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Em Davos, Guterres ressalta papel do setor privado na recuperação da pandemia

26 janeiro 2021

  • O secretário-geral da ONU, António Guterres, participou de forma virtual do Fórum Econômico Mundial de Davos, nesta segunda-feira (25) e disse que o setor privado tem um papel fundamental para ajudar a tirar os países da crise da COVID-19 e da mudança climática. Ele lembrou que a COVID-19 expôs desigualdades e fragilidades.
  • O evento reuniu líderes internacionais dos setores público e privado, além de ativistas e celebridades. 
António Guterres participa no Fórum Econômico Mundial de Davos, a partir de Nova Iorque.
Legenda: António Guterres participa virtualmente do Fórum Econômico Mundial de Davos.
Foto: © Pascal Bitz/Fórum Econômico Mundial de Davos

O secretário-geral da ONU, António Guterres, participou de forma virtual do Fórum Econômico Mundial de Davos, nesta segunda-feira (25). O evento reuniu líderes internacionais dos setores público e privado, além de ativistas e celebridades. 

O chefe da ONU disse que o setor privado tem um papel fundamental para ajudar a tirar os países da crise da COVID-19 e da mudança climática. 

Guterres disse que a comunidade internacional precisa da sua cooperação “mais do que nunca, para ajudar a mudar o curso, acabar com a fragilidade, evitar a catástrofe climática e construir o futuro justo e sustentável que se precisa”. 

Segundo ele, a COVID-19 gerou a pior crise econômica em quase um século, expondo desigualdades e fragilidades dos países. Para Guterres, “chegou o momento da verdade” e de colocar “o mundo nos trilhos”. 

Temas 

Ao falar do papel das vacinas na recuperação, ele disse que elas são bens públicos globais. Sobre as mudanças climáticas, o secretário-geral afirmou que o objetivo central deste ano é construir uma coalizão global para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. 

Segundo ele, “todos os setores devem fazer a sua parte, desde aviação e agricultura até transporte, navegação e indústria". 

Relatório 

Ainda nesta segunda-feira (25), o Departamento Econômico e Social da ONU (DESA) divulgou o relatório 'Situação Econômica Mundial e Perspectivas'. O documento revela que as consequências arrasadoras da pandemia serão sentidas por anos, a menos que sejam feitos investimentos em resiliência econômica, social e climática.  

A economia mundial encolheu 4,3% no ano passado, mais de 2,5 vezes mais do que durante a crise financeira de 2008-2009. 

Já as nações desenvolvidas tiveram uma contração maior, 5,6%, e  esperam subir 4% este ano. Os países em desenvolvimento tiveram uma queda de 2,5% e devem crescer 5,6% esse ano.  

A pandemia também lançou 131 milhões de pessoas na pobreza, muitas das quais mulheres, crianças e membros de comunidades marginalizadas. 

A crise afetou desproporcionalmente mulheres e meninas, que enfrentaram riscos maiores de pobreza e violência. Elas também representam mais da metade da força de trabalho em setores que foram duramente atingidos por bloqueios, como varejo, hotelaria e turismo. 

Segundo a pesquisa, US$ 12,7 trilhões em medidas de estímulo evitaram um colapso total da economia mundial, mas a grande diferença dessas medidas entre países significa que a recuperação também deve ser diferente.  

Dívida 

Além disso, o financiamento de pacotes de estímulo aumentou a dívida pública global em 15%, representando um fardo potencial para as gerações futuras, a menos que sejam feitos investimentos para promover o crescimento. 

Em comunicado, o economista-chefe da ONU e secretário-geral assistente para Desenvolvimento, Elliot Harris, disse que "a profundidade e gravidade da crise sem precedentes prenunciam uma recuperação lenta e dolorosa". 

Segundo ele, à medida que o mundo entra em uma longa fase de recuperação, é preciso “começar a impulsionar os investimentos de longo prazo que traçam o caminho para uma recuperação mais resiliente". 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ONU
Organização das Nações Unidas

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