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Agência da ONU ajuda Japão a descartar água contaminada por acidente em Fukushima

14 abril 2021

  • A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) irá ajudar o Japão a liberar um milhão de toneladas de água do mar contaminada usada para resfriar a usina nuclear de Fukushima. 
  • Em comunicado, o diretor geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que a solução do Japão é "tecnicamente viável e alinhada à prática internacional". 
  • A decisão acontece 11 anos depois que um tsunami inundou os reatores da usina, causando uma série de explosões e forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas. 
AIEA observa a coleta de amostras de água do mar perto da central nuclear danificada de Fukushima Daiichi.
Legenda: AIEA observa a coleta de amostras de água do mar perto da central nuclear danificada de Fukushima Daiichi.
Foto: © David Osborn/AIEA

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) irá ajudar o Japão a liberar um milhão de toneladas de água do mar contaminada usada para resfriar a usina nuclear de Fukushima. 

Em comunicado, o diretor geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse que a solução do Japão é "tecnicamente viável e alinhada à prática internacional". 

A decisão acontece 11 anos depois que um tsunami inundou os reatores da usina, causando uma série de explosões e forçando a evacuação de mais de 60 mil pessoas. 

O diretor da AIEA informou que a agência está pronta "para fornecer suporte técnico no monitoramento e revisão da implementação segura e transparente do plano". 

Segundo a agência, descargas de água controlada no mar são prática de rotina para operar usinas nucleares no mundo após avaliações de impacto ambiental e de segurança. 

“A decisão de hoje do Governo do Japão é um marco que ajudará a pavimentar o caminho para o progresso contínuo no descomissionamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi”, disse o chefe da AIEA ao mesmo tempo em que destacou que “a grande quantidade de água” em Fukushima resultou este é um “caso único e complexo”.

O diretor da AIEA informou que tanques com água ocupam grandes áreas do local, e a gestão da água, incluindo o descarte da água tratada de forma segura e transparente envolvendo todas as partes interessadas, é de fundamental importância para a sustentabilidade dessas atividades de descomissionamento".

Planos 

Segundo relatos, o Japão planeja começar a liberar 1,25 milhão de toneladas de água do mar contaminada no Oceano Pacífico em dois anos, mas somente depois de filtrada e retirada da maior parte do material radioativo.

Esse processo deve eliminar os isótopos radioativos de estrôncio e césio, mas não o trítio, que está ligado ao hidrogênio e representa pouco risco para a saúde em baixas concentrações. 

No entanto, a China e a Coreia do Sul já denunciaram publicamente a medida, juntamente com o Greenpeace Japão. Para a ONG, a decisão é "totalmente injustificada" e os perigos da radiação seriam menores armazenando e processando a água a longo prazo. 

Confiança 

A liberação de toda a água do mar contaminada levará três décadas. 

O diretor-geral da AIEA, que visitou a usina no ano passado, disse que a agência irá “atuar em estreita colaboração com o Japão antes, durante e depois do despejo da água”. 

Segundo ele, essa parceria “ajudará a aumentar a confiança, no Japão e além, de que o descarte de água é realizado sem um impacto adverso na saúde humana e no meio ambiente”. 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

AIEA
Agência Interncional de Energia Atómica

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa