Notícias

OMS lança novo pacto global para acelerar ações de combate à diabetes

15 abril 2021

  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira (14), na Cúpula Global da Diabetes, um novo Pacto Global contra a diabetes. O pacto tem o objetivo de impulsionar os esforços para prevenir a diabetes e levar o tratamento a todas as pessoas que precisam, com ações e compromissos para criação de medicamentos baratos, diagnóstico e prevenção.
  • O número de pessoas com diabetes quadruplicou nos últimos 40 anos. Mais de 420 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença. Ela é a única enfermidade não transmissível importante para a qual o risco de morte precoce está aumentando, em vez de diminuindo.
  • Uma das maiores urgências que o pacto busca resolver é aumentar o acesso à insulina em países de rendas baixa e média, assim como aos instrumentos de detecção e tratamento.
  • A Cúpula marca os 100 anos da descoberta da insulina e é copatrocinada pela OMS e pelo governo do Canadá com o apoio da Universidade de Toronto.
Um profissional de saúde verifica o nível de açúcar no sangue de uma mulher em um centro de saúde comunitário na Indonésia
Legenda: Diabetes é uma das doenças crônicas que tornam uma pessoa mais vulnerável a formas graves da COVID-19
Foto: © Shehzad Noorani/UNICEF

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta quarta-feira (14), na Cúpula Global da Diabetes, um novo pacto global contra a diabetes. O pacto tem o objetivo de impulsionar os esforços para prevenir a diabetes e levar o tratamento a todas as pessoas que precisam, com ações e compromissos para criação de medicamentos baratos, diagnóstico e prevenção.

A Cúpula marca os 100 anos da descoberta da insulina e é copatrocinada pela OMS e pelo governo do Canadá com o apoio da Universidade de Toronto. Durante o evento, o presidente do Quênia se juntou aos primeiros-ministros de Fiji, Noruega e Cingapura; o embaixador global da OMS para Doenças e Lesões Não Transmissíveis, Michael R. Bloomberg; e ministros da saúde de vários países, bem como especialistas em diabetes e pessoas que vivem com doença para destacar as maneiras pelas quais apoiarão este novo esforço colaborativo. Outras agências da ONU, parceiros da sociedade civil e representantes do setor privado também estiveram presentes.

Risco de morte precoce por diabetes está aumentando - “A necessidade de tomar medidas urgentes contra a diabetes está mais clara do que nunca”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Para a agência da ONU a crise crescente de diabetes do mundo se tornou uma urgência de saúde pública. O número de pessoas com diabetes quadruplicou nos últimos 40 anos. Mais de 420 milhões de pessoas no mundo vivem com a doença. Ela é a única enfermidade não transmissível importante para a qual o risco de morte precoce está aumentando, em vez de diminuindo.

Além disso, a diabetes pode ser um fator de risco para outras doenças. Uma alta proporção de pessoas gravemente hospitalizadas com COVID-19 tem a condição crônica.

Segundo o diretor da OMS, o pacto global ajudará a catalisar o compromisso político de ação para aumentar a acessibilidade e disponibilidade de medicamentos que salvam vidas e também para sua prevenção e diagnóstico.

“O Canadá tem uma história de pesquisa e inovação em diabetes da qual se orgulha. Desde a descoberta da insulina em 1921, trabalhamos para apoiar as pessoas que vivem com a doença”, disse ministra da Saúde do Canadá, Patty Hajdu.

“Mas não podemos enfrentar a diabetes sozinhos. Cada um de nós deve compartilhar conhecimento e promover a colaboração internacional para ajudar as pessoas com diabetes a viverem mais e com mais saúde - no Canadá e em todo o mundo”, defendeu Hajdu.

Escassez no acesso à insulina - Uma das maiores urgências é aumentar o acesso especialmente à insulina, em países de rendas baixa e média, assim como aos instrumentos de detecção e tratamento.

A introdução de um programa piloto de pré-qualificação de insulina pela OMS em 2019 foi um passo importante. Atualmente o mercado deste produto é dominado por três empresas. A pré-qualificação da insulina produzida por mais fabricantes poderia ajudar a aumentar a disponibilidade do hormônio de qualidade garantida para países que atualmente não atendem à demanda.

Além disso, já estão em andamento discussões com fabricantes de insulina e outros medicamentos para diabetes e ferramentas de diagnóstico sobre caminhos que poderiam ajudar a atender a demanda a preços que os países podem pagar.

A insulina não é o único produto escasso. Muitos pacientes também encontram dificuldade para obter e pagar medidores de glicose no sangue e tiras de teste.

Cerca de metade de todos os adultos com diabetes tipo 2 permanecem sem diagnóstico. Além disso, 50% das pessoas com a condição não recebem a insulina de que precisam. Isto as coloca em risco evitável de complicações debilitantes e irreversíveis, como morte precoce, amputações de membros e perda de visão.

A inovação será um dos principais componentes do pacto, com foco no desenvolvimento e avaliação de tecnologias de baixo custo e soluções digitais para o tratamento da diabetes.

Metas globais a serem acordadas - O pacto também se concentrará em catalisar o progresso, estabelecendo metas de cobertura global para o tratamento da diabetes. Uma “etiqueta de preço global” quantificará os custos e benefícios de cumprir essas novas metas.

A iniciativa também defenderá o cumprimento do compromisso assumido pelos governos de incluir a prevenção e o tratamento da doença na atenção primária à saúde e como parte da cobertura universal de saúde.

“Um dos principais objetivos do pacto global é unir as principais partes interessadas dos setores público e privado e, criticamente, pessoas que vivem com diabetes, em torno de uma agenda comum, para gerar um novo impulso e cocriar soluções”, disse o diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis da OMS, Bente Mikkelsen. “A abordagem ‘mãos à obra’ para a resposta à COVID-19 está nos mostrando o que pode ser alcançado quando diferentes setores trabalham juntos para encontrar soluções a um problema urgente de saúde pública.”

A inovação será um dos principais componentes do pacto, com foco no desenvolvimento e avaliação de tecnologias de baixo custo e soluções digitais para o tratamento da diabetes.

Durante a Cúpula, pessoas que vivem com diabetes da Índia, Líbano, Cingapura, República Unida da Tanzânia, Estados Unidos e Zimbábue deram seus depoimentos sobre os desafios que enfrentam no controle da doença e como esses podem ser superados. Parte da Cúpula foi projetada em conjunto com pessoas que vivem com diabetes e lhes dará uma plataforma global para explicar o que esperam do pacto e como gostariam de se envolver em seu futuro desenvolvimento e implementação.

“É hora de criar um impulso não apenas para viver com a diabetes, mas prosperar com ela”, argumentou Apoorva Gomber, uma defensora da causa que vive com diabetes tipo 1 que está participando da Cúpula. “Devemos agarrar a oportunidade do pacto e usá-lo para garantir que possamos olhar para trás em alguns anos e dizer que, finalmente, nossos países estão equipados para ajudar as pessoas com diabetes a terem vidas saudáveis e produtivas.”

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa