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Centro de informação da OPAS participa de conferência de saúde indígena

19 dezembro 2022

O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido como BIREME, participou da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (CNSI), evento que ocorreu entre os dias 14 e 18 de novembro de 2022.

No espaço dedicado à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) na conferência, a BIREME promoveu produtos e serviços relacionados à saúde indígena, como apresentação sobre o portal Regional da BVS Saúde Indígena e divulgação de vídeos institucionais sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis e Alcoolismo em Comunidades Indígenas.

Os representantes da BIREME também usaram essa oportunidade para se aproximar dos profissionais de saúde que atuam nas aldeias indígenas de diversas regiões do Brasil e identificar os temas prioritários de saúde destas áreas.

Registros das atividades de divulgação dos produtos e serviços da BIREME realizadas no estande da OPAS/OMS Brasil.
Legenda: Registros das atividades de divulgação dos produtos e serviços da BIREME realizadas no estande da OPAS/OMS Brasil.
Foto: © OPAS

A 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (CNSI) ocorreu nos dias 14 a 18 de novembro de 2022, em Brasília, promovida pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena (SESAI). O Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido como BIREME, participou do evento por meio do estande da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) Brasil, onde realizou apresentações para promoção dos produtos e serviços relacionados à saúde indígena.

No último dia do evento, dois mil indígenas participantes da CNSI estiveram presentes durante a atualização da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Pnaspi). O relatório final conta com 258 propostas e 64 moções aprovadas e deverá ser publicado até o final de dezembro do corrente ano.

No estande da OPAS/OMS no evento, foram realizadas demonstrações pela equipe da BIREME das Vitrines do Conhecimento e outros produtos e serviços desenvolvidos no âmbito do projeto da BVS Saúde Indígena, bem como apresentação sobre o portal Regional da BVS e divulgação dos vídeos institucionais sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis e Alcoolismo em Comunidades Indígenas.

Além de apresentações em grupo, também foram realizadas demonstrações no formato individual para profissionais de saúde e delegados que compareciam no estande, tendo as Vitrines do Conhecimento como destaque.

Aproximação - O evento foi uma ótima oportunidade para se aproximar dos profissionais de saúde que atuam nas aldeias indígenas de diversas regiões do Brasil, usando a abordagem de estudo de usuário para coletar as principais necessidades de informação do público-alvo para o projeto da BVS Saúde Indígena, que se encontra em desenvolvimento. Foi possível, ademais, identificar os temas prioritários de saúde destas regiões e aldeias.

Durante as entrevistas, foi possível confirmar que o tema ‘alcoolismo’ é muito recorrente em boa parte das aldeias, isso valida a Vitrine do Conhecimento que foi desenvolvida e ajudará a prospectar possíveis soluções que poderão ser desenvolvidas e aplicadas na BVS Saúde Indígena.

Outros temas de interesse incluem:

  • Munduruku, Pará: Alcoolismo, malária e suicídio
  • Porto Velho: Malária, Saneamento – Sistema de abastecimento de água
  • Cuiabá: Infecções Sexualmente Transmissíveis
  • Tocantins: Alcoolismo e diarreia
  • Maranhão: Diarreia, diabetes, pressão alta, doenças de pele, rins
  • Amazonas: Saúde sexual e reprodutiva da mulher
  • Alagoas: Promoção da Saúde, gravidez na adolescência
  • Goiás: Alcoolismo, saúde mental
  • Roraima: Violência contra a mulher, saúde mental, saúde do idoso, alcoolismo e suicídio
  • Paraíba: Alcoolismo, tabagismo, lixo

Os profissionais de saúde indígenas e não indígenas, durante a entrevista, relataram o interesse no desenvolvimento dos relatos de experiências, uma forma de registrar as ações e práticas que são realizadas nas aldeias, e manifestaram interesse em apoiar na tradução de conteúdo para o idioma de acordo com as etnias. Segundo eles, há muito conteúdo que necessita ser traduzido para maior disseminação e alcance.

Outras atividades também foram realizadas no estande, como rodas de conversas, divulgação de material impresso, apresentação da base de dados PAHO-IRIS e do Portal Regional da BVS. Socorro Gross, representante da OPAS/OMS no Brasil, que participou da sessão de abertura da Conferência e Ariel Karolinski, coordenador da Unidade de Família, Gênero e Curso de Vida da OPAS/OMS no Brasil visitaram o estande da Organização, assim como o secretário especial de saúde indígena, Reginaldo Ramos Machado, que foi informado sobre o projeto da BVS Saúde Indígena, em desenvolvimento pela BIREME/OPAS/OMS.

ACNUR - Por meio de uma articulação do Grupo de Trabalho Indígena da Plataforma R4V, liderado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), também foram realizadas palestras e rodas de conversa sobre o acesso à saúde de pessoas indígenas refugiadas e migrantes no Brasil.

Há quase cinco anos no Brasil, Jhonny Jesus é uma das lideranças indígenas da comunidade Warao Janoko (“Casa dos Warao”, em português), localizada no distrito de Outeiro, em Belém, Pará, estado onde vivem 759 indígenas da etnia Warao. Ele foi uma das lideranças indígenas de destaque durante a conferência. Na ocasião, Johnny e a liderança indígena Warao Yorgelis, de Boa Vista, Roraima, expuseram as dificuldades enfrentadas pelos Warao e por outros povos indígenas oriundos da Venezuela em relação ao acesso à saúde.

Foram abordados temas como o contexto dos deslocamentos, a necessidade de uma perspectiva intercultural, proteção à infância, saúde sexual e reprodutiva e saúde mental.

 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OPAS/OMS
Organização Pan-Americana da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa