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Apoiado pelo Fundo de População da ONU, Instituto Afrolatinas fomenta empoderamento feminino negro

26 julho 2021

  • Em 2017 foi criado o Festival Latinidades, um encontro de potências culturais e o maior festival de mulheres negras da América Latina.
  • O projeto é tocado pelo Instituto Afrolatinas, uma das organizações contempladas pelo Fundo de População da ONU (UNFPA) por meio do edital Nas Trilhas de Cairo, que oferece apoio estrutural para organizações da sociedade civil com atuação relevante para a instituição. 
  • Com o apoio do UNFPA, o Instituto permitiu a manutenção de uma equipe paga e logo mais ganhará uma sede própria, defendendo a cultura e derrubando os obstáculos que nascem das várias formas de discriminação.
Legenda: Festival Latinidades, maior festival de mulheres negras da América Latina, é organizado pelo Instituto Afrolatinas, que recebeu apoio do Fundo de População da ONU
Foto: © UNFPA

No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em 25 de julho, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) chamou atenção para o Festival Latinidades, que celebra as potências culturais de mulheres negras latino-americanas. O projeto é tocado pelo Instituto Afrolatinas, uma das organizações contempladas pelo UNFPA por meio do edital Nas Trilhas de Cairo, que oferece apoio estrutural para organizações da sociedade civil com atuação relevante para a instituição. 

Em 2008, três produtoras e artistas negras do Distrito Federal questionavam a ausência de produções de pessoas negras nos espaços. Decidiram, então, montar uma produtora para alavancar artistas. Não funcionou muito bem. “A gente viu que não adiantava. A grande questão era o racismo, que afastava da gente todas as possibilidades”, conta a artista Jaqueline Fernandes, de 41 anos. 

Em 2017, o grupo decidiu criar um evento que, mais tarde, tornaria-se um marco histórico: o Festival Latinidades, um encontro de potências culturais e o maior festival de mulheres negras da América Latina. “No começo, queríamos dar visibilidade para a população negra do DF. Começamos na Esplanada dos Ministérios, um centro administrativo de poder, mas onde só encontrávamos a população negra em papéis subalternos. Criamos um projeto que extrapolou todos os limites”, comemora Jaqueline.

Para Jaqueline, que é presidente do Afrolatinas, o apoio do edital foi fundamental e veio no momento certo. “O Trilhas chegou exatamente quando começamos a colocar o foco no desenvolvimento institucional da nossa organização”, afirma. Os impactos da pandemia da COVID-19, segundo ela, foram maiores para as mulheres negras que trabalham com cultura. “Essas pessoas já estavam na base da pirâmide, o impacto da pandemia foi triplamente sentido. O desgaste e a desestruturação foram enormes”, lamenta.

Agora, o Afrolatinas trabalha para se profissionalizar cada vez mais: com o apoio do UNFPA, o instituto permitiu a manutenção de uma equipe paga e logo mais ganhará uma sede própria, defendendo a cultura e derrubando os obstáculos que nascem das várias formas de discriminação. “Existe uma carga de preconceito muito grande em relação à cultura, apesar de ser uma cadeia produtiva gigante. Nós queremos mostrar que somos uma organização que faz trabalho de base e ação política partindo deste lugar da arte”, diz. “O nosso objetivo é ser referência na gestão cultural e em políticas afirmativas.”

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNFPA
Fundo das Nações Unidas para a População

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa