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Europa vive aumento de casos e volta a ser epicentro da COVID-19

05 novembro 2021

Com um aumento no número de casos de mais de 55% nas últimas quatro semanas, o continente europeu voltou a ser epicentro da COVID-19 e tem puxado o aumento mundial da doença, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Na última semana, a Europa e a Ásia Central foram responsáveis por 59% dos casos globais e 48% das mortes relatadas.

Uma estimativa prevê que, se os países continuarem nessa trajetória, a região terá mais de meio milhão de mortes até primeiro de fevereiro de 2022.

Até o momento, mais de 5 milhões de mortes por causa da COVID-19 foram relatadas em todo mundo, mas a OMS acredita que o número seja maior. Mais de 50 mil pessoas estão perdendo suas vidas a cada semana por conta da doença. Nos últimos sete dias, 56 países, de todas as regiões, apresentaram um aumento nas mortes de mais de 10%.

De acordo com o diretor-geral da OMS, isso não deveria estar acontecendo. "Temos todas as ferramentas para prevenir a transmissão da COVID-19 e salvar vidas", lembrou Tedros Adhanom ao pedir que os países usem medidas como vacinação, testagem, ventilação de espaços, máscaras e distanciamento social.

vacinação covid-19
Legenda: A Moldávia foi o primeiro país europeu a receber vacinas COVID 19 por meio do mecanismo COVAX
Foto: © ONU Moldávia

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, comunicou, na quinta-feira (4), que as mortes e novos casos de COVID-19 voltaram a aumentar após 22 meses dos primeiros casos da doença e depois de quase um ano de aprovação das vacinas.

Nos últimos sete dias, 56 países, de todas as regiões, apresentaram um aumento nas mortes de mais de 10%.

Mais de 5 milhões de mortes foram relatadas até agora, mas a OMS acredita que o número seja maior. Mais de 50 mil pessoas estão perdendo suas vidas a cada semana.

Tedros ressaltou as denúncias de falta de leitos de terapia intensiva e de abastecimento, profissionais de saúde sobrecarregados e hospitais atrasando outros procedimentos importantes.

"Isso não deveria estar acontecendo. Nós temos todas as ferramentas para prevenir a transmissão da COVID-19 e salvar vidas, e nós continuamos pedindo para que todos os países usem essas ferramentas”, disse o diretor-geral da OMS.

Mais vacinas - Na quarta-feira (03), a OMS adicionou uma nova ferramenta, a inclusão da vacina Covaxin na lista de uso de emergência aprovada pela organização.

Ainda neste tópico, Tedros continuou a apontar a distribuição desigual das vacinas e revelou que os países de baixa renda estão contando com a iniciativa da ONU, o mecanismo de vacinas COVAX. De acordo com ele, esse projeto tem o dinheiro e os contratos necessários, mas “os produtores não estão fazendo sua parte”.

Ele ainda defendeu que nenhuma vacina deve ir para os países que tiveram mais de 40% de sua população vacinada, até que o COVAX tenha as vacinas necessárias para ajudar outros países a chegarem nesse patamar.

O diretor-geral da OMS enfatizou que as doses de reforço não deveriam ser aplicadas, a não ser em pessoas imunocomprometidas, e reforçou seu pedido de suspensão de aplicação de doses extras.

Nova onda familiar - Segundo a OMS, todos os países da Europa e Ásia Central estão enfrentando uma ameaça real de ressurgimento da COVID-19, ou já estão enfrentando isso.

Em uma declaração feita na quinta-feira (04), o diretor regional da OMS na Europa, Hans Kluge, afirmou que o ritmo atual de transmissão entre os 53 países da região europeia da OMS é de preocupação grave.

Para Kluge, os casos estão se aproximando novamente a níveis recordes com a variante Delta, a mais transmissível, continuando a dominar o contágio.

Nas últimas quatro semanas, o continente europeu viu um aumento no número de casos de mais de 55%. Na última semana, a Europa e Ásia Central foram responsáveis por 59% dos casos globais e 48% das mortes relatadas.

“Estamos novamente no epicentro”, afirmou o diretor regional, acrescentando que as taxas de internações por conta da COVID-19 mais que dobraram em uma semana.

Há tendência de crescimento para todos os grupos etários, mas as pessoas de 65 anos ou mais concentram 7% dos casos fatais.

Uma estimativa prevê que, se os países continuarem nessa trajetória, terá mais de meio milhão de mortes na Europa e Ásia Central até primeiro de fevereiro de 2022.

Vacinas e medidas sociais - De acordo com o diretor regional da OMS, há duas razões para esse surto: cobertura insuficiente de vacinação e afrouxamento da saúde pública e medidas sociais.

"Apesar do quase recorde de casos da COVID-19, novas mortes estão aproximadamente na metade dos níveis recordes. Isso reflete o efeito da vacinação e do trabalho corajoso das autoridades de saúde, dos profissionais de saúde e das comunidades no desenvolvimento, administração e aceitação das vacinas”, explicou Hans Kluge ao reforçar que  “as vacinas estão realmente realizando sua função: prevenir casos graves e mortes”.

Até agora, um bilhão de doses foram administradas na Europa e na Ásia Central. Contudo, os países dessas regiões estão em estágios diferentes dentro da pandemia. Em média, 47% das pessoas foram completamente imunizadas. Enquanto oito países ultrapassam uma cobertura de 70%, em dois países a taxa de vacinação permanece abaixo de 10%.

Em relação à saúde pública e medidas sociais, a OMS defende que testes, rastreamento de contato, ventilação em espaços fechados e distância física continuam sendo parte do arsenal defensivo. “Essas são medidas experimentadas e testadas que garantem que a vida continue enquanto há o controle do vírus e evita bloqueios generalizados e prejudiciais”, declarou o diretor regional.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

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