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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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21 agosto 2023
Campanha pela #AmbiçãoClimática
A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.
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Notícias
06 dezembro 2023
ARTIGO: A violência política e a desinformação de gênero no Brasil
Ensaio publicado no Jornal Nexo em 4 de dezembro de 2023.
A conquista de uma paridade de gênero ainda está distante, sobretudo no contexto da política. Conforme os dados do Mapa de Mulheres na Política da IPU-ONU, a média global de representação feminina nos parlamentos é baixa, registrando apenas 26,5%.
Além disso, no início de 2023, apenas 27% das nações possuíam uma líder feminina, apesar de as mulheres representarem 49,7% da população global.
No Brasil, em que pesem as conquistas alcançadas por movimentos femininos e avanços legislativos em prol da igualdade de gênero, representação de mulheres na política não tem acompanhado. No cenário político nacional, o Senado Federal apresenta participação feminina de 18,5%, enquanto na Câmara dos Deputados esse índice é ainda menor, atingindo apenas 17,7%.
De acordo com pesquisa do Instituto Alziras, considerando o âmbito municipal, os números são ainda mais impactantes. As mulheres governam 12% dos municípios do Brasil. Quando se analisam os dados das mulheres negras, o percentual cai para 4%. As regiões com os maiores percentuais de prefeitas são o Norte (15%) e o Nordeste (17%), enquanto o Sul (9%) e o Sudeste (8%) ocupam as últimas posições.
Esses números não apenas ficam aquém da média mundial, mas também estão significativamente abaixo da representação demográfica equitativa, destacando a urgência de esforços contínuos para promoção da igualdade de gênero na esfera política, em consonância com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável No. 5 das Nações Unidas.
A desigualdade de gênero na política é alimentada, em parte, pela violência política de gênero. Apesar de representarem a minoria da representação política, as mulheres foram vítimas de 36% dos casos de violência política registrados no Brasil entre 2020 e 2022.
A violência contra as mulheres na política é cada vez mais reconhecida em todo o mundo como uma tática emergente para dissuadir a participação política das mulheres, especialmente na sociedade da informação em que as novas tecnologias ampliam a manifestação da liberdade de expressão, mas também multiplicam os riscos e ameaças no ambiente online. Dentre todas as manifestações de violência política, as formas não físicas, como assédio e abuso online, predominam.
A desinformação, que consiste na disseminação intencional de informações falsas com o intuito de causar danos, emerge como um desafio significativo nesse contexto.
A desinformação fundamentada em questões de gênero, portanto, representa uma vertente de violência política de gênero que busca minar a liberdade de expressão e enfraquecer os fundamentos democráticos.
Além de ser uma arma de influência política, a desinformação de gênero é sistematicamente empregada contra mulheres na vida pública. Mesmo aquelas que alcançam votações históricas na vida política são sujeitas a uma variedade de ataques pelo simples fato de serem mulheres. As consequências não se limitam aos prejuízos individuais, acentuando estereótipos sexistas e fomentando atitudes misóginas, de modo a desencorajar as gerações mais jovens de buscar cargos públicos ou ingressar na esfera pública.
Pesquisas demonstram que, no Brasil, 58% das mulheres prefeitas afirmam ter sofrido assédio ou violência política pelo fato de ser mulher, sendo que, dessas, apenas a metade registrou queixas ou boletim de ocorrência e cerca de 74% sofreram divulgação de informações falsas, enquanto 66% foram alvo de ataques de discurso de ódio nas plataformas de mídias sociais.
Nos últimos anos, algumas medidas foram tomadas pelo Brasil para mitigar o problema, como a promulgação da Lei Federal 14.192, de 4 de agosto de 2021, que criminaliza a violência política contra a mulher. As eleições de 2022 foram as primeiras após a vigência da lei, contando, inclusive, com uma página dedicada exclusivamente para denúncias de violência política de gênero.
Este cenário reforça a necessidade de um conceito claro de desinformação de gênero, destacando a urgência de medidas concretas para mitigar e prevenir essa forma específica de violência política.
No âmbito desse tema, a Relatora Especial das Nações Unidas (ONU) para a Liberdade de Opinião e Expressão, Irene Khan, promoveu uma consulta pública, visando a reunir perspectivas sobre as relações entre liberdade de expressão e as dimensões de gênero da desinformação.
O desfecho dessa consulta encontra-se detalhado no Relatório das Nações Unidas A/78/288, evidenciando que a desinformação de gênero se utiliza de preconceitos, estereótipos, sexismo, misoginia e normas sociais e culturais fundamentadas em valores patriarcais.
Essa prática visa a ameaçar, intimidar, silenciar e excluir mulheres e indivíduos não conformes com as expectativas de gênero dos espaços públicos e posições de poder. O propósito final da desinformação de gênero é reduzir a participação pública, limitar a diversidade de vozes e opiniões, inclusive na mídia.
Para a construção de um conceito claro de desinformação de gênero, é crucial considerar três atributos fundamentais: conteúdo, objetivo e alvo. O conceito tradicional de desinformação, definido como a disseminação intencional de informações falsas com o intuito de causar danos, revela-se inadequado para abordar de maneira abrangente a complexidade da violência contra as mulheres, conforme discutiremos a seguir.
No que tange ao conteúdo, a desinformação de gênero não se limita apenas à propagação de informações falsas; ela pode incorporar narrativas de gênero preexistentes, manipulando-as e amplificando-as para reafirmar estereótipos e preconceitos arraigados. Quanto ao objetivo, vale salientar que a desinformação de gênero não tem apenas o propósito de causar danos individuais; sua meta é dissuadir ativamente a participação das mulheres na esfera política. No que diz respeito ao alvo, é preciso destacar que a desinformação de gênero se direciona especificamente às mulheres.
Portanto, podemos entender a desinformação de gênero como a disseminação de informações falsas, manipuladas ou amplificadas, que reafirmam estereótipos e preconceitos contra mulheres, com o objetivo de dissuadir ativamente a participação feminina na esfera política, enfraquecendo instituições democráticas e minando a coesão de sociedades inclusivas.
Em última análise, a compreensão do fenômeno da desinformação de gênero oferece não apenas clareza conceitual, mas também uma base sólida para a implementação de estratégias eficazes. Avançar requer a colaboração contínua entre governos, sociedade civil e plataformas de mídia social, visando combater a disseminação de desinformação de gênero e, por consequência, promover ativamente a igualdade de gênero na esfera política.
* Paula Tavares é Global Fellow no Brazil Institute e especialista-sênior em direito e gênero do Banco Mundial.
** Gustavo Borges é professor de Direitos Humanos e Novas Tecnologias na Unesc (Universidade do Extremo Sul Catarinense) e consultor em direito e novas tecnologias.
Ensaio disponível no Jornal Nexo: https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2023/12/03/A-viol%C3%AAncia-pol%C3%ADtica-e-a-desinforma%C3%A7%C3%A3o-de-g%C3%AAnero-no-Brasil
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24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
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Notícias
22 julho 2024
ONU Brasil publica Princípios Globais para a Integridade da Informação em português
"A disseminação de ódio e mentiras on-line está causando graves danos ao nosso mundo. A desinformação e o discurso de ódio estão alimentando o preconceito e a violência, exaltando divisões e conflitos, demonizando minorias e comprometendo a integridade das eleições." - António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, 24 de junho de 2024Os Princípios Globais para a Integridade da Informação clamam por uma ação urgente destinada a reduzir os danos causados pela propagação da desinformação e do discurso de ódio. As recomendações contidas no documento buscam promover espaços de informação mais saudáveis e seguros que defendam os direitos humanos, sociedades pacíficas e um futuro sustentável.No lançamento dos Princípios Globais, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo urgente aos governos, às empresas de tecnologia, aos anunciantes e ao setor de relações públicas que assumam a responsabilidade pela disseminação e monetização de conteúdo que resultam em danos.Os Princípios são o resultado de amplas consultas com os Estados-membros, o setor privado, lideranças jovens, mídia, academia e sociedade civil.Os Princípios abordam também os riscos impostos pelo avanço da Inteligência Artificial (IA).Acesse o documento em português na página da ONU Brasil. HistóricoOs Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação foram lançados um ano após a publicação do Informe do secretário-geral sobre Integridade da Informação em Plataformas Digitais, que também está disponível em português na página da ONU Brasil. Eles resultam de uma proposta da Nossa Agenda Comum, o relatório do secretário-geral de 2021 que delineia uma visão para a futura cooperação global e ação multilateral. Os Princípios fornecem um recurso para os Estados-membros antes da Cúpula do Futuro, em setembro.Contato para imprensa: Diêgo Lôbo, UNIC Rio: contato@onu.org.br
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Notícias
30 agosto 2024
ONU lança concurso para criação do logo do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes
O Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes abriu chamada do concurso internacional para selecionar o logotipo que servirá como um símbolo distintivo para o Fórum Permanente da ONU e um reflexo das aspirações das pessoas que ele representa. O concurso oferece uma oportunidade para que artistas afrodescendentes moldem a identidade visual e a proposta de comunicação global do Fórum Permanente. A visão é garantir que as vozes das pessoas afrodescendentes sejam ouvidas, suas perspectivas sejam valorizadas e que um senso de propriedade compartilhada e inclusão balize todos os processos de tomada de decisão do Fórum. Por meio desse concurso, o Fórum celebra a diversidade e fortalece os esforços coletivos para promover e honrar as contribuições das pessoas afrodescendentes para o progresso humano. PremiaçãoO nome da pessoa vencedora será anunciado em dezembro de 2024 na página do Fórum: https://www.ohchr.org/en/permanent-forum-people-african-descent. A pessoa vencedora será contatada por e-mail antes do anúncio. A pessoa vencedora receberá: Uma viagem com todas as despesas pagas para Nova Iorque por ocasião da 4ª sessão do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, que ocorrerá de 14 a 17 de abril de 2025. O vencedor também será apresentado durante a cerimônia de abertura da 4ª sessão. Apoio para uma exposição de arte na sede das Nações Unidas, em abril de 2025 (com a condição de que a pessoa tenha um portfólio a ser apresentado). Regulamentos Condições de participação, critérios e prazo:O concurso está aberto a participantes de todas as idades e nacionalidades, que se identifiquem como pessoas de ascendência africana/afrodescendentes. Concorrentes e suas submissões serão julgados por sua originalidade, criatividade, qualidade e relevância para o tema. A escolha será feita de acordo com o critério do painel de juízes.As propostas serão recebidas até 1º de novembro de 2024.Orientações para envio de propostas:As propostas devem ser enviadas para a Secretaria do Fórum Permanente de Afrodescendentes através do e-mail: pfpad@un.org Cada proposta deve incluir o nome, a idade e a nacionalidade do autor, uma explicação do visual e o próprio visual no formato indicado abaixo. Formato sugerido:Ser enviado em formato vetorial, de preferência (.ai,.svg ou .eps). Se o participante não puder enviá-lo em formato vetorial, deverá enviar um TIF transparente do arquivo em alta qualidade (mínimo de 2500px).Se o visual incluir cores (recomenda-se uma paleta de cores limitada), envie também uma versão em tinta única. Lembre-se de que o arquivo será impresso em diferentes mídias e materiais. O design deve ser escalável, pois será usado em uma grande variedade de tamanhos.A fonte usada deve suportar alfabeto não latino, pois o logotipo será usado em comunicações em todos os idiomas oficiais das Nações Unidas, a saber: Árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol. Para esse fim, a pessoa concorrente pode usar a fonte da marca do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR), Futura Std, para o design, o que facilitaria a tradução do logotipo. Concorrentes podem propor diferentes layouts para o uso da fonte no design, levando em conta que o design precisa funcionar nos outros idiomas da ONU (o conceito do logotipo ainda deve funcionar quando invertido para o árabe).Não se deve usar o emblema da ONU nos designs. Júri:June Soomer - Presidente do Fórum Permanente de Pessoas AfrodescendentesRockyath Adechoubou - Curadora de arte e empreendedora de novas tecnologias Babatunde ‘TRIBE’ Akande - Artista multidisciplinarCierra Brinson - Fotógrafa e designer gráficaBrendon Reis - Artista visualKim Thompson - Artista multidisciplinar Direitos de propriedade intelectualAo entrar nesta competição, cada participante certifica que é a única pessoa detentora dos direitos autorais de todo o material enviado. O design vencedor se tornará propriedade exclusiva do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, e o Fórum estará autorizado a usar, editar, alterar, copiar, exibir, reproduzir, adaptar, publicar ou distribuir e redistribuir o material no todo ou em parte para fins de publicidade ou para qualquer outro propósito legal e comunicar ao público, em todo o mundo, em qualquer idioma em formato impresso e eletrônico, todo ou qualquer parte do pacote de identidade visual enviado. Além disso, a pessoa participante renuncia ao direito de inspecionar ou aprovar quaisquer produtos acabados, seja em formato escrito ou eletrônico. A pessoa vencedora renuncia a qualquer direito a