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OPAS publica novas orientações sobre hepatite infantil desconhecida

24 junho 2022

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) disponibilizou novas orientações para contribuir com as investigações sobre as causas da hepatite de origem desconhecida em crianças.

Voltada aos laboratórios da região, as diretrizes sugerem um processo de testes escalonados. O objetivo é garantir um uso racional e custo-efetivo dos recursos dos laboratórios de saúde pública, na busca pela causa da doença.

Entre 1º de outubro de 2021 e 16 de junho de 2022, foram notificados 869 casos prováveis da doença em crianças saudáveis menores de 16 anos, sendo 368 nas Américas.

 

A região das Américas já registrou 368 possíveis casos da hepatite de origem desconhecida em crianças.
Legenda: A região das Américas já registrou 368 possíveis casos da hepatite de origem desconhecida em crianças.
Foto: © OPAS

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) disponibilizou novas orientações aos laboratórios das Américas para contribuir com as investigações sobre as causas da hepatite de origem desconhecida em crianças.

Segundo informações oficiais, já foram notificados 869 casos prováveis da doença em crianças saudáveis menores de 16 anos em 33 países ao redor do mundo, entre 1º de outubro de 2021 e 16 de junho de 2022. Destes, 368 estavam em sete países das Américas, a maioria (290) nos Estados Unidos.

“Embora esta seja uma doença grave em crianças e seja motivo de preocupação, sua ocorrência permanece pouco frequente”, afirmou a chefe de HIV, Tuberculose, Hepatites e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS, Ruben Mayorga. Ela ressaltou, no entanto, que é importante “continuar monitorando a situação e investigando os casos prováveis”.

Existem várias hipóteses sobre a causa desses casos, incluindo fatores toxicológicos/medicamentosos, alimentícios, imunológicos, ambientais ou infecciosos, mas nenhuma foi comprovada até o momento e várias delas estão sendo ativamente investigadas. Conhecer as causas permitirá informar as políticas e medidas de saúde pública para prevenir novos casos e tratar a doença.

Orientações - As novas diretrizes da OPAS incluem um algoritmo de laboratório criado para descartar as hepatites virais mais frequentes (A, B, C, D e E) e outras doenças endêmicas da região que podem causar danos ao fígado, como malária, febre amarela e leptospirose.

O adenovírus humano — que geralmente causa infecções gastrointestinais ou respiratórias leves e autolimitadas em crianças — está entre os agentes infecciosos investigados. Por isso, as orientações incorporam sua busca como parte do protocolo de investigação entre as possíveis causas infecciosas.

Uma vez descartadas outras possibilidades, a orientação da OPAS sugere considerar testes adicionais, como um painel respiratório, ou para enterobactérias e outros patógenos menos frequentes. Esse processo de testes escalonados garante um uso racional e custo-efetivo dos recursos dos laboratórios de saúde pública.

“Essas orientações buscam ajudar a reunir informações para definir qual é a causa mais provável dessa hepatite”, explicou o assessor regional da OPAS para doenças virais, Jairo Méndez. “Pode ser multifatorial, pode ser algo desencadeado em conjunto com outras causas infecciosas, tóxicas ou metabólicas, mas ainda não sabemos, por isso é importante analisar os casos prováveis e esclarecer um pouco mais a investigação.”

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OPAS/OMS
Organização Pan-Americana da Saúde
PAHO
The Pan American Health Organization

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