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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
09 agosto 2022
Cacique brasileira ajuda refugiados e migrantes na fronteira
Desde que a violência contra indígenas Pémon-Taurepang eclodiu na Venezuela, em 2019, a pequena comunidade brasileira Sakau Motá viu seu número de moradores duplicar. Localizada na fronteira entre os dois países, em Roraima, Sakau Motá hoje é o lar de mais de 400 pessoas indígenas, boa parte delas busca o Brasil para asilo e proteção.
Do lado brasileiro da fronteira, uma cacique lidera o acolhimento: Anita Yanez foi a primeira mulher a vencer as eleições comunitárias Pemón-Taurepang, que a consagraram uma liderança indígena feminina na comunidade. Desde que começou as atividades, Anita – como é carinhosamente chamada – apoiou pessoas refugiadas e migrantes indígenas por meio da integração na comunidade e apoiando no processo de solicitação de refúgio.
“Somos da mesma etnia, muitos somos até família. Recebemos [as pessoas refugiadas e migrantes] de braços abertos por isso. Eu via a dor, e colocava gente até na minha casa, dividindo quarto com a gente”, relata Anita, lembrando que muitos dos que chegam ao Brasil por via terrestre enfrentam uma jornada exaustiva, com fome e acompanhados de muitas crianças.
Segundo dados da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), existem no Brasil mais de duas mil pessoas da etnia Pemón que saíram da Venezuela em busca de asilo e proteção. No total, mais de 7,5 mil indígenas de diferentes etnias cruzaram a fronteira na cidade de Pacaraima e vivem hoje em território nacional.
A responsabilidade de cada Tuxaua (forma como se denomina o/a cacique na região) é principalmente cuidar da comunidade e liderar as negociações com pessoas não indígenas para garantia de direitos e defesa da cultura e território. A partir da chegada de pessoas refugiadas, Anita também passou a empreender ações para direitos à documentação, acesso à saúde e educação de pessoas indígenas forçadas a se deslocar.
Causa pessoal - Anita sabe bem o que é ser forçada a se deslocar por causa da insegurança. Durante sua infância, ela saiu da comunidade em que vivia, mais ao norte de Roraima, para Sakau Motá, motivada justamente por episódios de violência que sua família viveu. Com apenas 7 anos, a comunidade indígena onde vivia foi invadida, as casas queimadas, e sua família foi forçada a deixar tudo para trás. “Reconheci neles a dor que senti naquele momento, por isso mantive sempre os braços abertos. É muito difícil viver com essa dor”, confessa.
Ao lado do ACNUR, Anita apoia pessoas indocumentadas a realizarem a solicitação de refúgio no Brasil, documento que regulariza a situação migratória e garante o acesso a direitos de pessoas que buscam o reconhecimento como refugiadas.
Para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem em Sakau Motá, a Tuxaua investe em melhorar a educação da aldeia, busca recursos para construção de um posto de saúde e já iniciou a construção de um refeitório. “Querer, correr atrás e conseguir foi aquilo que aprendi com minha mãe e minha avó”, diz.
Lado a lado - O indígena refugiado de 38 anos, Amado, diz que a comunidade de Sakau Motá é um local onde há segurança e onde sua filha, de três anos, pode ter sonhos e crescer com saúde. “Ela tinha apenas seis meses quando viemos e estamos aqui por ela”, conta.
Ele trabalha ao lado de Anita em projetos de trabalho comunitário. Em Sakau Motá, indígenas refugiados e brasileiros, lado a lado, montam casas, aumentam a escola e negociam com autoridades para receberem a infraestrutura básica para uma vida digna e com respeito à cultura tradicional.
No entanto, para Anita, as necessidades da comunidade ainda são muitas. “Precisamos de mais salas de aula, de um local limpo para atendimentos de saúde, de parques para as crianças, de estradas seguras em que podemos ir à cidade”, relata.“Eu sonho acordada. Toda vez que olho para minha comunidade, vejo tudo isso que acabo de dizer. Mas não quero mais sonhos, quero realidades. Quero que tudo isso que quero para Sakau Motá se concretize”, finaliza.
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História
29 julho 2022
No Amapá, jovens retomam estudos e voltam a sonhar
Sandrielle Saiury, de 17 anos, ficou um ano fora da escola quando foi contaminada pela malária. “Eu adoeci e não fui para a escola. Às vezes eu ia, às vezes não, até que fiquei um ano sem estudar. Parei com tudo”, relembra a garota. Ela já havia repetido duas vezes e acumulou mais um ano em atraso escolar.
Ao voltar às aulas, Sandrielle estava com 16 anos e cursando o 7º ano. Foi quando a Escola Estadual Professor Francisco Walcy Lobato Lima começou a implementar o Programa Travessia Amapá – uma parceria da Secretaria de Educação do estado com o UNICEF, para enfrentamento da distorção entre a idade e a série dos estudantes.
Quando as aulas presenciais voltaram, em 2021, Sandrielle ingressou no Programa, que conta com metodologias específicas voltadas a cada estudante em atraso escolar.
Com o apoio da família e da escola, Sandrielle recuperou a aprendizagem e agora está animada com o futuro. “Neste ano de 2022 já consegui passar para o ensino médio. Estou agradecida e um pouco mais confiante. Espero continuar avançando nos estudos”, celebra.
A primeira vez que Vitor Hugo Araújo repetiu na escola, estava no 6º ano e se sentiu derrotado. Nos dois anos seguintes, recebeu a mesma notícia. O sentimento permanecia, mas ele parecia estar se acostumando. “Das outras duas vezes, me senti derrotado, mas já estava levando normal”, lembra o estudante de 17 anos. Desmotivado, o adolescente já estava com três anos de atraso escolar e pensando em desistir até que, em 2021, recebeu a notícia de que a Escola Estadual Sebastiana Lenir, onde estuda, em Macapá, implementaria o Programa Travessia.
Com a volta às aulas presenciais, o estudante conseguiu começar a recuperação da sua aprendizagem. A coordenadora do programa na escola, Lidiane Marques, explica que o livro regular não estava surtindo efeito com os alunos. Por isso, em sala de aula, os professores usam jogos, apresentações com cartazes e atividades práticas que abordam os conteúdos.
Com apoio do programa e do pai Vitor Hugo passou de ano, sem dependências, e chegou ao 8º ano. Agora, ele se sente pronto para avançar, e sonha em cursar design, ser fotógrafo e editor de vídeos. “As energias positivas estão voltando. Se você tem um objetivo, corra atrás. E não se sinta desmotivado porque se sente derrotado. Com a sua derrota, você aprende mais e segue em frente”, conclui.
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História
04 julho 2022
Emoção marca pré-estreia de filme do ACNUR
A história de como cinco refugiados aprenderam a colocar samba no pé e se integrar à comunidade para participar da maior festa da cultura brasileira virou documentário. "Resistência – A Jornada dos Refugiados no Carnaval do Rio” mostra pessoas de cinco nacionalidades diferentes que, a convite da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), desfilaram na Sapucaí com a Acadêmicos do Salgueiro, cantando o samba-enredo “Resistência”, sobre a cultura das comunidades afrodescendentes no Brasil.
A primeira exibição do filme aconteceu no dia 21 de junho, para uma plateia de moradores atentos e emocionados da organização Aldeias Infantis SOS Brasil, projeto parceiro do ACNUR no Rio de Janeiro que acolhe pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas, que passaram pelo programa de interiorização após cruzar a fronteira em Roraima.
Sob os olhos atentos de crianças, jovens e idosos, o documentário de 27 minutos de duração foi exibido acompanhado de arepas, prato típico venezuelano. "Eu me senti muito feliz após ver o filme, muito pela inclusão”, contou a venezuelana Yelizta Lafont, de 47 anos. “Quando eu cheguei aqui no Brasil eu fui muito maltratada, achava que não tinha direito a nada. Então quando eu vi o filme eu comecei a chorar. Angolanos, sírios, venezuelanos, são todos meus irmãos e eles estão sendo bem-vindos. Isto se chama inclusão e diversidade", comemorou.
Discretamente acompanhado cada cena, uma das protagonistas do desfile, a angolana Filomena, de 22 anos, superou a violência sofrida em sua terra natal e a timidez para participar das gravações e entrar na avenida. "Eu fiquei realmente emocionada de ver como ficou o filme e me senti mais acolhida depois de participar do carnaval, mais confiante em mostrar quem eu sou. Eu sempre sonhei em estar na avenida, estar na maior festa do Brasil e do Rio de Janeiro", contou.
Registrando cada momento da primeira exibição em seu celular, Filomena revelou que estava compartilhando o conteúdo com os amigos que fez durante os ensaios, inclusive os outros protagonistas do documentário. "Eu pude conhecer outros refugiados, pude me identificar e não me sentir sozinha. Os amigos que eu fiz no ensaio eu estou mantendo. Eu estou fazendo questão de gravar tudo aqui para mostrar para eles”.
Dirigido por Beca Furtado, produzido pelo ACNUR e pela Rec Design, o documentário também foi exibido em uma sessão exclusiva em Brasília na mesma semana, com a presença de membros de AVSI Brasil e Aldeias Infantis SOS Brasil, bem como pessoas que participam da iniciativa de Proteção de Base Comunitária em São Sebastião (DF), autoridades e representantes do corpo diplomático.
Agora, o filme deve percorrer festivais no Brasil e no mundo e, posteriormente, ser veiculado em canais de streaming e mesmo em TVs abertas. É este o plano que o representante do ACNUR no Brasil revelou em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
"Queremos que o mundo veja esta experiência. Eu não posso pensar em uma festa maior no mundo do que o carnaval".
José Egas, ACNUR Brasil
Inclusão - Egas explicou que quando se trata de direitos associados à condição de refugiado é necessário pensar em soluções em quatro pilares: regularização e documentação, desenvolvimento de políticas de acolhida, oportunidades de integração local e econômicas e inclusão sociocultural.
Ao convidar pessoas da Angola, Morrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela para participar tão ativamente de uma celebração local e serem recebidos pela comunidade, o ACNUR quis construir um exemplo mundial de integração completa. "Mesmo tendo um emprego e um contexto favorável, se você está em um lugar onde existe xenofobia e discriminação, onde você não é considerado um ator ativo da sociedade, você nunca poderá recomeçar a sua vida", explicou Egas. “E nós esperamos que o Brasil continue acolhendo e facilitando o acesso ao asilo para as pessoas que necessitam de proteção internacional. E que, especialmente, continuemos a fortalecer o processo de integração socioeconômica e cultural dessas pessoas que estão começando a vida em outro país”, pontuou.
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História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
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História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
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Notícias
10 agosto 2022
Na Amazônia, um povo indígena luta pela sobrevivência
Nas profundezas da floresta amazônica, um povo indígena que permaneceu relativamente isolado do mundo exterior está travando uma batalha por sua sobrevivência.
Durante séculos, os yanomami habitaram uma vasta área de florestas intocadas e grandes rios sinuosos na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, vivendo da pesca, da caça e da coleta de frutos.
Hoje, os yanomami –que somam cerca de 29 mil pessoas– dizem que correm sério risco de perder suas terras, cultura e modo de vida tradicional. A cobiça pelo ouro e outros minerais valiosos que se encontram sob seus territórios ancestrais atraiu nos últimos anos uma onda de exploradores ilegais que derrubam florestas, envenenam rios e levam doenças mortais para a comunidade.
“Nossa terra está sendo novamente invadida. Nossos rios estão sendo novamente poluídos pelo mercúrio”, reflete Davi Kopenawa, líder yanomami que dedica sua vida a proteger os direitos e as terras indígenas na Amazônia.
Cobiça - Os yanomami e as autoridades locais estimam que existam mais de 20 mil mineradores ilegais –conhecidos localmente como garimpeiros– em sua terra natal, embora o território yanomami seja uma área protegida nacionalmente onde a mineração é proibida.
Única mulher indígena eleita no Congresso brasileiro, Joenia Wapichana pensa que a devastação causada pelos garimpeiros e os poderosos interesses econômicos empenhados na exploração da floresta representam uma ameaça tanto para a biodiversidade quanto para a própria existência da vida indígena.
“O número de invasores aumentou, tanto madeireiros quanto garimpeiros que estão a serviço de pessoas com muito poder econômico. O crime organizado também começa a entrar no território. A questão ambiental e de saúde está se agravando e colocando os indígenas em risco de extinção”, alertou Wapichana.
A mineração ilegal é devastadora para o meio ambiente da Amazônia, que possui um grande valor espiritual para os povos indígenas e é a fonte de seu sustento tradicional, de alimentos a medicamentos. Árvores e habitats são destruídos, e o mercúrio usado para separar o ouro da areia vaza para os rios, envenenando a água e entrando na cadeia alimentar local. O envenenamento por mercúrio pode prejudicar os órgãos e causar problemas de desenvolvimento em crianças, alertam ativistas locais.
Desnutrição e malária - Mas os garimpeiros trazem mais problemas além do mercúrio. A desnutrição infantil disparou porque os yanomami, que são em sua maioria caçadores e coletores, não podem mais depender de sua dieta tradicional e se tornaram dependentes de alimentos importados com menor valor nutricional. Os casos de malária também aumentaram nos últimos anos, resultado das crateras cheias de água parada deixadas pelos garimpeiros, que se tornam criadouros de mosquitos que transmitem a doença.
O abuso sexual contra mulheres e meninas yanomami é uma grande preocupação para os ativistas, enquanto o álcool e as drogas trazidas por forasteiros causam estragos nas comunidades, particularmente entre os jovens, criando divisões geracionais e agitação social.
Apesar da situação dos yanomami, suas lideranças dizem estar determinadas a preservar suas comunidades e a rica biodiversidade de suas terras ancestrais. Em uma mensagem para marcar o Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo em 9 de agosto, Wapichana pediu aos governos que defendam a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, um instrumento internacional abrangente adotado pela Assembleia Geral da ONU em 2007.
“Sem nossa terra não existimos, e sem terra não há biodiversidade, rios ou animais. Nós, indígenas, não podemos sobreviver sem terra. Não há harmonia, nem saúde, e não há conhecimento ou movimento do planeta terra”.
Dario Kopenawa, vice-presidente da Associação Hutukara Yanomami.
Demarcação - Os yanomami, que moram em grandes moradias coletivas circulares sob um telhado comunitário de folhas de palmeira e madeira, construídas no centro de uma clareira na floresta, já presenciaram invasões no passado.
Após protestos mundiais, em 1992 o governo do então presidente Fernando Collor de Mello concedeu aos yanomami 94 mil quilômetros quadrados de território protegido, uma área quase do tamanho de Portugal.
A demarcação foi vista como uma vitória histórica dos direitos indígenas. Após um período de grande sofrimento marcado pela violência, poluição e afluxo de garimpeiros, o povo yanomami conseguiu se recuperar.
Em um recente encontro na remota aldeia de Xihopi, no coração do território yanomami, lideranças indígenas e ativistas de direitos humanos comemoraram o 30º aniversário da demarcação do território.
O evento reuniu representantes de governos e entidades locais e internacionais, que renovaram os apelos para que o Estado brasileiro tome medidas para frear novas invasões de garimpeiros.
“A ONU Direitos Humanos apoia plenamente as demandas legítimas dos povos indígenas do Brasil para remover os garimpeiros ilegais de seus territórios”, disse o representante da ONU Direitos Humanos para a América do Sul, Jan Jarab, que participou do evento. “Os povos indígenas são os guardiões da floresta amazônica e devem ser protegidos.”
Durante quatro dias, os participantes realizaram rituais tradicionais, dançaram e compartilharam histórias sob o teto comunitário da aldeia, o shabono. À noite, as crianças sentavam-se no chão com os olhos arregalados para assistir a filmes projetados em uma grande tela.
Wapichana, que participou da celebração, disse que natureza e vida são inseparáveis para os povos indígenas. À medida que o planeta enfrenta os efeitos da mudança climática, o mundo deve aprender os valores indígenas para cuidar de suas florestas e rios e construir um desenvolvimento mais sustentável.
“Temos uma responsabilidade com a natureza, o meio ambiente, de tratá-la como uma mãe, a mãe que merece todo cuidado e proteção, a mãe que dá vida, a mãe que nos dá comida, a mãe que cuida de todos nós.”
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10 agosto 2022
Agências da ONU promovem 7ª edição do Empoderando Refugiadas
Teve início na cidade de Boa Vista, em Roraima, a 7ª edição do programa Empoderando Refugiadas, iniciativa conjunta da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Pacto Global da ONU no Brasil e ONU Mulheres, que oferecerá mais 100 vagas de formação até o fim do ano.
Esta edição do programa, que ajuda mulheres refugiadas e migrantes que vivem em abrigos da Operação Acolhida a encontrarem oportunidades de emprego formal no mercado de trabalho brasileiro, conta com o patrocínio master das Lojas Renner e apoio do Iguatemi.
As aulas da primeira turma de 2022, composta por vinte integrantes, começaram em 1º de agosto. A formação, intitulada “Atendimento e Vendas: Ferramentas e Estratégias”, é ministrada pelo Serviço Nacional do Comércio (Senac) de Roraima e inclui temas específicos voltados à adaptação da população refugiada no país, como legislação trabalhista brasileira, cultura brasileira e desenvolvimento de competências socioemocionais.
Virginia, de 24 anos, é uma das participantes desta edição. Ela vive em um dos abrigos com seu esposo e filhos que, segundo ela, são os motivos para sua dedicação no curso. “Eu gosto das aulas porque aprendo, principalmente, mais sobre mim. A metodologia é muito dinâmica – nos lembra muitas coisas que durante o caminho para cá esquecemos, mas que podem ser importantes para o mercado laboral. Minha prioridade agora é o futuro dos meus três filhos. Faço isso para eles, mais do que para mim”, ressalta.
Companheira de classe de Virginia, Leona também está animada em fazer parte da iniciativa. “Faz tempo que escuto falar sobre o Empoderando Refugiadas pelas mulheres dos abrigos. Estava esperando ansiosa minha oportunidade, pois o curso é maravilhoso. A professora tem se mostrado ótima e tenho expectativas de que aprenda ferramentas e capacidades para aperfeiçoar meus conhecimentos profissionais. No curso estamos aprendendo todas juntas e o apoio mútuo contribui para nossa recolocação em uma nova vaga”, comenta Leona.
Integração à sociedade - Após a formação de quatro semanas, as participantes terão a possibilidade de realizar entrevistas de trabalho com empresas interessadas em contratá-las. Caso sejam aprovadas no processo seletivo, serão interiorizadas voluntariamente, junto de suas famílias, para as cidades onde as empresas estão localizadas.
Estas fases do projeto são executadas em parceria com a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil) e Operação Acolhida, que realizam a logística de envio e recepção da família à nova localidade.
“O emprego tem uma influência poderosa na capacidade de uma pessoa participar de maneira igualitária na sociedade de acolhimento e desenvolver redes de apoio social”, afirma o representante interino do ACNUR, Federico Martinez. “Assim, o Empoderando Refugiadas é um exemplo concreto sobre como cada um pode fazer sua parte para juntos construir futuros melhores para as pessoas forçadas a se deslocar por conflitos e graves violações de direitos humanos, aproveitando a resiliência da própria comunidade refugiada e as destrezas que as pessoas trazem consigo.”
“É uma iniciativa interagencial desenvolvida junto ao setor privado e já consolidada como uma metodologia exitosa para garantir uma formação de qualidade de profissionais venezuelanas, conciliando seus conhecimentos e experiências com as oportunidades de empresas que enxergam nas mulheres refugiadas um grande diferencial competitivo e de resultados efetivos para seus negócios e possibilidades de integração socioeconômica”, completa Martinez.
Condições dignas - “As mulheres refugiadas e migrantes apresentam demandas e necessidades específicas desde o processo de deslocamento até a fase de adaptação e inserção nas novas localidades. Muitas delas chegam com crianças pequenas e sem uma rede de apoio para se capacitarem para o mercado de trabalho local e até mesmo para ingressarem no mercado formal de trabalho. Iniciativas como o Empoderando Refugiadas mostram que é possível olhar para essas demandas e criar oportunidades que ofereçam condições dignas para que essas mulheres sejam integradas social e economicamente no Brasil”, acrescenta a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya.
“Da mesma forma que preparamos a refugiada para atuar no mercado de trabalho brasileiro, fazemos com a empresa. Diretoria, lideranças e colaboradores precisam entender o contexto de vida destas pessoas para então apoiá-las. Quando a diversidade passa a ser valor e cultura da empresa, os resultados impactam o ambiente de trabalho e o negócio: as pessoas trabalham mais engajadas, permanecem mais tempo na empresa, levam diversidade e novos ativos ao mercado”, destaca o CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, Carlo Pereira.
Além de fomentar o acesso de mulheres refugiadas e migrantes ao mercado de trabalho brasileiro, o projeto Empoderando Refugiadas também prepara o setor privado para o processo de inclusão destas pessoas em seus quadros de colaboradores. As empresas que decidem contratar mulheres refugiadas participam de workshops, mentorias e acompanhamentos das agências da ONU para que possam não somente contratar a pessoa, mas acolher, incluir e desenvolver todo o potencial da profissional refugiada. Esse processo de preparação e amadurecimento das companhias se dá em parceria com o Fórum Empresas com Refugiados.
Agenda 2030 - A iniciativa está comprometida e alinhada com a Agenda 2030 das Nações Unidas, em especial ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável Cinco, voltado à igualdade de gênero. O projeto preza pela diversidade de suas turmas, mesclando mulheres de diferentes nacionalidades, etnias, formações acadêmicas e perfis sociais.
Desde 2020, o projeto forma turmas compostas por refugiadas com deficiências, doenças crônicas e/ou com necessidades especiais, além de incluir mulheres que possuem familiares com deficiências e são as únicas provedoras de renda da família. O projeto valoriza também interseccionalidades: refugiadas dos pilares geracionais (50+) e LGBTQI+.
Empresas interessadas em saber mais e se engajar com o projeto, seja pelo investimento em capacitação ou por meio da contratação de mulheres refugiadas, podem entrar em contato pelo email empoderandorefugiadas@pactoglobal.org.br.
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10 agosto 2022
Cidades buscam soluções ecológicas para enfrentar ondas de calor
Os recordes de altas temperaturas continuam a disparar em todo o planeta à medida que ondas de calor atingem vários países simultaneamente. Dos Estados Unidos à Europa e da China ao Japão, houve um aumento das temperaturas máximas que durou semanas, matando centenas de pessoas, provocando incêndios na Espanha, Portugal, França, Itália e Grécia e deslocando milhares de habitantes.
Cerca de 90 cidades emitiram alertas de calor, incluindo várias regiões japonesas que quebraram recordes de calor que datam de 1875, de acordo com a Agência Meteorológica Japonesa. Enquanto isso, nos EUA, mais de 100 milhões de pessoas estão sob alertas de calor devido aos incêndios na Califórnia, levando o presidente Joe Biden a cogitar declarar uma emergência climática.
O epicentro da atual onda de calor global é a Europa, onde milhões de pessoas continuam a sofrer, levando países como França, Itália e Reino Unido ao caos devido a deslocamentos e atrasos nos trens.
As altas temperaturas têm sido particularmente rigorosas nas áreas urbanas. As cidades estão entre 5°C e 9°C mais quentes do que as áreas rurais, pois os edifícios de concreto e as calçadas absorvem e irradiam a luz solar. A concentração de pessoas, carros e máquinas também contribui para elevar as temperaturas.
“Estamos preocupados com as cidades porque é onde está a maioria da população”, disse a diretora global de calor da ONU-Habitat, Eleni Myrivili, recentemente nomeada para liderar a resposta ao calor e as medidas de resistência em cidades ao redor do mundo.
Myrivili também trabalha com o Arsht-Rock na Plataforma de Ação contra o Calor (Heat Action Platform). Trata-se de uma ferramenta para os funcionários municipais reduzirem os impactos humanos e econômicos do calor extremo, o programa foi desenvolvido em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
“Temos muitas pessoas que são vulneráveis sócio-economicamente e que são pobres em termos de energia elétrica, com pouca proteção contra esses eventos extremos. Temos que reconhecer o calor como uma crise”, defendeu Myrivili.
Aquecimento global - Como visto no início deste ano na Índia e no Paquistão, as ondas de calor que afetam tantos países estão se tornando mais quentes, mais longas e mais frequentes, como resultado de um novo cenário climático.
Especialistas em clima há muito tempo alertam sobre o aumento da temperatura e dos riscos para a saúde e a infraestrutura humana. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2022 pintou um quadro sombrio para os próximos anos: ondas de calor maiores, estações quentes mais longas e estações frias mais curtas.
De acordo com a Cool Coalition, um esforço global para um resfriamento eficiente e ecológico montado pelo PNUMA, temperaturas extremas matam cinco milhões de pessoas por ano, com mortes relacionadas ao calor aumentando.
“Com um aumento de 1,5°C na temperatura, 2,3 bilhões de pessoas poderiam estar expostas e vulneráveis a ondas de calor, com impactos negativos à saúde e à produtividade”, afirmou o chefe do setor de Energia e Clima do PNUMA, Mark Radka. “Sem medidas de mitigação, em 2030, estima-se que 80 milhões de empregos em tempo integral poderão ser perdidos no mundo inteiro devido ao estresse térmico, resultando em perdas econômicas de US$2,3 trilhões.”
Estratégias de enfrentamento - Myrivili vê os desafios que as cidades estão enfrentando como duas prioridades urgentes que precisam ser enfrentadas simultaneamente. Segundo ela, a curto prazo o objetivo é salvar vidas, auxiliando as comunidades vulneráveis a permanecerem frias durante as ondas de calor. Seguindo em frente, o objetivo a longo prazo é construir resistência à mudança climática, resfriando as cidades de forma sustentável e trazendo a natureza de volta às áreas urbanas.
“As árvores são protagonistas quando se trata de resfriamento”, disse Myrivili. “Criar florestas e corredores ecológicos dentro das cidades é uma maneira eficaz de transferir massas de ar para resfriar grandes áreas dentro de uma cidade.”
Dados do PNUMA constatam que o simples plantio de árvores nas ruas da cidade daria a 77 milhões de pessoas um abatimento de 1°C em dias quentes.
“O redesenho de paisagens urbanas com mais vegetação e água e a implementação de estratégias de resfriamento passivo para melhorar o desempenho térmico e reduzir o consumo de energia nos edifícios são fundamentais para tornar as cidades mais resistentes às ondas de calor”, declarou o chefe da Unidade de Cidades do PNUMA, Jonathan Duwyn.
O PNUMA tem defendido há muito tempo soluções sustentáveis para resfriamento de áreas urbanas, trabalhando com cidades na Índia, Vietnã e Camboja para desenvolver estratégias de resfriamento ecologicamente corretas e apoiar sistemas de resfriamento em nível distrital em países como o Egito.
Papel das cidades - O setor da construção civil é considerado fundamental para atingir as metas de mitigação e adaptação climática estabelecidas no Acordo de Paris até 2050.
Manter as cidades em temperaturas habitáveis enquanto se lida com a crise climática é um dos maiores problemas enfrentados por governos. Do pavimento refrigerado em Tóquio ao eco-teto verde em Toronto, cidades ao redor do mundo estão experimentando novas e sustentáveis maneiras de se manterem frescas.
Enquanto isso, na capital da Grécia, Atenas - atingida por múltiplas secas e temperaturas sempre crescentes - as autoridades da cidade estão renovando um aqueduto histórico que data da época romana para irrigar os corredores ecológicos da cidade.
Entretanto, tais projetos exigem uma ampla movimentação política por parte dos oficiais eleitos, além de consideráveis investimentos públicos e privados.
Myrivili diz que seu trabalho como primeira diretora global de Calor da ONU Habitat será orientado pela pergunta: “Como utilizar nossos recursos naturais de forma mais inteligente e sustentável para melhorar a resiliência térmica nas cidades?”.
São questões difíceis cujas respostas exigirão uma visão ampla de todo o sistema de resfriamento urbano sustentável, além de reimaginar nossa própria noção de como é uma cidade, disse Myrivili.
Solução de Seis Setores - O PNUMA está na vanguarda apoiando os objetivos do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C, e visando 1,5°C, em comparação com os níveis pré-industriais.
Para isso, o PNUMA desenvolveu uma Solução de Seis Setores, um roteiro para reduzir as emissões em todos os setores e em busca da estabilidade climática de acordo com os compromissos do Acordo de Paris.
Os seis setores identificados são: energia; indústria; agricultura e alimentos; florestas e uso da terra; transporte; edifícios e cidades.
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10 agosto 2022
OMM: Julho de 2022 foi um dos mais quentes já registrados no mundo
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que o último mês de julho está entre os três mais quentes já registrados pela organização. Ondas de calor prolongadas e intensas afetaram diversos países do hemisfério norte.
A temperatura ficou cerca de 0,4°C acima do período de referência utilizado pela organização, de 1991 a 2020. De acordo com a OMM, em comparação a 2019, as médias foram um pouco mais baixas e ligeiramente mais quentes que em 2016. A agência explica que as margens são tão pequenas que não é possível uma classificação clara.
Mesmo com o La Niña, que tem uma influência de resfriamento da temperatura, os termômetros ultrapassaram 40°C em partes de Portugal, Espanha, França e Reino Unido. O Reino Unido nunca havia vivenciado temperaturas tão altas.
Na Península Ibérica, o calor atingiu máximas superiores a 35°C.
O calor gerou ainda um início de verão europeu mais seco do que a média para grande parte da Europa, quebrando recordes de baixa precipitação em alguns países, atingindo economias locais, agricultura e aumentando o risco de incêndios florestais.
Segundo a agência de meteorologia da ONU, a tendência de clima excepcionalmente quente e seco continuará em agosto. O sul da França, por exemplo, pode ter temperaturas até 5°C acima do normal para esta época do ano.
Nos Estados Unidos, o mês passado foi o terceiro julho mais quente já registrado. Várias ondas de calor, com temperaturas diurnas acima de 37,8°C, ocorreram em grande parte do país, aumentando a demanda de energia e a incidência de doenças relacionadas ao calor, de acordo com as autoridades americanas.
Em uma entrevista a jornalistas, em 18 de julho, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que “esse tipo de onda de calor é o novo normal”. Na avaliação dele, as ondas quentes na Europa se tornarão mais frequentes, mais intensas e durarão mais. Em 2050, cerca de metade dos europeus poderá estar exposta a risco alto ou muito alto de estresse térmico durante o verão.
Sul - Segundo a OMM, no hemisfério sul, as temperaturas mais acima da média foram registradas no centro da América do Sul e no sul da África.
O norte do Pacífico e o oceano adjacente à Península Antártica tiveram temperaturas acima da média.
Já ao longo do Oceano Índico ocidental, do Chifre da África ao sul da Índia, em grande parte da Ásia central, bem como na maior área da Austrália foram registradas temperaturas abaixo da média.
As informações são do Copernicus Climate Change Service, que foi implementado pelo Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, e publica boletins climáticos mensais informando sobre as mudanças observadas na temperatura global do ar à superfície, cobertura de gelo marinho e variáveis hidrológicas.
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10 agosto 2022
Fórum Empresas com Refugiados chega ao 50º membro do setor privado
Depois de fugir de guerra ou perseguição, uma das maneiras mais eficazes de as pessoas refugiadas reconstruírem suas vidas com dignidade e em paz é por meio da oportunidade de trabalhar e ganhar a vida. Por isso, a chegada do membro número cinquenta ao Fórum Empresas com Refugiados é motivo de celebração e serve como evidência do papel fundamental do setor privado em impactar positivamente a vida de pessoas refugiadas e de suas comunidades anfitriãs.
Criado em junho de 2021 para fortalecer o engajamento do setor privado brasileiro na inclusão de pessoas refugiadas no mercado de trabalho, o fórum é uma iniciativa inédita no país, promovida pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pelo Pacto Global da ONU no Brasil, e começou com a participação de 21 empresas e organizações membros. Em pouco mais de um ano, este número mais que dobrou, confirmando o compromisso do setor privado com a integração econômica e social das pessoas refugiadas que reconstroem suas vidas no Brasil. A mais nova participante é a empresa Belgo Bekaert, do setor da indústria de arames.
O objetivo do fórum é promover a empregabilidade, ações de capacitação para a contratação de pessoas refugiadas, e troca de experiências e boas práticas na inclusão desse público no ambiente de trabalho.
O Fórum aprofunda o engajamento empresarial iniciado na Plataforma Empresas com Refugiados, que em três anos já apoiou a divulgação de mais de quinhentas vagas de emprego enviadas por cerca de duzentas empresas que atuam no país. Além disso, as empresas e organizações com boas práticas divulgadas na plataforma contrataram ou deram apoio para a contratação de mais de 7,3 mil pessoas refugiadas e migrantes, além de promoverem a capacitação de mais de 1,2 mil pessoas refugiadas.
