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ONU Mulheres: 2 milhões de trabalhadoras domésticas perderam o emprego em 2020

22 junho 2021

  • Um projeto encabeçado pela ONU Mulheres e OIT leva para as redes sociais uma campanha de conscientização sobre as condições do trabalho doméstico durante a pandemia.
  • A ação é lançada no mês em que o mundo celebra o 10° aniversário da Convenção 189 da OIT sobre Trabalho Decente para Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticas.
  • Diante de um cenário de mais um ano de pandemia e do trabalho contínuo com pouca cobertura de cuidados em saúde, a campanha defende que as trabalhadoras domésticas sejam incorporadas no grupo prioritário da vacinação contra a COVID-19.
  • De acordo com a ONU Mulheres e o IPEA, antes da pandemia havia cerca de 6 milhões de pessoas na categoria, o correspondente a quase 15% das trabalhadoras ocupadas (10% das brancas e 18,6% das negras).
  • Em 2020 mais de 2 milhões de trabalhadoras domésticas perderam seus empregos, tornando-se a segunda categoria mais afetada pela crise sanitária.
Legenda: Só em 2020 mais de 2 milhões de trabalhadoras domésticas perderam seus empregos
Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil

A série “Trabalhadoras domésticas e o impacto da pandemia” leva para as redes sociais uma discussão sobre as condições do trabalho doméstico durante a pandemia. Durante um período de três semanas, a ONU Mulheres Brasil e parceiros vão mostrar como é o trabalho das profissionais no dia a dia, seja nos lares onde trabalham ou no uso de transporte público durante o deslocamento, e como a chegada do novo coronavírus no Brasil agravou vulnerabilidades socioeconômicas.

A série apresenta a construção linear de uma narrativa sobre como a crise sanitária da COVID-19 evidenciou as más condições de trabalho e as precárias relações trabalhistas das trabalhadoras domésticas no Brasil, traçando uma trajetória histórica, de conquista e desafios.

O projeto é fruto de articulações da ONU Mulheres Brasil com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ele também é promovido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ), Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Movimento Negro Unificado (MNU) e Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB). 

Marco histórico - A campanha é lançada no mês em que o mundo celebra o 10°  aniversário da Convenção 189 da OIT sobre Trabalho Decente para Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticas. 

Para informar o público, a série “Trabalhadoras domésticas e o impacto da pandemia” expõe indicadores e fala sobre marcos importantes para a categoria, tais como a Convenção 189, da (OIT), os 20 anos da adoção da Declaração e do Programa de Ação de Durban, e a adoção de compromissos por meio das Coalizões de Ação. As últimas integram o chamado para a Ação do Fórum Geração Igualdade, outro marco na agenda de conquistas femininas.

Classe organizada - A série “Trabalhadoras domésticas e o impacto da pandemia” aborda a importância da organização da classe para a busca e conquista dos direitos, a exemplo da atuação e advocacy da Federação Nacional de Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) no processo de discussão e aprovação da Convenção 189 e da Emenda Constitucional 72/2013. 

Diante de um cenário de mais um ano de pandemia e marcado pelo trabalho contínuo com pouca cobertura de cuidados em saúde, a campanha defende que as trabalhadoras domésticas sejam incorporadas no grupo prioritário da vacinação da COVID-19. A campanha ainda convida a sociedade a debater melhores condições de trabalho, especialmente com a chegada do segundo momento do Fórum Geração Igualdade, que acontece de 30 de junho a 2 de julho, em Paris. 

Vulnerabilidade – De acordo com o estudo Vulnerabilidades das trabalhadoras domésticas no contexto da pandemia de Covid-19 no Brasil, realizado pela ONU Mulheres e pelo IPEA, essas profissionais representavam, no período pré-pandemia no início de 2020, cerca de 6 milhões de mulheres no país. Este número corresponde a quase 15% das trabalhadoras ocupadas (10% das brancas e 18,6% das negras).

Só em 2020 mais de 2 milhões de trabalhadoras domésticas perderam seus empregos, tornando-se a segunda categoria mais afetada durante a pandemia. A alta informalidade e o limitado acesso a direitos trabalhistas as deixam em situação de maior vulnerabilidade ante as crises, seja econômica, seja sanitária, ou composta, como é o caso da gerada pela COVID-19. O estudo também fala sobre os riscos de contaminação inerentes ao exercício da profissão, acentuados pelo uso de transporte público. 

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