Relatório da ONU destaca compromisso brasileiro na conservação do solo e fim do desmatamento
21 dezembro 2015
As principais ameaças para o solo latino-americano são a erosão, perda de carbono orgânico e salinização, segundo relatório publicado na quinta-feira (17) pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Com 23% das terras potencialmente cultiváveis, 12% das terras atualmente cultivadas e 46% das florestas tropicais do mundo, a América Latina e Caribe é uma das regiões mais ricas do mundo.
No entanto, a rápida exploração de minerais, gás, florestas e pastagens na América Latina está produzindo mudanças no uso da terra e degradação dos solos, que são necessários para acabar com a fome e a pobreza na região, segundo a FAO.
A publicação destaca o papel do Brasil na redução do desmatamento durante a última década. A FAO cita a atualização do Código Florestal brasileiro, em 2012, que estabelece padrões de proteção das florestas e de recursos naturais, incluindo o solo e água, e promove a gestão sustentável das florestas por meio de incentivos econômicos e legais. No entanto, destaca que a nova versão do código recebe críticas por permitir mais desmatamento do que a versão anterior, devido à intensificação da demanda na área da agricultura.
O país também apresentou redução estimada em 70 a 90% da erosão do solo por meio da aplicação do plantio direto – sistema de manejo da terra que procura reduzir o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas no solo - a partir da década de 1980. Segundo documento, o Brasil é um dos 17 países chamados “mega-diversos” em termos de recursos naturais do mundo.
A agência destacou a importância do desenvolvimento de sistemas de informação sobre recursos naturais em certos países da região melhorar o diagnóstico sobre as condições do solo e gerar planejamentos e soluções para os possíveis problemas.
O estudo conclui que apesar de os riscos mais significativos para o solo da América Latina e Caribe serem relacionados a características naturais da geografia física e da cobertura vegetal, a intervenção humana e os traços culturais também afetam de forma notável as terras, especialmente por meio de práticas agrícolas inapropriadas.