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UNICEF apoia encontro de jovens comunicadores indígenas na Amazônia

01 setembro 2022

Parte das atividades do projeto “Fortalecimento da capacidade de povos indígenas para prevenção e resposta à COVID-19”, o 1º Encontro presencial da Rede de Jovens Comunicadores Makira E’ta – Etapa Rio Negro ocorreu entre 30 e 31 de agosto.

Realizada de forma presencial, em Manaus, a atividade visou fortalecer, por meio de estratégia de comunicação, direitos de adolescentes, jovens e mulheres indígenas na Amazônia Brasileira.

O projeto principal é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira E’ta).

 

Evento foi o primeiro de três encontros regionais que devem ocorrer até outubro, com o objetivo de proporcionar capacitações às jovens lideranças
Legenda: Evento foi o primeiro de três encontros regionais que devem ocorrer até outubro, com o objetivo de proporcionar capacitações às jovens lideranças.
Foto: © Bruno Kelly/UNICEF

O 1º Encontro presencial da Rede de Jovens Comunicadores Makira E’ta – Etapa Rio Negro, em Manaus, ocorreu entre 30 e 31 de agosto, com a participação de jovens comunicadores indígenas que compõem a rede. 

O evento é parte das atividades do projeto “Fortalecimento da capacidade de povos indígenas para prevenção e resposta à COVID-19”, iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com a Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira E’ta).

Nos dois dias de programação, os participantes, entre 16 e 23 anos, puderam compartilhar suas experiências em rodas de conversas e aprender novas técnicas nas oficinas multidisciplinares de comunicação. O intuito é fortalecer o movimento indígena e as organizações de base que os jovens representam. 

“O fortalecimento das redes de jovens comunicadores indígenas é uma estratégia entre nós [UNICEF] e as organizações indígenas para dar visibilidade às demandas indígenas a partir do diálogo entre pares, de jovem parente para jovem parente”, esclarece a oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF Brasil, Rayanne França. “É um momento de reconhecimento das habilidades e competências de adolescentes e jovens indígenas e o desenvolvimento de atitudes, práticas e comportamentos para alcançar seus direitos e seu bem-viver e das futuras gerações.”

Um dos participantes, Ariones Soares Alves, do povo piratapuia, 16 anos, do bairro Parque das Tribos, em Manaus, comenta que é a primeira vez que integra o grupo de jovens comunicadores indígenas e se sente confiante em desenvolver o que aprendeu em sua comunidade. 

“Foram dois dias de muito conhecimento, identifiquei ilustrações de vários povos, estratégias de comunicação e técnica de fotografia que vamos aplicar em nossa comunidade e organizações indígenas sobre educação, saúde e proteção”, disse o adolescente que sonha em ser professor de matemática.

Outra participante, Tainara da Costa Cruz, do povo kambeba, 18 anos, da comunidade Três Unidos, em Iranduba, relata que na comunidade, por meio do apoio de lideranças locais, conseguirá potencializar diversos temas que fortalecem o processo de luta dos povos indígenas. 

“Participo de todas as oportunidades a que sou convidada. Por meio delas consigo fortalecer o processo de luta política dos povos indígenas pelo reconhecimento e exercício de seus direitos, principalmente relacionados a crianças e adolescentes”, afirma Tainara, que será uma das participantes da delegação do UNICEF para a 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 27), de 7 a 18 de novembro de 2022, no Egito.

Segundo a assessora de gestão da Makira E’ta, Jéssica Wapichana, o encontro é uma oportunidade para que os jovens, que já se reúnem virtualmente, possam se conhecer melhor e fortalecer a troca de experiências e vivências culturais. “A partir desse conhecimento, concretiza-se o fortalecimento das relações entre as organizações parceiras do projeto. A oficina no formato presencial proporciona atividades que no ambiente virtual não seriam possíveis de se realizar, como, por exemplo, a Oficina de Lambes”, afirma.

Próximos encontros - O evento é o primeiro de três encontros regionais que devem ocorrer até outubro de 2022, com o objetivo de proporcionar capacitações às jovens lideranças. O próximo será na região do Alto Solimões, no município de Benjamin Constant, no Amazonas, nos dias 19 e 20 de setembro. Outra localidade que deve receber as atividades presenciais é o estado do Maranhão, onde o evento deve ser realizado na segunda quinzena de outubro.

Os jovens comunicadores do projeto são ligados à Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira-E’ta), Federação dos Povos Indígenas do Estado do Pará (Fepipa) e Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Echo Covid - Com financiamento do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo, na sigla em inglês), o projeto Echo Covid busca mitigar os impactos primários e secundários deixados pela pandemia da COVID-19 em comunidades e territórios indígenas nos estados do Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima. 

Para isso, firma parcerias entre organizações públicas e da sociedade civil para a melhoria da qualidade de vida e de saúde dos povos indígenas para atingir resultados em várias frentes de ação: saúde, saneamento, água e higiene, saúde mental, nutrição e medicina tradicional, além da capacitação de jovens comunicadores e multiplicadores para atuação comunitária.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNICEF
Fundo das Nações Unidas para a Infância

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa