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Enviada especial a Mianmar pede ação imediata do Conselho de Segurança

01 abril 2021

  • A enviada especial do secretário-geral a Mianmar, Christine Schraner Burgener, disse ao Conselho de Segurança da ONU que a situação no país “exige uma resposta internacional firme, unificada e decidida.” 
  • Ela contou que os militares do país do sudeste asiático continuam a desafiar os apelos, inclusive do Conselho, para acabar com as violações dos direitos humanos fundamentais e retornar à democracia. 
  • Schraner Burgener citou dados de uma ONG  apontando que 2.559 pessoas foram presas, acusadas ou condenadas desde a tentativa de golpe em 1º de fevereiro. Até 31 de março, 521 pessoas podem ter sido mortas pela junta militar. 
Pessoas fazem vigília em Yangon pelas vítimas da violência em Mianmar
Legenda: Pessoas fazem vigília em Yangon pelas vítimas da violência em Mianmar
Foto: © Zinko Hein/Unsplash

A enviada especial do secretário-geral a Mianmar, Christine Schraner Burgener, disse ao Conselho de Segurança da ONU que a situação no país “exige uma resposta internacional firme, unificada e decidida.” Ela contou que os militares do país do sudeste asiático continuam a desafiar os apelos, inclusive do Conselho, para acabar com as violações dos direitos humanos fundamentais e retornar à democracia. 

Schraner Burgener citou dados de uma ONG  apontando que 2.559 pessoas foram presas, acusadas ou condenadas desde a tentativa de golpe em 1º de fevereiro. Até 31 de março, 521 pessoas podem ter sido mortas pela junta militar. 

No Dia das Forças Armadas de Mianmar, 27 de março, foram cerca de 100 assassinatos brutais pelas forças de segurança, incluindo de  crianças, jovens e mulheres. 

A enviada lembrou imagens de civis baleados à queima-roupa e outros assassinatos cruéis nas ruas e em casas. Segundo ela, “ataques generalizados e sistêmicos contra a população civil em Mianmar estão ocorrendo diante de nossos olhos.” 

Christine Schraner Burgener detalhou efeitos da crise em vários setores. Um colapso bancário parece iminente, junto com a escassez de alimentos e falhas na saúde. Ao mesmo tempo, foram afetadas a cadeia de suprimentos e a força de trabalho. 

A enviada lembrou que, antes da ação militar, Mianmar estava se preparando para sair do grau de país menos desenvolvido. Agora,  “ganhos duramente conquistados com a transição democrática e o processo de paz estão se esvaindo.” Ela contou que grupos vulneráveis, incluindo o povo rohingya, serão os que mais afetados e “todo o país está à beira de um estado de falência.” 

Para Schraner Burgener, “o fracasso em evitar uma nova escalada de atrocidades custará ao mundo muito mais no longo prazo do que investir agora em prevenção.” Ela apelou ao Conselho para que considere “todas as ferramentas disponíveis para tomar uma ação coletiva e fazer o que é certo” e “prevenir uma catástrofe multidimensional no coração da Ásia.” 

Segundo a enviada, “os líderes militares mostraram claramente que não são capazes de administrar o país” e, por isso, “o governo civil deve ser restaurado.”  

No início de 2021, cerca de 1 milhão de pessoas em Mianmar precisava de ajuda humanitária e proteção.

Refugiados - A agência da ONU para Refugiados, ACNUR, fez um apelo aos países vizinhos para protegerem as pessoas que fogem da violência em Mianmar. Em toda a região, o ACNUR e parceiros estão prontos para aumentar o apoio às autoridades nacionais e locais para garantir que os refugiados recebam a proteção necessária. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ONU
Organização das Nações Unidas
ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa