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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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18 novembro 2022
UNA-SE: campanha brasileira celebra ativistas dos direitos das mulheres
A ONU Brasil promove, entre os dias 20 de novembro e 10 de dezembro 2022, a edição anual da campanha do secretário-geral das Nações Unidas “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, a campanha apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas.
No Brasil, a campanha marca também o bicentenário de independência, convidando a população a debater e construir "o Brasil das mulheres", um país que seja diverso, justo e seguro, onde todas as mulheres e meninas possam viver suas vidas livres de violência e de discriminação. Dando visibilidade ao trabalho das mulheres defensoras de direitos humanos, a campanha demonstra, na prática, a importância do ativismo e as transformações sociais positivas que mulheres ativistas proporcionaram ao país.
“A violência contra as mulheres e as meninas é uma grave violação de direitos humanos. Precisamos escutar e fazer ecoar as vozes das mulheres defensoras de direitos humanos, que têm trabalhado arduamente, em todos os lugares, para que todas as mulheres e meninas vivam suas vidas livres de violência", afirma a coordenadora residente das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks.
Campanha - Internacionalmente, a campanha se inicia em 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres). No Brasil, para dar visibilidade às múltiplas e agravadas formas de discriminação e às violações de direitos e violências contra mulheres e meninas negras, o lançamento acontece cinco dias antes, no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Diferentemente de edições passadas, neste ano as Nações Unidas convidam parceiros e parceiras a buscar formas alternativas de pintar de laranja prédios e monumentos que não envolvam iluminação, por conta da crise energética em todo o mundo e das medidas cada vez mais urgentes de preservação ambiental e mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Neste período, a ONU Brasil sugere 'iluminar' as redes sociais de laranja, vestir-se de laranja e incentivar outras pessoas a fazer o mesmo como uma forma de propagar os objetivos da campanha.
Além da campanha de conscientização em redes sociais, entidades das Nações Unidas no Brasil também promovem diversas atividades, online e presenciais. Para saber mais, acompanhe as redes sociais da ONU Brasil.
Enfrentamento e prevenção - Entre os mecanismos de enfrentamento e prevenção à violência que devem ser celebrados através da campanha, destaca-se a Lei Maria da Penha, a mais importante legislação sobre violência contra mulheres no país. A Lei Maria da Penha é um dos maiores exemplos do esforço coletivo de feministas e defensoras de direitos humanos e trouxe inúmeros avanços no país. Outro exemplo importante é a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2019, que prevê maior proteção a mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis contra discriminação com base em orientação sexual e identidade de gênero, por analogia ao crime de racismo. De grande importância é também a decisão do STF de 2022, que estabeleceu jurisprudência para a aplicação da Lei Maria da Penha para mulheres trans e travestis.
Desafios - Apesar dos avanços, ainda existem lacunas na proteção integral de direitos humanos de todas as mulheres e meninas no Brasil. Equipamentos e serviços especializados para atender mulheres e meninas em situação de violência concentram-se nas cidades grandes, com menor presença em municípios médios e pequenos e, em especial, nas áreas rurais.
Além disso, as leis existentes não abarcam contextos de violência contra mulheres no ambiente de trabalho, nos meios de comunicação, contra as ativistas que defendem direitos humanos, em contextos de deslocamento, sejam eles forçados ou voluntários, ou nos casos de violência perpetrada por atores estatais.
"A violência contra mulheres e meninas não afeta todas elas da mesma forma. Por isso, precisamos de soluções e iniciativas específicas para que possamos construir esse Brasil das mulheres, que seja realmente de todas as mulheres e meninas", completa Silvia Rucks.
No terceiro ciclo da Revisão Periódica Universal (RPU), mecanismo de avaliação da situação de direitos humanos nos Estados-membros das Nações Unidas, o Brasil recebeu 20 recomendações de áreas a serem aprimoradas para o enfrentamento à violência contra mulheres. Segundo relatório da Câmara dos Deputados de 2021, houve progresso em apenas seis, com destaque para a atuação do Legislativo e do Sistema de Justiça. A revisão do quarto ciclo foi finalizada no último dia 18 e novas recomendações devem ser adotadas pelo Brasil no próximo ano.
Contatos para imprensa
ONU Mulheres
Bárbara Lima – Coordenadora da Campanha no Brasil
barbara.lima@unwomen.org
+55 (61) 99662-9294
História
07 dezembro 2022
Brasileira é nova Jovem Líder da ONU
Usando a tecnologia e as redes sociais para defender os direitos humanos, a brasileira Luísa Franco Machado foi escolhida para ser uma das Jovens Líderes da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ela vai ocupar o posto ao lado de outros 16 ativistas globais, todos com idades entre 17 e 29 anos.
Aos 23 anos, a pesquisadora é graduada em ciência política e mestre em administração pública, bem como em novas tecnologias aplicadas a esta mesma área. Usando as redes sociais, ela compartilha suas experiências acadêmicas e vivências como jovem queer* do hemisfério sul para conscientizar seus seguidores sobre direitos na internet.
“Direitos digitais, direitos LGBT e gênero estão completamente interligados, porque a gente entende que tanto as plataformas digitais quanto os softwares tendem a ser construídos de uma maneira machista, a homofóbica, racista”, explica Luísa.
Mudar essa realidade, tornando o ambiente online mais justo e inclusivo, é um dos objetivos da jovem, que viu no programa da ONU uma oportunidade para expandir seu trabalho.
“Comecei a falar sobre isso em minhas redes sociais, principalmente no TikTok. Meus vídeos viralizaram e então engajei uma comunidade de jovens online que também queriam participar da construção de políticas públicas relacionadas ao mundo digital”, recorda. “Minha ideia agora é conseguir transformar meus seguidores em um movimento capaz de atuar em governos, ONGs e organizações civis.”
Ocupar espaços - Atualmente com quase 50 mil seguidores no TikTok, no perfil @political_queer, Luísa aproveita a linguagem informal das redes sociais para abordar de forma acessível temas espinhosos, mas necessários. “Muita gente fala que a tecnologia é o futuro, mas falamos pouco sobre os impactos da tecnologia nas pessoas”, ressalta. “Quais são os nossos direitos a partir do momento que a gente está envolvido com uma máquina ou com um sistema? Isso vai desde privacidade de dados até o direito de não ter informações suas usadas contra você.”
Como a ativista aponta, mesmo quando tais temas são discutidos, normalmente eles ficam restritos a grupos compostos por homens brancos ricos do hemisfério norte. “Pela minha experiência, nas políticas públicas em geral, mas principalmente nos temas de tecnologia, existem pouquíssimas pessoas como eu nos lugares de tomada de decisão”, afirma. “Minha ideia é justamente estar presente nesses lugares.”
ONU - Durante o mandato de dois anos como Jovem Líder dos ODS, Luísa é incentivada a participar de conferências e eventos como uma representante da juventude em relação a temas como direitos digitais, direitos LGBT e gênero. No próximo ano, por exemplo, ela deve se encontrar na sede da ONU em Nova Iorque como os outros Jovens Líderes, que trabalham em prol de outros temas, como desenvolvimento sustentável, paz e segurança.
No entanto, o contato com colegas de mandato já começou: Luísa está desenvolvendo uma parceria com a nigeriana Karimot Odebode. Poeta e ativista pela igualdade de gênero, Karimot é fundadora da iniciativa Black Girl's Dream (Sonhos de uma jovem negra, em tradução livre), que trabalha com o empoderamento de mulheres e garotas, relacionando o tema com internet e conectividade em seu país natal.
“Nós nos conhecemos por coincidência em uma conferência da União Internacional de Telecomunicações (UIT) há um mês, na Romênia. Parecia que já éramos melhores amigas há muito tempo. Tenho certeza que isso vai acontecer com muitas outras pessoas do grupo”, projeta Luísa sobre os colegas de ativismo.
*Queer é um termo guarda-chuva da língua inglesa (e apropriado por outras línguas) usado para descrever identidades de gênero e/ou orientações sexuais que vão além da heterossexualidade e das normas cisgênero (ou seja, das normas que impõe a adequação da identidade de gênero do sujeito ao seu sexo biológico).
*Queer é um termo guarda-chuva da língua inglesa (e apropriado por outras línguas) usado para descrever identidades de gênero e/ou orientações sexuais que vão além da heterossexualidade e das normas cisgênero (ou seja, das normas que impõe a adequação da identidade de gênero do sujeito ao seu sexo biológico).
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História
06 dezembro 2022
“Empoderada”, diz refugiada sobre emprego
A venezuelana Mariangel chegou ao Brasil há onze meses buscando um recomeço. Ela cruzou a fronteira da Venezuela com Roraima trazendo em seus braços dois dos seus quatro filhos, uma irmã e uma sobrinha. Sem uma rede de apoio ou perspectivas de conseguir emprego, ela buscou uma vaga em um abrigo emergencial na capital Boa Vista (RR), e lá teve contato pela primeira vez com o Empoderando Refugiadas, um programa cujo objetivo é alavancar a inclusão socioeconômica de mulheres refugiadas e migrantes que chegam ao Brasil buscando apoio– incluindo mulheres LGBTQIA+, mulheres com deficiência e com mais de 50 anos.
Por dois meses, ela participou de cursos e capacitações sobre o mercado de trabalho brasileiro, sobre leis e direitos trabalhistas, e para desenvolver habilidades que pudessem aumentar suas chances de contratação. Assim que as aulas acabaram, ela recebeu uma proposta do shopping Iguatemi, em Campinas (SP), uma das empresas engajadas com o projeto. Com um emprego garantido, ela mudou com a família para o interior paulista e hoje voltou a fazer planos.
“O que é mais legal é [que o programa] te ajuda a seguir em frente, produzindo e para que você seja uma pessoa melhor”, diz Mariangel. “Eu me sinto bem porque sou uma mulher empoderada, uma mulher que pode seguir em frente, uma mulher que pode lutar por seus filhos, dar tudo a seus filhos, trabalhar, e que não depende de outra pessoa para ter as coisas”, comemora.
Mariangel é uma das dezenas de mulheres que participaram da sétima edição do Empoderando Refugiadas. O programa é desenvolvido em conjunto pela Agência das ONU para Refugiados (ACNUR), ONU Mulheres e Pacto Global. A sétima edição também contou com o patrocínio de duas empresas parceiras: Lojas Renner SA e Shopping Iguatemi.
Estas mesmas agências da ONU também atuam em diferentes projetos, mobilizando instituições e empresas para incluir mais mulheres refugiadas e migrantes no mercado de trabalho, com capacitação e acompanhamento para a integração no novo destino. Além de mobilizar pela abertura de novas oportunidades de emprego, as agências também trabalham para criação de iniciativas que fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento das mulheres refugiadas e migrantes. E, para aquelas que optaram por abrir o próprio negócio, as agências buscam apoiar na conquista de novos mercados e na inclusão nas cadeias produtivas já existentes.
Iniciativas - Um exemplo de outro projeto desta mesma natureza é o Moverse, programa conjunto implementado por ACNUR, ONU Mulheres e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o financiamento do Governo de Luxemburgo. Este programa busca garantir que políticas e estratégias de empresas públicas, privadas e instituições fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre refugiadas e migrantes venezuelanas. A principal ação do programa nesse sentido é o apoio a empresas para que desenvolvam e implementem um plano de ação com foco no empoderamento econômico dessas mulheres – e que pode incluir desde cursos de aperfeiçoamento profissional, creche e apoio à educação de filhos e filhas até inclusão de refugiadas e migrantes na cadeia de suprimentos e estratégias de comunicação que retratem e empoderem essas mulheres.
Já o Fórum Empresas com Refugiados é uma iniciativa desenvolvida por ACNUR e Pacto Global que, atualmente, conta com mais de 50 empresas e organizações membros. O objetivo é fomentar trocas e aprendizagem entre as empresas participantes, focando na contratação inclusiva de pessoas refugiadas, incluindo desafios, oportunidades e boas práticas, com ações exclusivas voltadas para populações específicas, como famílias monoparentais chefiadas por mulheres.
Uma quarta iniciativa que faz parte dessa abordagem integrada é a plataforma Refugiados Empreendedores, desenvolvida por ACNUR e Pacto Global para divulgar negócios de pessoas refugiadas. Por meio da plataforma, que oferece visibilidade aos negócios liderados por pessoas refugiadas no Brasil, em sua maioria mulheres, é possível comprar produtos e se comunicar diretamente com as empreendedoras.
Quando participam de uma das iniciativas listadas, as instituições e empresas interessadas podem ampliar a atuação junto ao tema, passando a integrar os demais projetos. Por exemplo: uma empresa que já tenha assinado a Carta de Compromisso do programa Moverse pode apoiar o projeto Empoderando Refugiadas e pode integrar o Fórum Empresas com Refugiados – as duas ações colaboram, inclusive, para o cumprimento dos compromissos assumidos na assinatura da carta. E para apoiar na compreensão dessas possibilidades, é oferecido suporte da equipe do Moverse, que também atua no desenvolvimento de um plano de ação junto às empresas e instituições signatárias da carta.
Saiba mais sobre essa integração clicando aqui
Para participar – Todas as iniciativas integradas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e aos Princípios Orientadores da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos. Para empresas que desejam aumentar o engajamento com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, a ONU Mulheres também incentiva a assinatura dos Princípios do Empoderamento das Mulheres (WEPs, da sigla em inglês), uma iniciativa global da ONU Mulheres e Pacto Global para orientar empresas sobre como empoderar as mulheres no ambiente de trabalho, no mercado e nas comunidades.
Para saber mais sobre os projetos e integrar alguma das ações, as instituições e empresas podem entrar em contato pelos seguintes endereços:
Moverse – flavia.muniz@unwomen.org
Empoderando Refugiadas – empoderandorefugiadas@pactoglobal.org.br
Fórum Empresas com Refugiados – empresascomrefugiados@pactoglobal.org.br
Refugiados Empreendedores – tarantin@unhcr.org
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História
17 novembro 2022
Mãe e filha protegem erva-mate no Paraná
Todos os dias pela manhã, Verônica Vergopolem se levanta para cuidar do cultivo na propriedade “Serra das Araucárias”, no município de Bituruna, interior do Paraná. A produção de erva-mate é responsável pelo sustento financeiro e a horta pela segurança alimentar da família. De forma agroecológica, a produtora rural providencia o pão e as frutas, a erva do chimarrão e até mesmo o arroz, o feijão e as verduras que enchem a mesa em todas as refeições.
Filha de produtores rurais, ela carrega o orgulho de ser agricultora e entende a importância da preservação da natureza. “Eu posso dizer que sou erveira. A gente planta tudo de forma orgânica, natural, nunca usamos químicos aqui. Eu cuido do meio ambiente”, diz.
O conhecimento de Verônica sobre a biodiversidade e o cultivo da erva-mate, bem como o seu carinho, a sensibilidade e o respeito pela natureza, foram passados também para seus filhos. Jéssica Vergopolem abraçou o cultivo da erva-mate e hoje, mãe e filha saem para fazer a coleta da semente, o plantio de mudas, a colheita das folhas e a poda. “Minha raiz é minha essência, é onde meus pés sempre caminharam, nessa terra e nesse chão. A erva-mate esteve comigo desde pequenininha. É um ensinamento muito bonito que recebi da minha mãe, e quero seguir fazendo, eu vejo como o meu futuro”, conta Jéssica.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) reconhece a família Vergopolem como exemplo de mulheres rurais, consideradas as principais responsáveis pela transmissão do conhecimento e da perpetuação da história de seus povos, incluindo conhecimentos técnicos, como manejo agroecológico, seleção de sementes ou uso medicinal de ervas. “O conhecimento tem que ser transmitido, ampliado, não pode ter barreiras. Tem que querer aprender e ensinar, e é isso que nós mulheres precisamos lutar para que aconteça”, diz Jéssica.
Para a FAO, as mulheres são agentes cruciais de mudança na luta contra a pobreza rural, a fome e a desnutrição. Ao compartilhar desta mesma visão e apoiar a melhoria da segurança alimentar e nutricional das mulheres, trabalhando para aumentar a renda e o poder de decisão destes grupos, a agência das Nações Unidas acredita que será possível alcançar uma verdadeira mudança para um desenvolvimento rural inclusivo e sustentável.
Patrimônio - Em dezembro de 2021, a FAO no Brasil realizou uma missão para a avaliação da candidatura da produção tradicional de erva-mate no Paraná como um dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM). A produção no centro-sul e sudeste do Paraná envolve a família Vergopolem, além de outros aproximadamente sete mil agricultores e agriculturas familiares, e alia a produção agrícola à manutenção de tradições, valorização social, saberes e técnicas populares, bem como a preservação do meio ambiente.
A erva-mate é uma espécie nativa da região sul do Brasil usada no preparo de bebidas, como chimarrão, tererê e infusões (“chá mate”). É cultivada em modo agroecológico junto a remanescentes de Floresta com Araucária, e os cultivos agregam conhecimentos e saberes tradicionais e ancestrais. As plantações se consorciam com a vegetação nativa, aproveitando a iluminação e o sombreamento sobre as plantas, bem como os nutrientes providos pela própria floresta.
Ao redor do mundo, a FAO reconhece 62 sistemas agrícolas, em 22 países. Destes, apenas quatro estão na América Latina. O “Sistema Tradicional e Agroecológico de Erva-mate na Floresta com Araucária” é candidato a ser a segunda iniciativa brasileira reconhecida pelo programa SIPAM – a primeira foi o sistema tradicional das comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas, da Serra do Espinhaço em Minas Gerais.
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História
25 outubro 2022
Escritoras indígenas lutam por valorização
Colocar em evidência a produção literária de escritoras e autoras indígenas brasileiras. É esta a missão do “Mulherio das Letras Indígenas”, coletivo que articula a produção de contos, poesias e prosas como forma de expressão artística e de preservação cultural dos povos indígenas no país.
O grupo– liderado pela escritora, produtora cultural e professora, Eva Potiguara– busca oferecer incentivos para que autoras indígenas não apenas tenham os recursos para escrever, como também para divulgar seus trabalhos, superando desta forma a visão simplista de que não há literatura produzida pelos povos originários. “Há uma questão racista: é como se indígena não escrevesse. Então, a mulher indígena não escreve”, expõe Eva. “Outra ideia falsa é que o indígena limita-se a uma produção oral. Por uma necessidade de se colocar, o indígena teve que aprender português. A escrita está no bojo das nossas necessidades há mais de quatro séculos”, explica.
A riqueza da produção, no entanto, não resume-se apenas ao português. O coletivo hoje é formado por mulheres que escrevem em 12 idiomas indígenas diferentes. “Temos mais de 80 mulheres no nosso grupo. Muitas vivem em áreas de retomada, têm mestrado e doutorado. E há muitas que nunca escreveram. Não tiveram o apoio para estudar. Não têm acesso à mídia de qualidade, internet, computador e impressora”, conta Eva. Para driblar a situação, as cunhãs escritoras utilizam o celular para escrever seus versos e compartilhar com as mais experientes. A temática das produções literárias passa por questões atuais como poder, identidades, linguagens e direito à terra. “A nossa escrita traz as denúncias, os protestos, a dor da mulher, as memórias de nossas mães e avós estupradas. Traz o amor à natureza, a voz da Mãe Terra, da nossa Terra Pindorama e os quatro elementos que formam esse nosso universo”, explica Eva. Como um dos próximos projetos do “Mulherio das Letras Indígenas” está o lançamento de um e-book, publicação que já reúne conteúdo de ao menos 86 escritoras indígenas. Invisibilidade - Ativista das causas indígenas, Eva conta que uma das principais motivações do coletivo é enfrentar a invisibilidade histórica da contribuição artística indígena para a formação do Brasil. “Os indígenas, que aprenderam o barroco e as artes trazidas pelo branco, também foram aprendendo a se colocar no grafismo, na poética, na prosa. Contudo, esses materiais foram perdidos, queimados, extraviados, porque não eram importantes”, conta. “Quando foi fundada a Academia de Letras do Brasil em nenhum momento pensaram nos povos indígenas. Até o nome Brasil surgiu como invenção para substituir o que antes era Pindorama. O que existia antes não era levado em conta”, frisou. Do passado para o presente, Eva diz que a luta para superar esta invisibilidade continua. “Sabemos que há leis que orientam a prioridade da literatura indígena nas escolas, mas fica no papel”, diz. “No século 21, há muitos indígenas que escrevem e escrevem muito bem. Escrevem sobre o que já se colocava no urucum e no jenipapo séculos antes: suas dores, lutas, cosmovisões. É uma escrita feita de muita coragem, perseverança e resistência. E foi por isso que chegamos até aqui”, diz a ativista. Valorizar o patrimônio linguístico dos povos indígenas em todo o mundo é um dos propósitos da Década Internacional das Línguas Indígenas, celebrada entre os anos de 2022 e 2032, por iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Iniciativas como a do coletivo “Mulherio das Letras Indígenas” colaboram com esta missão e ajudam a proteger, somente no Brasil, a herança e o futuro de 896 mil pessoas indígenas, de 305 etnias e 274 idiomas, segundo as últimas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A ONU Mulheres, agência das Nações Unidas responsável por esta entrevista com Eva Potiguara, também apoia as ações do coletivo e reconhece a importância de se ampliar a voz e a escrita dessas mulheres como forma de enfrentamento ao preconceito, a misoginia e o machismo, além da negligência com a produção das mulheres indígenas de um modo geral.
A riqueza da produção, no entanto, não resume-se apenas ao português. O coletivo hoje é formado por mulheres que escrevem em 12 idiomas indígenas diferentes. “Temos mais de 80 mulheres no nosso grupo. Muitas vivem em áreas de retomada, têm mestrado e doutorado. E há muitas que nunca escreveram. Não tiveram o apoio para estudar. Não têm acesso à mídia de qualidade, internet, computador e impressora”, conta Eva. Para driblar a situação, as cunhãs escritoras utilizam o celular para escrever seus versos e compartilhar com as mais experientes. A temática das produções literárias passa por questões atuais como poder, identidades, linguagens e direito à terra. “A nossa escrita traz as denúncias, os protestos, a dor da mulher, as memórias de nossas mães e avós estupradas. Traz o amor à natureza, a voz da Mãe Terra, da nossa Terra Pindorama e os quatro elementos que formam esse nosso universo”, explica Eva. Como um dos próximos projetos do “Mulherio das Letras Indígenas” está o lançamento de um e-book, publicação que já reúne conteúdo de ao menos 86 escritoras indígenas. Invisibilidade - Ativista das causas indígenas, Eva conta que uma das principais motivações do coletivo é enfrentar a invisibilidade histórica da contribuição artística indígena para a formação do Brasil. “Os indígenas, que aprenderam o barroco e as artes trazidas pelo branco, também foram aprendendo a se colocar no grafismo, na poética, na prosa. Contudo, esses materiais foram perdidos, queimados, extraviados, porque não eram importantes”, conta. “Quando foi fundada a Academia de Letras do Brasil em nenhum momento pensaram nos povos indígenas. Até o nome Brasil surgiu como invenção para substituir o que antes era Pindorama. O que existia antes não era levado em conta”, frisou. Do passado para o presente, Eva diz que a luta para superar esta invisibilidade continua. “Sabemos que há leis que orientam a prioridade da literatura indígena nas escolas, mas fica no papel”, diz. “No século 21, há muitos indígenas que escrevem e escrevem muito bem. Escrevem sobre o que já se colocava no urucum e no jenipapo séculos antes: suas dores, lutas, cosmovisões. É uma escrita feita de muita coragem, perseverança e resistência. E foi por isso que chegamos até aqui”, diz a ativista. Valorizar o patrimônio linguístico dos povos indígenas em todo o mundo é um dos propósitos da Década Internacional das Línguas Indígenas, celebrada entre os anos de 2022 e 2032, por iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Iniciativas como a do coletivo “Mulherio das Letras Indígenas” colaboram com esta missão e ajudam a proteger, somente no Brasil, a herança e o futuro de 896 mil pessoas indígenas, de 305 etnias e 274 idiomas, segundo as últimas estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A ONU Mulheres, agência das Nações Unidas responsável por esta entrevista com Eva Potiguara, também apoia as ações do coletivo e reconhece a importância de se ampliar a voz e a escrita dessas mulheres como forma de enfrentamento ao preconceito, a misoginia e o machismo, além da negligência com a produção das mulheres indígenas de um modo geral.
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História
21 outubro 2022
Série brasileira é premiada pela UNESCO
A menina que perdeu a perna, o menino que desenhava com os pés e a princesa que tinha um cromossomo a mais são alguns dos protagonistas da série Literatura Acessível, do Instituto Incluir, única iniciativa brasileira a conquistar o Prêmio Confucius de Alfabetização, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A distinção, entregue no dia 8 de setembro, é um dos Prêmios Internacionais de Alfabetização da UNESCO, cujo objetivo é celebrar programas que promovam práticas eficazes de alfabetização para populações vulneráveis. Estabelecido em 2005 com apoio da China, o prêmio concede, todos os anos, 30 mil dólares a três projetos do gênero.
“Estou grata e honrada com essa premiação e feliz pela possibilidade e oportunidade de continuar”, diz a fundadora do Literatura Acessível e do Instituto Incluir, Carina Alves. “Às vezes é difícil e parece que a gente está remando sozinho, mas para mim este prêmio é uma mensagem que vale a pena continuar”.
A diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, recebeu Carina em Brasília para parabenizá-la e destacou a contribuição do projeto para a inclusão e permanência de crianças com deficiência em escolas regulares. “Trata-se de um trabalho de excelência desenvolvido pelo Instituto Incluir”, afirma Marlova. “Sem dúvida, a iniciativa contribui para o alcance do ODS 4 (Educação de Qualidade), assegurando educação inclusiva e equitativa para todos ao longo de toda a vida.”
A seleção dos honrados com o Prêmio Confucius é feita por um júri internacional que se reúne em Paris uma vez por ano e é nomeado pela diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
Livros infantis - A linha condutora da série Literatura Acessível é a ideia de que a vida é possível para quem é diferente. “O projeto existe para reforçar que essas crianças com deficiência têm potencialidades”, explica Carina.
Nas histórias, as crianças com deficiência encontram no esporte, na cultura e na educação formas de se reinventar e levar uma vida plena. Ações extras organizadas pelo Instituto Incluir levam essas fábulas para escolas em todos os cantos do Brasil, com direito a performances teatrais seguidas por atividades com alunos e professores.
A apresentação dos livros é pensada para inquietar as crianças e as deixar curiosas com outras realidades, convidando-as, por exemplo, a sentir a escrita em braille ou a tentar desenhar com os pés. “A ideia é essa: colocar uma sementinha na cabeça das crianças”, conta Carina.
Origem - Fundado em 2014, o Literatura Acessível já conta com dez histórias– algumas assinadas em parceria com a escritora Mari Meira. O conteúdo é desdobrado em livros físicos, vídeos, obras em audiodescrição, braille e libras, que podem ser acessados pelo site do projeto e por um aplicativo disponível para smartphones.
Desde 2018, Carina também está à frente do Instituto Incluir, com sede no Rio de Janeiro. “O Instituto Incluir tem três palavras chave: democratizar, transformar e humanizar. A gente quer democratizar por meio da literatura, do esporte, dos atendimentos diretos e indiretos, e com isso transformar a realidade bárbara da exclusão que vivemos todos os dias”, explica.
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02 fevereiro 2023
Diretor regional do UNOPS visita Brasil e se reúne com autoridades
O diretor regional do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) na América Latina e Caribe, Fabrizio Feliciani, esteve no Brasil para discutir a integração regional do organismo e participar de reuniões com autoridades brasileiras.
Durante a missão, o representante apresentou projetos desenvolvidos pelo UNOPS na região e sinalizou interesse em ampliar a parceria com o governo e instituições brasileiras. Além dele, o diretor do UNOPS para o Hub do Sul, Fernando Cotrim Barbieri, e a diretora e representante do UNOPS Brasil, Claudia Valenzuela, também participaram das conversas.
Os dois estiveram com o Embaixador da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Ruy Pereira; com o Ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho; com o Procurador-Geral do Trabalho, José de Lima; e com a Coordenadora Residente das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks.
Nas agendas, o diretor regional do UNOPS destacou que um dos focos do escritório é a promoção da gestão pública justa e equitativa. Também faz parte da missão do UNOPS o fortalecimento da capacidade institucional de parceiros, com o objetivo de apoiá-los —e, por consequência, apoiar o país— no avanço dos objetivos da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável.
"Queremos contribuir para acelerar a realização das metas da Agenda 2030 no Brasil, com base em nossa experiência em projetos de infraestrutura, aquisição de bens e serviços e gestão de programas. No Brasil, isso significa reduzir as desigualdades, trabalhando com grupos sociais, étnicos e etários mais vulneráveis. Acreditamos que nossa abordagem à gestão pública justa e equitativa pode contribuir para a expansão sustentável de oportunidades para todos", destacou Fabrizio Feliciani.
Durante a missão, também foi realizada reunião de lideranças do escritório multipaís do UNOPS que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O objetivo é fortalecer a atuação integrada das unidades na região, ampliando a eficiência e a busca de soluções comuns e inovadoras.
“Temos projetos de alta qualidade técnica e uma equipe repleta de talentos em todos os países. Com a integração mais consolidada, pretendemos ampliar o intercâmbio e melhorar nossa atuação, tendo em vista a agenda de eficiência das Nações Unidas e a nossa missão institucional”, comentou Claudia Valenzuela.
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20 janeiro 2023
ONU: crises múltiplas provocam menor resultado econômico das últimas décadas
Uma série de choques reforçados e severos – a pandemia da COVID-19, a guerra na Ucrânia e as consequentes crises de energia e de alimentos, aumento da inflação, restrição da dívida assim como a emergência climática – assolou a economia mundial em 2022. Neste cenário, o resultado do crescimento global é projetado para desacelerar de estimados 3% em 2022 para 1,9% em 2023, uma das menores taxas de crescimento das últimas décadas, de acordo com o relatório das Nações Unidas Situação e Perspectivas Mundiais de 2023 (WESP, na sigla em inglês), lançado nesta quarta-feira (25).
O relatório apresenta um panorama sombrio e de incerteza da economia no curto prazo. A previsão é que haja um moderado crescimento global de 2,7% em 2024, na medida em que ventos adversos começarem a arrefecer. No entanto, isto depende fortemente no ritmo e da sequência de mais aperto monetário, curso e consequências da guerra na Ucrânia e a possibilidade de outras disrupções nas cadeias de abastecimento.
As fracas perspectivas econômicas globais também ameaçam o alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em setembro, a Cúpula dos ODS 2023 marca a metade do prazo para implementação da Agenda 2030.
“Não é hora para raciocínio de curto prazo ou austeridade fiscal irrefletida, que exacerbe a desigualdade, aumente o sofrimento e coloque os ODS fora de alcance. São tempos sem precedentes, que demandam ações sem precedentes”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “Esta ação inclui pacote de estímulo transformador dos ODS, gerado através de esforços coletivos e organizados de todos os atores envolvidos”, acrescentou.
Panorama econômico sombrio – Em meio a alta inflacionária, agressivo aperto monetário e crescimento de incertezas, a recessão atual tem diminuído o ritmo da recuperação econômica da crise da COVID-19, ameaçando diversos países – desenvolvidos e em desenvolvimento – com previsão de recessão em 2023. O impulso de crescimento diminuiu significativamente nos Estados Unidos, União Europeia e outras economias desenvolvidas em 2022, impactando de maneira adversa o restante da economia global através de diversos meios.
Restrições das condições financeiras globais, aliadas ao fortalecimento do dólar, exacerbou as vulnerabilidades fiscais e a dívida dos países em desenvolvimento. Mais de 85 bancos centrais de todo o mundo ajustaram a política monetária e aumentaram as taxas de juros seguidas vezes em 2021, para domar as pressões inflacionárias e evitar a recessão. A inflação global, que alcançou uma alta de cerca de 9% em 2022, está projetada para cair mas ainda se manter em elevados 6,5% em 2023.
