que estão começando a vida em outro país”, pontuou.
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História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
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História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
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15 agosto 2022
Recursos para operações humanitárias da ONU atingem déficit histórico
O Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou, na última sexta-feira (12), que o déficit no financiamento para operações da organização atingiu o maior patamar de todos os tempos. A diferença entre os recursos necessários e os disponíveis é de cerca de 34 bilhões de dólares.
Segundo a agência, o custo de projetos de assistência coordenados pela ONU neste ano é estimado em 50 bilhões de dólares. Mas, apesar das promessas de financiamento também terem atingido seu nível mais alto na história – totalizando mais de 15 bilhões de dólares – as necessidades crescem a cada dia.
“Esta é a maior lacuna que já tivemos. No entanto, é também a maior quantia de financiamento de doadores que já foi prometida”, destacou o porta-voz do OCHA, Jens Laerke. “Então, o problema é o seguinte: as necessidades no mundo estão aumentando muito, muito mais rápido do que o financiamento dos doadores”.
A notícia vem em um momento em que as necessidades globais estão em alta, com um recorde de 303 milhões de pessoas em crise em todo o mundo. O objetivo da ONU é alcançar pelo menos 204 milhões dentre os mais vulneráveis, mas a situação é difícil.
“Nunca antes os humanitários foram chamados para responder a esse nível de necessidade e estão fazendo isso em ambientes cada vez mais perigosos”, afirmou Laerke.
No ano passado, mais de 140 trabalhadores humanitários foram mortos em serviço. O número mais alto desde 2013. Ainda em 2021, 203 humanitários ficaram feridos e 117 foram sequestrados enquanto trabalhavam.
Segundo Laerke, Sudão do Sul, Afeganistão e Síria continuam sendo os países mais violentos. Somente neste ano, 168 trabalhadores humanitários foram atacados e 44 morreram. “A maioria das mais de 140 mortes em 2021 foram mortas por armas pequenas e tiros, sendo a segunda maior causa de morte ataques aéreos e bombardeios, a maioria na Síria”, disse o porta-voz.
Homenagens - Enquanto isso, para marcar o Dia Mundial dos Trabalhadores Humanitários, comemorado anualmente em 19 de agosto, o coordenador de assistência de emergência da ONU e subsecretário-geral para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, emitiu uma declaração em homenagem a “todos os trabalhadores humanitários que muitas vezes trabalham em condições perigosas para ajudar os outros necessitados”, além de prestar homenagem a todos que perderam as vidas no exercício do ofício.
Neste contexto, o OCHA está lançando a campanha “It takes a village” (“É preciso uma aldeia”, em tradução livre). A iniciativa mostra como os trabalhadores humanitários se unem para aliviar necessidades extremas.
“Assim como o ditado 'é preciso uma aldeia para criar uma criança', é preciso uma 'aldeia' de humanitários trabalhando com comunidades afetadas para levar ajuda e esperança às pessoas atingidas por crises”, explicou Griffiths. “O Dia Mundial dos Trabalhadores Humanitários deste ano se baseia nessa metáfora do esforço coletivo e pede às pessoas em todos os lugares que mostrem apreço pelo trabalho humanitário, quem o realiza.”
O público é convidado a seguir a hashtag #ItTakesAVillage nas redes sociais, compartilhar, curtir e comentar postagens sobre o tema, mostrando solidariedade com as pessoas que precisam de ajuda e apreço por quem trabalha para entregá-la.
Sergio - O “Dia Mundial dos Trabalhadores Humanitários” foi criado pela Assembleia Geral em 2008 para marcar o aniversário do atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá, no Iraque.
O prédio da Missão das Nações Unidas no país foi alvo de um caminhão-bomba em 19 de agosto de 2003.
No ataque, morreram 22 funcionários da organização incluindo o chefe da Missão da ONU no país, o brasileiro Sergio Vieira de Mello.
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15 agosto 2022
OMS abre consulta para mudar nome da varíola dos macacos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou um grupo de especialistas, para avaliar a mudança do nome da doença causada pelo vírus monkeypox, conhecida atualmente como varíola dos macacos. Após o aumento da incidência de casos globalmente, a OMS declarou a doença uma emergência de saúde pública de interesse internacional.
Segundo a agência da ONU, o esforço faz parte de um trabalho contínuo para alinhar nomes da doença, vírus e variantes com as melhores práticas atuais. Atualmente, a recomendação é nomear vírus recém-identificados, doenças relacionadas e variantes de forma que evite “ofender qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, profissional ou étnico” e minimizar qualquer impacto negativo no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal.
O vírus da varíola dos macacos foi descoberto em 1958, antes de regras e práticas para definir nomenclaturas serem adotadas. As principais variantes recebiam os nomes com base nas regiões geográficas onde o vírus circulava.
Para alterar este cenário, na última sexta-feira (12) a OMS anunciou a decisão do grupo de especialistas em nomear as variantes do vírus monkeypox usando algarismos romanos. Assim, a antiga cepa da Bacia do Congo, na África Central, será variante um (I) e a antiga cepa da África Ocidental será variante dois (II).
Para o tipo II, que possui duas subvariantes, será adotado a inclusão de uma letra minúscula. Dessa forma, a nova convenção de nomenclatura compreende variantes I, IIa e IIb. A nomeação das linhagens será proposta pelos cientistas à medida que o surto evoluir.
A cepa IIb é referente ao grupo de variantes que circulam amplamente no surto global de 2022.
Os novos nomes para as variantes devem entrar em vigor imediatamente.
Nome da doença - Para alterar o nome da varíola dos macacos e evitar estigmatização ou violência contra animais, a agência da ONU está realizando uma consulta pública para um novo nome para a doença. Qualquer pessoa pode propor sugestões online clicando em propostas para CID-11 (em inglês).
A atribuição de novos nomes a doenças existentes é responsabilidade da OMS, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças e a Família de Classificações Internacionais Relacionadas à Saúde da OMS.
Já para os vírus, a nomeação das espécies é de responsabilidade do Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus, que tem um processo em andamento para o nome do vírus da varíola dos macacos.
Por fim, a nomenclatura das variantes para doenças existentes é normalmente o resultado de debate entre cientistas.
Consenso- Para acelerar o acordo por conta do atual surto, a OMS convocou uma reunião em 8 de agosto para permitir que virologistas e especialistas em saúde pública chegassem a um consenso sobre a nova terminologia mais rapidamente.
Especialistas em varíola, biologia evolutiva e representantes de institutos de pesquisa de todo o mundo revisaram a evolução e a nomenclatura de variantes conhecidas e novas do vírus monkeypox.
Eles discutiram as características e a evolução das variantes do vírus da varíola dos macacos, suas aparentes diferenças e possíveis consequências para a saúde pública e futuras pesquisas virológicas e evolutivas.
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15 agosto 2022
Delegação latino-americana estará no 13º Congresso Brasileiro do Algodão
Representantes de governos, associações do setor algodoeiro e pesquisadores de países parceiros integram a delegação do projeto +Algodão que participará do 13º Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), na cidade de Salvador, Bahia, de 16 a 18 de agosto. Composta por cerca de 45 pessoas, esta é a quarta vez que o projeto participa do CBA, maior evento do Brasil sobre o setor algodoeiro. Nesta edição o tema central é “Algodão brasileiro: desafios e perspectivas no novo cenário mundial”.
Os representantes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru terão a oportunidade de ampliar seus conhecimentos e habilidades nos temas de inovação e tecnologias agrícolas, agricultura familiar, ruralidade e sustentabilidade na produção agrícola do algodão por meio de grupos de trabalho e minicursos que acontecerão durante os três dias do congresso.
Para a coordenadora regional do projeto +Algodão pela FAO, Adriana Gregolin, o CBA é uma oportunidade única para se conhecer o que há de mais atual na cadeia de valor do algodão. “Com uma delegação de mais de 40 representantes de países latino-americanos parceiros do projeto, a FAO e a ABC/MRE aguardam com expectativa o Congresso”, disse.
O 13º CBA também é um espaço para a apresentação de trabalhos científicos (posters). A delegação latino-americana do projeto +Algodão apresentará 24 experiências científicas dos países sobre a cadeia de valor do algodão.
O projeto +Algodão é uma iniciativa de cooperação sul-sul trilateral executada de maneira conjunta pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Agência Brasileira de Cooperação dos Ministérios das Relações Exteriores (ABC/MRE) e os governos dos países parceiros, no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.
Trabalho conjunto - O projeto também participa junto com a ABC/MRE, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) em um estande onde os visitantes poderão ver os materiais impressos dos projetos, mapas dinâmicos e informações gerais sobre cada uma das iniciativas de cooperação sul-sul desenvolvidas na América Latina e na África para fortalecer o setor algodoeiro.
Uma das iniciativas inovadoras em comunicação digital do projeto +Algodão é o aplicativo LazosApp, que os visitantes do estande poderão conhecer e baixar em seus telefones (disponível na Play Store). O LazosApp foi concebido em forma de rede social para unir todo o setor algodoeiro da América Latina, oferecendo a oportunidade de criar redes temáticas sobre o tema do algodão sustentável. O aplicativo foi desenvolvido para promover a inclusão digital, a criação de comunidades virtuais para troca de conhecimento, boas práticas e informações-chave para a gestão do conhecimento voltada para a população rural.
Painel temático - O projeto +Algodão participará de um dos painéis temáticos do Congresso, que pretende responder se a cultura do algodão é econômica e socialmente viável para a agricultura familiar. O painel acontece no dia 17 de agosto, às 14h30. A coordenadora regional do projeto apresentará um breve panorama das experiências de produção de algodão em pequena escala nos países da América Latina. Pesquisadores da Embrapa Algodão apresentarão a experiência da mecanização para a agricultura familiar e o representante da Cooperativa dos Produtores Rurais de Catuti comentará sobre a importância da organização como fator de sucesso na produção do algodão.
Sobre - O projeto +Algodão, implementado desde 2013, promove sistemas de produção sustentáveis e inclusivos, numa perspectiva abrangente da cadeia de valor do algodão para promover o desenvolvimento rural, promovendo a agregação de valor, o comércio justo e o sistema agro têxtil. Por meio do projeto, são geradas oportunidades para trocar conhecimentos e experiências, promoção de acesso a mercados, inovações tecnológicas e gestão agrícola.
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15 agosto 2022
WFP Brasil integra painel sobre crescimento da população e desperdício
O Centro de Excelência Contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil participou, na última semana, do Food ingredients South America Summit 2022 (FiSA), no painel “Alimentando o Futuro”. O evento, realizado em São Paulo entre os dias 9 a 11 de agosto, é o maior de pesquisa e desenvolvimento da indústria de ingredientes e alimentos da América Latina.
A discussão no painel girou em torno de como alimentar a população crescente do mundo que, segundo dados das Nações Unidas, pode chegar a quase 10 bilhões de pessoas em 2060. Os palestrantes abordaram os desafios e próximos passos para que a indústria de alimentos esteja preparada para suprir essa demanda.
Oficial sênior de programas e ponto focal de parcerias do Centro de Excelência do WFP, Igor Carneiro defendeu que os maiores desafios em alimentar 10 bilhões de pessoas estão relacionados às mudanças climáticas, à pressão nos sistemas alimentares, à melhor organização da cadeia de alimentos, à urbanização do campo, a maiores gastos com alimentação e ao desperdício.
A ONU estima que restaurar carbono e nutrientes nos 2,2 bilhões de hectares de solo degradado no mundo para cultivo custaria em torno de 300 bilhões de dólares. Isso absorveria o equivalente a todas as emissões de carbono do planeta nas próximas duas décadas, conseguindo um tempo precioso para alinhar o resto da economia global à uma pegada-zero.
Desperdício - Uma pessoa precisa, em média, de 1,4 quilo de comida, sem incluir água, por dia para se alimentar. Isso significa que são necessárias cerca de 3,75 bilhões de toneladas de alimentos por ano para alimentar a todos, destacou o representante do Centro de Excelência do WFP em sua fala.
“No momento, o mundo produz cerca de quatro bilhões de toneladas de alimentos por ano, mas o desperdício em toda a cadeia de abastecimento chega a cerca de 1,35 bilhão de toneladas, desde o plantio até o consumo final”, continuou Carneiro. “Se o desperdício do alimento fosse um país, seria o terceiro maior produtor mundial de gases efeito estufa. Precisamos reverter essa tendência urgentemente.”
Ele completou que é preciso resolver a questão o quanto antes, pelo bem das próximas gerações: “Só temos um planeta e precisamos agir agora se quisermos deixar um planeta em condições habitáveis, com produção de alimentos suficientes, para nossos filhos e netos”.
O painel também contou com a participação do representante adjunto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Gustavo Chianca; da fundadora e CEO da Connecting Food Brasil, Alcione Silva; da especialista em políticas públicas do The Good Food Institute, Alysson Soares; e da diretora de marketing da General Mills Brasil, Priscila Pizano.
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12 agosto 2022
OIM lança minissérie sobre integração de jovens venezuelanos no Brasil
No Dia Internacional da Juventude, celebrado neste 12 de agosto, a Agência da ONU para as Migrações (OIM), lança a minissérie de vídeos “Jovens Venezuelanos, Vidas no Brasil”, que conta a história de integração de refugiados e migrantes venezuelanos que, quando chegaram ao Brasil tinham idade entre 15 e 24 anos.
Um dos relatos é o de Jaice, de 19 anos, que veio sem a família e participou do projeto “Beleza Além das Fronteiras”, da OIM em parceria com a Virada Feminina, e que agora trabalha no mercado de beleza em São Paulo. No Rio de Janeiro, Yarina, hoje com 25 anos, conta que estava quase desistindo de conseguir um emprego quando fez um curso na área de tecnologia da informação com a ONG Toti, em parceria com a OIM, em 2020. Hoje ela é programadora de uma multinacional do setor.
A OIM desenvolveu uma estratégia nacional de apoio aos jovens venezuelanos e migrantes de países vizinhos ao Brasil implementada no âmbito do projeto Oportunidades. Assim, são promovidos encaminhamentos para processos seletivos — incluindo os programas de aprendizagem —, revalidação de diplomas, capacitações para o mercado de trabalho, fomento ao empreendedorismo e acesso a direitos e informação.
A organização também trabalha junto ao poder público a fim de realizar ações para impulsionar a integração econômica dessa população e garantir que os desejos e necessidades dos jovens sejam levados em consideração na elaboração de políticas públicas. Em outra ação, em março deste ano, a OIM lançou quatro guias de orientação para a integração social e econômica de jovens migrantes, direcionados à sociedade civil, ao setor privado, ao setor público e aos próprios jovens.
“Esses vídeos contam as histórias de jovens da Venezuela, suas jornadas e desafios superados para alcançarem seus sonhos de ter uma nova vida e novas oportunidades no Brasil, e como estão contribuindo para suas comunidades locais”, destaca a gerente sênior de programas da OIM, Michelle Barron. “Desenvolver ações para impulsionar a integração econômica dessa população é importante porque ela também enfrenta muitos desafios para recomeçar a vida em um novo país.”
Confira aqui a série “Jovens Venezuelanos, Vidas no Brasil” publicada no canal de YouTube da OIM Brasil.
Essas atividades contam com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
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