Refugiados palestinos no sul da Síria estão sem acesso a serviços essenciais, alerta agência da ONU
17 agosto 2021
- Cerca de 30.000 refugiados palestinos registrados na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) no sul da Síria tornaram-se cada vez mais vulneráveis, após confrontos recentes dentro e ao redor do campo da província de Dera'a.
- As últimas hostilidades na região reduziram drasticamente sua capacidade de fornecer serviços essenciais a uma comunidade muito vulnerável, alertou a agência. As condições humanitárias das mais de 600 famílias do campo são terríveis.
- Os estoques de medicamentos e alimentos, incluindo pão, estão esgotados desde 2 de agosto, após o fechamento da principal passagem humanitária de Saraya em 30 de julho. A água e a eletricidade também foram cortadas completamente dentro do acampamento.
- A agência apelou a todas as partes no conflito para garantirem o acesso desimpedido à assistência humanitária na área, incluindo o acesso aos serviços da UNRWA.

Cerca de 30.000 refugiados palestinos registrados na Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) no sul da Síria tornaram-se cada vez mais vulneráveis, após confrontos recentes dentro e ao redor do campo Dera'a Governorate, disse a agência da ONU no domingo (15).
Os pesados bombardeios e confrontos desde 29 de julho causaram mortes, ferimentos e o deslocamento de centenas de famílias vulneráveis. De acordo com a agência da ONU, que foi criada após o conflito árabe-israelense de 1948, cerca de um terço dos refugiados palestinos morava no campo de Dera'a antes do conflito.
Recentemente, um pequeno número de refugiados palestinos voltou ao campo, devido à falta de alternativas, disse a UNRWA. No entanto, essas últimas hostilidades reduziram drasticamente sua capacidade de fornecer serviços essenciais a uma comunidade muito vulnerável, alertou a agência.
Condições humanitárias ‘terríveis’ - Mais de 600 famílias de refugiados palestinos (3.000 indivíduos) agora residem na área do campo, com mais da metade delas deslocadas devido aos confrontos recentes. Segundo a UNRWA, as condições humanitárias das famílias do campo são terríveis.
Os estoques de medicamentos e alimentos, incluindo pão, estão esgotados desde 2 de agosto, após o fechamento da principal passagem humanitária de Saraya em 30 de julho. A água e a eletricidade também foram cortadas completamente dentro do acampamento. Refugiados palestinos que vivem no oeste de Dera'a também têm acesso limitado aos serviços da UNRWA, já que o aumento dos confrontos levou ao fechamento da clínica de saúde da agência em Muzeirib em 1º de agosto.
Necessidades humanitárias imensas - Enquanto isso, a demanda por alimentos e itens não alimentares de emergência e os riscos crescentes de contaminação por resíduos explosivos de guerra significam que as necessidades humanitárias das famílias deslocadas são “imensas".
Frequentemente, os refugiados palestinos são forçados a morar com parentes, aumentando sua carga e aumentando os riscos associados à disseminação do COVID-19, observou a agência da ONU, acrescentando que a maioria das famílias está lutando para pagar o aluguel ou viver em casas que foram danificadas ou parcialmente destruídas pelas hostilidades na última década.
A capacidade dos refugiados palestinos de sair do campo de Dera'a foi severamente afetada pelos confrontos e seu acesso aos serviços da UNRWA, como comida e dinheiro, que normalmente estão disponíveis na cidade de Dera'a, foi limitado.
A situação atual também atrasou o trabalho necessário para preparar o retorno das crianças às escolas da UNRWA. A agência diz ainda estar preocupada com a segurança de sua equipe que trabalha na governadoria de Dera'a.
Acesso com segurança - A agência apelou a todas as partes no conflito para garantirem o acesso desimpedido à assistência humanitária na área, incluindo o acesso aos serviços da UNRWA. O ponto de passagem Saraya, que permite a passagem de pessoas e bens, deve permanecer aberto para permitir o acesso dos refugiados palestinos aos serviços básicos.
Todas as partes devem proteger os civis e salvaguardar a infraestrutura civil, incluindo as instalações da UNRWA na província de Dera'a, acrescentou.