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Jovens de todo o Brasil criam ações de resposta ao HIV/AIDS

01 dezembro 2021

No mundo, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2020, e a cada 60 segundos alguém morre de uma doença relacionada à AIDS. Em um evento em Brasília, cerca de 30 jovens se reuniram para participar de um seminário sobre o tema. Durante a discussão, apresentaram ações implementadas em suas cidades e trocaram experiências com meninas e meninos de outras capitais.

O encontro aconteceu às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a AIDS e marcou o encerramento de uma série de encontros realizados pelo UNICEF em diversas capitais do país – Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Salvador, São Luís e São Paulo – como parte da iniciativa Viva Melhor Sabendo Jovem.

O UNAIDS foi parceiro do UNICEF nessa e em outras ações nacionais que visam conscientizar a população e trazer visibilidade para o tema. Em uma mensagem para o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, a diretora executiva do Programa, Winnie Byanyima, lembra que a AIDS continua sendo uma pandemia, e fala sobre a necessidade de endereçar a luta contra a desigualdade para erradicar a doença.

Legenda: Encontro da iniciativa Viva Melhor Sabendo Jovem, do UNICEF
Foto: © UNICEF/BRZ/César Tadeu

Na última semana, cerca de 30 jovens de diferentes estados brasileiros se reuniram, em Brasília, para o seminário Se Liga Jovem+, realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) com apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS). O encontro aconteceu às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a AIDS, comemorado em 1º de dezembro.

O objetivo foi discutir políticas públicas relacionadas ao enfrentamento do HIV/AIDS e pensar em estratégias para a sua sustentabilidade a longo prazo. O evento nacional marcou o encerramento de uma série de encontros realizados pelo UNICEF em diversas capitais do país – Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Salvador, São Luís e São Paulo – como parte da iniciativa Viva Melhor Sabendo Jovem (VMSJ).

Os participantes tiveram a oportunidade de apresentar ações realizadas em suas cidades e trocar experiências com pessoas de outras capitais. O primeiro dia de atividades focou na avaliação de ações já realizadas do programa Viva Melhor Sabendo Jovem, além de pensar novas formas de atuação para garantir a sustentabilidade da iniciativa. Cada capital, representada por um grupo de jovens, teve espaço para apresentar o funcionamento de seus projetos locais.

A mesa de abertura contou com a participação de Paola Babos, representante adjunta do UNICEF no Brasil; Renato Guimarães, assessor de Comunicação e Advocacy do UNAIDS; Angélica Espinosa Barbosa Miranda, diretora substituta do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde; e Leonardo Moura, da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS.

“É essencial garantir espaços de participação para que adolescentes e jovens possam criar respostas a partir das suas próprias experiências. O UNICEF tem apoiado governos e parceiros em todo o Brasil para que isso seja possível, além de buscar proteger adolescentes, jovens e garantir o acesso ao tratamento adequado do HIV”

Paola Babos, representante adjunta do UNICEF no Brasil.

“A iniciativa Se Liga Jovem+ busca fortalecer as redes nacionais e locais, e também criar processos de mobilização comunitária e monitoramento de políticas públicas. Então estamos criando ferramentas com os jovens para que sejamos capazes de também poder nos envolver nas respostas ao HIV/AIDS em diversas localidades por todo o Brasil”, destaca Leonardo Moura, membro e representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS.

Planos de ação - O segundo dia da programação teve como objetivo a socialização dos planos de ação locais para o fortalecimento da Rede de Jovens nos estados. A partir disso, foi elaborado o Plano Bianual de Ação Nacional da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS. O grupo de trabalho para a ação foi composto por adolescentes e jovens de até 29 anos e que busca acolher e incitar respostas de políticas públicas para adolescentes e jovens vivendo com HIV.

Taiane Silva, jovem de Salvador, participou do projeto Se Liga Jovem + em sua cidade e foi até Brasília para realizar a troca de experiências de ações com outros estados. “Temos um projeto que montamos em Salvador feito em partes para 2022 e 2023, com ações nas ruas, nas escolas. Estamos levando essas abordagens para as mesas redondas, para gerar uma comunicação efetiva com jovens, famílias, grupos religiosos. Os jovens são muito criticados, mas temos jovens que querem ter a vez e a voz alcançadas em outros lugares”, diz.

Entre os resultados do encontro, está a criação dos planos locais de ação nas cidades de Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Salvador, São Luís e São Paulo. Os planos buscam fortalecer as seguintes áreas de atuação dos jovens: Comunicação & Advocacy; Fortalecimento da Capacidade; e Engajamento Comunitário. 

Entre as propostas de ações nacionais, destacam-se as propostas de criar um site para melhor divulgação das atividades da Rede, realizar um encontro nacional para aumentar a incidência política dos jovens e criar um comitê com os membros da sociedade civil, governos e organismos internacionais para fomentar discussões sobre HIV e juventudes.

O evento também contou com a participação de gestores públicos, organizações da sociedade civil, agências da ONU, Ministério da Saúde, e jovens que participam das ações de resposta ao HIV/AIDS nos estados, além de outros atores relevantes.

Contatos para a imprensa:

  • Elisa Meirelles Reis, Oficial de Comunicação UNICEF Brasil / Telefone: (61) 98166 1649 / E-mail: ereis@unicef.org
  • Ester Correa Coelho, Oficial de Comunicação UNICEF Brasil / Telefone: (61) 99122 8671 / E-mail: escorrea@unicef.org

Mensagem no Dia Mundial de Luta contra a AIDS

No mundo, cerca de 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2020, e a cada 60 segundos alguém morre de uma doença relacionada à AIDS. Sem uma correção imediata nesse trajeto e sem um impulso renovado, o UNAIDS teme que as esperanças de alcançar a meta de acabar com a AIDS em 2030 possam desaparecer.

Em uma mensagem para o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, a diretora executiva do Programa, Winnie Byanyima, lembra o público o HIV/AIDS continua sendo uma pandemia, e fala sobre a necessidade de endereçar a luta contra a desigualdade para erradicar a doença. 

Leia, abaixo, o pronunciamento da diretora executiva do UNAIDS.

Olá, amigos e amigas, saudações neste Dia Mundial da AIDS e minha solidariedade para todas as pessoas enquanto enfrentamos o impacto de duas pandemias que colidem.

Este ano, o mundo aprovou um plano ousado que, se as lideranças mundiais cumprirem, acabará com a AIDS até 2030. Isso é muito emocionante. Mas hoje, nós, como Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, trazemos um aviso urgente de que a AIDS continua sendo uma pandemia. O alerta está ligado e só podemos superar esse momento se acabarmos com as desigualdades que impulsionam as pandemias.

Em locais onde as lideranças estão agindo corajosamente e juntas, reunindo ciência de ponta, entregando serviços que atendam a todas as necessidades das pessoas, protegendo os direitos humanos e sustentando um financiamento adequado, mortes por AIDS e novas infecções por HIV estão se tornando raras.

Esta é a realidade em alguns lugares e para algumas pessoas. Nossos dados mostram que, se continuarmos no ritmo atual, teremos 12 milhões de mortes extras do que se cumprirmos a estratégia ousada em sua totalidade. Mais 12 milhões de mortes nos próximos 10 anos!

E, sem a abordagem da luta contra a desigualdade que precisamos para acabar com a AIDS, o mundo também estaria lutando para acabar com a pandemia da COVID-19 e permaneceria despreparado para as pandemias do futuro. Isso seria profundamente perigoso para todas e todos nós.

O avanço na resposta à AIDS, que já estava fora das prioridades antes da COVID-19, está agora sob um risco ainda maior, na medida em a crise da COVID-19 continua pressionando os serviços de prevenção e tratamento do HIV, interrompendo o acesso à educação e programas de prevenção da violência e muito mais.

Na trajetória atual, não estamos diminuindo os números com rapidez suficiente e corremos o risco de uma pandemia de AIDS que ainda durará décadas. Temos que nos mover mais rapidamente a partir de um conjunto de ações acordadas pelos Estados-Membros das Nações Unidas para enfrentar as desigualdades que estão impulsionando o HIV. Na resposta dada à pandemia de AIDS, temos aprendido muito sobre o que precisamos fazer para acabar com a AIDS e o que precisamos fazer, também, para acabar com todas as pandemias.

Precisamos urgentemente de infraestrutura liderada e baseada na comunidade como parte de um forte sistema de saúde pública, sustentado por uma forte responsabilidade da sociedade civil. Este é um pré-requisito. Precisamos de políticas para garantir um acesso justo e acessível à ciência. Toda nova tecnologia deve chegar sem demora a todas as pessoas que precisam dela. Precisamos proteger profissionais da saúde e expandir seu número para atender às nossas necessidades urgentes de saúde.

Devemos proteger os direitos humanos e construir confiança nos sistemas de saúde e em todos os sistemas públicos. São estas ações que garantirão que fecharemos as lacunas de desigualdade e acabaremos com a AIDS. Mas, muitas vezes, essas ações acontecem de forma desigual e são subfinanciadas e subvalorizadas.

Eu parabenizo as comunidades que estão na linha de frente pelo seu pioneirismo nas abordagens mostradas como mais eficazes, por terem impulsionado a necessidade de mudança e por estarem incentivando nossas lideranças a serem ousadas. Peço a vocês, ativistas e comunidades: continuem pressionando.

Lideranças mundiais, vamos trabalhar de forma conjunta com urgência para enfrentar estes desafios. Peço a vocês: tenham coragem em fazer com que seus atos correspondam com suas palavras. Não há uma escolha a ser feita entre acabar com a atual pandemia de AIDS e se preparar para as pandemias de amanhã. A única abordagem bem-sucedida é alcançar as duas coisas. Neste momento não estamos no caminho certo para alcançar nenhum dos resultados.

Se tomarmos em consideração as desigualdades que limitam o progresso, poderemos cumprir a promessa de acabar com a AIDS até 2030. Está em nossas mãos. A cada minuto que passa, perdemos uma vida preciosa para a AIDS. Não podemos aceitar essa situação. Não temos tempo. Vamos combater as desigualdades. Vamos acabar com a AIDS. Vamos prevenir todas as pandemias futuras.

* Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS e subsecretária-geral das Nações Unidas

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNAIDS
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA
UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa