Altos funcionários da ONU lamentam cenas violentas no prédio do Capitólio dos EUA

Altos funcionários da ONU, incluindo o secretário-geral e o presidente da Assembleia Geral, expressaram tristeza sobre a violência ocorrida quando apoiadores do presidente Donald Trump invadiram o prédio do Capitólio norte-americano, temporariamente suspendendo a certificação da disputada eleição presidencial de novembro.

Milhares de manifestantes marcharam rumo ao Capitólio dos EUA em Washington, o coração da democracia americana, onde funcionam a Câmara dos Deputados e o Senado, atendendo a um chamado do presidente Trump e de seus apoiadores, feito do lado de fora da Casa Branca. Eles fazem falsas alegações de manipulação nas eleições. 

Em meio a cenas de violência da multidão e embates com a polícia, vistas em todo o mundo pela televisão, foi reportada a morte de uma mulher dentro do prédio.

“O secretário-geral está triste com os eventos no Capitólio”, afirmou o porta-voz de António Guterres, em resposta a perguntas de jornalistas. “Em tais circunstâncias, é importante que líderes políticos convençam seus seguidores sobre a necessidade de evitar a violência, assim como respeitar os processos democráticos e o estado de direito”.

Volkan Bozkir, presidente da Assembleia Geral, também lamentou o episódio. Em um tweet, ele lembrou que os EUA são uma das maiores democracias do mundo. “Acredito que a paz e o respeito pelos processos democráticos irão prevalecer em nosso país anfitrião neste tempo crítico”, acrescentou.

A Alta Comissária de Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que o ataque demonstrou o “impacto destrutivo de constante e deliberada distorção de fatos e a incitação de violência e ódio por líderes políticos”. “Alegações de fraude eleitoral têm sido usadas para tentar minar o direito à participação eleitoral”, disse. Ela pediu que líderes de todos os partidos políticos, incluindo o presidente dos Estados Unidos, repudiem narrativas falsas e perigosas e disse que apoia os pedidos de uma investigação completa sobre os fatos.

A União Interparlamentar, uma organização internacional que promove amplo diálogo mundial parlamentar e sobre a democracia representativa, emitiu um comunicado sobre o episódio. “A União e a comunidade parlamentar condenam veementemente a violência e o ataque ao Capitólio por manifestantes no dia 6 de janeiro. A integridade deste bastião da democracia e dos representantes do povo dos Estados Unidos deve ser respeitada”, afirma a nota.

O secretário-geral da entidade afirmou que estava profundamente desalentado com a notícia da violência. “Isto é inaceitável e um ataque lamentável na democracia e em seus representantes”, afirmou.