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OPAS: Pandemia interrompeu calendário de imunização em metade da América Latina

08 outubro 2020

  • A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apela aos países das Américas que retomem o calendário de vacinação das crianças na região. A organização alerta sobre perigo de novos surtos de sarampo, catapora, rubéola, difteria e outras doenças por falta da vacina.
  • Numa entrevista à ONU News, de Washington, o vice-diretor-geral da OPAS, Jarbas Barbosa, afirmou que a pandemia da COVID-19 causou uma interrupção grave nas campanhas de imunização, o que coloca muitas pessoas em risco.
Paulina, de 10 anos, sendo vacinada em centro de saúde na Venezuela apoiado pelo Unicef.
Legenda: Paulina, de 10 anos, sendo vacinada em centro de saúde na Venezuela apoiado pelo Unicef.
Foto: © William Urdaneta/Unicef

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apela aos países das Américas que retomem o calendário de vacinação das crianças na região. A organização alerta sobre perigo, especialmente nas crianças, de novos surtos de sarampo, catapora, rubéola, difteria e outras doenças por falta da vacina.

Numa entrevista à ONU News, de Washington, o vice-diretor-geral da OPAS, Jarbas Barbosa, afirmou que a pandemia da COVID-19 causou uma interrupção grave nas campanhas de imunização, o que coloca muitas pessoas em risco.

“A pandemia afetou também alguns serviços essenciais de saúde pública como os serviços de imunização. Metade dos países da América Latina informam que os serviços de imunização durante os picos de transmissão da COVID-19 tiveram que ser suspensos total ou parcialmente. Isso é muito perigoso para a nossa região porque milhões de crianças estão deixando de se vacinar”.

Logo após a declaração de pandemia, em meados de março, a OPAS divulgou uma edição do boletim com o programa de imunização no contexto da COVID-19. Numa reunião virtual, a agência juntou os administradores dos programas nacionais de vacinação na região, parceiros e grupos técnicos.

Uma das recomendações foi manter atualizado o registro da população que estava com a imunização pendente por causa das medidas de contenção da pandemia durante a quarentena. 

Novos surtos

Para Jarbas Barbosa, o controle é essencial na hora de proteger as crianças e salvar vidas.

“Nós estamos recomendando a todos os países que avaliem seus dados, verifiquem onde as coberturas foram mais baixas do que o que seria desejado. Nesses locais, adotar estratégias capazes de recuperar essas crianças. E de fazer com que elas não tenham seu esquema de vacinação interrompido porque isso vai produzir um número grande de suscetíveis e podemos ter surtos de sarampo, de difteria, de rubéola, de catapora, de novo, ameaçando as crianças em nossa região”.

Uma outra recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), logo após a declaração da pandemia, foi a de manter a vacina contra a hepatite B durante as primeiras 24 horas de vida. 

Partindo da premissa de que os partos institucionais seriam mantidos, a agência pediu a garantia da imunização contra a hepatite B no bebê para evitar a transmissão vertical, aquela que ocorre de mães para filhos.

As Américas continuam sendo a região com o maior número de casos da COVID-19 e concentram mais metade de todas as mortes no mundo.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

PAHO
The Pan American Health Organization

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