ONU realiza diálogos para avaliar o racismo dentro da organização
20 novembro 2020
- Em discurso feito nesta quinta-feira (19) em um evento para os funcionários da ONU, o secretário-geral António Guterres enfatizou a necessidade de confrontar o racismo globalmente, iniciando uma série de discussões sobre o tema.
- “O racismo desafia cada governo, cada sociedade e cada organização – incluindo nós mesmos”, disse Guterres. “Nós devemos avaliar nossos esforços e perguntar a nós mesmos se estamos fazendo o suficiente para combater o racismo e a discriminação racial dentro da organização”.
Em discurso feito nesta quinta-feira (19) em um evento para os funcionários da ONU, o secretário-geral António Guterres enfatizou a necessidade de confrontar o racismo globalmente, iniciando uma série de discussões sobre o tema.
“O racismo desafia cada governo, cada sociedade e cada organização – incluindo nós mesmos”, disse Guterres. “Deixe-me ser bem claro: não há espaço para o racismo nas Nações Unidas”.
A ONU, que acabou de completar 75 anos, apoia países e seus esforços para confrontar o racismo, através do desenvolvimento de ferramentas apropriadas e do fortalecimento de capacidades.
Segundo o secretário-geral, isso cria uma responsabilidade aos próprios funcionários de avaliar e abordar o racismo e a discriminação racial dentro da Organização.
“É verdade que nós temos regras claras que proíbem e protegem nossa equipe de todas as formas de discriminação, incluindo o racismo. Mas sejamos honestos: às vezes temos sido lentos para reconhecer a existência de casos de racismo dentro da ONU”, disse ele.
“Nós devemos avaliar nossos esforços e perguntar a nós mesmos se estamos fazendo o suficiente para combater o racismo e a discriminação racial dentro da organização”.
Segundo Gutérres, o racismo é um fenômeno cultural complexo, profundamente entranhado em séculos de colonialismo e escravidão, e lidar com esta questão não é simples, que precise apenas de uma ação isolada para ser resolvida.
“Abordar o racismo requer mudanças culturais e estruturais. Isto convoca todos nós a avaliar suposições arraigadas e a questionar nossos preconceitos inconscientes”, afirmou.
“Lutar contra o racismo também requer ações positivas, incluindo o investimento em coesão social”.
O secretário-geral discursou durante uma reunião sobre racismo no ambiente de trabalho, iniciando uma série de painéis e diálogos para os funcionários das Nações Unidas.
A campanha “Conscientização e Ação” tem como objetivo assegurar que todos os colaboradores que trabalham nas Nações Unidas se sintam respeitados e valorizados como indivíduos e como membros da família ONU.
“Nós precisamos ser melhores em escutar os outros e a reconhecer frustrações, raiva e dor”, pediu Guterres.
Os diálogos serão liderados por diferentes escritórios da ONU ao redor do mundo e diversas formas do racismo serão consideradas, visando fortalecer a prevenção e resposta contra esse tipo de crime.
Líderes e especialistas da ONU, da sociedade civil e do setor privado irão participar.
Para Guterres, o encontro marcou o início de uma oportunidade importante para reflexão e mudança.
“Juntos, vamos fazer com que pessoas de toda raça, etnia, cor, gênero, religião, credo e orientação sexual desfrutem do sentimento de pertencimento e segurança, e que tenham oportunidades iguais para contribuir com o sucesso das Nações Unidas”, disse o secretário-geral.