royalties, pagamento ou outra consideração decorrente ou relacionada ao uso do pacote de identidade visual.Sobre o Fórum Permanente: O Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes foi criado em 2021 pela Assembleia Geral da ONU, como parte das atividades da Década Internacional de Afrodescendentes (2015-2024).Entre suas funções, o Fórum Permanente contribui para a inclusão política, econômica e social da população afrodescendente em todo o mundo, além de identificar e analisar boas práticas, desafios, oportunidades e iniciativas para a promoção dos direitos humanos das pessoas afrodescendentes.O Fórum Permanente também tem a importante tarefa de discutir a elaboração de uma Declaração das Nações Unidas sobre a promoção, proteção e respeito pleno aos direitos humanos das pessoas afrodescendentes.Para saber mais, siga @onuderechoshumanos nas redes e visite a página da Década Internacional de Afrodescendentes: https://decada-afro-onu.org/
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História
25 outubro 2024
Dia da Visibilidade Intersexo 2024
No Dia Internacional da Visibilidade Intersexo, celebrado em 26 de outubro, a campanha Livres & Iguais da ONU destaca a luta contra a discriminação e violações de direitos enfrentadas por pessoas intersexo, a partir da experiência da presidente da Associação Brasileira Intersexo (ABRAI), Thais Emilia.As pessoas intersexo nascem com caraterísticas sexuais físicas (anatomia, os órgãos reprodutores, os padrões hormonais e/ou cromossomos, por exemplo) que não se enquadram nas definições típicas para corpos masculinos ou femininos. Assim, é um termo guarda-chuva que descreve diversas variações corporais, que, segundo estimativas, compreendem até 1,7% da população mundial.Em 2016, Thais Emília, uma das fundadoras e atual presidente da Associação Brasileira Intersexo (ABRAI), já mãe de dois filhos e atuante na área de educação inclusiva, teve Jacob Christopher*. Mesmo sabendo desde o pré-natal que seu filho era intersexo, isso não dissipou as dúvidas.“As orientações médicas iniciais foram para fazer uma vagina nele e educá-lo como menina. Questionei, então outro médico disse que, depois de adultos, muitos voltavam pedindo para reverter, mas que, infelizmente, era impossível. Então eu falei que não ia operar coisa nenhuma”, ela decidiu.Por conta da indefinição quanto ao sexo, a família não conseguiu registrar o nascimento da criança e, sem esse documento, a mãe não teve direito à licença maternidade.Nesse contexto, Thais Emília conhece Olívia Denardi, que viria a ser a primeira presidente da ABRAI. “Ela é a primeira pessoa que eu conheço do ativismo intersexo. Ela me conta a história dela, me acolhe e eu sinto necessidade de uma associação que cuide de crianças intersexo, que dê orientação”, relembra Thais Emília.Dessa forma, a ABRAI surge do encontro entre ativistas que se reuniram em torno do trabalho que já vinha sendo realizado na página do Facebook, “Visibilidade Intersexo”. Finalmente, em 2020, com o apoio da OAB, a associação é formalizada.Atualmente, a ABRAI tem 13 projetos, sendo os principais a articulação para apoiar e desenvolver políticas públicas para a população intersexo, capacitações voltadas para médicos e atuação direta com mães de crianças intersexo. “Em 2017, eu perguntava nas palestras quem sabia o que era intersexo, ninguém ou muito poucos levantam a mão. Hoje, metade do auditório sabe”, compara Thais Emília.Assim como ocorre com a ABRAI, ao redor do mundo, organizações de direitos das pessoas intersexo desempenham um papel fundamental, oferecendo apoio, educando e rebatendo preconceitos, além de coletando dados sobre essas violações.A atuação da sociedade civil também contribui com o Estado na promoção de políticas públicas voltadas à população intersexo. Somente neste ano, o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ aprovou um formulário padrão sobre identidade de gênero, orientação sexual e características sexuais para melhorar a coleta de dados e políticas públicas. E, em maio, a portaria 1.693 do Ministério da Saúde ajustou os sistemas do SUS para permitir que pessoas intersexo agendem consultas e exames, reconhecendo suas identidades de gênero autodeterminadas.* Jacob Christopher, filho de Thaís Emília, faleceu antes de completar 2 anos de idade, e hoje inspira a atuação da ABRAI, para que crianças intersexo possam exercer o direito de existir tal como são.Apoio internacional: a ONU Direitos Humanos e pessoas intersexoCompletando uma década no Brasil em 2024, a Livres & Iguais, liderada pela ONU Direitos Humanos no Brasil, é a campanha da ONU para a igualdade LGBTIQ+, atua para o fortalecimento de capacidades e a facilitação do diálogo entre a sociedade civil e as instituições do estado.“Desde antes da fundação da ABRAI, a ONU e a Livres & Iguais já estavam em contato conosco para apoiar e ouvir nossas questões, procurando facilitar que nossas vozes fossem ouvidas”, afirma Thais Emília.Como os sugeridos para Jacob, procedimentos médicos para adequar a aparência aos estereótipos binários de gênero são comuns, mas podem causar dor, infertilidade, incontinência urinária e perda do prazer sexual.Em abril, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou a resolução que apela para que os Estados intensifiquem os esforços de combate à discriminação, à violência e às práticas nocivas contra as pessoas intersexo. Além disso, a ONU Direitos Humanos recomenda que os países proíbam esses procedimentos desnecessários, garantindo a integridade física e a autonomia das pessoas.Neste Dia da Visibilidade Intersexo, reafirmamos o compromisso com a igualdade de direitos, reconhecendo os passos dados, mas também reforçando o combate a falta de visibilidade, os preconceitos e os tabus que perpetuam as violações de direitos das pessoas intersexo.Conheça mais sobre o tema:Nota técnica da Campanha Livres & Iguais sobre pessoas intersexoNota Informativa sobre Violações de Direitos Humanos das Pessoas IntersexoEm 2018, durante a Conferência Internacional [SSEX BBOX], a Livres & Iguais entrevistou ativistas que explicam o que é ser intersexo https://youtu.be/TUGv8axyhzYVozes da Diversidade, documentário realizado pela ABRAI: https://youtu.be/xj3NUqre514
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História
25 outubro 2024
Uma corrente de esperança em meio às chuvas no Sul
Em Canoas, no Rio Grande do Sul, uma cena comum após as enchentes que devastaram a região entre abril e maio de 2024 era a de famílias tentando reconstruir suas vidas. Entre elas, estava Elisabete Conceição da Silva, uma avó que cuida de seus três netos: Pedro Henrique, de 11 anos, Manuela, de 6, e Ravi, de 4 anos, que é autista. Assim como milhares de pessoas no estado, eles perderam quase tudo — desde documentos até os brinquedos que antes enchiam a casa de alegria. A vida de Elisabete foi virada de cabeça para baixo pela enchente. "Eles perderam tudo, eles não têm mais identidade, eles não têm brinquedos, não têm bicicleta, não têm o quartinho deles, foi tudo fora", conta ela com um misto de tristeza e resignação. Com o início das aulas ainda incerto, as crianças enfrentavam mais do que a perda material: a falta de rotina e de um espaço seguro afetava profundamente seu bem-estar emocional. "Eles já estavam quase em depressão, sabe? Eles só me perguntam quando vai começar as aulas e a gente não sabe responder." Foi em meio a essa incerteza que Elisabete e sua família encontraram o “Espaço da Gurizada”, um local seguro e acolhedor criado pelo UNICEF, tendo a Visão Mundial como parceiro de implementação, para apoiar crianças e adolescentes impactados pelas enchentes no Sul do país. Seu marido descobriu o espaço localizado no bairro Mathias Velho em uma manhã e, com entusiasmo, Elisabete decidiu levar Pedro e Manuela naquela tarde. Ao chegar, ela se emocionou ao ver a reação dos netos no novo ambiente, uma opção para auxiliar no cuidado das crianças. "Eu chorei. Eu digo: ‘Ai, de tarde eu vou levar eles pra lá’. E chegando aqui, encontrando esse montão de brinquedo, foi um paraíso. É tudo o que a criança gosta, o que eles não têm, porque perderam." Os “Espaços da Gurizada” são mais do que apenas locais para brincar. Eles oferecem atividades lúdicas e educativas, apoio psicológico e orientações sobre saúde e prevenção de violências, sempre com o objetivo de garantir o bem-estar e a proteção das crianças. Elisabete sentiu esse acolhimento ao ver os netos felizes novamente. "Eu vi o Pedro muito feliz, a Manuela muito feliz. Então eu tenho certeza de que cada avó, cada mãe que deixar seu netinho ou seu filhinho aqui vai se sentir realizado." Em um momento tão difícil, Elisabete se agarrou à esperança e à solidariedade que surgiu em sua comunidade. "Muito obrigada, gente, obrigada de coração por essa oportunidade maravilhosa para os meus netinhos e para essa comunidade tão sofrida." O espaço no qual Elisabete e seus netos foram acolhidos funcionou por vários meses, apoiando as famílias nos momentos em que mais precisavam. Conforme a situação em cada local foi melhorando, esses espaços foram sendo adaptados ou encerrados. Esse é um dos pontos fortes da resposta do UNICEF às chuvas: a capacidade de estar lá não apenas no momento agudo da Emergência, mas ao longo dos meses seguintes, adaptando espaços e estratégias de acordo com as necessidades das crianças e suas famílias ao longo da resposta emergencial. Atualmente, outros Espaços da Gurizada continuam em operação nos territórios, com dois locais em São Leopoldo, dois em Canoas e cinco em Porto Alegre, oferecendo suporte a quem ainda precisa de acolhimento e atividades recreativas e psicossociais. A história de Elisabete é um lembrete poderoso de como espaços seguros e iniciativas de acolhimento, como os “Espaços da Gurizada”, fazem a diferença em momentos de crise. Em meio à devastação, eles oferecem não só um lugar para as crianças serem crianças novamente, mas também um recomeço para famílias como a dela. A resposta do UNICEF às chuvas no Rio Grande do Sul conta com parceiros estratégicos como MSD e Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (Echo, na sigla em inglês); com a parceria da Kimberly-Clark e da Takeda; e com o apoio de Amanco Wavin; Beiersdorf, casa de NIVEA e Eucerin; Instituto Mosaic; Klabin; e Serena Energia. Para os Espaços da Gurizada, em Canosas, o UNICEF conta com a parceria de implementação da Visão Mundial. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF sobre a resposta humanitária às enchentes no Rio Grande do Sul: https://www.unicef.org/brazil/enchentes-no-rio-grande-do-sul
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História
18 fevereiro 2022
"Brasil nas Nações Unidas": Filme de 1954 revela imagens históricas da sede da ONU
Uma parte da história das Nações Unidas passou os últimos 68 anos muito bem guardada em um apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. Imagens mostrando os primórdios da Organização e o funcionamento da sede em Nova Iorque foram recuperadas há um ano pela família Strauch. Trata-se de um filme de pouco mais de dez minutos, que agora ganha importância de documento histórico.O material foi encontrado entre os pertences de Abigail Strauch, matriarca da família que faleceu em abril de 2021, perto de completar 99 anos. Dentro de uma lata estava o rolo de filme de 16 milímetros com a etiqueta “O Brasil nas Nações Unidas”, de 1954, produzido pelo conhecido dublador Herbert Richers e narrado por Waldemar Galvão – cuja fama na época vinha de seu trabalho como locutor da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.Nas imagens, é possível ver como era o prédio em seus primeiros anos de funcionamento, com destaque para o serviço de tradução simultânea das reuniões e assembleias. Também aparecem as primeiras obras de arte que viriam a marcar a história da sede, como o Sino da Paz Japonês – badalado anualmente na abertura da Assembleia Geral–, a réplica da estátua Poseidon de Artemísio e até mesmo a menção ao espaço onde três anos depois seriam expostos os painéis “Guerra e Paz”, do artista brasileiro Cândido Portinari. O registro do passeio pelos corredores é feito através da perspectiva de um grupo de visitantes, composto por um menino e três brasileiras, sendo uma delas Abigail. O menino é seu filho primogênito, Carlos Henrique. “Nunca ouvimos falar deste filme antes. Eu e minha irmã imaginamos que minha mãe nunca o mencionou por ser uma memória dolorosa”, conta o engenheiro Guilherme Strauch, filho mais novo de Abigail, em entrevista concedida ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) em 2022.O filme da visita é um dos últimos registros de Carlos Henrique, que faleceu aos 13 anos, pouco tempo após as gravações. “Foi uma surpresa encontrarmos estas imagens dele e da minha mãe lá. Até então, só sabíamos que o meu pai havia feito parte da delegação brasileira na ONU”, conta.Delegação do Brasil Não à toa a família Strauch é uma das protagonistas do vídeo. O patriarca Ottolmy Strauch foi um dos primeiros brasileiros a participar das atividades da ONU logo em sua fundação. Em 1946, quando ainda funcionário do Departamento de Administração do Serviço Público (DASP), foi indicado ao Itamaraty para ser um dos nomes a compor a secretaria do governo brasileiro nas Nações Unidas.Em seguida, entre 1952 e 1954, integrou as comitivas brasileiras que participaram das Assembleias Gerais em Nova Iorque e chegou a ser eleito, em 1953, para ocupar um cargo no Comitê de Contribuições da Organização. Recebeu 50 votos de um total de 54, estabelecendo naquele ano um recorde na eleição do Comitê.É por este destaque que Ottolmy aparece no vídeo. Durante alguns segundos é possível acompanhar parte de seu discurso ressaltando o papel do Brasil na tarefa de garantir que as finanças da ONU fossem geridas da forma mais eficiente possível, assegurando assim recursos para a paz e o desenvolvimento social dos países mais vulneráveis.