Notícias

Esforços globais de financiamento podem acabar com a AIDS até 2030

25 novembro 2021

No mundo, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2020, e a cada 60 segundos alguém morre de uma doença relacionada à AIDS. Sem uma correção imediata nesse trajeto e sem um impulso renovado, o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS (UNAIDS) teme que as esperanças de acabar com a AIDS em 2030 possam desaparecer.

Para contornar as dificuldades de financiamento, o UNAIDS reuniu doadores, parcerias e participantes da Junta de Coordenação do Programa em Genebra, Suíça, para um diálogo a fim de ajudar a reforçar os esforços no apoio aos países para acabar com a AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“À medida que avançamos para a próxima fase da resposta à AIDS, o risco de negligência política aumenta à medida que a epidemia se concentra entre as populações mais marginalizadas, discriminadas, criminalizadas e entre adolescentes e mulheres jovens”, alertou Winnie Byanyima, diretora executiva do Programa Conjunto.

Desde sua criação, em 1996, o UNAIDS liderou esforços para expandir o acesso à prevenção, tratamento e serviços de atenção ao HIV, aumentando os recursos globais, construindo compromissos políticos e coletando dados para construir respostas informadas com base em evidências.

Legenda: Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS
Foto: © Banco Mundial

Com grandes dificuldades de financiamento desde 2015, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) convocou doadores, parcerias e participantes da Junta de Coordenação do Programa (PCB) em Genebra, Suíça, para um diálogo a fim de ajudar a reforçar os esforços no apoio aos países para acabar com a AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Durante a reunião, realizada em 15 de novembro, o UNAIDS advertiu que, apesar de um número crescente de países reconhecer a possibilidade de acabar com a AIDS como essencial, a resposta global ao HIV está perdendo força. 

No mundo, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2020, e a cada 60 segundos alguém morre de uma doença relacionada à AIDS. Sem uma correção imediata nesse trajeto e sem um impulso renovado, o UNAIDS teme que as esperanças de alcançar a meta de acabar com a AIDS em 2030 possam desaparecer.

A reunião foi realizada para aprofundar a compreensão do trabalho do Programa da ONU e de seu papel crítico na saúde global. Palestrantes destacaram que desde sua criação, em 1996, o UNAIDS trouxe um valor único à resposta global à AIDS, alavancando os pontos fortes combinados do sistema das Nações Unidas, liderando esforços para expandir o acesso à prevenção, tratamento e serviços de atenção ao HIV, aumentando os recursos globais para o HIV, construindo compromisso político e coletando dados para construir respostas informadas com base em evidências.

“À medida que avançamos para a próxima fase da resposta à AIDS, o risco de negligência política aumenta à medida que a epidemia se concentra entre as populações mais marginalizadas, discriminadas, criminalizadas e entre adolescentes e mulheres jovens. O Programa Conjunto é agora mais necessário do que nunca”.

Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS

“Na Namíbia, vimos muito claramente a contribuição do UNAIDS durante este ano passado tão difícil, pois experimentamos um aumento exponencial nos casos de COVID-19, hospitalizações e mortes”, disse Julia Imene-Chanduru, representando a Presidente da Junta de de Coordenação do Programa do UNAIDS.

“Nosso sistema de saúde estava severamente sobrecarregado. Durante este tempo, o UNAIDS apoiou a Namíbia para assegurar a continuidade do tratamento para pessoas vivendo com HIV, apoiando-nos a passar para a distribuição mensal de tratamento antirretroviral e ajudando-nos a fortalecer o envolvimento da comunidade na COVID-19 e no HIV”.

Porta-voz da Junta de de Coordenação do Programa do UNAIDS

As pessoas que palestraram na reunião enfatizaram que o UNAIDS também tem sido fundamental no combate ao estigma e à discriminação e na luta pela igualdade e pelos direitos humanos. Em geral, estas contribuições únicas e essenciais do UNAIDS representam menos de 1% de todo o financiamento disponível para atividades de HIV em países de baixa e média renda.

“Nossa saúde é um alicerce não só para a própria vida, mas é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, disse Amina Mohammed, secretária-geral adjunta das Nações Unidas. “O UNAIDS é inteligente e traz ação transformadora à vida. Do total do financiamento global para o HIV, o 1% que o UNAIDS representa ajuda a alavancar bilhões de dólares. Peço-lhes que continuem a aumentar suas contribuições a esta organização e apoiem seu incrível trabalho capaz de salvar vidas”.

Falta financiamento - Desde 2015, o UNAIDS tem sofrido graves declínios em termos de financiamento. Para 2020 e 2021, o Programa Conjunto tinha um orçamento anual aprovado de US $242 milhões. Em 2020, o UNAIDS arrecadou US $194,1 milhões, mas espera-se que arrecade apenas US $165 milhões em 2021. A reunião proporcionou uma oportunidade para aprofundar a compreensão de organizações doadoras sobre o trabalho do UNAIDS e alertou sobre o custo da inação ou do financiamento insuficiente.

“Nossa situação atual de financiamento limita o que é possível e o que pode ser viabilizado”, disse Winnie Byanyima. “Chegou a hora de investir. É hora de corresponder a nossa ambição política e equipar todas as nossas partes interessadas para impulsionar a resposta e ajudar a realizar o direito humano à saúde para todas as pessoas. É nossa responsabilidade como Programa Conjunto voltar a colocar a AIDS na agenda do desenvolvimento, mas não apenas com os discursos, mas também com orçamentos”. 

O apelo da delegação da organização não-governamental é que queremos uma UBRAF totalmente financiada. Queremos uma resposta totalmente financiada pelo UNAIDS e uma resposta totalmente financiada à AIDS”, disse Gracia Violeta Ross Quiroga, presidente Nacional da Rede Boliviana de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (REDBOL).

O UNAIDS apela às organizações doadoras e parceiras a criar um impulso em torno de oportunidades potenciais e compromissos mútuos relacionados à resposta à AIDS, incluindo a priorização da alocação de recursos e o estabelecimento de prioridades. O UNAIDS insiste para organizações doadoras financiarem de forma adequada, previsível e flexível por meio de acordos plurianuais de financiamento central e não central para apoiar plenamente os esforços para acabar com a AIDS até 2030.

“Reiteramos os apelos que foram feitos hoje pela Secretaria e copatrocinadores para que o financiamento seja previsível e sustentado a fim de permitir que o Programa Conjunto cumpra nossos objetivos comuns. O Quênia continua empenhado em apoiar este processo e está pronto para participar de quaisquer discussões subsequentes”, disse Peace Mutuma, da Missão Permanente do Quênia junto às Nações Unidas, em Genebra.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNAIDS
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa