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Projeto internacional de alimentação escolar foi destaque no Green Rio

02 dezembro 2021

O projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe foi um dos destaques do evento internacional de economia verde e negócios sustentáveis, Green Rio.

Desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), o projeto está ativo desde 2009 e busca fortalecer as políticas de alimentação escolar na região.

Durante o painel no Green Rio, o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, afirmou que as escolas são os agentes e os meios principais para mudar a cultura alimentar, fundamentais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Legenda: A cooperação entre a FAO e o governo brasileiro apoia a implementação de programas de alimentação escolar em países da América Latina e Caribe
Foto: © FAO

Ativo desde 2009, o projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, fruto da cooperação entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o governo brasileiro, foi destaque no Green Rio, evento internacional de negócios sustentáveis e economia verde. O encontro, realizado de maneira híbrida no Rio de Janeiro, aconteceu entre os dias 25 e 27 de novembro, e reuniu palestrantes de todo o mundo.

O programa de cooperação, que visa fortalecer as políticas de alimentação escolar na região, ganhou um painel exclusivo durante o evento, para abordar resultados e ações, em especial a capacitação de gestores públicos, responsáveis por programas de alimentação escolar. Nos últimos doze anos, o projeto contribuiu para que a alimentação sustentável nas escolas fosse vista como um direito humano. Além da FAO, a iniciativa é também executada conjuntamente pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC).

O Painel - No Green Rio, a coordenadora regional do programa, Najla Veloso abriu o painel de discussões sobre o tema destacando os eixos metodológicos do trabalho: intercâmbio de experiências, desenvolvimento de capacidades, assistência técnica a gestores dos países e difusão e compartilhamento de conhecimentos. 

A analista de projetos da ABC/MRE, Paola Barbieri, deu sequência nas discussões, afirmando que a Agência trabalha para apoiar os países a encontrarem soluções para os seus desafios, a partir do desenvolvimento de capacidades e do intercâmbio de experiência, de maneira horizontal e sustentável.

Já o assessor da coordenação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), executado pelo FNDE, Bruno Silva, exaltou o fato de o Brasil compartilhar com países da região a experiência de mais de 65 anos em alimentação escolar, contribuindo para a redução da insegurança alimentar e para a garantia do direito humano à alimentação para milhões de estudantes. Também destacou a importância de se desenvolver circuitos de produção e de consumo de alimentos para a sustentabilidade da política de alimentação escolar. 

Fechando as apresentações nacionais, o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, afirmou que as escolas são os agentes e os meios principais para mudar a cultura alimentar. "Devido às características dos programas de alimentação escolar, de inclusão social e econômica, de fomento à alimentação saudável, de combate à má nutrição e de geração de emprego, o desafio que temos é converter a alimentação em um divisor de águas, de maneira que alcancemos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)".

Depoimentos internacionais - O painel contou ainda com um espaço para representantes de países parceiros da Cooperação Brasil-FAO no apoio à construção e consolidação de marcos legais para a alimentação escolar. Mario Domingo, que foi diretor da coordenação de fortalecimento da comunidade educativa da Guatemala (DIGEFOCE), citou a importância do marco legal na garantia de alimentos para 2,5 milhões de estudantes do país e agradeceu ao apoio brasileiro nesse percurso.

Ele também destacou o aumento nos investimentos e a incorporação de elementos da educação alimentar e nutricional nos centros escolares, estimulando o consumo de frutas e verduras por parte dos estudantes, ao mesmo tempo que abriu espaço para a geração formal de demanda de produtos oriundos da agricultura familiares. "A Guatemala aprendeu com os processos e experiências desenvolvidos no Brasil ao longo de mais de 60 anos. Fomos um dos receptores dessa experiência de contar com uma lei para a alimentação escolar. Esse processo, depois de normatizado, é muito importante para delimitar as atribuições dentro de um arcabouço legal".

Veronica Sanchez, especialista em alimentação escolar de El Salvador, destacou o modelo de Escolas Sustentáveis, desenvolvido pela Cooperação Brasil-FAO, citando o apoio do Brasil, a partir de 2009, para a estruturação de uma estratégia de alimentação escolar saudável e sustentável, e que melhorou a segurança alimentar no país. "O Brasil tem sido muito importante porque nos acompanha nessa caminhada. São anos de experiência nesta temática e, para nós, é uma grande vantagem contar com esse modelo". 

Sobre os depoimentos, a coordenadora Najla Veloso disse que as Escolas Sustentáveis são uma forma laboratorial de se trabalhar localmente e construir o escalonamento da política a nível nacional. "É uma honra para todos os brasileiros sabermos que essa nossa irmandade, ao colocar nossas políticas à disposição, impacta de forma tão bonita e tão marcante os países, cada um a seu tempo, dentro de sua soberania e no princípio de horizontalidade estabelecido pela Cooperação Internacional", comentou.

No encerramento, Maria Beatriz Costa, coordenadora do Green Rio, elogiou o nível das discussões. "Esse painel acendeu uma luz de esperança. Só posso agradecer a cada um e a cada uma que participou. A FAO, mais do que nunca, é a locomotiva que vai ajudar a fazer as mudanças que estamos precisando"

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

FAO
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa