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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
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História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
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História
03 junho 2022
Sobreviventes: os brasileiros que convivem com HIV
Cazu vive há muito tempo com HIV e o preconceito atrelado a isto: ele contraiu o vírus aos 16 anos e tornou pública sua sorologia para quebrar o estigma em torno do assunto. Aninha convive com HIV há mais de 20 anos e sobreviveu à COVID.
Cariocas, eles são os dois brasileiros entre 28 pessoas de diversas partes do mundo que participam da última edição do projeto Survivors (Sobreviventes), uma exposição fotográfica virtual que celebra a vida das pessoas que vivem com HIV.
A iniciativa é do UNAIDS em parceria com a Through Positive Eyes (Através de olhos positivos, na tradução livre). As histórias descrevem lutas, medos, esperanças e, acima de tudo, a coragem e a determinação de sobreviventes do HIV.
Cazu - Ele conta que ao assumir viver com HIV, conseguiu muitas coisas que nunca pensou serem possíveis, como reconhecimento público, papéis no cinema e no teatro. “Isto me deu forças para encorajar mais pessoas com HIV a tomarem a mesma posição: Vivo com HIV e não vou desistir dos meus objetivos. Se algo não estiver funcionando, posso mudá-lo e encontrar uma forma de avançar. Foi o que eu fiz”, relata.
Cazu decidiu tornar pública sua condição para quebrar o estigma de que pessoas com HIV são feias, improdutivas e devem viver isoladas ou tratadas como infelizes.
Pessoas que vivem com o HIV continuarão a ser quem eram antes do HIV, independentemente disso. As que eram boas pessoas continuarão a ser boas pessoas, e o mesmo vale para as que não eram. Independentemente de viverem ou não com o HIV, as pessoas continuam a ser seres humanos. Elas ainda têm sentimentos: amam, sofrem, choram e riem. O HIV não mudou fundamentalmente o meu jeito de viver
Cazu
Os desafios da pandemia também atingiram Cazu, que perdeu o emprego e pegou COVID-19 duas vezes. Ele deu a volta por cima: abriu uma microempresa para vender copos descartáveis.
“Sou autossuficiente e continuarei a viver a vida de forma positiva e a compartilhar experiências e conhecimentos com outras pessoas. Na verdade, comecei a viver mais depois do HIV. Porque o HIV não pode ser mais forte do que a vida.”
Aninha - Aninha vive com HIV há mais de 20 anos. Ela conta que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fundamental para garantir sua sobrevivência e o acesso a medicamentos que, no início, ela não queria tomar.
“O momento mais difícil da minha vida foi descobrir que eu estava grávida e que tinha HIV. Sofri durante meses. Até tentei fazer um aborto, mas o médico disse que não havia necessidade de um, já que eu estava muito doente, e que o bebê não iria sobreviver. Para minha surpresa e para surpresa de todas as pessoas, o bebê nasceu”, relata.
Aninha conta que o bebê nasceu doente, mas felizmente não tinha contraído HIV. “Foi a maior emoção que senti em toda a minha vida. Quero que o meu filho viva num mundo melhor”, resume.
Assintomática para COVID-19, ela acabou perdendo o marido para a doença há alguns meses. “Esta é a segunda vez que fico viúva por um vírus. Primeiro, pelo HIV, e o segundo, pela COVID. É uma experiência muito triste. Passar por duas pandemias, adquirir estes dois vírus mortais, e ainda estar viva me faz parecer que tenho alguma missão aqui”, afirma.
Aninha lembra que o fim da epidemia de AIDS é possível com ações simples, como informação e acesso aos cuidados em saúde.
Os antirretrovirais funcionam. Todas as pessoas devem ter direito a acessá-los. A prevenção é perfeitamente possível através do fornecimento de medicamentos adequados. Sem tratamento, a AIDS mata. O preconceito mata. Falta de interesse por parte das lideranças, mata.
Aninha
Projeto - O projeto Through Positive Eyes é organizado pelo fotógrafo Gideon Mendel, a Universidade da Califórnia (Los Angeles) e o Centro de Saúde Global e Arte. Lançado em 2007, já contou como 140 pessoas de 12 cidades do mundo vencem o estigma relacionado ao HIV/AIDS. A participação no projeto é voluntária e as pessoas são identificadas pelo primeiro nome para enfatizar sua acessibilidade e humanidade, mas também para proteger aquelas que vivem em lugares onde o estigma pode ser perigoso.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) UNAIDS é uma parceria inovadora que lidera e inspira o mundo a alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e apoio aos cuidados de pessoas com HIV/AIDS.
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História
16 maio 2022
Foto de tradição Pankararu é premiada na Suíça
Para saber se as condições climáticas irão favorecer a colheita anual, os indígenas Pankararu puxam um cipó. Numa espécie de cabo-de-guerra, os membros da comunidade localizada no sertão pernambucano dividem-se em dois times. Um deles puxa a cipó em direção ao leste e o outro para o oeste. É através desta disputa de forças que as entidades religiosas informam suas previsões aos Pankararu: se o cipó terminar no lado onde o sol nasce, no leste, o clima será próspero e a comunidade viverá um ano de abundância. Ultrapassar para o lado oeste significa pouca chuva e escassez.
Depois de assistir a uma série de previsões de seca, o estudante de mestrado Joanderson Gomes de Almeida, de 30 anos, passou a se perguntar o que ele e a sua comunidade poderiam fazer para que o cipó permanecesse no lado leste. Foi com esta inquietação e com um celular que ele fotografou a cerimônia do puxamento do cipó durante a tradicional festa do Flechamento do Imbu, uma comemoração indígena que marca o início da colheita.
“Essa tradição acontece só uma vez ao ano na comunidade, mas durante o nosso dia a dia, por que a gente não lembra dessa previsão? O que eu posso melhorar para que no próximo ano a gente possa ter um resultado de fartura e abundância? Esta é uma reflexão sobre os cuidados que a gente às vezes não tem com o meio ambiente no nosso cotidiano”, conta o estudante em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Quatro anos depois do click, a foto foi parar em uma exposição na sede da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Suíça. A imagem “Puxamento do Cipó” virou a metáfora perfeita para simbolizar o impacto das mudanças climáticas e, por este motivo, venceu o primeiro concurso de fotografia da OMPI voltado para jovens de comunidades tradicionais.
O prêmio entregue no Dia da Terra também contemplou jovens do Quênia e Filipinas. O anúncio dos vencedores foi feito no último dia 22 de abril e culminou com a exposição em Genebra. A intenção da Organização da ONU era estimular que os jovens de comunidades tradicionais expressassem criativamente o impacto das mudanças climáticas em suas regiões e, ao mesmo tempo, aprendessem a proteger seus trabalhos recorrendo aos direitos de propriedade intelectual. Para escolher os vencedores, entre mais de 30 imagens finalistas, foi convocado um painel independente de jurados constituído por quatro fotógrafos internacionais.
“Os jovens têm o maior interesse no futuro do nosso planeta e é por isso que estou satisfeito que o primeiro Prêmio de Fotografia da OMPI esteja oferecendo aos membros de comunidades indígenas e locais a oportunidade de se expressarem através da fotografia sobre a crise climática e outros desafios relacionados que estão enfrentando”, declarou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang, durante a cerimônia de premiação.
Na oportunidade, ele também destacou como é estreita a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente e seus recursos, sendo elas as primeiras a enfrentarem as consequências diretas da crise climática, como a perda da diversidade biológica e o aumento do nível dos oceanos. Ao parabenizar o indígena brasileiro pela conquista, o diretor-geral lembrou que o povo Pankararu tem uma forte vocação de preservar a natureza e as tradições. No entanto, eles também têm sido castigados por períodos sem chuva e seca, o que dificulta as atividades agrícolas tradicionais.
Conexão - Em Pernambuco, a comunidade Pankararu está estabelecida entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, distante cerca de dez quilômetros do rio São Francisco. Esta proximidade ajuda a explicar porque a água, mais do que um recurso essencial para a vida, também é considerada parte da constituição deste povo. “Existia uma ocupação tradicional desta terra narrada na própria cosmologia do povo Pankararu. As primeiras entidades, que chamamos de Encantados, eram pessoas normais que receberam o dom depois de entrarem na cachoeira do rio São Francisco. E hoje nós não temos acesso a água. Esta é uma reivindicação do povo Pankararu. A gente mora a menos de 10 quilômetros do rio São Francisco e não temos água”, explica Joanderson.
Em sua inscrição no concurso da OMPI, o estudante de mestrado defendeu que jovens indígenas ocupem espaços como estes e que novas soluções inovadoras sejam propostas a partir de parcerias com as comunidades locais. “Os indígenas têm uma forma tradicional de cultivo e manejo da terra, sem o viés mercantilista. Não vemos a terra como objeto de produção de capital, mas como uma forma de vida e subsistência. Ainda há muito o que se falar sobre clima e sobre povos indígenas para além desta visão marginal”, pontua. “Agradeço a OMPI pela iniciativa de criar esse concurso e por incentivar jovens indígenas e de comunidades tradicionais a participarem. Agora, com o prêmio, poderei registrar estes momentos com mais qualidade e profissionalismo”.
Como primeiro colocado, Joanderson ganhou da organização equipamento fotográfico profissional no valor de 3.500 dólares.
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História
06 maio 2022
Mãe reencontra filhas depois de quatro anos de separação
A venezuelana Yerika deixou a Venezuela em busca de oportunidades para uma nova vida com as três filhas. Ela chegou ao Brasil em Roraima mas a oportunidade de trabalho surgiu a 5 mil quilômetros de distância, em Pinhalzinho, no interior de Santa Catarina. A separação entre Yerika e as filhas Evelin, 13 anos, Camila, 10 anos, e Josemiht, 8 anos, foi inevitável.
Com a família dividida entre o norte e o sul do país, as meninas ficaram sob cuidados de um responsável, que procurou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o parceiro AVSI Brasil. As meninas foram encaminhadas para um abrigo do governo de Roraima destinado a crianças desacompanhadas.
O oficial de Proteção à Criança e ao Adolescente do UNICEF em Roraima, Tomás Tancredi, explica que o direito à convivência familiar e comunitária é prioridade. “O trabalho envolve busca ativa das famílias, avaliação psicossocial para identificar as possibilidades de reunificação junto à rede de proteção, apoio psicossocial continuado para estas crianças e, em alguns casos, apoio financeiro para a sustentabilidade da reunificação. A articulação com as redes de proteção e demais organizações que atuam na resposta humanitária, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é fundamental para garantir a adaptação destas crianças em uma nova realidade”, explica.
O abrigo onde Evelin, Camila e Josemiht ficaram tem a estrutura de uma residência, similar ao ambiente de uma casa familiar, com atividades educacionais e apoio psicossocial. A gerente do abrigo da Secretaria de Estado de Trabalho e Bem-Estar Social, Luciana Oliveira da Silva, explica que a unidade tem parceria com organizações para buscar as famílias das crianças. “Apesar de estarem em um ambiente em que estão sendo cuidadas, não é o lar delas. Elas sentem falta, perguntam e ficam ansiosas para o reencontro”, relata.
Após o abrigamento no local, o UNICEF entrou em contato com a OIM para localizar a mãe e dar entrada do processo na estratégia de interiorização do governo federal, para que as irmãs pudessem viajar para junto de Yerika.
A análise documental foi o passo inicial na viagem, assim como o acompanhamento médico no Núcleo de Saúde da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo venezuelano, para verificação vacinal e testagem de COVID-19. Era dezembro de 2021 e os dias foram contados com ansiedade pelas meninas e pela mãe.
De acordo com o assistente de Proteção da OIM Luís Minchola, o reencontro representa o apoio dos atores que buscam a melhor solução em situações de crianças e adolescentes desacompanhadas dentro de um contexto migratório. “Todos estão envolvidos em levar oportunidades nos locais de destino: acesso às escolas, aos serviços de saúde e que tenham o convívio familiar garantido dentro de todos os preceitos de proteção à infância”, explica.
No dia 26 de dezembro, a equipe da OIM buscou Evelin, Camila e Josemiht no abrigo estadual e as levou para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. Além da revisão documental pré-embarque, a OIM comprou as passagens aéreas e garantiu a presença de uma funcionária para acompanhar todo o trajeto, até que elas estivessem seguras com a mãe.
O REENCONTRO – Já era noite quando o abraço do reencontro finalmente aconteceu. Entre lágrimas, mãe e filhas correram para que estivessem juntas novamente. Na parede da casa nova, os cartazes improvisados com folhas de caderno estampavam os dizeres de “bem-vindas minhas princesas”, em espanhol. No sofá, os cochichos entre as quatro demonstravam que o tempo de separação não diminuiu em nada o afeto e a cumplicidade.
“Foi uma emoção tão grande, não sei nem explicar. Foi tanto tempo longe! É muito gratificante ter minhas filhas aqui do meu lado. Meu plano para o futuro é dar muito amor a elas. Estou muito emocionada e feliz.”
Yerika
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Notícias
06 julho 2022
OIM organiza reunião contra o tráfico de pessoas na Tríplice Fronteira
Organizado pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), a 1ª Reunião Tripartite de Combate ao Tráfico de Pessoas abordou, nesta terça e quarta-feira (6), questões sobre a segurança na fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai. O evento, que está acontecendo em Foz do Iguaçu, é realizado no âmbito do programa EUROFRONT e financiado pela União Europeia.
A reunião busca contribuir com o respeito e a proteção dos direitos humanos das pessoas migrantes no contexto do tráfico de pessoas e do contrabando de migrantes a nível nacional e regional na América Latina, a partir do fortalecimento das estratégias existentes nos países participantes do programa EUROFRONT.
Dividido em duas jornadas, o encontro reúne funcionários dos países que compartilham a Tríplice Fronteira para um momento de troca de informações sobre os avanços nas políticas públicas nacionais e regionais para a prevenção desses crimes. Neste contexto, a agenda de trabalho também prevê um intercâmbio sobre mecanismos e sistemas de registro de informações para o combate ao tráfico de pessoas, que permitirá a identificação das melhores práticas para potencializar as capacidades dos Estados neste âmbito.
Entre os objetivos centrais da reunião, além do intercâmbio de boas práticas e experiências dos três países, está a elaboração de um plano de trabalho trinacional, que contemple de maneira transversal os diferentes pilares de intervenção do programa e que permita robustecer a coordenação regional para a proteção dos direitos humanos das pessoas migrantes, alinhado com os objetivos do programa EUROFRONT na América Latina.
Além de funcionários do programa EUROFRONT, participam do encontro, pela Argentina, funcionários do Programa Nacional de Resgate e Acompanhamento às Pessoas Vítimas do Crime de Tráfico de Pessoas, do Ministério de Justiça e Direitos Humanos, assim como da Direção Nacional de Migrações e do Ministério de Segurança. Pelo Brasil, os representantes são servidores do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. Já pelo Paraguai, participam representantes do Ministério de Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Polícia Nacional e da Direção Geral de Migrações.
EUROFRONT - O programa EUROFRONT, financiado pela União Europeia, contribui para a segurança nas fronteiras, para uma maior proteção aos direitos humanos e para o desenvolvimento social e econômico a nível nacional e regional na América Latina.
Para alcançar esse objetivo, o programa EUROFRONT se divide em dois componentes: o Componente 1, gerenciado em conjunto pela Organização Internacional Ítalo-Latino Americana (IILA), pela Fundação Internacional e para a Ibero-América de Administração e Políticas Públicas (FIIAPP) e pela OIM, que busca melhorar a eficácia da gestão fronteiriça em quatro postos de fronteira (em Rumichaca, entre a Colômbia e o Equador; Desaguadero, entre o Peru e a Bolívia; Bermejo, em Águas Blancas, entre a Argentina e a Bolívia; e a Tríplice Fronteira, entre Argentina, Brasil e Paraguai.
Por sua vez, o Componente 2, administrado somente pela OIM, tem como objetivo específico contribuir na luta contra o tráfico de pessoas e o contrabando de migrantes.
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06 julho 2022
Número de pessoas afetadas pela fome sobe para 828 milhões em 2021
O número de pessoas afetadas pela fome globalmente subiu para 828 milhões em 2021*, um aumento de cerca de 46 milhões desde 2020 e de 150 milhões desde o início da pandemia de COVID-19, de acordo com o mais recente relatório das Nações Unidas sobre o tema. O documento fornece novas evidências de que o mundo está se afastando ainda mais de sua meta de acabar com a fome, insegurança alimentar e má nutrição em todas as suas formas até 2030.
No Brasil, a prevalência de insegurança alimentar grave em relação à população total aumentou de 1,9% –3,9 milhões– entre 2014 e 2016 para 7,3% –15,4 milhões– entre 2019 e 2021. A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave em relação à população total aumentou de 37,5 milhões de pessoas (18,3%) entre 2014 e 2016, para 61,3 milhões de pessoas (28,9%) entre 2019 e 2021.
A edição de 2022 do relatório “O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” (State of Food Security and Nutrition in the World - SOFI, no original em inglês) apresenta atualizações sobre a situação da segurança alimentar e da nutrição em todo o mundo, incluindo as últimas estimativas do custo e da acessibilidade de uma alimentação saudável. O relatório também analisa maneiras pelas quais os governos podem reformular seu apoio atual à agricultura para reduzir o custo de alimentações saudáveis, estando atentos aos recursos públicos limitados disponíveis em muitas partes do mundo.
O relatório foi publicado em conjunto nesta quarta-feira (6) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os números pintam um quadro sombrio. Depois de permanecer relativamente inalterada desde 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome saltou em 2020 e continuou a subir em 2021, chegando a 9,8% da população mundial. Isso se compara com 8% em 2019 e 9,3% em 2020.
Outro dado alarmante é o de que cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo (29,3%) enfrentaram insegurança alimentar moderada ou severa em 2021 – 350 milhões a mais em comparação com antes do surto da pandemia de COVID-19. Cerca de 924 milhões de pessoas (11,7% da população global) enfrentaram a insegurança alimentar em níveis severos, um aumento de 207 milhões em dois anos.
Mulheres e crianças - A lacuna de gênero na insegurança alimentar continuou a aumentar em 2021. Aproximadamente 32% das mulheres no mundo enfrentaram insegurança alimentar moderada ou severa em relação a 27,6% dos homens - uma diferença de mais de quatro pontos percentuais, em comparação com três pontos percentuais em 2020.
Estima-se que 45 milhões de crianças menores de cinco anos sofriam de baixo peso para a estatura (wasting), a forma mais mortal de má nutrição, o que aumenta o risco de morte das crianças em até 12 vezes. Além disso, 149 milhões de crianças menores de cinco anos tiveram crescimento e desenvolvimento atrofiados (stunting) devido à falta crônica de nutrientes essenciais em suas dietas, enquanto 39 milhões estavam acima do peso.
Por outro lado, estão sendo feitos progressos no aleitamento materno exclusivo, com quase 44% dos bebês com menos de seis meses de idade sendo amamentados exclusivamente em todo o mundo em 2020. No entanto, isso ainda está aquém da meta de 50% até 2030. Outra grande preocupação é que duas em cada três crianças não são recebem a dieta mínima diversificada de que precisam para crescer e desenvolver seu potencial máximo.
Projeções - Quase 3,1 bilhões de pessoas não conseguiram pagar por uma alimentação saudável em 2020, um aumento de 112 milhões em relação a 2019, refletindo os efeitos da inflação nos preços dos alimentos ao consumidor decorrentes dos impactos econômicos da pandemia de COVID-19 e das medidas colocadas em prática para contê-la.
Olhando para a frente, as projeções são de que cerca de 670 milhões de pessoas (8% da população mundial) ainda enfrentarão a fome em 2030 – mesmo que uma recuperação econômica global seja levada em consideração. Trata-se de um número semelhante ao de 2015, quando o objetivo de acabar com a fome, a insegurança alimentar e a má nutrição até o final desta década foi lançado sob a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
No momento em que este relatório está sendo publicado, a guerra em curso na Ucrânia, envolvendo dois dos maiores produtores globais de cereais básicos, oleaginosas e fertilizantes, está interrompendo as cadeias de suprimentos internacionais e elevando os preços de grãos, fertilizantes, energia, bem como alimentos terapêuticos prontos para uso por crianças com má nutrição grave. Isso ocorre porque as cadeias de suprimentos já estão sendo afetadas negativamente por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, especialmente em países de baixa renda, e têm implicações potencialmente preocupantes para a segurança alimentar e nutrição globais.
"Este relatório destaca repetidamente a intensificação desses principais fatores de insegurança alimentar e má nutrição: conflitos, choques climáticos e choques econômicos, combinados com as crescentes desigualdades", escreveram no prefácio os chefes das cinco agências da ONU envolvidas no relatório deste ano.
"O que está em jogo não é se as adversidades continuarão a ocorrer ou não, mas como devemos tomar medidas mais ousadas para construir resiliência contra choques futuros", finalizaram os representantes.
Políticas agrícolas - O relatório aponta também que o apoio mundial ao setor alimentício e agrícola foi de quase 630 bilhões de dólares por ano entre 2013 e 2018. A maior parte disso vai para os agricultores individuais, por meio de políticas comerciais e de mercado e subsídios fiscais. No entanto, não só esse apoio é distorcido pelo mercado, como não está atingindo muitos agricultores, prejudica o meio ambiente e não promove a produção de alimentos nutritivos que compõem uma alimentação saudável. Isso acontece em parte porque os subsídios muitas vezes visam a produção de alimentos básicos, laticínios e outros alimentos de origem animal, especialmente em países de alta e média renda. Arroz, açúcar e carnes de vários tipos são os alimentos mais incentivados em todo o mundo, enquanto frutas, legumes e verduras são relativamente menos apoiados, particularmente em alguns países de baixa renda.
Com as ameaças de uma recessão global iminente, e as implicações que isso tem sobre as receitas e despesas públicas, uma forma de apoiar a recuperação econômica envolve a redefinição do apoio alimentar e agrícola para alimentos nutritivos direcionados onde o consumo per capita ainda não corresponde aos níveis recomendados para dietas saudáveis.
As evidências sugerem que, se os governos repensarem o destino dos recursos que estão usando para incentivar a produção, o fornecimento e o consumo de alimentos nutritivos, eles contribuirão para tornar as alimentações saudáveis mais baratas, mais acessíveis e equitativas para todas as pessoas.
Por fim, o relatório também aponta que os governos poderiam fazer mais para reduzir as barreiras comerciais para alimentos nutritivos, como frutas, legumes, verduras e leguminosas.
*Estima-se que entre 702 e 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021. A estimativa é apresentada como uma faixa para refletir a incerteza adicional na coleta de dados devido à pandemia COVID-19 e restrições relacionadas. Os aumentos são medidos em relação ao meio da faixa projetada (768 milhões).
O que os representantes das agências da ONU disseram:
Diretor-geral da FAO, QU Dongyu: "Os países de baixa renda, onde a agricultura é fundamental para a economia, os empregos e os meios de subsistência rurais, têm poucos recursos públicos para reaproveitar. A FAO está comprometida em continuar trabalhando em conjunto com esses países para explorar oportunidades para aumentar a prestação de serviços públicos para todos os atores em todos os sistemas agroalimentares. "
Presidente do FIDA, Gilbert F. Houngbo: "São números deprimentes para a humanidade. Continuamos nos afastando da nossa meta de acabar com a fome até 2030. Os efeitos da crise alimentar global provavelmente piorarão o resultado novamente no próximo ano. Precisamos de uma abordagem mais intensa para acabar com a fome e o FIDA está pronto para fazer sua parte, aumentando suas operações e impacto. Estamos ansiosos para ter o apoio de todas as pessoas."
Diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell: "A escala sem precedentes da crise da má nutrição exige uma resposta sem precedentes. Devemos dobrar nossos esforços para garantir que as crianças mais vulneráveis tenham acesso a dietas nutritivas, seguras e acessíveis -- e serviços para a prevenção precoce, detecção e tratamento da má nutrição. Com a vida e o futuro de tantas crianças em jogo, este é o momento de intensificar nossa ambição pela nutrição infantil – e não temos tempo a perder."
Diretor executivo do WFP, David Beasley: "Há um perigo real de que esses números subam ainda mais nos próximos meses. Os aumentos globais de preços de alimentos, combustíveis e fertilizantes que estamos vendo como resultado da crise na Ucrânia ameaçam empurrar os países ao redor do mundo para a fome. O resultado será a desestabilização global, a fome e a migração em massa em uma escala sem precedentes. Temos que agir hoje para evitar essa catástrofe iminente."
Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus: "Todos os anos, 11 milhões de pessoas morrem devido a alimentação não saudável. O aumento dos preços dos alimentos significa que isso só vai piorar. A OMS apoia os esforços dos países para melhorar os sistemas alimentares, tributando alimentos não saudáveis e subsidiando opções saudáveis, protegendo as crianças contra o marketing prejudicial e garantindo rótulos nutricionais claros. Devemos trabalhar juntos para alcançar as metas globais de nutrição de 2030, combater a fome e a má nutrição, e para garantir que os alimentos sejam uma fonte de saúde para todas as pessoas."
GLOSSÁRIO
Insegurança alimentar aguda: insegurança alimentar encontrada em uma área especificada em um determinado momento e de uma gravidade que ameaça vidas ou meios de subsistência, ou ambos, independentemente das causas, contexto ou duração. Tem relevância em fornecer orientação estratégica para ações que se concentrem em objetivos de curto prazo para prevenir, mitigar ou diminuir a insegurança alimentar grave.
Fome: uma sensação desconfortável ou dolorosa causada pela energia insuficiente da dieta. Privação de comida. Neste relatório, o termo fome é sinônimo de má alimentação crônica e é medido pela prevalência de subalimentação (PoU).
Má nutrição: uma condição fisiológica anormal causada pela ingestão inadequada, desequilibrada ou excessiva de macronutrientes e/ou micronutrientes. A má nutrição inclui desnutrição, bem como sobrepeso e obesidade.
Insegurança alimentar moderada: um nível de gravidade da insegurança alimentar no qual as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e foram forçadas a reduzir, algumas vezes durante o ano, a qualidade e/ou quantidade de alimentos que consomem por falta de dinheiro ou outros recursos. Refere-se à falta de acesso consistente aos alimentos, o que diminui a qualidade da dieta e interrompe padrões alimentares normais. Medido com base na Escala de Experiência de Insegurança Alimentar.
Insegurança alimentar grave: um nível de gravidade da insegurança alimentar no qual, em algum momento durante o ano, as pessoas ficaram sem comida, experimentaram fome e, no extremo, ficaram sem comida por um dia ou mais. Medido com base na Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (Food Insecurity Experience Scale – FIES).
Subalimentação: condição em que o consumo habitual de alimentos de um indivíduo é insuficiente para fornecer a quantidade de energia dietética necessária para manter uma vida normal, ativa e saudável. A prevalência de subalimentação é utilizada para medir a fome (indicador ODS 2.1.1).
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06 julho 2022
UNICEF lança campanha voltada à alimentação saudável na primeira infância
A nutrição adequada na primeira infância é essencial para o crescimento e desenvolvimento de meninas e meninos. Esse cuidado começa logo nos primeiros dias de vida, com a amamentação exclusiva, segue com a introdução alimentar do bebê, e deve incluir toda a família. Para orientar mães, pais e cuidadores sobre esse momento tão importante do desenvolvimento infantil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançou, nesta terça-feira (5), a Campanha PAPEI.
Desenvolvida de forma lúdica e divertida, a campanha conta a história de Miranda, que acabou de se tornar mãe com toda a alegria, todo o êxtase e todos os medos que essa novidade traz. Miranda sabe que a alimentação do bebê faz muita diferença para seu desenvolvimento, e, por isso, decide dar o que ela tem de melhor para alimentar o seu bebê: o leite materno. A partir daí, a personagem segue com os desafios e as descobertas da introdução de outros alimentos após os 6 meses, e descobre como a alimentação de toda a família impacta os hábitos alimentares da criança.
A chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, Cristina Albuquerque, lembra que a nutrição adequada, em especial na primeira infância, é essencial para o pleno crescimento e desenvolvimento de meninas e meninos. “Ela é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento infantil, dentro de uma perspectiva de cuidado integral, composta por cinco componentes inter-relacionados e indivisíveis: boa saúde; boa nutrição; proteção e segurança; cuidados responsivos; oportunidades de aprendizagem precoce”.
Cenário nacional - No Brasil, no entanto, esse direito não é garantido a todas as crianças. Menos da metade das crianças (45,7%) recebe amamentação exclusiva até os 6 meses, como recomendado pelas autoridades de saúde. Além disso, 10% das crianças menores de 5 anos já estão em sobrepeso, e 18,3% em risco de sobrepeso. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) de 2019.
“As famílias, muitas vezes, não têm informação suficiente sobre como cuidar da alimentação das crianças nessa etapa fundamental. Por isso, a importância desta campanha, que leva as informações de forma fácil e divertida para toda a família”, complementa Cristina. Todo o conteúdo, à medida que for sendo liberado, estará disponível online, e poderá ser reproduzido gratuitamente, citando a fonte.
Sobre a campanha - A campanha PAPEI é uma iniciativa do UNICEF com a missão de falar sobre a alimentação saudável para toda a família desde o nascimento da criança e durante o seu crescimento. A campanha contará com três fases, começando pelo aleitamento materno exclusivo (Fase 1), passando pela introdução alimentar (Fase 2) e então englobando a alimentação de toda a família (Fase 3). A primeira fase já está disponível aqui.
Ficha Técnica
Iniciativa: UNICEF Brasil
Realização: Onomatopeia Ideias Sonoras
Roteiro original: Leo Falcão e Erickson Marinho
Supervisão de roteiro: Carol Levy
Direção artística: Carol Levy
Direção e produção musical: Carlinhos Borges
Direção de cena: Gerson Damasceno
Direção de Fotografia: Ricardo Lima (Jacaré)
Assistente de fotografia: Márcio, Fiapo e Leonardo
Produção de set: Paloma Rêgo Barros e Laura Aragão
Visagismo: Júlio Rocha
Edição: Gerson Damasceno
Produção executiva: Carol Levy
Identidade visual: Betinho Montenegro
Direção de arte: Trícia Mota
Assistente de dir. de arte: Hemerson Souza
Equipe do UNICEF: Cristina Albuquerque, Camilo Leon, Stephanie Amaral, Regicely Aline Brandão, Marília Lima.
Elenco:
Carol Levy (Miranda, Merendeira, Tomate e todos os personagens-boca)
Fábio Caio (LÁCTEA, Arrozes, Feijão)
Fátima Caio (Ovo)Camilo
Kyara Muniz (Banana)
Estúdios de gravação: Onomatopeia (Recife/PE) e Nove Filmes (Recife/PE)
Trilha Musical
Composição, produção musical e mixagem: Carlinhos Borges
Voz solo e coros: Carol Levy
Violão e cavaquinho: Bozó das 7 cordas
Flauta, clarinete e clarinete: Henrique Albino
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06 julho 2022
ONU realiza fórum político para avaliar avanço global rumo à Agenda 2030
As Nações Unidas realizam de 5 a 15 de julho, em Nova Iorque, de forma presencial e virtual, o Fórum Político de Alto Nível (HLPF, na sigla em inglês), que reúne autoridades para avaliar o avanço dos países rumo à Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O tema do HLPF 2022 é “Recuperar melhor da doença do coronavírus (COVID-19), enquanto avançamos na implementação completa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Em um momento em que o mundo luta para se recuperar da COVID-19 em meio a crises contínuas, o HLPF refletirá sobre como as políticas de recuperação podem reverter os impactos negativos da pandemia nos ODS e levar os países a um caminho para realizar a visão da Agenda 2030.
Um dos eventos paralelos ao Fórum lançará novas orientações para Estados-membros sobre formas de integrar abordagens baseadas em direitos humanos no desenvolvimento de Revisões Nacionais Voluntárias (VNRs), relatórios que mostram os avanços dos países em relação aos ODS. A orientação foi desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
A reunião do HLPF em 2022 será realizada a partir desta terça-feira (5) até quinta (7) e de segunda (11) a sexta (15). Haverá ainda o segmento ministerial de três dias, que ocorrerá de quarta (13) a sexta (15). O segmento de alto nível do Conselho Econômico e Social será concluído na segunda-feira (18).
O Fórum revisará em profundidade os ODS 4, sobre educação de qualidade, ODS 5, sobre igualdade de gênero, ODS 14, sobre vida subaquática, ODS 15, sobre vida na terra, e ODS 17, sobre parcerias. Levará em conta os diferentes impactos da pandemia de COVID-19 em todos os ODS, assim como a natureza integrada, indivisível e interligada dos objetivos globais.
As reuniões oficiais do HLPF e do Segmento de Alto Nível do ECOSOC serão transmitidas ao vivo pela UN TV.
Quarenta e quatro países apresentarão Revisões Nacionais Voluntárias (VNRs, na sigla em inglês) de sua implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Para mais detalhes, clique aqui.
O HLPF também adotará a Declaração Ministerial como resultado de sua sessão. O Presidente do ECOSOC preparará um resumo para capturar as principais mensagens das discussões. Para mais informações, clique aqui.
Outros eventos, incluindo Eventos Paralelos, VNR Labs, Eventos Especiais e Exposições estão sendo organizados paralelamente ao HLPF 2022.
Clique aqui para mais informações sobre o HLPF 2022.
Revisão Nacional Voluntária (VNR) - Uma série de VNR Labs será convocada à margem do Fórum deste ano, fornecendo uma plataforma informal para compartilhamento de experiências e reflexão sobre o processo de Revisão Nacional Voluntária (VNR, na sigla em inglês).
Os laboratórios são mantidos sob as regras da Chatham House e estão abertos aos Estados-membros, ao Sistema ONU e aos representantes dos Grandes Grupos e outras partes interessadas presentes no HLPF 2022, virtual ou pessoalmente.
Os VNR Labs serão um espaço para compartilhamento de experiências e lições aprendidas na aplicação, entre outras coisas, de uma abordagem de direitos humanos aos processos de VNR, com o objetivo de acelerar a implementação da Agenda 2030 e garantir que ninguém seja deixado para trás.
Os eventos lançarão novas diretrizes para os Estados-membros sobre formas de integrar abordagens baseadas em direitos no desenvolvimento de VNRs. A orientação foi desenvolvida em conjunto por PNUD e ACNUDH, com o apoio do Fundo de Integração dos Direitos Humanos em estreita colaboração com colegas de todo o Sistema ONU, sob o Chamado à Ação pelos Direitos Humanos do Secretário-Geral da ONU.
A orientação, intitulada Nota de Orientação Operacional Comum de Revisões Nacionais Voluntárias e Direitos Humanos, estará disponível online até o fim da semana. O documento pretende ser um recurso complementar ao Manual do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU para a preparação de revisões nacionais voluntárias e às Diretrizes de relatórios comuns voluntários do secretário-geral da ONU para os Estados-Membros, atualizados regularmente.
Clique aqui para acessar a programação e se registrar nos VNR Labs.
Revisões Voluntárias Locais (VLR) - Paralelamente ao HLPF, ocorrerá a quinta edição do Fórum de Governos Locais e Regionais, que apresentará ações inovadoras tomadas por governos locais e regionais para implementar os ODS, inclusive com base em processos de revisões voluntárias.
O evento a ser realizado presencial e virtualmente no dia 7 de julho, às 8h locais (9h de Brasília) também buscará fomentar a governança multinível e promover parcerias entre as diferentes esferas de governo, a comunidade internacional e outras partes interessadas.
Desde 2017, os governos locais e regionais estão cada vez mais envolvidos em relatoria periódica da implementação dos ODS, chamada de Revisões Voluntárias Locais (VLRs, na sigla em inglês).
Embora as VLRs não tenham status oficial, o processo de realização dessas relatorias subnacionais beneficia as entidades envolvidas e a implementação dos ODS em geral, ajudando a complementar as Revisões Voluntárias Nacionais.
Não existe um modelo único para elaboração das VLRs, contudo, há um entendimento de que elas podem seguir o mesmo modelo das VNRs. O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) tem elaborado guias para apoiar os governos subnacionais nesse processo.
O número de VLRs elaboradas passou de 37 em maio de 2020 para 106 em outubro de 2021. Atualmente, constam na lista de revisões compartilhadas por diversos governos subnacionais 118 relatórios. Mais de 70% delas foram elaboradas em nível municipal/cidade, 16% em nível regional, e 13% em nível estadual. Desde 2017, seis cidades e dois estados brasileiros elaboraram e submeteram VLRs.
Os eventos serão transmitidos via UN TV.
Sobre o Fórum - A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) estabeleceu, em 2012, a criação do Fórum Político de Alto Nível, realizado anualmente para avaliar o progresso dos objetivos globais. O evento é plataforma central da ONU para acompanhar e analisar tais avanços no nível internacional.
A Assembleia Geral, na sua resolução 67/290, decidiu que o Fórum deve se reunir anualmente sob os auspícios do Conselho Econômico e Social da ONU durante oito dias, incluindo um segmento ministerial de três dias, de quatro em quatro anos, ao nível dos chefes de Estado e de Governo, sob os auspícios da Assembleia Geral.
A primeira reunião do Fórum foi realizada em 24 de setembro de 2013. Substituiu a Comissão de Desenvolvimento Sustentável, que se reunia anualmente desde 1993. O Fórum adota declarações políticas negociadas intergovernamentais.
Para mais informações sobre Revisões Nacionais Voluntárias (VNRs), clique aqui.
O HLPF também realiza revisões regulares sobre os ODS, clique aqui.
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06 julho 2022
Nações Unidas e UEFA lançam iniciativa “Futebol pelos Objetivos”
Nesta quarta-feira (6), junto com a estreia do Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2022 (UEFA Women's EURO 2022), as Nações Unidas lançam o “Futebol pelos Objetivos”, uma nova iniciativa que disponibiliza uma plataforma para que a comunidade futebolística mundial se envolva e defenda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), que apresentou em dezembro de 2021 a sua própria estratégia de sustentabilidade centrada nos direitos humanos e no ambiente, também juntou-se à iniciativa como membro pioneiro.
O projeto “Futebol pelos Objetivos” vai explorar o poder do esporte não só para aumentar a sensibilização e o reconhecimento dos ODS, mas também para alcançar mudanças comportamentais e práticas sustentáveis na indústria do futebol e servir como inspiração aos torcedores e apoiadores.
A iniciativa foi lançada hoje com uma conversa entre a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, e o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. O evento que foi transmitido ao vivo no canal em inglês da ONU, no Youtube.
Agentes do mundo futebolístico, o que inclui confederações, associações nacionais, ligas, clubes, jogadores, associações de jogadores, grupos organizados de torcedores, meios de comunicação e parceiros comerciais, estão sendo convidados a unirem-se ao “Futebol pelos Objetivos” e a tornarem-se agentes ativos de mudança, comprometendo-se a adotar os princípios do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos, a desenvolver práticas comerciais sustentáveis e a agir como “campeões dos ODS”.
Os membros desta iniciativa vão usar a sua visibilidade e poder de alcance através de torneios, jogadores, exposição de marcas corporativas, meios de comunicação e comunidades de fãs para amplificar e elevar as metas traçadas pelos ODS. Com os seus compromissos, vão contribuir para aumentar a sensibilização para a causa e demonstrar como as práticas sustentáveis podem ser adaptadas a qualquer modelo de negócio, incluindo no esporte.
Para realçar a implementação dos compromissos delineados no “Futebol pelos Objetivos”, a Associação Norueguesa de Futebol está lançando um projeto-piloto que visa demonstrar como as suas equipes nacionais, clubes de futebol de base e ligas, e os seus parceiros mediáticos vão trabalhar em conjunto para apoiar os ODS. Irão, posteriormente, em conjunto com as Nações Unidas, compartilhar os resultados com os interessados em aderir ao “Futebol pelos Objetivos”.
Popularidade - "As Nações Unidas reconhecem a poderosa voz que o futebol tem na comunidade internacional e o papel que este pode desempenhar, pela popularidade que tem, na sensibilização para os ODS. O futebol não só é o esporte mais popular do mundo, como é também o mais acessível", considera a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed. "Tudo o que é preciso é uma bola para que as pessoas se juntem. Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo jogam futebol, seja num campo improvisado, num pátio escolar ou num estádio gigante. É por isso que estamos entusiasmados e orgulhosos por lançar esta iniciativa. O “Futebol pelos Objetivos” oferece uma oportunidade única para sensibilizar e galvanizar o mundo para a ação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estamos gratos à UEFA pelo seu empenho como membro pioneiro desta iniciativa e esperamos que muitos outros na comunidade do futebol se juntem a este esforço".
"Estou satisfeito por as Nações Unidas reconhecerem a voz poderosa que o futebol tem na comunidade internacional, pela sua popularidade, e o papel que podemos desempenhar na sensibilização para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", afirma o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. "A UEFA, como membro pioneiro do ‘Futebol pelos Objetivos’, aspira assumir um papel de liderança como expoente da mudança no esporte, contribuindo para a promoção do desenvolvimento sustentável e introduzindo modelos empresariais e operacionais mais sustentáveis para a indústria do futebol. Estou convencido que, se o futebol unir o seu poder para impulsionar uma mudança sustentável, será capaz de ter um impacto positivo, forte e duradouro. Como UEFA, devemos ser o exemplo de uma mudança sustentável e inspirar outros a seguir o mesmo caminho".
Sobre - O “Futebol pelos Objetivos” é uma iniciativa das Nações Unidas em colaboração com partes interessadas e protagonistas do futebol, para alavancar o poder de alcance desta modalidade esportiva, impulsionando o progresso em áreas como a sustentabilidade, igualdade, direitos humanos e ação climática, promovendo ações e práticas que apoiam a realização dos ODS.
A iniciativa convida a comunidade futebolística internacional, incluindo confederações, federações, associações, ligas, clubes, jogadores, associações de jogadores, meios de comunicação e grupos organizados de torcedores, a tornarem-se agentes de mudança, comprometendo-se com os princípios do desenvolvimento sustentável, adotando práticas sustentáveis e atuando como “campeões dos ODS”. Os membros reconhecem a responsabilidade da comunidade futebolística em tomar medidas para ajudar a criar um futuro sustentável, ao mesmo tempo que garantem a inclusão, igualdade e equidade para os cidadãos.
ODS- Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram adotados pelos líderes mundiais em setembro de 2015. Abrangendo tudo, desde a saúde, à igualdade de gênero e educação, os objetivos mobilizam esforços em todo o mundo para acabar com todas as formas de pobreza, combater as desigualdades e combater as alterações climáticas até 2030, assegurando, ao mesmo tempo, que ninguém fica para trás.
UEFA - A UEFA é o órgão dirigente do futebol europeu e a organização coordenadora de 55 associações nacionais em toda a Europa. Os seus objetivos são, entre outros, promover o futebol num espírito de unidade, solidariedade, paz, compreensão e fair play, sem discriminação, e promover e proteger padrões éticos e de boa governança no futebol europeu.
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