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Para ONU, mundo precisa de grande avanço para cumprir Acordo de Paris

01 abril 2021

  • O mundo precisa de “um grande avanço” para desacelerar o ritmo das mudanças climáticas e construir resiliência para proteger os mais vulneráveis dos impactos climáticos cada vez mais graves e frequentes.
  • A afirmação é da sub-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, em um crucial encontro de alto nível realizado no dia 31 de março em preparação à COP26, em novembro. A Reunião Ministerial de Clima e Desenvolvimento ocorreu virtualmente.
  • Em todo o mundo, países aceitaram o Acordo de Paris com o objetivo de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais para diminuir o aquecimento global.
  • “Agora nós não podemos poupar esforços para alcançá-lo neste ‘ano de tudo ou nada’”, declarou Amina.
Mulheres trabalham em horta num vilarejo no Senegal
Legenda: Mulheres trabalham em horta num vilarejo no Senegal
Foto: © Eduardo Soteras/FAO

O mundo precisa de “um grande avanço” para desacelerar o ritmo das mudanças climáticas e construir resiliência para proteger os mais vulneráveis dos impactos climáticos cada vez mais graves e frequentes. A afirmação é da sub-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, em um crucial encontro de alto nível realizado no dia 31 de março em preparação à COP26, em novembro. A Reunião Ministerial de Clima e Desenvolvimento ocorreu virtualmente.

Em todo o mundo, países aceitaram o Acordo de Paris com o objetivo de conter o aumento da temperatura global em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais para diminuir o aquecimento global. “Agora nós não podemos poupar esforços para alcançá-lo neste ‘ano de tudo ou nada’”, declarou Amina.

Ela mostrou um quadro de financiamento climático para os países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares em desenvolvimento em 14% e 2% respectivamente. Uma a cada três pessoas não está coberta por sistemas de alerta precoce e mulheres e meninas - que representam 80% dos deslocados pela emergência climática - muitas vezes são excluídas dos papéis de tomada de decisão.

Ela disse que a necessidade de adaptar-se e ser resiliente, era “um imperativo moral, econômico e social”, apontando que isto recebe apenas um quinto do financiamento climático total.  “Não podemos esperar até 2030 ou 2050 para corrigir essas falhas”, afirmou.

Ano de ação - A ONU identificou cinco quatro ações concretas e alcançáveis para ajudar países ao longo do ano a responder à emergência climática e “garantir o avanço que o secretário-geral pediu”, disse a sub-secretária-geral.

Primeiro, doadores precisam aumentar o apoio financeiro para apoiar a adaptação climática em pelo menos 50% até junho, quando o Reino Unido sedia a Cúpula do G7 dos países industrializados, seguido pelos bancos de desenvolvimento nacionais e multilaterais, uma vez que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26) se reúne em novembro.

O acesso ao apoio climático deve ser “aperfeiçoado, transparente e simplificado”, especialmente para os mais vulneráveis ​​e para um “aumento significativo” dos instrumentos financeiros existentes projetados para lidar com desastres, junto com novos instrumentos para “incentivar a construção de resiliência”. 

Em seguida, a sub-secretária-geral da ONU disse que os países em desenvolvimento precisavam ter as ferramentas à disposição para incorporar o risco climático em todas as estratégias de planejamento, orçamento e aquisições. “A informação de risco é o primeiro passo crítico para a redução, transferência e gestão de risco”, disse.

A última ação destacada foi apoiar iniciativas de adaptação e resiliência lideradas localmente e regionalmente em países, cidades e comunidades vulneráveis, na linha de frente das mudanças climáticas. 

“Devemos apoiar os esforços que proporcionem aos agentes locais, incluindo povos indígenas, mulheres e jovens, uma voz muito maior nas decisões que mais os afetam”, disse Mohammed. 

Alívio de dívidas - Observando que uma “década de transformação” não pode ser alcançada com níveis de dívida elevados, ela recebeu apelos para uma injeção maciça de liquidez e extenso alívio de dívidas para fornecer aos países vulneráveis ​​recursos extras. 

“Igualmente importante será transformar a arquitetura da dívida internacional, para que garanta que todos possam sair desta crise com a mesma chance de reconstruir melhor e de forma diferente”, disse ela.

Em suma, a sub-secretária-geral instou os ministros a aproveitarem a oportunidade para “pressionarem novamente por um resultado concreto que seja ousado, decisivo e ambicioso” para garantir “uma transição climática inclusiva e resiliente”.

“Desejo muito trabalhar com todos vocês para alcançar o sucesso que as pessoas e o planeta merecem na COP26.”

Energia limpa - Ao mesmo tempo, os principais líderes internacionais de energia e clima se reuniram na Cúpula sobre Neutralidade de Carbono da Agência Internacional de Energia (AIE)-COP26  para discutir como acelerar o impulso da energia limpa e examinar como os países podem trabalhar juntos de forma mais eficaz para reduzir as emissões de gases de efeito estufa para a neutralidade de carbono.

O encontro analisou a crescente lista de compromissos de países e empresas para atingir os objetivos do Acordo de Paris e se concentrou na implementação das ações necessárias para tornar realidade o crescente número de metas que objetivam a neutralidade de carbono.

Para definir medidas futuras, participantes de mais de 40 países compartilharam percepções sobre o que funcionou até agora.

O evento foi projetado para aumentar o ímpeto em direção à COP26 e informou a preparação do próximo Relatório Especial da IEA  “O Roteiro Mundial para a neutralidade de carbono até 2050” .

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

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