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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
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História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
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História
03 junho 2022
Sobreviventes: os brasileiros que convivem com HIV
Cazu vive há muito tempo com HIV e o preconceito atrelado a isto: ele contraiu o vírus aos 16 anos e tornou pública sua sorologia para quebrar o estigma em torno do assunto. Aninha convive com HIV há mais de 20 anos e sobreviveu à COVID.
Cariocas, eles são os dois brasileiros entre 28 pessoas de diversas partes do mundo que participam da última edição do projeto Survivors (Sobreviventes), uma exposição fotográfica virtual que celebra a vida das pessoas que vivem com HIV.
A iniciativa é do UNAIDS em parceria com a Through Positive Eyes (Através de olhos positivos, na tradução livre). As histórias descrevem lutas, medos, esperanças e, acima de tudo, a coragem e a determinação de sobreviventes do HIV.
Cazu - Ele conta que ao assumir viver com HIV, conseguiu muitas coisas que nunca pensou serem possíveis, como reconhecimento público, papéis no cinema e no teatro. “Isto me deu forças para encorajar mais pessoas com HIV a tomarem a mesma posição: Vivo com HIV e não vou desistir dos meus objetivos. Se algo não estiver funcionando, posso mudá-lo e encontrar uma forma de avançar. Foi o que eu fiz”, relata.
Cazu decidiu tornar pública sua condição para quebrar o estigma de que pessoas com HIV são feias, improdutivas e devem viver isoladas ou tratadas como infelizes.
Pessoas que vivem com o HIV continuarão a ser quem eram antes do HIV, independentemente disso. As que eram boas pessoas continuarão a ser boas pessoas, e o mesmo vale para as que não eram. Independentemente de viverem ou não com o HIV, as pessoas continuam a ser seres humanos. Elas ainda têm sentimentos: amam, sofrem, choram e riem. O HIV não mudou fundamentalmente o meu jeito de viver
Cazu
Os desafios da pandemia também atingiram Cazu, que perdeu o emprego e pegou COVID-19 duas vezes. Ele deu a volta por cima: abriu uma microempresa para vender copos descartáveis.
“Sou autossuficiente e continuarei a viver a vida de forma positiva e a compartilhar experiências e conhecimentos com outras pessoas. Na verdade, comecei a viver mais depois do HIV. Porque o HIV não pode ser mais forte do que a vida.”
Aninha - Aninha vive com HIV há mais de 20 anos. Ela conta que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fundamental para garantir sua sobrevivência e o acesso a medicamentos que, no início, ela não queria tomar.
“O momento mais difícil da minha vida foi descobrir que eu estava grávida e que tinha HIV. Sofri durante meses. Até tentei fazer um aborto, mas o médico disse que não havia necessidade de um, já que eu estava muito doente, e que o bebê não iria sobreviver. Para minha surpresa e para surpresa de todas as pessoas, o bebê nasceu”, relata.
Aninha conta que o bebê nasceu doente, mas felizmente não tinha contraído HIV. “Foi a maior emoção que senti em toda a minha vida. Quero que o meu filho viva num mundo melhor”, resume.
Assintomática para COVID-19, ela acabou perdendo o marido para a doença há alguns meses. “Esta é a segunda vez que fico viúva por um vírus. Primeiro, pelo HIV, e o segundo, pela COVID. É uma experiência muito triste. Passar por duas pandemias, adquirir estes dois vírus mortais, e ainda estar viva me faz parecer que tenho alguma missão aqui”, afirma.
Aninha lembra que o fim da epidemia de AIDS é possível com ações simples, como informação e acesso aos cuidados em saúde.
Os antirretrovirais funcionam. Todas as pessoas devem ter direito a acessá-los. A prevenção é perfeitamente possível através do fornecimento de medicamentos adequados. Sem tratamento, a AIDS mata. O preconceito mata. Falta de interesse por parte das lideranças, mata.
Aninha
Projeto - O projeto Through Positive Eyes é organizado pelo fotógrafo Gideon Mendel, a Universidade da Califórnia (Los Angeles) e o Centro de Saúde Global e Arte. Lançado em 2007, já contou como 140 pessoas de 12 cidades do mundo vencem o estigma relacionado ao HIV/AIDS. A participação no projeto é voluntária e as pessoas são identificadas pelo primeiro nome para enfatizar sua acessibilidade e humanidade, mas também para proteger aquelas que vivem em lugares onde o estigma pode ser perigoso.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) UNAIDS é uma parceria inovadora que lidera e inspira o mundo a alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e apoio aos cuidados de pessoas com HIV/AIDS.
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História
16 maio 2022
Foto de tradição Pankararu é premiada na Suíça
Para saber se as condições climáticas irão favorecer a colheita anual, os indígenas Pankararu puxam um cipó. Numa espécie de cabo-de-guerra, os membros da comunidade localizada no sertão pernambucano dividem-se em dois times. Um deles puxa a cipó em direção ao leste e o outro para o oeste. É através desta disputa de forças que as entidades religiosas informam suas previsões aos Pankararu: se o cipó terminar no lado onde o sol nasce, no leste, o clima será próspero e a comunidade viverá um ano de abundância. Ultrapassar para o lado oeste significa pouca chuva e escassez.
Depois de assistir a uma série de previsões de seca, o estudante de mestrado Joanderson Gomes de Almeida, de 30 anos, passou a se perguntar o que ele e a sua comunidade poderiam fazer para que o cipó permanecesse no lado leste. Foi com esta inquietação e com um celular que ele fotografou a cerimônia do puxamento do cipó durante a tradicional festa do Flechamento do Imbu, uma comemoração indígena que marca o início da colheita.
“Essa tradição acontece só uma vez ao ano na comunidade, mas durante o nosso dia a dia, por que a gente não lembra dessa previsão? O que eu posso melhorar para que no próximo ano a gente possa ter um resultado de fartura e abundância? Esta é uma reflexão sobre os cuidados que a gente às vezes não tem com o meio ambiente no nosso cotidiano”, conta o estudante em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Quatro anos depois do click, a foto foi parar em uma exposição na sede da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Suíça. A imagem “Puxamento do Cipó” virou a metáfora perfeita para simbolizar o impacto das mudanças climáticas e, por este motivo, venceu o primeiro concurso de fotografia da OMPI voltado para jovens de comunidades tradicionais.
O prêmio entregue no Dia da Terra também contemplou jovens do Quênia e Filipinas. O anúncio dos vencedores foi feito no último dia 22 de abril e culminou com a exposição em Genebra. A intenção da Organização da ONU era estimular que os jovens de comunidades tradicionais expressassem criativamente o impacto das mudanças climáticas em suas regiões e, ao mesmo tempo, aprendessem a proteger seus trabalhos recorrendo aos direitos de propriedade intelectual. Para escolher os vencedores, entre mais de 30 imagens finalistas, foi convocado um painel independente de jurados constituído por quatro fotógrafos internacionais.
“Os jovens têm o maior interesse no futuro do nosso planeta e é por isso que estou satisfeito que o primeiro Prêmio de Fotografia da OMPI esteja oferecendo aos membros de comunidades indígenas e locais a oportunidade de se expressarem através da fotografia sobre a crise climática e outros desafios relacionados que estão enfrentando”, declarou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang, durante a cerimônia de premiação.
Na oportunidade, ele também destacou como é estreita a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente e seus recursos, sendo elas as primeiras a enfrentarem as consequências diretas da crise climática, como a perda da diversidade biológica e o aumento do nível dos oceanos. Ao parabenizar o indígena brasileiro pela conquista, o diretor-geral lembrou que o povo Pankararu tem uma forte vocação de preservar a natureza e as tradições. No entanto, eles também têm sido castigados por períodos sem chuva e seca, o que dificulta as atividades agrícolas tradicionais.
