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Guterres: 2021 deve ser ano em que o mundo volta ao caminho certo

22 fevereiro 2021

  • Em discurso na Conferência de Segurança de Munique, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que países do G-20 criem um plano global de vacinação e se comprometam com a neutralidade de gases de efeito estufa até 2050. Ele lembrou que os “testes e desafios globais estão ficando maiores e mais complexos.” 
  • A Conferência acontece de forma virtual e contou com a participação da líderes como a chanceler da Alemanha e os presidentes da França, dos Estados Unidos e do Reino Unido.  
  • Para Guterres, “2021 deve ser o ano para voltar ao caminho certo” e a chance para isto está na recuperação da pandemia.
António Guterres participa virtualmente da Conferência de Segurança de Munique
Legenda: António Guterres participa virtualmente da Conferência de Segurança de Munique
Foto: © Eskinder Debebe/ONU

Em discurso na Conferência de Segurança de Munique, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que países do G-20 criem um plano global de vacinação e se comprometam com a neutralidade de gases de efeito estufa até 2050. Ele lembrou que os “testes e desafios globais estão ficando maiores e mais complexos.” 

A Conferência acontece de forma virtual e contou com a participação da líderes como a chanceler da Alemanha e os presidentes da França, dos Estados Unidos e do Reino Unido.  

António Guterres disse que as respostas da comunidade internacional “continuam fragmentadas e insuficientes”, apesar do aumento dos desafios. Ele lembrou que a COVID-19 expôs fissuras e fragilidades profundas, que vão muito além de pandemias e saúde pública. 

Segundo ele, a catástrofe climática está se aproximando, a desigualdade e a discriminação estão rasgando o tecido social, a corrupção está destruindo a confiança e a luta pelos direitos das mulheres enfrenta um retrocesso.  Além disso, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) não estão sendo alcançados, o comportamento no ciberespaço criou novos vetores de instabilidade e até o regime de desarmamento nuclear está se desgastando. 

Para Guterres, “2021 deve ser o ano para voltar ao caminho certo” e a chance para isto está na recuperação da pandemia. 

Prioridades - O secretário-geral destacou quatro prioridades para a comunidade internacional. A primeira é um Plano Global de Vacinação. Guterres disse que o grupo das maiores economias do mundo (G-20) está bem posicionado para estabelecer uma Força-Tarefa de Emergência para preparar esse plano e colocou todo o Sistema das Nações Unidas a disposição para apoiar esse esforço. 

A segunda é a neutralidade de gases de efeito estufa até meados do século. Nesse momento, países que representam mais de 65% das emissões e mais de 70% da economia mundial já assumiram esse compromisso. Agora, Guterres lançou o desafio de expandir essa aliança para 90% até à Conferência do Clima da ONU, que acontece em novembro, em Glasgow. Ele sugeriu etapas concretas: precificar o carbono, acabar com os subsídios a combustíveis fósseis e reinvestir esses fundos em energia renovável e em uma transição justa. 

A terceira prioridade é aliviar as tensões geopolíticas. Para Guterres, não é possível resolver os maiores problemas quando as maiores potências estão em conflito. O secretário-geral afirmou que o mundo “não pode permitir um futuro em que as duas maiores economias dividam o globo em duas áreas opostas, em uma grande fratura.” Ele reiterou o apelo por um cessar-fogo global. Ele disse que existem “sinais encorajadores em alguns processos de paz teimosos”, mas que a luta continua em outros lugares. 

Por fim,o chefe da ONU disse que é hora de redefinir a governança global para o século 21. Guterres lembrou que “os acordos de segurança coletiva adotados há mais de 75 anos evitaram uma terceira guerra mundial” mas é preciso que esses princípios comuns resistam no século 21. 

Para ele, “isso significa assegurar novas maneiras de fornecer bens públicos globais, para construir uma globalização justa e resolver desafios comuns.” O secretário-geral afirmou, no entanto, que não são precisas novas burocracias. Segundo ele, a resposta é “um multilateralismo em rede que conecta organizações globais e regionais, entidades econômicas e políticas, envolvendo empresas, cidades, universidades e movimentos pela igualdade de gênero, ação climática e justiça racial.” 

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