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Programa de empregabilidade de refugiados promove 69 contratações em 2020

21 outubro 2021

O Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR), idealizado pela empresa EMDOC, conta com o apoio do ACNUR para realizar o cadastramento de profissionais refugiados, mobilizar o setor privado e promover a contratação de pessoas acolhidas no país.

Entre 2011 e 2020, cerca de 1.400 pessoas refugiadas foram diretamente impactadas pelo PARR. Para a concretização da empregabilidade desses profissionais, o programa atua na sensibilização do setor privado e atua no processo de intermediação.

Na pandemia, o PARR estabeleceu um modelo integralmente virtual de cadastro de profissionais refugiados. Como resultados, em 2020 a iniciativa cadastrou 270 profissionais refugiados e migrantes, em sua maioria provenientes da Venezuela (73%). Deste total, 69 contratações (26%) foram efetivadas.

Legenda: João Marques, sócio fundador da EMDOC e criador do PARR, discursa em evento público
Foto: © Fellipe Abreu/ACNUR

Criado em 2011 pela empresa EMDOC, em São Paulo, o Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR) promove a reinserção de pessoas refugiadas no mercado de trabalho brasileiro. Com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o PARR conta, atualmente, com mais de 3.400 profissionais refugiados cadastrados de mais de 70 nacionalidades de diversas áreas de conhecimento.

De acordo com um estudo realizado pelo programa, entre 2011 e 2020, cerca de 1.400 pessoas refugiadas foram diretamente impactadas pelo PARR, contemplando os encaminhamentos feitos para entrevistas de trabalho, inscrição em projetos de formação ou aprimoramento profissional e os empregos efetivados. Para a concretização da empregabilidade destes profissionais, o PARR atua na sensibilização do setor privado e atua no processo de intermediação dos candidatos e das vagas de trabalho.

“Nos últimos cinco anos houve um amadurecimento das empresas em relação à contratação de profissionais refugiados. Isto acontece por meio de projetos de inclusão e diversidade, a questão humanitária de países como a Venezuela, e o maior conhecimento sobre as vantagens e desafios na empregabilidade”, diz João Marques, sócio fundador da empresa Emdoc e criador do PARR.

A partir de 2020, no contexto das contingências impostas pela pandemia de COVID-19, o PARR reestruturou sua metodologia, antes presencial, e estabeleceu um modelo integralmente virtual de cadastro de profissionais refugiados. Este modelo de atendimento remoto foi precursor entre as organizações que atendem pessoas refugiadas e migrantes em São Paulo, o que garantiu uma resposta eficaz do projeto mesmo diante dos desafios da pandemia.

Como resultados consolidados em 2020, o PARR concluiu o cadastramento de 270 profissionais refugiados e migrantes, em sua maioria provenientes da Venezuela (73%). Deste total, 69 contratações (26%) foram efetivadas, com destaque para as seguintes áreas: administrativa, atendimento, operacional, serviços gerais e jovem aprendiz.

O perfil médio dos profissionais refugiados cadastrados no banco de talentos do PARR é composto predominantemente por homens (65%), entre 25 e 45 anos (68%), com ensino médio completo (44%). Ainda assim, em anos recentes tem havido maior participação de mulheres refugiadas em busca de recolocação no mercado de trabalho brasileiro, assim como de jovens – uma oportunidade para programas de jovem aprendiz e trainees –, de maior qualificação e formação educacional (cerca de 24% possuem superior completo) e de profissionais acima dos 45 anos, já com ampla experiência de mercado (estes representam mais de 20% do total dos cadastros).

“A empregabilidade de pessoas refugiadas em suas respectivas áreas de formação agrega conhecimentos para os profissionais e resultados efetivos para as empresas, favorecendo assim que haja estímulo para o desenvolvimento conjunto e mais oportunidades de crescimento. Dessa forma, todos os lados ganham, conciliando dedicação com inovação, desempenho com rentabilidade, transformando o ambiente de trabalho em um local mais diverso, plural e produtivo”, afirma Jose Egas, Representante do ACNUR no Brasil.

Reconhecimento - O compromisso social e empenho do PARR para a contratação de profissionais refugiados reflete nos evidentes ganhos de autonomia e autossuficiência da população refugiada. O programa recebeu o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade da Prefeitura de São Paulo por três anos seguidos (2018, 2019 e 2020), assim como foi uma das iniciativas escolhidas pelo Prêmio de Sustentabilidade da Câmara Espanhola de Comércio no Brasil em 2016, 2017 e 2019.

A EMDOC/PARR também foi reconhecida pelo ACNUR e pela Rede Brasil do Pacto Global como uma das boas práticas de engajamento empresarial no Brasil na plataforma Empresas com Refugiados, e aderiu ao “Fórum Empresas com Refugiados” na categoria “mobilizadora”, sendo reconhecida por seu papel de integração de pessoas refugiadas na sociedade brasileira. A EMDOC/PARR também é mencionada no “Guia de Boas Práticas Empresariais”, trazendo boas práticas empresariais que correlacionam a implementação dos princípios orientadores de direitos humanos no âmbito empresarial.

Em face das dificuldades de se chegar a um novo país e iniciar o processo de integração local, a atuação do PARR possibilita que as pessoas refugiadas sejam vistas como profissionais que trazem conhecimentos e experiências para somar ao corpo técnico já existente no país, remodelando-o para novas conquistas.

Os trabalhos desenvolvidos pelo PARR em prol da integração de pessoas refugiadas no Brasil estão alinhados com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, em especial sobre os desafios relacionados aos objetivos (8) Trabalho decente e crescimento econômico; (10) Redução das desigualdades; e (17) Parcerias e meios de implementação.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa