Notícias

Chefe da OMS apoia jogos olímpicos, mas lembra que o combate à pandemia entra em fase mais crítica

23 julho 2021

  • Dois dias antes do início dos jogos da Olimpíada de Tóquio, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, saudou o início dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos como uma chance de espalhar “esperança para o mundo”.
  • Para o diretor-geral, o sucesso do evento será assegurado com identificação, isolamento, rastreio e tratamento de novos casos. 
  • Sem deixar de lado a preocupação com a pandemia de COVID-19, Tedros alertou que o mundo está agora nos estágios iniciais de outra onda de infecções e mortes.
  • O cenário pede para que todos os países embarquem em um “impulso global massivo” para vacinar pelo menos 10% de suas populações até setembro. 
  • Quando questionado sobre quando a pandemia vai acabar, o diretor da OMS respondeu “quando o mundo decidir acabar com ela”.  
Legenda: O presidente do COI, Thomas Bach, encontra-se com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus
Foto: © Greg Martin/COI

Falando da capital japonesa durante a 138ª sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), o chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o mundo deve se unir com “determinação, dedicação e disciplina” para triunfar sobre a  pandemia da COVID-19. A declaração foi feita dois dias antes do início dos jogos da Olimpíada de Tóquio, na sexta-feira (23).

“Mais do que qualquer outro evento (os Jogos) têm o poder de unir o mundo; inspirar; para mostrar o que é possível”, disse o diretor-geral da OMS ao Comitê Olímpico Internacional, com a chama olímpica nas mãos. Tedros alertou que o mundo está agora nos estágios iniciais de outra onda de infecções e mortes, instando todos os países a embarcarem em um “impulso global massivo” para vacinar pelo menos 10% de suas populações até setembro. 

Hoje, 75% das vacinas foram administradas em apenas 10 países, disse Tedros, enquanto em alguns países de baixa renda, “apenas 1% das pessoas receberam pelo menos uma dose”. 

Pandemia de duas vias - O chefe da OMS disse que o fracasso do mundo em compartilhar vacinas, testes e tratamentos, incluindo oxigênio, está alimentando “uma pandemia de duas vias” entre os ricos, que estão se abrindo, e os pobres, que estão se fechando. “Isso não é apenas um ultraje moral; também é epidemiológica e economicamente autodestrutiva ”, disse, alertando que quanto mais tempo a desigualdade persistir, mais lenta será a recuperação.  

Mais transmissões levarão a mutações potencialmente mais perigosas, ainda maiores do que a devastadora variante Delta, advertiu ele. 

“E  quanto mais variantes, maior a probabilidade de uma delas escapar das vacinas e nos levar de volta à estaca zero”, sinalizou o funcionário da OMS, reiterando que “nenhum de nós está seguro até que todos estejamos”. 

4 milhões de vidas - Tedros chamou a pandemia de teste em que “o mundo está falhando” e lembrou que não estamos em uma corrida um contra o outro, mas contra o vírus. “No tempo que levo para fazer essas observações, mais de 100 pessoas perderão suas vidas para a COVID-19”, disse ele. “E  quando a chama Olímpica se extinguir, no dia 8 de agosto, mais de 100 mil pessoas terão morrido”. 

A COVID já ceifou mais de 4 milhões de vidas, e o número continua aumentando à medida que o número de mortes neste ano já mais que dobrou o total do ano passado, segundo o chefe da OMS. 

“As pessoas do mundo estão doentes e cansadas”, disse ele, “cansadas do vírus, as vidas e meios de subsistência que ele levou, o sofrimento que causou, as restrições e perturbações em suas vidas, a turbulência que causou nas economias e nas sociedades [e] as nuvens negras que lançou sobre os nossos futuros”.

Lições importantes - A pandemia da COVID-19 ensinou muitas lições dolorosas, mas importantes, incluindo que quando a saúde está em risco, tudo está em risco , disse o funcionário da ONU. “É por isso que a maior prioridade da OMS é a cobertura universal da saúde”, explicou, compartilhando a visão de um mundo em que todas as pessoas possam ter acesso aos serviços de saúde onde e quando precisarem, sem enfrentar dificuldades financeiras.

Quando questionado sobre quando a pandemia vai acabar, Tedros responde “quando o mundo decidir acabar com ela”.  

“Temos as ferramentas para prevenir a transmissão e salvar vidas. Nosso objetivo comum deve ser vacinar 70% da população de todos os países até meados do próximo ano”, concluiu. 

Aumento de casos - Enquanto isso, a OMS reportou, na quarta-feira, um aumento de 12% nos novos casos em todo o mundo na semana passada, em comparação com a anterior, um total de 3,4 milhões de novos casos. Desde o início da pandemia, há 19 meses, houve mais de 190 milhões de infecções confirmadas e mais de 4.109.000 mortes.

 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa