Sem o G20, a meta de 1,5ºC do Acordo de Paris não será alcançada, afirma secretário-geral
26 julho 2021
- “O mundo precisa urgentemente de um compromisso claro e inequívoco com a meta de 1,5ºC do Acordo de Paris de todas as nações do G20”, disse o secretário-geral da ONU.
- António Guterres divulgou um comunicado após o grupo das 20 maiores economias do mundo não conseguir chegar a um acordo sobre a redação dos principais compromissos relativos às mudanças climáticas, durante sua recente Reunião Ministerial sobre Meio Ambiente, Clima e Energia.
- O chefe da ONU lembrou que a ciência indica que para cumprir essa “meta ambiciosa, mas alcançável”, o mundo deve alcançar a neutralidade de carbono antes de 2050 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010. Segundo Guterres, "não há caminho para esse objetivo sem a liderança do G20".
“O mundo precisa urgentemente de um compromisso claro e inequívoco com a meta de 1,5ºC do Acordo de Paris de todas as nações do G20”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, no domingo (25), depois que o grupo das 20 maiores economias do mundo não conseguiu chegar a um acordo sobre a redação dos principais compromissos relativos às mudanças climáticas durante sua recente Reunião Ministerial sobre Meio Ambiente, Clima e Energia.
“Não há caminho para esse objetivo sem a liderança do G20. Este sinal é desesperadamente necessário para bilhões de pessoas que já estão na linha de frente da crise climática e para os mercados, investidores e indústria que exigem a certeza de que um futuro resiliente ao clima, com zero emissões líquidas, é inevitável”, afirmou Guterres em um comunicado.
O chefe da ONU lembrou que a ciência indica que para cumprir essa “meta ambiciosa, mas alcançável”, o mundo deve alcançar a neutralidade de carbono antes de 2050 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010. “Mas estamos muito fora do caminho”, alertou.
O mundo precisa do G20 - Faltando menos de 100 dias para a Conferência do Clima das Nações Unidas de 2021, a COP26, uma reunião crucial que será realizada em Glasgow no final de outubro, António Guterres instou todo o G20 e outros líderes a se comprometerem com a neutralidade de carbono até meados do século e apresentarem planos climáticos nacionais mais ambiciosos para 2030 e concretizarem políticas e ações concretas alinhadas com um futuro neutro em relação ao carbono.
Isso inclui o fim da exploração de carvão novo após 2021, a eliminação progressiva dos subsídios aos combustíveis fósseis e a concordância com um piso internacional mínimo para o preço do carbono, conforme proposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
“O G7 e outros países desenvolvidos também devem entregar um pacote de solidariedade confiável de apoio aos países em desenvolvimento, incluindo o cumprimento da meta de 100 bilhões de dólares, o aumento do apoio à adaptação e resiliência para pelo menos 50% do financiamento climático total e fazer com que os bancos públicos e multilaterais de desenvolvimento alinhem significativamente seus portfólios climáticos para atender às necessidades dos países em desenvolvimento”, destacou.
O chefe da ONU informou que pretende aproveitar a oportunidade da próxima sessão de alto nível da Assembleia Geral da ONU para reunir líderes para chegar a um entendimento político sobre esses elementos críticos do “pacote” necessário para Glasgow.
Um retrocesso para Glasgow - Os ministros do G20, que se reuniram em Nápoles, Itália, de 23 a 25 de julho, não chegaram a um acordo em duas questões controversas relacionadas à eliminação progressiva do carvão e à meta de 1,5ºC. O temas agora terão que ser discutidos na Cúpula do G20 em Roma, em outubro, apenas um dia antes do início da COP 26.