COVID-19: Vacinas atuais podem precisar ser atualizadas
12 janeiro 2022
O Grupo Consultivo Técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um parecer preliminar informando que as vacinas vigentes contra a COVID-19 podem precisar de atualização para garantir eficácia contínua contra a Ômicron e novas variantes, seguindo padrões da OMS.
Os especialistas pediram também que o acesso à vacina seja ampliado urgentemente em todo o mundo e que os fabricantes dos imunizantes forneçam dados sobre o desempenho das vacinas atuais.
A informação divulgada pelo grupo coincide com a previsão da OMS de expansão de infectados na Europa pela variante Ômicron. Entre as próximas seis e oito semanas, 50% dos europeus provavelmente serão infectados com a variante.
O Grupo Consultivo Técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu uma declaração provisória na terça-feira (11) sobre a composição das vacinas contra a COVID-19. Segundo os especialistas, as vacinas atuais podem precisar ser atualizadas para garantir sua eficácia contínua contra a Ômicron e variantes futuras. O alerta dos especialistas coincide com as previsões da OMS divulgadas na mesma data, indicando que mais de 50% dos europeus podem serão infectados com a variante Ômicron nas próximas seis a oito semanas.
Acesso mais amplo - Em meio ao aumento da circulação da Ômicron, os membros do grupo pediram “acesso urgente e amplo” às vacinas atuais em todo o mundo, tanto para proteção quanto para mitigar o surgimento de novas variantes de preocupação.
Os 18 especialistas estão desenvolvendo uma estrutura para analisar as evidências sobre variantes emergentes no contexto de critérios que desencadeariam uma recomendação para alterar a composição da vacina contra a COVID-19 e aconselharão a OMS sobre composições de vacinas atualizadas, conforme necessário. Eles disseram que vacinas que têm alto impacto na prevenção de infecção e transmissão, além da prevenção de doenças graves e morte, são necessárias e devem ser desenvolvidas.
“Até que essas vacinas estejam disponíveis e à medida que o vírus SARS-CoV-2 evolui, a composição das vacinas contra a COVID-19 atuais pode precisar ser atualizada, para garantir que as vacinas contra a COVID-19 continuem a fornecer os níveis de proteção recomendados pela OMS contra infecção e doenças causadas por variantes de preocupação, incluindo a Ômicron e variantes futuras”, escreveram.
O Grupo Técnico Consultivo considerará uma mudança na composição da vacina para garantir que as doses continuem atendendo aos critérios da OMS, incluindo proteção contra doenças graves, e para melhorar a proteção induzida pela vacina.
Apelo aos fabricantes - As vacinas precisam ser “baseadas em cepas genética e antigenicamente próximas” das variantes circulantes. Além disso, elas devem proteger contra doenças graves e morte e ser mais eficazes contra infecções, reduzindo assim a transmissão do vírus e a necessidade de medidas sociais e de saúde pública rigorosas.
O grupo de especialistas incentivou os fabricantes de vacinas contra a COVID-19 a gerar e fornecer dados sobre o desempenho das vacinas atuais e específicas contra a Ômicron, ajudando a informar qualquer decisão quando forem necessárias alterações na composição da vacina.
O vírus SARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro de 2019 e continuou a evoluir. A OMS até agora designou cinco variantes de preocupação: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron.
“Enquanto a variante Ômicron está se espalhando rapidamente pelo mundo, espera-se que a evolução do SARS-CoV-2 continue e é improvável que a Ômicron seja a última variante de preocupação”, disse o grupo.
Situação na Europa - Na primeira semana de janeiro, a Europa teve mais de sete milhões de novos casos relatados, mais que o dobro da média em um período de duas semanas. Atualmente, a variante Ômicron representa uma “nova onda de oeste a leste, varrendo a região”, disse o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge. Pelo menos 50% dos europeus provavelmente serão infectados com a variante Ômicron nas próximas seis a oito semanas, prevê a OMS.
Kluge reiterou que as vacinas atualmente aprovadas continuam a fornecer boa proteção contra doenças graves e morte, inclusive envolvendo a Ômicron. Além disso, as taxas de mortalidade permanecem estáveis e continuam sendo mais altas em países com alta incidência de COVID-19, combinada com menor adesão à vacinação.