Encontro Anual - Em um ano, o Fórum promoveu mais de vinte atividades, entre eventos, rodas de conversa e capacitações online, impactando mais de duas mil pessoas nas empresas e organizações participantes. E mais um passo importante será dado em 24 agosto, quando será realizado o 1º Encontro Anual do Fórum Empresas com Refugiados, de forma presencial, em São Paulo.
Neste evento, serão realizados painéis com compartilhamento de boas práticas sobre a contratação de pessoas refugiadas e a inclusão de populações específicas, como famílias monoparentais chefiadas por mulheres e pessoas refugiadas LGBTIQ+. Também será ministrado um treinamento avançado sobre contratação de pessoas refugiadas, além de oficinas temáticas que ocorrerão de forma paralela. Haverá ainda o lançamento de um guia sobre política de diversidade inclusiva a pessoas refugiadas nas empresas.
“É impressionante o engajamento das empresas e organizações a essa iniciativa. Isso é resultado de um trabalho conjunto e da sensibilização por parte das companhias. Hoje os benefícios da contratação de pessoas refugiadas já são bastante difundidos”, destacou o oficial de Meios de Vida do ACNUR, Paulo Sergio de Almeida.
“Elas podem contribuir para melhorar o ambiente de trabalho, aumentando a diversidade e produtividade das equipes, além de apresentarem alta fidelidade às empresas, diminuindo a rotatividade de contratação. Nosso objetivo é expandir cada vez mais as ações relacionadas à empregabilidade e inserção das pessoas refugiadas no mercado de trabalho.”
Parceiros - Os parceiros estratégicos do Fórum Empresas com Refugiados são IFC, Tent Partnership for Refugees, Foxtime, Emdoc e EY, com apoio de Lojas Renner e Iguatemi Empresa de Shopping Centers.
“Os avanços do Fórum em apenas um ano refletem a relevância que a inclusão de pessoas refugiadas tem ganhado na agenda de diversidade das empresas, bem como o engajamento do setor privado a iniciativas de impacto que estão alinhadas à Agenda 2030. A plataforma Empresas com Refugiados e o Fórum são fundamentais para manter o tema na pauta das organizações e para fomentar as boas práticas do mercado”, acrescentou a gerente de Direitos Humanos e Gênero do Pacto Global da ONU no Brasil, Tayná Leite.
Entre as empresas mobilizadoras do Fórum está a Sitel Brasil, que reforça a importância de fazer parte da iniciativa. “Não tem preço atuar na transformação cultural, social e saber como impactamos nas famílias. O nível de gratidão que as pessoas têm só retribui nosso esforço. Participar do Fórum tem sido muito bacana. Temos 725 famílias de pessoas refugiadas favorecidas pela empresa e elas nos favorecem também. Estamos fazendo uma transformação no mercado de trabalho”, ressalta a gerente de RH da Sitel Brasil, Adriana Wells.
Inclusão - Mais recente integrante do grupo, a empresa Belgo Bekaert destaca que a adesão ao Fórum Empresas com Refugiados reforça o compromisso da companhia em prol dos direitos, da contratação e da inclusão laboral de pessoas refugiadas.
“A partir de agora, fazemos parte de um grupo que troca experiências, compartilha boas práticas, e esse aprendizado será essencial para o aperfeiçoamento do trabalho que realizamos para receber pessoas em situação de refúgio em nossas operações”, afirmou a diretora de Gente, Cultura e Engajamento da Belgo Bekaert, Clarisse Drummond.
Contratar uma pessoa refugiada enriquece o ambiente de trabalho, pois são profissionais que frequentemente dominam mais de um idioma e possuem conhecimentos, experiências e qualificações variadas. Empresas que promovem atividades para pessoas refugiadas relatam múltiplos benefícios, entre eles: maior engajamento dos colaboradores e o desenvolvimento de habilidades de liderança para os funcionários que atuam como mentores de colegas refugiados.
Além de trazer mais diversidade ao ambiente de trabalho, as empresas relatam que as pessoas refugiadas contratadas motivam seus colegas, demonstram alto comprometimento com suas funções e costumam ficar mais tempo em seus cargos.
Como aderir ao Fórum - O ACNUR e o Pacto Global contam com diversas iniciativas para inclusão, suporte e empoderamento de quem precisou deixar seu país por causa de guerras, conflitos e perseguições. Uma delas é o Empoderando Refugiadas, em parceria com ONU Mulheres.
As empresas e organizações empresariais que têm interesse em fazer parte do Fórum Empresas com Refugiados precisam se comprometer com os valores da iniciativa e buscar participar ativamente das atividades, que são gratuitas. Para aderir, a empresa deve preencher um formulário para indicar seu nível de engajamento com o tema.
Após a análise dessas informações, caso aprovada a participação, ACNUR e Pacto Global irão entrar em contato para assinatura do Termo de Adesão.
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