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Organização Pan-Americana de Saúde auxilia países na distribuição de equipes médicas e na produção de oxigênio

14 maio 2021

  • Motivada pelo aumento das hospitalizações no território latino americano e caribenho, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) intensifica doações e investimentos em cooperações técnicas.
  • Além de apoiar os países no aumento da produção de oxigênio, a OPAS doará suprimentos essenciais, incluindo 7 mil oxímetros de pulso e quase 2 mil compressores de oxigênio.
  • Desde o início da pandemia, o número de profissionais de saúde infectados com COVID-19 em território latino americano e caribenho aumentou para pelo menos 1,8 milhão. Cerca de 9 mil deles morreram devido ao vírus - a maioria mulheres e enfermeiras.
Legenda: OPAS ajuda os países a distribuir equipes médicas e aumentar a produção de oxigênio, além de doar suprimentos essenciais
Foto: © Henitsoa Rafalia/ Banco Mundial

Nesta quarta-feira (12), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) divulgou que vai intensificar doações e os investimentos em cooperações técnicas com países da América Latina e do Caribe. A declaração foi feita pela diretora da OPAS, Clarissa F. Etienne, em resposta à necessidade de ampliar a força de trabalho em saúde, assim como os suprimentos de oxigênio para atender a pacientes da COVID-19. 

As ações da OPA são motivadas pelo aumento das hospitalizações no território latino americano e caribenho e pelo desencadeamento de um "desafio sem precedentes nos suprimentos de oxigênio”, definiu a diretora durante uma coletiva de imprensa. Além de apoiar os países no aumento da produção de oxigênio, a Organização está doando suprimentos essenciais, incluindo 7 mil oxímetros de pulso e quase 2 mil compressores de oxigênio.

“Estamos trabalhando lado a lado com os ministérios da Saúde, particularmente em lugares duramente atingidos como Bolívia e Antígua e Barbuda, para ajudar os países a redesenhar seus modelos de atendimento e atualizar suas diretrizes clínicas para otimizar os recursos disponíveis e garantir que mais pacientes recebam o oxigênio de que precisam”, disse Etienne.

Equipes médicas e leitos hospitalares - A OPAS ajudou a implantar 26 equipes médicas de emergência em 23 países. “Além disso, cerca de 400 equipes médicas de emergência e locais de atenção médica alternativos foram estabelecidos, ajudando os países a expandir a capacidade com 14 mil novos leitos hospitalares e mais 1,5 mil leitos de terapia intensiva”, acrescentou a diretora.

No entanto, diante do ritmo acelerado com que a doença se propaga, espera-se que mais 20 mil médicos(as) e mais de 30 mil enfermeiras(os) sejam necessários para administrar as necessidades de UTI em metade dos países da América Latina e do Caribe, ressaltou Etienne.

"Ao longo desta pandemia, vimos o que acontece quando os países desvalorizam os sistemas de saúde. Seja por falta de EPIs, leitos de UTI, oxigênio ou profissionais de saúde, os países estão sendo forçados a agir rapidamente para compensar os anos de subinvestimento. E embora os países tenham expandido drasticamente sua capacidade de atendimento à saúde em apenas alguns meses, nossos profissionais de saúde continuam sentindo a pressão desta pandemia."

Mulheres e enfermeiras mais afetadas -  Chamando a atenção para o Dia Internacional da Enfermagem, comemorado nesta quarta-feira (12), Etienne pediu melhora na resposta à COVID-19 por meio da garantia que os profissionais de enfermagem sejam equipados com "ferramentas, capacitação e recursos dos quais precisam para realizar seu trabalho com segurança”.

Desde o início da pandemia, o número de profissionais de saúde infectados com COVID-19 na América Latina e no Caribe aumentou para pelo menos 1,8 milhão. Cerca de 9 mil deles morreram devido ao vírus - a maioria mulheres e enfermeiras. Até então, relatórios provenientes de 18 países da região mostram que cerca de 1,5 milhão de profissionais de saúde estão agora totalmente vacinados contra COVID-19.

“Pedimos aos países que aproveitem ao máximo as doses limitadas, protegendo primeiro os profissionais de saúde - incluindo as 8,4 milhões de enfermeiras que trabalham em nossa região”, disse Etienne.

Propagação acelerada - Voltando-se para a propagação do coronavírus, a diretora da OPAS afirmou que o vírus está se acelerando nas zonas de fronteira de muitos países. Na América Central, o aumento nas infecções está sendo notificado ao longo das regiões de Honduras e Costa Rica que fazem fronteira com a Nicarágua, bem como nas regiões fronteiriças da Guatemala e El Salvador. Na América do Sul, os casos estão aumentando nas regiões da Bolívia e da Guiana que fazem fronteira com o Brasil.

Na Colômbia, onde as infecções aumentam há semanas, espera-se um crescimento acelerado após uma semana de protestos. Cuba está impulsionando a tendência de aumento das infecções no Caribe, embora países menores como Trinidad e Tobago estejam experimentando aumentos significativos.

A propagação contínua está colocando intensa pressão nas unidades de UTI. “Em nossa região, quase 80% de nossas unidades de terapia intensiva estão cheias de pacientes com COVID-19 e os números são ainda mais terríveis em alguns lugares”, disse Etienne. “No Chile e no Peru, 95% dos leitos de UTI estão ocupados, a maioria por pacientes com COVID-19. Buenos Aires, onde 96% dos leitos de UTI estão em uso, apenas reforçou as restrições para evitar o colapso nos hospitais. Algumas áreas do Brasil têm listas de espera para leitos de UTI.”

No total, 1,2 milhão de pessoas foram infectadas com COVID-19 na semana passada nas Américas e quase 34 mil morreram pela doença.

 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

PAHO
The Pan American Health Organization

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