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Cooperação entre países é chave para enfrentar pandemia, mudanças climáticas e desigualdades

26 outubro 2020

  • A cooperação e a solidariedade entre pessoas e países são essenciais para uma retomada inclusiva e sustentável após a crise de COVID-19 e para enfrentar os principais desafios globais — as mudanças climáticas e as desigualdades.
  • A avaliação é do coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, que participou na segunda-feira (26) da live “O futuro que queremos, sem deixar ninguém para trás” para comemorar o aniversário de 75 anos das Nações Unidas.
  • O evento reuniu representantes de governo federal, comunidade internacional e sociedade civil para discutir como reconstruir, juntos, o mundo pós-pandemia.
Legenda: O evento promoveu um diálogo entre representantes de governo federal, comunidade internacional e sociedade civil sobre como reconstruir o mundo pós-pandemia juntos. Foto: Reprodução

A cooperação e a solidariedade entre pessoas e países são essenciais para uma retomada inclusiva e sustentável após a crise de COVID-19 e para enfrentar os principais desafios globais — as mudanças climáticas e as desigualdades.

A avaliação é do coordenador-residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic, que participou na segunda-feira (26) da live “O futuro que queremos, sem deixar ninguém para trás” para comemorar o aniversário de 75 anos das Nações Unidas.

O evento reuniu representantes de governo federal, comunidade internacional e sociedade civil para discutir como reconstruir, juntos, o mundo pós-pandemia.

“A pandemia está pondo à prova a capacidade dos países de trabalharem juntos de forma solidária. A cooperação e a solidariedade entre pessoas e países é justamente o que mais precisamos neste momento. Precisamos repensar e reaprender a trabalhar e a produzir”, disse Fabiancic.

“Os avanços que já havíamos tido em temas como combate à pobreza e à fome, redução das desigualdades e proteção ambiental encontram-se agora sob ameaça de retrocesso”, salientou. “Seguimos acreditando que a Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) continuam sendo um marco eficaz para guiar nossos passos nessa reconstrução.”

A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Busca fortalecer a paz universal e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.

A importância do multilateralismo e da existência da própria ONU para enfrentar a crise sanitária e socioeconômica provocada pela pandemia foi enfatizada por Alessandra Nilo, da ONG Gestos e membro do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030.

Ela elogiou o fato de as Nações Unidas terem alcançado a paridade de gênero em sua alta administração e entre coordenadoras e coordenadores-residentes dos países. “Hoje a ONU tem o maior número de mulheres chefes e vice-chefes de missão em operações de paz. Esta sempre foi uma das demandas das organizações feministas e merece celebração”, disse.

Ela também cumprimentou a liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS) e seus esforços em ajudar os países a usarem a ciência como referência na resposta à COVID-19.

“Nesse sentido, aproveito para enviar solidariedade às famílias brasileiras que perderam entes queridos. E lembrar o desafio posto de resgatar os milhões de brasileiros e brasileiras que já estavam sendo deixados para trás, como mostram os dados do Relatório Luz 2020, antes mesmo da pandemia”, disse, referindo-se ao documento elaborado pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 que analisa a implementação dos ODS no Brasil. 

Na opinião dela, a Agenda 2030 é o maior exercício de diplomacia internacional da história, tendo a participação da sociedade civil como evento-chave. “Hoje reafirmamos nossa crença de que é possível reconstruir um mundo melhor e mudar o jogo das desigualdades. Os ODS mostram como tais mudanças podem ocorrer nos territórios, sempre com base nos direitos humanos e na ciência”, declarou.

O embaixador Demétrio Bueno Carvalho, diretor-adjunto da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, também lembrou que “mais do que nunca, a solidariedade que uniu a comunidade global na Agenda 2030 precisa se fazer presente”.

“Ante a ameaça da pandemia, o Sistema ONU tem contribuído para a elaboração de soluções para os distintos impactos da COVID-19. Talvez não haja precedente na história da Organização a enorme concentração de esforços com o propósito de controlar a disseminação da pandemia e retomar esforços em favor do desenvolvimento", avaliou.

O embaixador disse que o Brasil, como um de seus membros fundadores, também celebra o aniversário da ONU. “A ABC tem participado, com espírito de genuína parceria, da discussão e execução das atividades operacionais para o desenvolvimento da Organização. Nosso compromisso é claro, continuaremos a trabalhar para fortalecer e aperfeiçoar o sistema multilateral de modo a não deixar ninguém para trás.”

As declarações do embaixador foram ecoadas por Adriano Pucci, diretor do Departamento de Nações Unidas do Ministério das Relações Exteriores, para quem a “ONU vem honrando sua tarefa histórica de propiciar uma plataforma flexível de diálogo, a partir da qual as diferentes nações possam debater e negociar temas da agenda multilateral”.

“No plano prospectivo, cabe reconhecer a necessidade de reforma da ONU para que a Organização possa mais fielmente servir aos interesses dos povos constituídos em nações, mediante benefícios palpáveis para eles no curto prazo”, disse.

“Nesse contexto, é imprescindível reformar os processos decisórios da Organização para que seus órgãos deliberativos, notadamente o Conselho de Segurança, se façam mais representativos, transparentes, legítimos e eficazes”, completou.

O evento também teve a participação de embaixador Ignacio Ybáñez, da delegação da União Europeia no Brasil, que destacou a cooperação do bloco com as Nações Unidas em prol da paz, do diálogo e da cooperação, “promovendo os direitos humanos, o Estado de direito, o desenvolvimento sustentável e o combate às mudanças climáticas”.

“A COVID-19 está mostrando como os desafios globais só podem ser enfrentados e superados por uma ação global coordenada solidária. Uma recuperação pós-pandemia que seja verde, sustentável e inclusiva requer esforços comuns e a ONU é o veículo ideal para demonstrar o caminho comum”, afirmou.

O evento online fez parte das iniciativas da UN75, a maior conversa global do mundo sobre “o futuro que queremos”, lançada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, no início do ano. O UN75 se destina a promover conversas em todos os segmentos da sociedade, em especial com os jovens, para construir uma visão global para 2045, ano do centenário da ONU.

Para participar da maior conversa global sobre o futuro, responda ao questionário de um minuto aqui.  

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

RCO
United Nations Resident Coordinator Office
UNIC
Centro de Informação das Nações Unidas

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa