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OMS apoia o primeiro centro de transferência de tecnologia de vacina de mRNA contra a COVID-19

23 junho 2021

  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) está apoiando um consórcio sul-africano no estabelecimento do primeiro centro de transferência de tecnologia de vacina de mRNA contra a COVID-19.
  • O desenvolvimento segue o apelo da OMS feito em abril para que as empresas públicas e privadas permitam que fabricantes de países em desenvolvimento recebam treinamento sobre como produzir vacinas.
  • O papel da OMS inclui o estabelecimento de critérios para a transferência de tecnologia, avaliação de aplicações e desenvolvimento de padrões.
  • O anúncio do centro, com outros a caminho, ocorre quando os casos da COVID-19 em todo o mundo diminuem pela oitava semana consecutiva e as mortes caem nas últimas sete semanas, consecutivamente. 
  • Apesar do progresso, novas infecções e mortes continuam altas em todo o mundo, com mais de 2,5 milhões de casos e 64.000 mortes relatadas na semana passada.
Legenda: A polícia ordena que os compradores fiquem na fila do lado de fora de uma loja para manter distância segura uns dos outros em Joanesburgo, África do Sul
Foto: © James Oatway/FMI

Nesta segunda-feira (21), a Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas anunciou que o mundo dá um "grande passo" com o primeiro centro de transferência de tecnologia de vacina de mRNA. Trata-se de um consórcio sul-africano apoiado pela organização que integra os esforços globais para aumentar o acesso a tratamentos que salvam vidas.

O desenvolvimento segue o apelo da OMS feito em abril para que as empresas públicas e privadas expressassem seu interesse em criar centros de transferência de tecnologia para que os países de baixa e média renda pudessem atender às suas necessidades urgentes de vacinas, em meio a uma escassez crítica. A instalação permitirá que fabricantes de países em desenvolvimento recebam treinamento sobre como produzir vacinas e as licenças relevantes para fazê-lo. 

Momento chave - “O anúncio de hoje é um grande passo para a África do Sul e para o mundo. Espero que este seja um momento chave para aumentar a capacidade de produção na África para as vacinas contra a COVID-19, mas também para as vacinas futuras”, disse o chefe da OMS, Tedros Adhamon Ghebreyesus, durante seu comunicado bi-semanal à mídia de Genebra. 

O RNA mensageiro, ou tecnologia de mRNA, instrui as células a produzir uma proteína que gera uma resposta imune no corpo, produzindo assim os anticorpos que fornecem proteção contra uma doença. É a base para as vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna contra a COVID-19, que estão sendo usadas por governos em todo o mundo e na iniciativa de solidariedade global de vacinas, a COVAX, apoiada pela ONU . 

"É potencialmente mais fácil de aumentar do que outras tecnologias de vacinas e pode ser mais rápido e fácil de se adaptar às variantes preocupantes", disse Tedros.

O consórcio sul-africano envolve uma empresa de biotecnologia chamada Afrigen Biologics and Vaccines, que atuará como o centro do projeto, fabricando vacinas de mRNA e fornecendo treinamento para outro fabricante chamado Biovac.   

O papel da OMS inclui o estabelecimento de critérios para a transferência de tecnologia, avaliação de aplicações e desenvolvimento de padrões, enquanto os Centros Africanos para Controle e Prevenção de Doenças fornecerão orientação por meio da parceria para a fabricação de vacinas na África. 

Mudando a narrativa - O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, destacou a importância do hub para o continente. “A capacidade de fabricar vacinas, medicamentos e outros produtos relacionados com a saúde vai ajudar a colocar a África no caminho da autodeterminação”, disse ele.  

“Através desta iniciativa e de outras, vamos mudar a narrativa de uma África que é um centro de doenças e de fraco desenvolvimento. Criaremos uma narrativa que celebra nossos sucessos na redução do fardo das doenças, no avanço da autossuficiência e também no avanço do desenvolvimento sustentável”. 

Altos e baixos - O anúncio do centro, com outros a caminho, ocorre quando os casos da COVID-19 em todo o mundo diminuem pela oitava semana consecutiva e as mortes caem nas últimas sete semanas, consecutivamente. 

Apesar de dar as boas-vindas às boas notícias, Tedros disse que novas infecções e mortes continuam altas em todo o mundo, com mais de 2,5 milhões de casos e 64.000 mortes relatadas na semana passada. 

A taxa de declínio diminuiu na maioria das regiões, e todas as regiões têm países que estão testemunhando um rápido aumento no número de casos e mortes. Na África, os casos e mortes aumentaram quase 40% na semana passada, enquanto alguns países viram seus números triplicarem ou quadruplicar. 

“Enquanto alguns países têm altas taxas de vacinação e agora estão vendo um número menor de hospitalizações e mortes, outros países na África, nas Américas e na Ásia estão enfrentando epidemias acentuadas”, disse Tedros, acrescentando que esses casos e mortes são, em grande parte, evitáveis. 

Vários fatores estão impulsionando o aumento, incluindo maior disseminação de variantes, aumento da socialização, uso ineficaz de medidas sociais e de saúde pública e iniquidade de vacinas. 

“O acesso desigual às vacinas demonstrou que, em uma crise, os países de baixa renda não podem contar com os países produtores de vacinas para suprir suas necessidades”, disse ele.  

A OMS continua a pressionar por maior compartilhamento de conhecimento, tecnologia e licenças para impulsionar a fabricação de vacinas e pela renúncia dos direitos de propriedade intelectual relacionados.

 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa