Notícias

R4V: ONU lança apelo de US$ 1,72 bilhão para ajuda a migrantes da Venezuela

02 dezembro 2022

Como forma de apoiar as necessidades contínuas de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela na América Latina e Caribe, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), líderes da Plataforma Regional de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), lançaram um apelo de US$ 1,72 bilhão, junto com os demais parceiros da plataforma.

Os fundos destinam-se a responder às necessidades humanitárias, complementando e apoiando os esforços dos governos de países anfitriões, ao mesmo tempo em que promovem a integração socioeconômica, bem como a programas de bem-estar social.

Mais de sete milhões de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela deixaram seu país em busca de segurança e estabilidade. A grande maioria, quase seis milhões, vive em 17 países da América Latina e do Caribe.

Família indígena Warao da Venezuela em Boa Vista, Roraima.
Legenda: Família indígena Warao da Venezuela em Boa Vista, Roraima.
Foto: © Allana Ferreira/ACNUR

A Plataforma Regional de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), liderada conjuntamente pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), lançou nesta quinta-feira (1) um plano regional de US$ 1,72 bilhão para apoiar as necessidades contínuas de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela na América Latina e Caribe.

Anos após o início desta emergência, milhões de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela na região ainda não têm condições de pagar por três refeições diárias; não têm moradia segura e digna; enfrentam obstáculos no acesso a cuidados médicos; e não conseguem trabalhar para sustentar a si mesmos e suas famílias.

Os fundos destinam-se a responder a essas necessidades humanitárias, complementando e apoiando os esforços dos governos de países anfitriões, os principais atores da resposta, ao mesmo tempo em que promovem a integração socioeconômica por meio do acesso a oportunidades de emprego, educação e regularização, bem como a programas de bem-estar social para que possam alcançar a estabilidade financeira e a integração efetiva que lhes permitirão atingir todo o seu potencial e contribuir para o desenvolvimento dos países que generosamente os acolheram.

“Pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela não podem ser esquecidas. Muitas viram suas vidas paralisadas, e milhões estão lutando para alimentar suas famílias ou encontrar oportunidades para reconstruir suas vidas”, afirmou o representante especial conjunto do ACNUR e da OIM para Refugiados e Migrantes Venezuelanos, Eduardo Stein. “Eles desejam contribuir às comunidades de acolhida com seus conhecimentos, habilidades e criatividade, e têm feito isso, mas precisam do nosso apoio para superar seus desafios mais urgentes”.

Riscos - Mais de sete milhões de pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela deixaram seu país em busca de segurança e estabilidade. A grande maioria, quase seis milhões, vive em 17 países da América Latina e do Caribe.

Instabilidade, dificuldades de acesso aos serviços básicos, xenofobia, discriminação e falta de documentação forçaram dezenas de milhares de pessoas a continuar embarcando em jornadas arriscadas, inclusive pelo perigoso Tampão de Darién ou pelas altas montanhas entre a Bolívia e o Chile.

“Os esforços para a regularização, de muitos países da América Latina e do Caribe, têm sido um gesto importante de solidariedade para as pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela”, disse Stein. “No entanto, o custo de vida cada vez maior, resultante dos impactos prolongados da COVID-19, bem como do alto desemprego e dos baixos salários, tornaram difícil para muitos refugiados e migrantes reconstruir suas vidas nas comunidades de acolhida”.

Economia - O agravamento do cenário econômico global, juntamente com a natureza prolongada desta emergência, voltou a atenção do mundo a outros lugares. Até agora, em 2022, apenas um quarto dos fundos necessários foi recebido, forçando a redução de programas emergenciais para salvar vidas em toda a região e empurrando muitas pessoas venezuelanas à beira do abismo.

Pela primeira vez, o plano tem duração de dois anos, em uma tentativa de fortalecer a ponte entre a atenção imediata às necessidades humanitárias e de proteção e as atividades de integração e desenvolvimento a médio/longo prazo, em linha com o Nexo Humanitário-Desenvolvimento-Paz.

RMRP - O RMRP é implementado no âmbito da Plataforma Regional de Coordenação Interagencial (R4V) em consulta com governos anfitriões em 17 países da América Latina e Caribe: Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçao, República Dominicana, Equador, Guiana, México, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai.

O plano deste ano fornece um marco para uma resposta operacional coordenada para 228 organizações parceiras envolvidas, incluindo agências das Nações Unidas, organizações não governamentais internacionais e nacionais, sociedade civil e organizações da diáspora lideradas por refugiados e migrantes, o Movimento da Cruz Vermelha, assim como outras organizações comunitárias e acadêmicas.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OIM
Organização Internacional para as Migrações
ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa