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OMS: a COVID está “muito longe do fim” à medida que casos e mortes aumentam

14 abril 2021

  • A pandemia da COVID-19 está “muito longe do fim”, mas há muitas razões para ser otimista e é possível que a pandemia possa ser controlada “dentro de alguns meses”, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta segunda-feira (12) em uma coletiva de imprensa.
  • Embora janeiro e fevereiro tenham visto seis semanas consecutivas de queda nos casos de COVID-19, o chefe da OMS disse que isso mudou, com a semana passada produzindo "o quarto maior número de casos em uma única semana até agora".
  • As vacinas são instrumentos “vitais e poderosos”, afirmou o chefe da OMS, e reforçou que não são as únicas ferramentas para derrotar o coronavírus. Tedros destacou que o distanciamento físico, uso adequado de máscaras e higiene das mãos também salvam vidas.
Em março, equipes do UNICEF e OMS visitaram hospitais em Phonom Penh, capital do Camboja, para avaliar o progresso da vacinação contra a COVID-19, que está sendo feita através do COVAX.
Legenda: Em março, equipes do UNICEF e OMS visitaram hospitais em Phonom Penh, capital do Camboja, para avaliar o progresso da vacinação contra a COVID-19, que está sendo feita através do COVAX.
Foto: © Chansereypich Seng/UNICEF

A pandemia da COVID-19 está “muito longe do fim”, mas há muitas razões para ser otimista e é possível que a pandemia possa ser controlada “dentro de alguns meses”, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta segunda-feira (12) em uma coletiva de imprensa.

Embora janeiro e fevereiro tenham visto seis semanas consecutivas de queda nos casos de COVID-19, o chefe da OMS disse que isso mudou, com a semana passada produzindo "o quarto maior número de casos em uma única semana até agora". 

“Já vimos sete semanas consecutivas de aumento de casos e quatro semanas de aumento de mortes”, disse.

Manter o distanciamento físico

Mais de 780 milhões de doses da vacina já foram administradas globalmente, mas vários países asiáticos e do Oriente Médio viram um grande aumento nas infecções, explicou o diretor-geral da OMS.

Embora reconheça que as vacinas são instrumentos “vitais e poderosos”, o chefe da OMS reiterou que elas não são as únicas ferramentas necessárias para derrotar o coronavírus. 

“O distanciamento físico funciona. Máscaras funcionam. A higiene das mãos funciona. Ventilação funciona. Vigilância, testagem, rastreamento de contato, isolamento, quarentena de apoio e cuidado solidário - todos eles trabalham para impedir infecções e salvar vidas”, ressaltou Tedros.

Enquanto enfatizava a necessidade de “uma abordagem consistente, coordenada e abrangente” no combate ao vírus, ele disse que “confusão, complacência e inconsistência nas medidas de saúde pública e sua aplicação estão impulsionando a transmissão e custando vidas”.

A OMS quer ver as sociedades e economias reabrindo, as viagens e o comércio sendo retomados, mas, em vez disso, está testemunhando o transbordamento de unidades de terapia intensiva e a morte de pessoas, que Tedros garantiu que “é totalmente evitável”.

Ele disse que medidas de saúde pública comprovadas e sistemas fortes que habilitaram os países a responder de forma rápida e consistente, demonstram que a  COVID "pode ​​ser interrompida e contida", acrescentando que essas nações agora podem desfrutar de eventos esportivos, shows, restaurantes e ver sua família e amigos com segurança.

Aumentar a produção de vacina

Atualmente, a fabricação global é insuficiente para fornecer vacinas de maneira rápida e equitativa e outros produtos essenciais para a saúde, de acordo com o chefe da OMS.

No início da pandemia, os países africanos concordaram com uma abordagem continental coordenada “e agora eles estão se unindo para uma abordagem coordenada para aumentar a produção”, disse ele.

Tedros ressaltou a importância de investir “na capacidade de produção local, sustentável e segura e nas autoridades reguladoras nacionais”, afirmou que “o que pode ser feito hoje, deve ser feito hoje”.

Observando que a OMS e seus parceiros estabeleceram uma força-tarefa de fabricação do COVAX, para aumentar o fornecimento e construir uma plataforma sustentável de fabricação de vacinas, ele ofereceu assistência técnica da agência da ONU para avaliar a viabilidade da produção local e para acessar tecnologia e o conhecimento.

Más escolhas

Apesar das transmissões contínuas, alguns países estão reabrindo restaurantes, boates e mercados fechados, com pouquíssimas pessoas tomando precauções.

Além disso, o chefe da OMS observou que alguns jovens parecem não se importar com o contágio da COVID-19. “Pessoas jovens e saudáveis ​​morreram. E ainda não entendemos totalmente as consequências a longo prazo da infecção para os que sobrevivem”, lembrou, reiterando relatos de alguns casos leves que deixaram sintomas a longo prazo, incluindo fadiga, fraqueza e ansiedade.

Embora a pandemia esteja “muito longe do fim”, Tedros disse que há vários motivos para estar otimista. Ele apontou a queda nos casos e mortes durante os primeiros dois meses do ano como evidência de que o vírus e as suas variantes podem ser interrompidos.

“Com um esforço conjunto para aplicar medidas de saúde pública junto a vacinação equitativa, poderíamos controlar essa pandemia em questão de meses”, atestou.

No entanto, o chefe da OMS acrescentou que isso articula-se sobre as decisões e ações que governos e indivíduos tomam todos os dias, explicitando: “A escolha é nossa”.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

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