Conexão - Em Pernambuco, a comunidade Pankararu está estabelecida entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, distante cerca de dez quilômetros do rio São Francisco. Esta proximidade ajuda a explicar porque a água, mais do que um recurso essencial para a vida, também é considerada parte da constituição deste povo. “Existia uma ocupação tradicional desta terra narrada na própria cosmologia do povo Pankararu. As primeiras entidades, que chamamos de Encantados, eram pessoas normais que receberam o dom depois de entrarem na cachoeira do rio São Francisco. E hoje nós não temos acesso a água. Esta é uma reivindicação do povo Pankararu. A gente mora a menos de 10 quilômetros do rio São Francisco e não temos água”, explica Joanderson.
Em sua inscrição no concurso da OMPI, o estudante de mestrado defendeu que jovens indígenas ocupem espaços como estes e que novas soluções inovadoras sejam propostas a partir de parcerias com as comunidades locais. “Os indígenas têm uma forma tradicional de cultivo e manejo da terra, sem o viés mercantilista. Não vemos a terra como objeto de produção de capital, mas como uma forma de vida e subsistência. Ainda há muito o que se falar sobre clima e sobre povos indígenas para além desta visão marginal”, pontua. “Agradeço a OMPI pela iniciativa de criar esse concurso e por incentivar jovens indígenas e de comunidades tradicionais a participarem. Agora, com o prêmio, poderei registrar estes momentos com mais qualidade e profissionalismo”.
Como primeiro colocado, Joanderson ganhou da organização equipamento fotográfico profissional no valor de 3.500 dólares.
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História
06 maio 2022
Mãe reencontra filhas depois de quatro anos de separação
A venezuelana Yerika deixou a Venezuela em busca de oportunidades para uma nova vida com as três filhas. Ela chegou ao Brasil em Roraima mas a oportunidade de trabalho surgiu a 5 mil quilômetros de distância, em Pinhalzinho, no interior de Santa Catarina. A separação entre Yerika e as filhas Evelin, 13 anos, Camila, 10 anos, e Josemiht, 8 anos, foi inevitável.
Com a família dividida entre o norte e o sul do país, as meninas ficaram sob cuidados de um responsável, que procurou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o parceiro AVSI Brasil. As meninas foram encaminhadas para um abrigo do governo de Roraima destinado a crianças desacompanhadas.
O oficial de Proteção à Criança e ao Adolescente do UNICEF em Roraima, Tomás Tancredi, explica que o direito à convivência familiar e comunitária é prioridade. “O trabalho envolve busca ativa das famílias, avaliação psicossocial para identificar as possibilidades de reunificação junto à rede de proteção, apoio psicossocial continuado para estas crianças e, em alguns casos, apoio financeiro para a sustentabilidade da reunificação. A articulação com as redes de proteção e demais organizações que atuam na resposta humanitária, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é fundamental para garantir a adaptação destas crianças em uma nova realidade”, explica.
O abrigo onde Evelin, Camila e Josemiht ficaram tem a estrutura de uma residência, similar ao ambiente de uma casa familiar, com atividades educacionais e apoio psicossocial. A gerente do abrigo da Secretaria de Estado de Trabalho e Bem-Estar Social, Luciana Oliveira da Silva, explica que a unidade tem parceria com organizações para buscar as famílias das crianças. “Apesar de estarem em um ambiente em que estão sendo cuidadas, não é o lar delas. Elas sentem falta, perguntam e ficam ansiosas para o reencontro”, relata.
Após o abrigamento no local, o UNICEF entrou em contato com a OIM para localizar a mãe e dar entrada do processo na estratégia de interiorização do governo federal, para que as irmãs pudessem viajar para junto de Yerika.
A análise documental foi o passo inicial na viagem, assim como o acompanhamento médico no Núcleo de Saúde da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo venezuelano, para verificação vacinal e testagem de COVID-19. Era dezembro de 2021 e os dias foram contados com ansiedade pelas meninas e pela mãe.
De acordo com o assistente de Proteção da OIM Luís Minchola, o reencontro representa o apoio dos atores que buscam a melhor solução em situações de crianças e adolescentes desacompanhadas dentro de um contexto migratório. “Todos estão envolvidos em levar oportunidades nos locais de destino: acesso às escolas, aos serviços de saúde e que tenham o convívio familiar garantido dentro de todos os preceitos de proteção à infância”, explica.
No dia 26 de dezembro, a equipe da OIM buscou Evelin, Camila e Josemiht no abrigo estadual e as levou para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. Além da revisão documental pré-embarque, a OIM comprou as passagens aéreas e garantiu a presença de uma funcionária para acompanhar todo o trajeto, até que elas estivessem seguras com a mãe.
O REENCONTRO – Já era noite quando o abraço do reencontro finalmente aconteceu. Entre lágrimas, mãe e filhas correram para que estivessem juntas novamente. Na parede da casa nova, os cartazes improvisados com folhas de caderno estampavam os dizeres de “bem-vindas minhas princesas”, em espanhol. No sofá, os cochichos entre as quatro demonstravam que o tempo de separação não diminuiu em nada o afeto e a cumplicidade.
“Foi uma emoção tão grande, não sei nem explicar. Foi tanto tempo longe! É muito gratificante ter minhas filhas aqui do meu lado. Meu plano para o futuro é dar muito amor a elas. Estou muito emocionada e feliz.”
Yerika
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Notícias
27 junho 2022
ACNUR leva ajuda humanitária às vítimas do terremoto no Afeganistão
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) enviou toneladas de itens de emergência e vários especialistas para apoiar os esforços de ajuda humanitária nas partes do sudeste do Afeganistão atingidas pelo terremoto mortal de quarta-feira (22).
Os itens incluem abrigo e utensílios domésticos, compostos por 600 barracas, 4.200 cobertores, 1.200 galões, 1.200 baldes, 1.200 lonas plásticas, 600 conjuntos de cozinha e 1.200 lâmpadas solares.
Os suprimentos saíram dos estoques do ACNUR em Cabul e foram transportados em nove caminhões na quinta-feira (23). Eles apoiarão cerca de 4.200 sobreviventes nos distritos de Giyan, Bermal, Zerok e Nika na província de Paktika, e no distrito de Spera na província de Khost, que viram centenas de vítimas e milhares de casas destruídas ou danificadas.
No pior terremoto a atingir o país nos últimos vinte anos, quase 800 pessoas foram confirmadas mortas e muitas outras ficaram feridas. A devastação foi agravada pelo fato de que as pessoas estavam dormindo em suas casas de barro em uma das regiões mais remotas do Afeganistão.
A província de Paktika foi a mais afetada. As autoridades interinas do Afeganistão relatam, até o momento, 500 mortes em Bermal e 238 nos distritos de Giyan. Cerca de 29 mortes foram registradas no distrito de Spera, na província de Khost, na quinta-feira (23). Além disso, pelo menos 1.455 pessoas ficaram feridas em três dos seis distritos mais afetados de Barmal (1.000), Giyan (393) e Spera (62) – muitas com gravidade.
As autoridades interinas do Afeganistão relatam que a maioria das operações de busca e resgate já havia sido concluída na noite de quarta-feira (22), mas devido ao afastamento das áreas afetadas e com avaliações adicionais ocorrendo no dia seguinte, o número de vítimas e as estimativas de danos podem aumentar. Fortes chuvas varreram a região nos últimos dias e agravaram a miséria.
O ACNUR enviou funcionários que ajudarão a providenciar abrigos para pessoas que ficaram desabrigadas pela devastação. Nossas equipes estão estabelecendo três centros de abastecimento nos distritos de Giyan, Bermal e Spera para que o apoio humanitário que chega de Cabul possa ser rapidamente transferido para as comunidades afetadas pelo terremoto. Mais apoio é urgentemente necessário para evitar um desastre humanitário subsequente nas áreas afetadas. Há também um sério risco de doenças transmitidas pela água.
Quatro décadas de conflito e instabilidade no Afeganistão deixaram milhões de pessoas à beira da fome. Cerca de 24 milhões de afegãos já precisam de assistência humanitária devido à fome, à crise econômica e à falta de ajuda, no que diz respeito ao desenvolvimento e ao impacto da mudança nas autoridades governamentais há dez meses. Atualmente, o Afeganistão tem cerca de 3,5 milhões de pessoas deslocadas por conflitos, além de cerca de 1,57 milhão de pessoas deslocadas pelo clima. Nos últimos meses, houve repetidos bombardeios e ataques violentos em várias partes do país.
O ACNUR está apoiando milhões de afegãos dentro do país e nos vizinhos Paquistão, Irã e Ásia Central.
Para mais informações sobre este tema, por favor, entre em contato com:
Em Cabul, Peter Kessler, kessler@unhcr.org, +93 70 2465 614
Em Bangkok, Babar Baloch, baloch@unhcr.org, +66 80 086 5611
Em Bangkok, Kasita Rochanakorn, rochanak@unhcr.org, +66 64 932 0803
Em Genebra, Shabia Mantoo, mantoo@unhcr.org, +41 79 337 7650
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27 junho 2022
Migrantes são imunizados em ocupações espontâneas de Boa Vista
Abraçada com a mãe, Alejandra, de 11 anos, enfrentou o medo da agulha para receber a imunização contra a COVID-19 na ocupação espontânea onde mora na cidade de Boa Vista, em Roraima. Além da proteção contra a doença pandêmica, ela teve o cartão de vacinação atualizado com as doses estabelecidas pelo calendário nacional de imunização do Ministério da Saúde. A ação conjunta realizada pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (FUPAD), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista visa ampliar a cobertura vacinal da população refugiada e migrante fora dos abrigos.
Durante o mês de maio, a equipe de saúde da OIM percorreu os 16 espaços identificados na capital com moradores venezuelanos que não estão nos abrigos federais da Operação Acolhida, resposta humanitária do governo brasileiro, para promover a campanha de vacinação contra o coronavírus, febre amarela, tríplice viral e influenza dentro desses espaços.
“Mensalmente a OIM faz pesquisas para traçar o perfil social nesses locais e, analisando os dados, percebemos a grande necessidade da vacinação nas ocupações espontâneas porque as taxas vacinais, principalmente contra a COVID-19, estavam abaixo dos 50%, sobretudo da população infantil”, explicou a médica da organização, Carolina Hernandez.
Preparação - Para incentivar a vacinação foram realizadas diversas sessões informativas e a FUPAD fez busca ativa nas ocupações espontâneas para indicar a importância da imunização, sanar dúvidas e desmistificar informações falsas sobre a vacinação em crianças. Com boa recepção dos moradores, iniciou-se o planejamento para a campanha.
A partir disso, houve o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Boa Vista com insumos, como doses e seringas, do UNICEF com duas enfermeiras e a FUPAD também apoiou com enfermeira e dois promotores de saúde que deram suporte na inclusão dos dados nos cartões de vacina dos beneficiários.
De acordo com Hernandez, a imunização para a população venezuelana refugiada e migrante é fundamental, uma vez que ingressam em um novo território e precisam manter a imunização atualizada e vigente no país. “As vacinas são a principal prevenção para algumas doenças, além de reduzir o número de patologias infecciosas, também evita o desenvolvimento das formas graves", complementou a médica.
Ação - Ao todo, a OIM aplicou 742 doses vacinais, sendo 302 para COVID-19, incluindo 74 doses para crianças de 5 a 11 anos, 54 doses para febre amarela, 112 doses de tríplice viral e 274 doses para influenza.
Para Yarymar, mãe de Alejandra, a vacinação demonstra o cuidado com a saúde para todos. “Chegamos recentemente no Brasil e é bom ver meus filhos protegidos dessa forma”, afirmou. Já para Alejandra, depois que o medo passou, só ficou a felicidade. “Doeu, mas foi rápido!”, disse aos risos ao ver o próprio nome no Certificado de Coragem para crianças que são imunizadas contra o coronavírus.
As atividades da OIM contam com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
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27 junho 2022
OPAS cria grupo de trabalho para estudar COVID-19 de longa duração
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) está apoiando seus Estados-membros a compreender melhor a condição pós-COVID-19 e as formas de tratar pacientes de forma mais efetiva.
Foi estabelecido um grupo de trabalho para gerar uma melhor compreensão dos efeitos da condição, desenvolver algoritmos de atenção ao paciente para os serviços de saúde e avançar em guias de manejo e reabilitação.
Também conhecida como “COVID-19 de longa duração”, a condição pós-COVID-19 descreve um percentual de pessoas que, após desenvolverem a doença, experimentam uma variedade de efeitos a médio e longo prazo. Entre os sintomas estão a fadiga, falta de ar e problemas cognitivos como confusão, esquecimento ou falta de concentração e clareza mental.
O comprometimento funcional pós-COVID-19 pode limitar a capacidade de uma pessoa realizar atividades cotidianas, incluindo trabalho ou tarefas domésticas. Também pode impactar o desempenho profissional e dificultar a interação social.
Enquanto a maioria das pessoas que desenvolvem COVID-19 se recupera completamente, estima-se que entre 10% e 20% dos pacientes sofram dessa condição, definida como sintomas que continuam por três meses após a infecção, duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por diagnósticos alternativos. O número exato de pessoas afetadas pela COVID-19 de longa duração é desconhecido.
“É difícil prever quanto tempo a condição pós-COVID-19 durará para um determinado paciente”, afirma o diretor de Incidentes para COVID-19 da OPAS, Sylvain Aldighieri. “Ainda há muito a aprender sobre a condição, mas as pesquisas atuais mostram que os pacientes podem apresentar sintomas persistentes por semanas ou meses após a infecção por COVID-19”.
Até o momento, mais de 90 mil casos de COVID-19 aguda em países das Américas, incluindo a condição pós-COVID-19, estão listados na Plataforma Clínica Global para a COVID-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS), que coleta dados e descrições para apoiar pesquisas e compartilhar orientações sobre serviços clínicos para pacientes.
É a partir de dados como esses que especialistas estão elaborando diretrizes para atenção aos pacientes com a COVID-19 de longa duração.
Prevenção - A OPAS também distribuiu um folheto aos países sobre a condição, com informações para entendê-la, medidas que as pessoas podem adotar e orientações sobre diagnóstico, prevenção e tratamento.
O material, que também está disponível no site da OPAS, sugere que se busque atenção imediata em caso de falta de ar repentina e grave, dor no peito, pensamentos suicidas, tosse com sangue, dor de cabeça intensa, debilidade de um lado do corpo e dificuldade para falar.
“A melhor maneira de prevenir a condição é evitar a infecção por COVID-19 vacinando-se completamente, usando máscaras em espaços fechados, evitando aglomerações, mantendo uma distância de um metro de outras pessoas, lavando as mãos com frequência e mantendo os espaços bem ventilados”, aponta Aldighieri.
Isto porque, apesar de a condição pós-COVID-19 ser mais comum em pacientes que desenvolveram a forma grave da doença, há relatos de indivíduos que tiveram doença moderada, mas experimentaram algumas sequelas, principalmente respiratórias, neurológicas e psicológicas.
Educação - A OPAS também desenvolveu atividades de formação dirigidas a tomadores de decisão e profissionais de saúde, em seu esforço para aumentar o conhecimento sobre a pós-COVID-19.
Aspectos relacionados à saúde mental e reabilitação também são importantes no tratamento da condição e a OPAS está assessorando os países sobre técnicas para apoiar a recuperação. Estas podem incluir exercícios para controlar a falta de ar e a fadiga, além de atividades para melhorar a atenção, memória e pensamento.
A OPAS está atualizando suas orientações sobre manejo e reabilitação da condição pós-COVID-19, organizando workshops e webinars e trabalhando com especialistas nos países para compartilhar informações sobre estratégias de manejo clínico.
Já a Plataforma Clínica Global para COVID-19 da OMS continua coletando e analisando informações relacionadas à infecção para apoiar pesquisas sobre o tema e conta com mais de 600 mil casos de pacientes em todo o mundo que sofreram com a doença.
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24 junho 2022
OPAS publica novas orientações sobre hepatite infantil desconhecida
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) disponibilizou novas orientações aos laboratórios das Américas para contribuir com as investigações sobre as causas da hepatite de origem desconhecida em crianças.
Segundo informações oficiais, já foram notificados 869 casos prováveis da doença em crianças saudáveis menores de 16 anos em 33 países ao redor do mundo, entre 1º de outubro de 2021 e 16 de junho de 2022. Destes, 368 estavam em sete países das Américas, a maioria (290) nos Estados Unidos.
“Embora esta seja uma doença grave em crianças e seja motivo de preocupação, sua ocorrência permanece pouco frequente”, afirmou a chefe de HIV, Tuberculose, Hepatites e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS, Ruben Mayorga. Ela ressaltou, no entanto, que é importante “continuar monitorando a situação e investigando os casos prováveis”.
Existem várias hipóteses sobre a causa desses casos, incluindo fatores toxicológicos/medicamentosos, alimentícios, imunológicos, ambientais ou infecciosos, mas nenhuma foi comprovada até o momento e várias delas estão sendo ativamente investigadas. Conhecer as causas permitirá informar as políticas e medidas de saúde pública para prevenir novos casos e tratar a doença.
Orientações - As novas diretrizes da OPAS incluem um algoritmo de laboratório criado para descartar as hepatites virais mais frequentes (A, B, C, D e E) e outras doenças endêmicas da região que podem causar danos ao fígado, como malária, febre amarela e leptospirose.
O adenovírus humano — que geralmente causa infecções gastrointestinais ou respiratórias leves e autolimitadas em crianças — está entre os agentes infecciosos investigados. Por isso, as orientações incorporam sua busca como parte do protocolo de investigação entre as possíveis causas infecciosas.
Uma vez descartadas outras possibilidades, a orientação da OPAS sugere considerar testes adicionais, como um painel respiratório, ou para enterobactérias e outros patógenos menos frequentes. Esse processo de testes escalonados garante um uso racional e custo-efetivo dos recursos dos laboratórios de saúde pública.
“Essas orientações buscam ajudar a reunir informações para definir qual é a causa mais provável dessa hepatite”, explicou o assessor regional da OPAS para doenças virais, Jairo Méndez. “Pode ser multifatorial, pode ser algo desencadeado em conjunto com outras causas infecciosas, tóxicas ou metabólicas, mas ainda não sabemos, por isso é importante analisar os casos prováveis e esclarecer um pouco mais a investigação.”
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24 junho 2022
222 milhões de crianças precisam de apoio educacional
Um novo relatório chocante da ONU, divulgado na terça-feira (21), mostrou que o número de crianças em idade escolar afetadas por crises e que precisam de apoio educacional cresceu de cerca de 75 milhões em 2016 para 222 milhões atualmente.
O Fundo Global para a Educação em Emergências e Crises Prolongadas da ONU, A Educação Não Pode Esperar, destacou que entre 222 milhões de meninas e meninos, 78,2 milhões não frequentam a escola e cerca de 120 milhões dos que frequentam não estão alcançando a proficiência mínima em matemática ou leitura. Na verdade, apenas uma em cada dez crianças afetadas pela crise que frequentam o ensino primário, fundamental ou médio está, de fato, atendendo aos requisitos de proficiência.
Apoio às crianças – 222 milhões de crianças estão perdendo o tempo necessário de sala de aula ao redor do mundo e seus sonhos para o futuro estão sendo arrebatados por conflitos, deslocamentos e desastres climáticos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que "diante dessas crises, o fundo global da ONU para a educação em emergências, A Educação Não Pode Esperar, está apoiando crianças em 40 países. Precisamos de governos, empresas, fundações e indivíduos para apoiar o trabalho vital do fundo global".
Necessidade – Análises indicam que 84% das crianças que não frequentam a escola vivem em áreas com conflitos prolongados, e a grande maioria está em países especificamente selecionados para os investimentos plurianuais inovadores do fundo global, incluindo Afeganistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Mali, Nigéria, Paquistão, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Iêmen.
Nos campos de refugiados provisórios, nas salas de aula com paredes danificadas e nas comunidades destruídas pela guerra e desastres, milhões de crianças vulneráveis se agarram desesperadamente à esperança de que a educação realize seus sonhos de se tornarem médicos, engenheiros, cientistas ou professores. A necessidade delas nunca foi tão grande e urgente, apontou o fundo global.
Ao alcance das crianças – As análises iniciais também sugerem que os prejuízos educacionais provocados pela pandemia de COVID-19 são mais acentuados entre os mais pobres e aqueles que já estavam atrasados em termos de aprendizado anteriormente, duas categorias que normalmente incluem crianças atingidas pela crise.
Em conjunto com parceiros estratégicos, o compromisso coletivo do fundo global é defender o direito fundamental das crianças afetadas pelas crises a uma educação igualitária, inclusiva e de qualidade, proporcionando oportunidades de aprendizagem, incluindo abordagens de aprendizagem integral e global para ajudá-las a superar os desafios específicos que enfrentam em meio a crises e a alcançar objetivos relacionados à aprendizagem.
Em relação à Cúpula sobre Transformação da Educação que acontecerá em setembro, o chefe da ONU disse que as "ideias e inovações" do fundo global são essenciais e pediu a todos que "façam com que a educação esteja ao alcance de todas as crianças no mundo".
Sonhos – Para responder a esta crise educacional global preocupante, o fundo global A Educação Não Pode Esperar e parceiros estratégicos lançaram uma campanha de mobilização de recursos 222 Milhões de Sonhos (#222MillionDreams) em Genebra.
Embora já ofereça educação de qualidade a mais de cinco milhões de crianças em mais de 40 países afetados pela crise, a campanha apela a doadores, fundações filantrópicas e indivíduos de alta renda para mobilizar mais recursos urgentemente a fim de aumentar os investimentos do fundo global. "Ajudem-nos a realizar 222 milhões de sonhos", pede o chefe da ONU.
O enviado especial da ONU para Educação Global e presidente do Grupo de Alto Nível do fundo global A Educação Não Pode Esperar, Gordon Brown, pediu mais recursos financeiros "para garantir que todas as crianças e jovens possam receber uma educação de qualidade no mundo. Governos, setores privados e fundações podem e devem desbloquear esses recursos".
Apelo de ação global – Enquanto o mundo luta contra os impactos devastadores de conflitos armados, COVID-19 e mudanças climáticas, 222 milhões de crianças passam por essas experiências horríveis.
"É um apelo de ação global", disse a diretora da A Educação Não Pode Esperar, Yasmine Sherif, se referindo à campanha que será levada à Conferência de Alto Nível para Financiamento do fundo global no próximo ano (2023), de 16 a 17 de fevereiro, em Genebra. "É nosso dever capacitar as crianças por meio da educação e ajudá-las a realizar seus sonhos".
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