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Países precisam trabalhar para conter COVID-19 e prevenir futuras pandemias, diz OMS

15 setembro 2020

  • É hora de os países trabalharem e construírem sistemas de saúde pública para garantir que uma pandemia dessa magnitude e gravidade não se repita, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), após a publicação de relatório descrevendo consequências catastróficas da pandemia de COVID-19.
  • “Esta não será a última pandemia, nem a última emergência global de saúde”, disse o chefe da OMS, “mas com os investimentos políticos e financeiros certos agora, podemos prevenir e mitigar futuras pandemias e proteger o nosso futuro e o das próximas gerações.”

 

Legenda: Durante a pandemia de COVID-19, o Programa Mundial de Alimentos (WFP) distribui cartões eletrônicos com dinheiro para 1.500 famílias em El Alto e La Paz, na Bolívia. Foto: WFP/Morelia Eróstegui

A pandemia de COVID-19 deixou o mundo mergulhado no caos, desencadeando consequências socioeconômicas e de saúde catastróficas, com danos irreparáveis ​​à humanidade, de acordo com um relatório apoiado pela ONU publicado na segunda-feira (14).

O relatório “World in Disorder” (mundo em desordem, na tradução livre), publicado pelo Quadro de Monitoramento de Preparação Global (GPMB, na sigla em inglês), órgão independente de monitoramento e responsabilização para crises globais de saúde, observa que o coronavírus matou cerca de 1 milhão de pessoas, afetando sistemas de saúde, de suprimento de alimentos e economias.

“É hora de os países sujarem as mãos e construírem sistemas de saúde pública para garantir que uma pandemia dessa magnitude e gravidade nunca aconteça novamente”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Falha coletiva

De acordo com o relatório, levaria 500 anos para que o mundo pudesse gastar em preparação tudo o que está perdendo com a COVID-19, trilhões de dólares.

No ano passado, o Conselho avisou que o mundo não estava preparado para uma pandemia mortal e apelou a uma ação urgente para quebrar o ciclo de pânico e negligência que caracterizou as respostas anteriores às crises globais de saúde.

O novo relatório fornece uma avaliação severa da resposta global à COVID-19, chamando-a de “uma falha coletiva em levar a sério prevenção, preparação e resposta à pandemia e priorizá-la adequadamente”.

De acordo com o relatório, “o mundo não pode pagar por isso”.

Responsabilização é crucial

Em muitos países, líderes têm falhado em tomar medidas antecipadas e decisivas com base em ciência, evidências e melhores práticas, levando a um déficit de confiança profundo e cada vez maior que está impedindo os esforços de resposta, destacou o documento.

“A transparência e a responsabilidade são essenciais para responder à pandemia de COVID-19”, disse o co-presidente do GPMB, Elhadj As Sy. “A confiança é a base das relações governo-comunidade para melhorar a saúde, mas essa confiança se dissipa quando os governos e líderes não cumprem seus compromissos.”

Liderança responsável e boa cidadania têm sido os principais determinantes do impacto da COVID-19, observou o relatório, ressaltando que “os sistemas são tão eficazes quanto as pessoas que os usam”.

Fortalecer a OMS

O relatório concluiu que, embora a COVID-19 tenha demonstrado a profunda interconexão do mundo por meio da economia, comércio, informação e viagens, um dos maiores desafios da pandemia tem sido a vacilante cooperação multilateral.

“Os vírus não respeitam fronteiras. A única saída para esta pandemia devastadora é pelo caminho da ação coletiva, que exige um sistema multilateral forte e eficaz”, disse Gro Harlem Brundtland, copresidente do GPMB, que também atuou como diretora-geral da OMS de 1998 a 2003.

“O Sistema da ONU, que inclui a OMS, foi criado após a Segunda Guerra Mundial e tem ajudado a tornar o mundo um lugar melhor para bilhões de pessoas”, disse, acrescentando, “ele precisa ser defendido, fortalecido e revitalizado, não atacado e prejudicado”.

A pandemia não apenas iluminou a fragilidade dos sistemas de saúde do mundo, mas também da economia global — ressaltando a urgência de investir na preparação para evitar tragédias semelhantes no futuro.

Para trazer ordem ao caos, o relatório destaca as ações necessárias para conter a pandemia e evitar a próxima catástrofe, que exige liderança responsável, cidadania engajada, sistemas de segurança de saúde fortes e ágeis, investimento sustentado e governança global robusta para preparação.

“Esta não será a última pandemia, nem a última emergência global de saúde”, disse o chefe da OMS, “mas com os investimentos políticos e financeiros certos agora, podemos prevenir e mitigar futuras pandemias e proteger o nosso futuro e o das próximas gerações.”

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa