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ONU pede o fim da violência no Líbano após confrontos mortais em Beirute

15 outubro 2021

Pelo menos seis pessoas morreram e mais de trinta ficaram feridas em um conflito no Líbano. O chefe das Nações Unidas, António Guterres, pediu pelo fim da violência e lamentou as vidas perdidas. 

Os confrontos eclodiram depois que homens armados dispararam contra centenas de pessoas que se dirigiam para um protesto que exigia a destituição do juiz no principal processo de investigação sobre as explosões de agosto de 2020 na área do porto.

A manifestação foi organizada pelo grupo militante islâmico Hezbollah, que desempenha um papel importante como força política na política libanesa, e seus apoiadores, de acordo com relatos da mídia.

Refém de crises múltiplas, como colapso econômico, financeiro e político, e recuperação de explosões portuárias, o país vivencia mais uma vez uma polarização política que preocupa a ONU e suas agências.

Legenda: Soldados da paz da missão da ONU, UNIFIL, avaliam a magnitude da explosão que destruiu o Porto de Beirute, no Líbano (arquivo)
Foto: © Pasqual Gorriz/ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu, na quinta-feira (14), o fim imediato da violência no Líbano após a violência sectária mortal na capital, Beirute, em torno da investigação em andamento sobre as explosões de agosto de 2020 na área do porto.  

Os confrontos eclodiram depois que homens armados dispararam contra centenas de pessoas que se dirigiam para um protesto contra o juiz principal na investigação, organizada pelo grupo militante islâmico Hezbollah, que desempenha um papel importante como força política na política libanesa, e seus apoiadores, de acordo com relatos da mídia. Pelo menos seis pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas. Nove suspeitos foram presos. 

Apelo para fim do conflito - O secretário-geral estava profundamente preocupado com a situação, disse seu porta-voz, Stéphane Dujarric, a jornalistas em Nova Iorque. “A ONU apela a todos os envolvidos para cessar imediatamente os atos de violência e se abster de qualquer ação provocativa ou retórica inflamada”, transmitiu o correspondente da ONU.

“O secretário-geral reitera a necessidade de uma investigação imparcial, completa e transparente sobre a explosão no porto de Beirute que ocorreu no ano passado”, completou Dujarric.

Crises múltiplas - O Líbano continua a enfrentar inúmeros desafios, incluindo colapso econômico e financeiro, impasse político e o impacto devastador de longo prazo das explosões portuárias, que mataram mais de 200 pessoas. Ninguém ainda foi considerado responsável.

A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Joanna Wronecka, também emitiu uma declaração condenando a violência de quinta-feira (14) em que enfatizou a necessidade de contenção, para manter a calma e estabilidade e garantir a proteção dos civis. 

Polarização perigosa - Observando o “aumento perigoso da polarização” em torno da investigação, Wronecka ressaltou a maior responsabilidade dos líderes do Líbano em colocar os interesses do país em primeiro lugar nesta conjuntura crítica.

“Tirar o Líbano de sua crise atual e avançar nas reformas requer o funcionamento eficiente das instituições legislativas, executivas e judiciais do estado”, argumentou ela.

Ao reiterar o apoio inabalável da ONU ao país e seu povo, a oficial da Organização foi enfática: “Agora é a hora de todos os lados apoiarem a independência judicial no interesse do povo”

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

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