Fundo de População da ONU integra à equipe de Roraima mulheres indígenas venezuelanas 

Buscando melhorar o atendimento e as ações de disseminação de informações junto à população refugiada e migrante acolhida em Roraima, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) contratou seis mulheres indígenas de origem venezuelana, das etnias Warao e Eñepa. Elas atuarão como facilitadoras culturais. Além disso, a antropóloga Melina Carlota Pereira, da etnia Macuxi, passou a integrar a equipe para elaborar estratégias que potencializem as ações junto à população indígena.

O oficial de escritório do UNFPA em Roraima, Igo Martini, explicou que os aspectos culturais e de linguagem são os principais desafios enfrentados para acessar serviços e informações no campo dos direitos e da saúde sexual e reprodutiva. "As facilitadoras culturais possibilitam uma comunicação mais efetiva com a população beneficiária. Além disso, a antropóloga realizará um diagnóstico para identificar as necessidades em saúde sexual e reprodutiva das mulheres indígenas das etnias Warao, Eñepa e Pemon em contexto migratório em Pacaraima (RR), Boa Vista (RR) e Manaus (AM), a fim de subsidiar uma resposta estratégica com base nas especificidades de cada povo”, informou.

As facilitadoras culturais são Celia del Valle Baez Tejerina, Herminia Nunes de Mariano, Karlina Maria Gonzales Torres, Leany Gabriela Torres Moraleda e Yolimar Elizabeth Ávila, todas da etnia Warao, além de Sara Gando, da etnia Eñepa. Elas já estão atuando junto às equipes de saúde sexual e reprodutiva e de enfrentamento à violência de gênero, auxiliando nos atendimentos individuais e nas atividades coletivas, como palestras e dinâmicas de grupo.

Yolimar Ávila contou que os temas de saúde sexual e reprodutiva são uma novidade para ela, mas que o trabalho é fundamental.  Ela explicou que na Venezuela o assunto não era abordado com as mulheres indígenas: “Nos sentíamos muito envergonhadas. Mas acredito que o UNFPA soube ver um tema tão importante (...). E nós soubemos entender o que querem transmitir e ensinar é algo primordial para nós, mulheres indígenas”.