Chefe da ONU Mudança Climática: “Na COP30, os países devem se unir em solidariedade genuína”
30 outubro 2025
Comentários do secretário executivo da ONU Mudança Climática, Simon Stiell, sobre o Furacão Melissa, em 29 de outubro de 2025.
O sistema da ONU está solidário com os povos da Jamaica, Cuba, Índia e todas as comunidades ao redor do mundo que enfrentam os impactos devastadores dessas mega tempestades e outros desastres causados pelo clima. A segurança e a proteção de vidas devem ser prioridade hoje e nos próximos dias, com várias medidas anunciadas pelo porta-voz do secretário-geral da ONU.
Pouco antes da Melissa, algumas comunidades na Jamaica ainda estavam se recuperando do furacão Beryl do ano passado, que devastou minha ilha natal, Carriacou, em Granada. Sei muito bem o quanto isso dói e quanto custa reconstruir e se recuperar dos custos brutais da crise climática global.
Legenda: Nuvens sobre o céu de Kingston, Jamaica, em meio à aproximação do furacão Melissa, em 26 de outubro de 2025.
Essas mega tempestades são um lembrete brutal da necessidade urgente de intensificar as ações climáticas em todas as frentes, pois trazem custos humanos e econômicos enormes em todas as partes do mundo, e esses custos crescem mais rápido e ficam maiores a cada ano em que o mundo toma ações climáticas insuficientes.
Não podemos ficar parados assistindo a esses desastres se desenrolarem, destruindo vidas e economias em grande escala, com mais ferocidade e intensidade a cada ano que passa. A humanidade deve intensificar as ações climáticas em todas as frentes.
Quanto mais as nações demoram com medidas incompletas, piores se tornam os custos para todas as nações. Nenhuma nação na Terra está imune, embora o preço mais alto seja pago pelos mais vulneráveis e por aqueles que menos contribuíram para causar essa crise global.
Dados recentes mostram que a humanidade está fazendo progressos na luta climática por meio da cooperação convocada pela ONU e dos esforços nacionais, com as emissões globais agora previstas para cair pela primeira vez, em nossas últimas projeções para 2035.Mas esse progresso está longe de ser suficiente em ritmo, amplitude ou escala.
A ciência é clara: podemos e devemos reduzir as temperaturas globais para 1,5 °C após qualquer ultrapassagem temporária, e cada desastre climático que testemunhamos hoje é um lembrete trágico de como é urgente limitar cada fração de grau do aquecimento global, causado principalmente pela queima excessiva de carvão, petróleo e gás, bem como pela destruição de nossas florestas e oceanos.
Na COP30, os países devem se unir em solidariedade genuína. Cumprir integralmente o Acordo de Paris não é apenas nossa melhor chance – é nossa única escolha para a autopreservação e para difundir os vastos benefícios da ação climática por toda parte: economias mais fortes, comunidades mais resilientes, mais empregos, melhor saúde, energia mais acessível e segura, para citar alguns.
Vamos intensificar nossos esforços juntos na COP30 na Amazônia e em todos os momentos que se seguirem.