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'Quando entrei na sala de aula da universidade, realizei meu sonho', diz refugiado sudanês

08 outubro 2020

  • Em 2011, o refugiado sudanês Isaac, de 27 anos, foi forçado a fugir da violência em Kordofan do Sul, no Sudão, com sete irmãos e irmãs.
  • Apesar da experiência traumática, imediatamente se voluntariou como professor quando ele e seus irmãos encontraram segurança na fronteira com o Sudão do Sul.
  • Conheça a história de Isaac, que recebeu uma bolsa de estudos da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e agora estuda Administração.
Isaac é refugiado, foi professor voluntário e agora é estudante universitário.
Legenda: Isaac é refugiado, foi professor voluntário e agora é estudante universitário.
Foto: © ACNUR

Isaac é um otimista por completo. Apesar de ter fugido do conflito em sua casa, ele ainda vê o lado bom. “Quando os conflitos começaram, eu já tinha concluído o ensino médio!” ele diz.

Em 2011, o refugiado sudanês de 27 anos foi forçado a fugir da violência em sua casa em Kordofan do Sul, no Sudão, com seus sete irmãos e irmãs. Apesar da experiência traumática de ter que fugir de sua casa, Isaac imediatamente se voluntariou como professor quando ele e seus irmãos encontraram segurança na fronteira com o Sudão do Sul.

Isaac passou dois anos ensinando outros refugiados à sombra das árvores no campo de refugiados de Yida, oferecendo todo o conhecimento que possuía como uma forma de manter a esperança. Em 2013, ele se mudou para o campo de refugiados de Ajuong Thok, a uma curta distância, onde suas habilidades de ensino eram mais uma vez necessárias.

“Fui um dos professores escolhidos para ajudar na escola secundária”, diz com orgulho.

A estação das chuvas também não conseguiu diminuir o ânimo de Isaac, mesmo quando sua escola inundou. “Tínhamos que ensinar enquanto estávamos na água. Foi difícil, mas não podíamos deixar nossos irmãos e irmãs”.

“O principal motivo pelo qual me ofereci para lecionar foi porque esperava um dia ter uma chance de cursar o ensino superior”, explicou. Sua esperança se concretizou quando o ACNUR lhe concedeu uma bolsa DAFI para estudar administração de empresas. “A primeira vez que entrei na sala de aula da Universidade Católica de Juba realizei o meu sonho”.

Desde o início do programa DAFI em 1992, mais de 18.000 jovens refugiados receberam apoio para estudar em universidades e faculdades em todo o mundo. Financiado principalmente pelo governo alemão, o programa DAFI apoia alunos com interesses diversos em todas as áreas de estudo, desde medicina e engenharia até humanidades e negócios. Todos os bolsistas DAFI compartilham um forte compromisso de envolver suas comunidades.

Agora pai de dois filhos, Isaac quer garantir que sua educação mude mais vidas do que apenas a sua. “Quando eu terminar meu curso, vou realizar meu sonho de ajudar meu povo. Tenho certeza que um dia voltarei para casa e retribuirei à minha comunidade o que aprendi nas aulas”, afirmou. Esse foi o motivo que o levou a escolher administração de empresas como carreira: “Quero solucionar problemas e ser um bom líder, para ajudar meu povo em casa”.

Isaac esperava se formar este ano. A pandemia de coronavírus colocou o sonho em espera por enquanto, mas ele continua otimista como sempre. “Na vida, a última coisa que você perde é a esperança. Estou ansioso para que a pandemia termine logo para que eu possa continuar com meus estudos”.

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