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Diretora da OPAS pede que países priorizem comunidades indígenas nas respostas à pandemia da COVID-19

05 agosto 2021

  • Diante dos 617 mil indígenas que foram infectados com a COVID-19 nas Américas e das 15 mil mortes provocadas pela doença, a diretora da OPAS pediu aos países para que priorizem as comunidades tradicionais nos planos de vacinação.
  • O apelo foi feito às vésperas do Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto.
  • Etienne também alertou para “marco sombrio” de dois milhões de mortes nas Américas e pediu mais vacinas para combater a pandemia.
  • Apenas 18% das pessoas na América Latina e no Caribe foram totalmente vacinadas contra a COVID-19.
Legenda: Indígena recebe vacinação COVID-19 no Brasil
Foto: © OPAS

A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, afirmou que 617 mil indígenas foram infectados com a COVID-19 nas Américas e pediu aos países que priorizem as comunidades mais afetadas.

“É provável que muitos mais tenham sido infectados, mas podemos não saber”, disse Etienne durante a coletiva de imprensa semanal da OPAS. A diretora da OPAS acrescentou que “quase 15 mil (indígenas) morreram por complicações da COVID-19 desde o início da pandemia”. As estatísticas são baseadas em dados de vários países.

Às vésperas do Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto, Etienne observou que a pandemia exacerbou as desigualdades nas Américas e que a maioria dos povos indígenas carece de redes de segurança financeira e social para garantir que possam continuar a prover suas famílias e comunidades, mesmo quando estão doentes.

Dificuldade de acesso - "Muitos de nossos povos indígenas vivem em áreas remotas e isoladas, onde uma clínica ou médico podem estar a muitos quilômetros ou dias de distância. Mesmo aqueles que vivem em centros urbanos ainda enfrentam barreiras invisíveis - como idioma, estigma e pobreza - que podem manter a atenção à saúde fora do alcance", avaliou a diretora da OPAS.

Os países devem envolver os povos indígenas na resposta à COVID-19 e garantir que os profissionais de saúde sejam sensíveis às necessidades e idiomas das comunidades indígenas e “respeitem a tradição da medicina ancestral ainda praticada por muitos de nossos povos indígenas”, enfatizou Etienne.

A diretora da OPAS observou que 17 países nas Américas listaram os povos indígenas como grupo prioritário para vacinação contra a COVID-19, e lembrou que campanhas de vacinação estão em andamento nesses e em outros países.

“Até agora, mais de 134 mil indígenas foram totalmente vacinados em toda a Guatemala e mais de 312 mil completaram suas vacinações contra a COVID-19 no Brasil. Mas não temos dados de todos os países”, ressaltou Etienne.

2 milhões de mortes - Voltando-se à situação da pandemia nas Américas, a diretora da OPAS informou que mais de 1,2 milhão de casos de COVID-19 e 20 mil mortes relacionadas foram notificados na última semana. As infecções pela doença estão acelerando na América do Norte, “impulsionadas principalmente por um aumento de casos no sul e leste dos Estados Unidos e no centro do México”.

Os casos estão aumentando no Caribe e diminuindo na América do Sul, embora alguns estados brasileiros tenham visto um aumento nas infecções, disse Etienne. “Isso ressalta que, até que efetivamente contenhamos a transmissão, as infecções podem aumentar. Portanto, máscaras, distanciamento físico e outras medidas de saúde pública continuam sendo cruciais.”.

Etienne lembrou, ainda, do “marco pandêmico sombrio” de dois milhões de mortes por COVID-19 nas Américas, chamando o número de “um lembrete angustiante de que devemos agir urgentemente para evitar mais sofrimento” e reiterando seu apelo por mais vacinas para as Américas. “Hoje, as vacinas, que são um farol de esperança para controlar esta pandemia, permanecem fora do alcance de muitas pessoas nas Américas. Apenas 18% das pessoas na América Latina e no Caribe foram totalmente vacinadas contra a COVID-19”, disse a diretora da OPAS.

“A melhor maneira de parar o vírus, independentemente da variante, é reforçar as medidas de saúde pública, incluindo o uso adequado de máscaras, distanciamento físico, isolamento de pacientes, quarentena de contatos e vacinação”, afirmou Etienne.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

PAHO
The Pan American Health Organization

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