Dia do Meio Ambiente: Países anunciam ações para proteger o planeta

Indivíduos, comunidades, sociedade civil, empresas e governos de todo o mundo celebraram neste domingo (5) o Dia Mundial do Meio Ambiente sob o tema #UmaSóTerra, com comemorações oficiais ocorrendo em Estocolmo, na Suécia. O país anfitrião da data anunciou a proibição de emitir novas licenças nacionais para a extração de carvão, petróleo e gás natural que passará a vigorar a partir de 1º de julho deste ano no intuito de proteger as pessoas e o planeta.

Ao anunciar a proibição durante a comemoração, a ministra do Clima e Meio Ambiente da Suécia, Annika Strandhäll, afirmou que: “Criar os empregos verdes do futuro acelerando a transição climática é uma das principais prioridades do governo sueco. Como parte de nossos esforços para implementar nossas ambições climáticas, devemos tomar medidas contra atividades que tenham um impacto negativo em nossa saúde e meio ambiente”.

“Nossa mensagem para a comunidade global é clara. Os vencedores da corrida global serão aqueles que acelerarem a transição, não os que ficarem para trás e se apegarem à dependência de combustíveis fósseis”, acrescentou.

Dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo participaram de conversas globais nas mídias sociais exigindo ações urgentes para conservar e restaurar o meio ambiente, bem como organizaram suas próprias atividades, incluindo o plantio de árvores, mutirões de limpeza de lixo e ações para destacar que temos #UmaSóTerra e precisamos cuidar dela.

O ano de 2022 marca a 49ª vez que o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado. Foi estabelecido após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, em 1972, e é comemorado anualmente em 5 de junho, com um país anfitrião diferente a cada ano. O tema de 2022 – #UmaSóTerra – reflete o tema do primeiro Dia Mundial do Meio Ambiente em 1973. Ele pede uma ação coletiva e transformadora em escala global para celebrar, proteger e restaurar o nosso planeta.

“Há cinquenta anos, as lideranças mundiais se reuniram na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano e se comprometeram a proteger o planeta. Mas estamos longe de conseguir. Não podemos mais ignorar os alarmes que soam mais alto a cada dia”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em sua mensagem para o Dia Mundial do Meio Ambiente.

“O recente encontro internacional de meio ambiente Estocolmo+50 reiterou que todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) dependem de um planeta saudável”, acrescentou. “Todos e todas devemos assumir a responsabilidade de evitar a catástrofe causada pela tripla crise de mudança climática, poluição e perda de biodiversidade”.

Ações- O evento oficial, realizado no Tekniska Museet em Estocolmo, incluiu uma discussão entre representantes da juventude, a ministra Strandhäll e a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA),  Inger Andersen.

A tripla crise planetária está se acelerando, e por quê? Porque consumimos 1,7 planetas por ano. Temos apenas uma Terra. Temos que aceitar que não estamos fazendo o suficiente para protegê-la”, disse no evento. “Estou diante de vocês porque temos que fazer melhor. Nós sabemos o que fazer. A ciência nos disse que temos que acabar com os combustíveis fósseis. Temos que restaurar a natureza em toda a sua glória. Temos que transformar nossos sistemas alimentares. Temos que tornar nossas cidades verdes”.

Em todo o mundo, países e comunidades agiram no Dia Mundial do Meio Ambiente para fazer uma diferença real. Lideranças religiosas se uniram para assinar um apelo histórico sobre finanças responsáveis ​​pelo clima, se comprometendo a se envolver a partir de agora somente com instituições financeiras alinhadas ao objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Na Índia, o primeiro-ministro Narendra Modi lançou a iniciativa LiFe para aumentar a conscientização sobre estilos de vida sustentáveis. Já o governo da Nova Zelândia anunciou no Dia Mundial do Meio Ambiente que o Styx Living Laboratory e seus parceiros receberão 4,12 milhões de dólares em financiamento do Jobs for Nature para proteger o rio Styx (Pūharakekenui, na língua maori).

A Argentina adotou a estratégia nacional de espécies exóticas invasoras, incluindo planos de manejo conjunto com o Chile, enquanto o Paraguai lançará o projeto Paraguai + Verde para enfrentar as mudanças climáticas após receber apoio financeiro de 50 milhões de dólares do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). O Uruguai também anunciou que iniciará processos participativos para trabalhar em sua segunda Contribuição Nacionalmente Determinada para o Acordo de Paris.

A Quest Global de Cingapura, uma das empresas de serviços de engenharia que mais cresce no mundo, anunciou seu Quest Global Pledge – um esforço global de reflorestamento. Em parceria com a One Tree Planted, a empresa plantará 500 mil árvores globalmente até 2025.

Em conjunto com a United Nations Association Canada e com financiamento do Environment and Climate Change Canada, um evento oficial lançará um currículo sobre Conservação Indígena em todo o Canadá.

Alerta - O relator especial da ONU para direitos humanos e meio ambiente, David Boyd, fez um pronunciamento sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente ressaltando que a devastação ambiental causada por conflitos em todo o mundo está exacerbando as consequências desastrosas para os direitos humanos, incluindo o direito de viver em um ambiente limpo, saudável e sustentável.

Mais diretamente, o relator citou a guerra na Ucrânia e como os combates estão também impactando nas metas climáticas. “O uso pesado de energia resultante da guerra exacerba a crise climática, tanto por meio de emissões diretas de gases do efeito estufa provenientes de atividades militares quanto por efeitos indiretos em nível global. Por exemplo, muitos países anunciaram planos para expandir a extração de petróleo, gás e carvão em resposta à guerra. Os esforços multibilionários de reconstrução e restauração necessários na Ucrânia após a guerra também aumentarão as pressões ambientais que o mundo enfrenta, consumindo grandes quantidades de energia e outros recurso”, pontuou.

Em seu comunicado, Boyd também lembrou que danos a instalações industriais, estoques químicos e usinas nucleares na Ucrânia também podem resultar na liberação de substâncias extremamente perigosas que representam uma ameaça imediata aos direitos à vida e à saúde, e problemas de longo prazo causados ​​pela exposição a substâncias tóxicas. “É imperativo acabar com as guerras, garantir a paz e iniciar os processos de cura e restauração o mais rápido possível”, apelou o relator.