"Sinal de esperança”, diz Guterres sobre novas medidas do FMI e do Banco Mundial para enfrentar a crise
12 abril 2021
- O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou as medidas anunciadas pelo Comitê Monetário e Financeiro Internacional e pelo Comitê de Desenvolvimento do Grupo Banco Mundial, para lidar com as crises da dívida e outras dificuldades financeiras para as economias decorrentes da pandemia de COVID-19 “como um sinal de esperança e multilateralismo renovado”.
- Em um comunicado divulgado na sexta-feira (9) por meio de seu porta-voz, António Guterres disse que as economias em desenvolvimento já têm tido dificuldades para garantir recursos financeiros suficientes para lidar com o surgimento da crise do coronavírus, “quanto mais para se recuperar dela”.
- Guterres propôs uma “abordagem em três fases” para lidar com o peso da dívida: paralisação da dívida, alívio da dívida direcionado para os mais vulneráveis e uma reforma da arquitetura da dívida internacional.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou as medidas anunciadas pelo Comitê Monetário e Financeiro Internacional e pelo Comitê de Desenvolvimento do Grupo Banco Mundial, para lidar com as crises da dívida e outras dificuldades financeiras para as economias decorrentes da pandemia de COVID-19 “como um sinal de esperança e multilateralismo renovado.”
Em um comunicado divulgado na sexta-feira (9) por meio de seu porta-voz, António Guterres disse que as economias em desenvolvimento já têm tido dificuldades para garantir recursos financeiros suficientes para lidar com o surgimento da crise do coronavírus, “quanto mais para se recuperar dela”.
Desde o início da crise, o secretário-geral clama por liquidez, prossegue o comunicado, por meio de uma grande emissão de Direitos Especiais de Saque (DES) para aqueles que mais em necessidade e uma realocação destes recursos não utilizados. O DES é um instrumento criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a complementar as reservas de caixa.
Guterres propôs uma “abordagem em três fases” para lidar com o peso da dívida: paralisação da dívida, alívio da dívida direcionado para os mais vulneráveis e uma reforma da arquitetura da dívida internacional.
Promessa de novos fundos - O secretário-geral saudou os “apelos concretos” do comitê do FMI para uma nova alocação de DES e realocações voluntárias para os países necessitados. Ele disse que foi encorajado pelo apoio dado à Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, que forneceu 5 bilhões de dólares em alívio temporário para países vulneráveis, e ao Quadro Comum para Tratamentos da Dívida, acordado pelas economias do G20.
“A paralisação da dívida e o alívio devem ser estendidos aos países que mais precisam - incluindo os países de renda média, que abrigam mais de 60 por cento dos pobres do mundo - sem criar estigma ou comprometer suas classificações soberanas”, disse o comunicado.
Reconstruindo a dívida - A reforma da arquitetura da dívida internacional também é crítica, disse o chefe da ONU, observando que uma crise da dívida em meio à emergência do COVID-19 “colocaria os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável fora de alcance. As discussões desta semana sobre a arquitetura da dívida internacional são um grande passo na direção certa”, acrescentou.
O Secretário-Geral apelou para que todos os países e instituições a se unam em um esforço global para "repensar os princípios que sustentam a arquitetura da dívida de hoje”. Guterres também pediu ação para " complementar os instrumentos existentes com mecanismos de resolução de crise da dívida mais eficazes".
Guterres expressou grande entusiasmo com a ênfase do FMI e do Banco Mundial em uma recuperação sustentável, inclusiva, inteligente e verde. O Secretário-Geral espera trabalhar com as instituições financeiras internacionais, bancos de desenvolvimento multinacionais e nacionais e outros parceiros para uma recuperação equitativa, com foco nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).