Aumento da pobreza – A maioria dos países em desenvolvimento tem visto uma lenta recuperação no mercado de trabalho em 2022 e continuará a enfrentar um cenário consideravelmente fraco. As perdas desproporcionais de empregos das mulheres durante o início da pandemia ainda não foram completamente revertidas, com recuperação em trabalhos informais.
De acordo com o relatório, o crescimento lento, a inflação elevada e a vulnerabilidade de dívidas ameaçam retardar conquistas de desenvolvimento sustentável, aprofundando os já negativos efeitos da crise atual. Ainda em 2022, o número de pessoas sofrendo de grave insegurança alimentar mais do que dobrou em comparação a 2019, alcançando quase 350 milhões. Um período prolongado de fragilidade econômica e lento crescimento de renda irá não apenas dificultar a erradicação da pobreza como também limitar a capacidade dos países em investir nos ODS de maneira mais ampla.
“A crise atual está atingindo mais fortemente os mais vulneráveis – e frequentemente não por culpa deles. A comunidade global precisa de esforços conjuntos para evitar o sofrimento humano e apoiar um futuro inclusivo e sustentável para todos”, afirmou Li Junhua, sub-secretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais.
Cooperação internacional – O relatório pede que os governos evitem austeridade fiscal que possa reprimir crescimento e afetar desproporcionalmente os grupos mais vulneráveis, afetar o progresso da igualdade de gênero e travar perspectiva de desenvolvimento através de gerações. O documento recomenda a realocação e nova priorização de gastos públicos através de políticas intervencionistas diretas que criem postos de trabalho e revigorem o crescimento. Isto irá exigir o fortalecimento de sistemas de proteção social, garantindo apoio continuado para subsídios temporários e específicos, transferência de recursos e descontos em tarifas de serviços, que podem ser complementadas com reduções nas taxas de consumo ou em impostos aduaneiros.
Investimentos estratégicos em educação, saúde, infraestrutura digital, novas tecnologias e mitigação das mudanças climáticas e adaptação podem oferecer grandes retornos sociais, acelerar o crescimento da produtividade e fortalecer a resiliência para choques econômicos, sociais e ambientais.
Necessidades de financiamento adicional para os ODS em países em desenvolvimento variam de acordo com a fonte mas são estimados valores de trilhões de dólares por ano. É necessário um forte e urgente comprometimento internacional para expandir o acesso a assistência financeira emergencial, reestruturar e reduzir os efeitos das dívidas nos países em desenvolvimento e aumentar o financiamento dos ODS.
O relatório completo está disponível em: https://desapublications.un.org/
Informações para a imprensa:
Sharon Birch – Departamento de Comunicação Global da ONU (DGC) - birchs@un.org
Helen Rosengren – Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA) - rosengrenh@un.org
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20 janeiro 2023
Programa Digaê estimula criação de projetos nas grotas de Maceió
Estimular a criação de projetos voltados para a população que vive nas grotas de Maceió é um dos intuitos do Programa Digaê. É justamente por isso que uma das etapas da iniciativa consiste em capacitar a juventude periférica que participa do programa em todo o processo que envolve a elaboração de um projeto: desde a sua concepção até o momento em que as ideias saem do papel e se materializam no território.
Realizada pelo Programa das Nações Unidades para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) em parceria com o Governo de Alagoas, a iniciativa, que está com inscrições abertas para um novo ciclo de formação, já preparou jovens de grotas da parte baixa da cidade para a criação de intervenções em diversas comunidades. Como resultado, foram desenvolvidos projetos nos mais variados formatos.
Moradora da Grota das Piabas, Eloísa Graciliano foi uma das jovens que colocaram na rua o Digaê Quebrada Festival. Realizado no dia 3 de dezembro, o projeto levou lazer, artes visuais, cinema, batalha de rimas, gincanas e outras atividades para a população da Grota do Rafael.
“Mesmo sendo meu terceiro evento, foi o único que produzi sendo eu mesma, e não mais uma. Tivemos que aprender a arquitetar tudo burocraticamente, isso me deu a experiência de trabalhar em um curto período e fazer uma festa linda. Foi a primeira vez em que trabalhei diretamente com jovens, para jovens, e toda essa experiência totalmente diferente eu tive graças ao Digaê. A satisfação de dever cumprido, conhecimento adquirido... foi um misto de emoções sentidas no dia”, comenta a jovem.
Já o projeto Excluídos, voltado para a comunidade do Vale do Reginaldo, envolveu a criação de um documentário que trata de questões de saúde pública, socioeconômicas e territoriais a partir da vivência de moradores. “Muitas pessoas do Vale do Reginaldo não têm acesso ao mínimo, como a um sabonete, uma pasta de dente. Ver com meus próprios olhos a existência delas, o quanto elas precisam dessa ajuda, e poder contribuir de alguma forma, faz com que tudo isso seja mais mágico”, compartilha Thales Gabriel, um dos participantes do projeto. A produção será disponibilizada em breve.
Processo de capacitação - Para a realização dessas iniciativas, os jovens contam com mentorias especializadas, que acompanham a concepção das intervenções e auxiliam os participantes no processo de aprendizagem. O intuito é que todo o conhecimento adquirido seja replicado pelas próprias juventudes e que mais projetos sejam desenvolvidos a partir dessas trocas.
“Nessa etapa, os participantes também recebem um recurso pra que possam implementar essas ideias e verem um resultado prático do seu desenvolvimento ao longo das formações. Todo esse conteúdo vai ser editado em uma coletânea de memórias e narrativas das grotas, um compilado sobre as histórias desses territórios, de seus atores e seus avanços. Tudo isso a partir da curadoria dessas juventudes”, explica a analista de Programas do ONU-Habitat, Fernanda Balbino.
Inscrições abertas - A elaboração de iniciativas como essas é apenas uma das etapas do Digaê, que também oferece oficinas sobre direito à cidade e técnicas de comunicação e mobilização social. O programa está com inscrições abertas para um novo ciclo de formação e, desta vez, vai contemplar as juventudes que moram ou já residiram nas grotas dos bairros do Benedito Bentes, Antares, Bebedouro, Chã de Bebedouro, Chã da Jaqueira, Mutange e Petrópolis.
“Em um esforço conjunto, o governo de Alagoas vem fortalecendo as políticas públicas voltadas à população mais vulnerável, ouvindo suas principais demandas e planejando de maneira inclusiva. Por meio de programas como o Digaê, buscamos contribuir para a continuidade desse movimento de transformação que temos desenvolvido junto às grotas e que só tende a avançar dia após dia”, pontua a primeira-dama do Estado e coordenadora de programas voltados para as grotas, Marina Dantas.
A iniciativa, que também é desenvolvida em parceria com o Instituto Pólis e a Viração Educomunicação, prevê o pagamento de uma bolsa-auxílio mensal no valor de R$ 200, certificado de participação, reembolso de despesas com transporte e alimentação no local das atividades presenciais.
Para se inscrever, acesse o site: visaoalagoas2030.al.gov.br.
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10 janeiro 2023
ONU-Habitat lança Nova Agenda Urbana Ilustrada em português
Um dos principais documentos que visam orientar o desenvolvimento urbano sustentável, a Nova Agenda Urbana ganhou tradução de sua versão ilustrada para o português. A publicação foi realizada pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).
O documento foi lançado em novembro, durante o evento de encerramento do Circuito Urbano 2022, que comemorou o Dia Mundial das Cidades. Neste ano, a data celebrou o tema "Agir Local, Pensar Global", se conectando aos objetivos da publicação.
A Nova Agenda Urbana foi adotada na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III) em Quito, Equador, em 20 de outubro de 2016. Ela representa uma mudança de paradigma baseada na ciência das cidades, definindo padrões e princípios para o planejamento, construção, desenvolvimento, gestão e melhoria das áreas urbanas. O documento foi traduzido para mais de 30 idiomas, incluindo os seis idiomas oficiais das Nações Unidas.
Sua versão ilustrada visa facilitar a implementação da agenda, criando uma compreensão mais fluida para diferentes atores. Ela analisa as propostas da Nova Agenda Urbana, conectando-as aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), além de enriquecer o documento com ilustrações, exemplos de todo o mundo e propostas práticas para implementação. Seu conteúdo é subdividido em três capítulos: 1) Dimensões Principais, 2) Meios de Implementação e 3) Governança, Monitoramento e Relatoria.
Os três capítulos organizam as ideias da Nova Agenda Urbana de forma simplificada, contribuindo com uma maior autonomia de compreensão do conteúdo e seus potenciais de implementação. No primeiro capítulo, Dimensões Principais, o leitor encontrará os temas de sustentabilidade que estruturam o documento. Divididas em quatro seções (Sustentabilidade Social, Econômica, Ambiental e Espacial), as Dimensões Principais ilustram e especificam a forma como os diferentes tópicos de sustentabilidade devem ser incorporados no planejamento, a fim de construir cidades resilientes e inclusivas.
A ideia é que governos locais possam utilizá-la como um importante documento de apoio à autoaprendizagem, disponível de forma gratuita e online para todos. A NAU Ilustrada, portanto, representa um diferencial para uma experiência eficaz de localização das recomendações definidas na Conferência Habitat III.
A tradução da NAU Ilustrada para o português é um marco para a localização da ferramenta em países lusófonos. Seu lançamento amplia significativamente a parcela da população global com acesso a este conteúdo, já que o português é um dos idiomas mais falados no mundo.
Durante seu lançamento no Circuito Urbano 2022, o representante do ONU-Habitat para a América Latina e o Caribe, Elkin Velásquez, ressaltou: “Apresentar a Nova Agenda Urbana em português é um avanço importante para melhorar a comunicação sobre o conteúdo, o impacto potencial e a importância da Nova Agenda Urbana”, convidando a todos e todas a usufruírem do documento.
A Nova Agenda Urbana Ilustrada está disponível para download em sete idiomas. A versão em português pode ser acessada no site oficial do ONU-Habitat. O documento original, nos demais idiomas, pode ser encontrado na página do Habitat III, aqui.
Download do documento está disponível gratuitamente aqui.
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09 janeiro 2023
ONU condena ataques em Brasília
ONU condena ataques em Brasília
O Sistema das Nações Unidas está acompanhando com preocupação os eventos de hoje (8 de janeiro), quando manifestantes atacaram e violentamente invadiram prédios públicos em Brasília, inclusive o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
A ONU condena veementemente qualquer ataque dessa natureza, que representa uma séria ameaça às instituições democráticas. A ONU pede às autoridades que priorizem o reestabelecimento da ordem e que defendam a democracia e o Estado de direito.
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