“Eu acho difícil desassociar a surpresa em ter encontrado esse vídeo histórico da emoção em rever minha família e o orgulho da participação do meu pai. Ali a ONU estava começando, o mundo tinha acabado de sair de uma grande guerra e a Organização estava tentando estabelecer acordos, reconstruir a paz. É um grande orgulho saber que o Brasil tinha um grande destaque nisso”, relata Guilherme. A coordenadora-residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, destaca a importância do Brasil na diplomacia internacional e do filme:“Conhecemos, por documentos históricos, a participação do Brasil na fundação da Organização das Nações Unidas e acompanhamos, por décadas, esse protagonismo se materializar em forma de acordos que ajudaram a construir e até hoje guiam as ações da ONU em todo o mundo, como a própria Agenda 2030. Ter a oportunidade de assistir a uma pequena parte desse processo nesse vídeo é emocionante”. DigitalizaçãoO achado da família coincide com a recente capacitação do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (LUPA-UFF) para digitalização de filmes. Inaugurado em 2017, o LUPA é o único espaço do tipo a operar dentro de uma universidade e foi só no ano passado que conseguiu os equipamentos necessários para digitalizar filmes como este. Focado em rastrear vídeos amadores e que remontem pedaços da história do Rio de Janeiro, o LUPA é comandado pelo professor Rafael de Luna Freire. Foi para ele que a família Strauch entregou a cópia de “O Brasil nas Nações Unidas” para digitalização e restauração.“A gente deu sorte porque filmes para durarem precisam ser guardados em baixa umidade e temperatura, sob condições estáveis. E este estava em relativo bom estado, até porque não foi muito exibido e ficou na lata por muito tempo, guardado no mesmo lugar”, explica o professor. ConteúdoContente com a surpresa de encontrar tantos nomes famosos envolvidos na produção, o especialista em cinema avalia que a peça documental seja um cinejornal – formato popular de informativos que eram exibidos em cinemas antes das atrações principais, numa época em que a televisão ainda não era parte da rotina das famílias.“Esse é um típico filme feito nesse contexto, onde cada audiovisual estrangeiro precisava ser exibido com um complemento nacional junto. Mas como historicamente os exibidores dos filmes não remuneravam os produtores pela criação destes curtas, era preciso que os produtores procurassem outras formas de financiar esses informativos”, explica Freire. “Geralmente este financiamento vinha em forma de propaganda ‘disfarçada’, tanto para empresas privadas como órgãos públicos etc. Era muito comum na época cinejornais como este trazerem esse tom mais institucional.”A aposta do professor é que o filme foi gravado originalmente em 35 milímetros e a cópia de 16 milímetros, considerada para fins amadores, entregue para a família Strauch como forma de agradecimento pela participação.Agora que as imagens foram digitalizadas, o LUPA ficou responsável pela preservação do rolo original, podendo exibir o conteúdo em sessões online. Com autorização da família Strauch e do LUPA, o filme completo “O Brasil nas Nações Unidas” também pode ser visto nos canais digitais da ONU Brasil.
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História
21 outubro 2024
Tecendo sonhos em São Paulo
Arody Carmen Vargas Poma, 35 anos, é uma costureira boliviana que passou a viver em São Paulo em 2020. Desde sua chegada ao Brasil, enfrentou uma série de desafios, como a falta de documentação, a ausência de uma residência fixa e a barreira do idioma. A costureira, que já passou por situações de trabalho análogo à escravidão em alguns locais onde trabalhou, é casada há um ano e agora planeja constituir uma família assim que alcançar maior estabilidade financeira. Ela é uma das participantes do curso presencial do projeto Tecendo Sonhos, conduzido pela organização não governamental Aliança Empreendedora por meio do Programa Moda Justa Sustentável, e focado em mulheres imigrantes que possuem uma oficina de costura na cidade de São Paulo. O grupo foi contemplado em uma ação de promoção da autonomia financeira e empreendedorismo que incluiu a entrega de equipamentos essenciais, como máquinas de costura industriais, extintores de incêndio, linhas de costura, tesouras de alfaiate e óculos de proteção. Dezenove costureiras que se certificaram no curso receberam kits individuais, contendo itens de segurança e ferramentas para melhorar a produtividade e garantir condições de trabalho mais seguras. Além disso, três máquinas de costura industriais foram entregues às empreendedoras destaques, escolhidas pela própria turma. Arody foi uma delas. "Foi um grande presente, são ferramentas essenciais para o nosso trabalho. A máquina foi uma grande bênção." As aquisições foram realizadas pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), com recursos destinados pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo - Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região. O UNOPS possui um acordo de cooperação com o MPT que permite a aplicação de recursos oriundos das ações de fiscalização da legislação trabalhista em projetos nas comunidades que sofreram danos relacionados ao direito do trabalho. A coordenadora do Programa Moda Justa Sustentável e presidente da Aliança Empreendedora, Cristina Filizzola, destacou a importância das doações: "As doações de equipamentos, materiais de segurança e ferramentas de trabalho foram fundamentais para complementar as ações do projeto com mulheres imigrantes. Além de auxiliar na adesão do grupo, elas se sentiram valorizadas. Essas entregas atendem a necessidades reais, promovendo maior segurança e agilidade no trabalho das costureiras." “Meu sonho é poder montar uma oficina organizada, como nos ensinaram, e, quem sabe, gerar trabalho para outras mulheres que também buscam independência financeira. Muitas mulheres como eu querem se sustentar e ter segurança, especialmente antes de pensar em ter filhos. Acredito que ajudar outras a conquistar isso seria uma grande realização”, diz Arody. Compras estratégicas Antes de realizar as aquisições, o UNOPS fez um estudo para conhecer a realidade das trabalhadoras da cadeia da moda no estado de São Paulo. O diagnóstico, elaborado em parceria com o MPT e a ONU Mulheres, revelou as condições precárias enfrentadas por mulheres costureiras. A pesquisa abrangeu 39.467 trabalhadoras - das quais 80% são mães e 79,3% vivem na capital paulista - e identificou desafios significativos, como terceirização, informalidade e dupla jornada, além de situações de trabalho forçado e condições análogas à escravidão. A responsabilidade produtiva recai desproporcionalmente sobre essas mulheres, que enfrentam obstáculos adicionais devido à sobrecarga de tarefas domésticas. Como parte da resposta a esses desafios, o UNOPS e o MPT desenvolveram um plano estratégico voltado ao empoderamento econômico dessas trabalhadoras. Além das entregas feitas no âmbito do projeto Tecendo Sonhos, da Aliança Empreendedora, o UNOPS também equipou galpões de dois outros grupos de costureiras: Coletivo Flor de Kantuta, atualmente sediado no Instituto Cultural Israelita Brasileiro (Casa do Povo).Coletivo Sartasiñani, apoiado pela Associação Latino-americana de Micro, Pequenas e Médias Empresas (Alampyme.BR), um dos fornecedores cadastrados no Portal do Uniforme para fornecimento dos uniformes escolares da cidade de São Paulo. A equipagem dos galpões incluiu a aquisição de máquinas, aviamentos e móveis diversos. A gerente adjunta de Projetos do UNOPS Brasil, Cecília Abdo, destacou a importância das compras estratégicas como uma ferramenta de transformação social: “As aquisições que fazemos têm um papel fundamental no apoio a essas trabalhadoras. Queremos garantir que elas tenham acesso às condições básicas de segurança e qualidade necessárias para exercer suas atividades de forma digna.” Para saber mais, siga @unops_official e @onubrasil nas redes!
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História
21 outubro 2024
Alimentação escolar transforma a vida de produtores de pequena escala no Distrito Federal
As compras públicas da agricultura familiar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) mudaram a vida do agricultor familiar Anaildo Porfírio, da cidade de Brasília. “Essa política foi estruturante e mudou a vida dos produtores de alimentos daqui”, afirma Anaildo, que faz parte das 46 famílias do Assentamento Chapadinha, localizado a 32 km do centro da capital federal.Anaildo recebeu no mês de maio uma missão internacional formada por representantes de 10 países da América Latina, que visitou sua propriedade rural para conhecer como funciona na prática a participação da agricultura familiar no PNAE. A missão foi organizada pelo projeto de alimentação escolar executado no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. Em sua propriedade de 10 hectares, Anaildo produz morangos, cenouras, beterrabas, alfaces, repolhos e batatas. Além de atender a feiras e mercados, sua produção faz parte da alimentação de estudantes da rede pública de ensino de Brasília, que conta com cerca de 450 mil pessoas. Anaildo participa do PNAE desde 2015. “Antes de vender para a alimentação escolar, minha produção era para o consumo mesmo. Quando tivemos a possibilidade de entrar e participar desse programa, aumentou bem a renda. Alguns agricultores não tinham condições, mas com o PNAE conseguiram fazer melhorias na sua chácara, colocaram cercamento, melhoraram a produção. Então, realmente é uma política que ajuda a gente a prosperar”, conta Anaildo, que vive na propriedade com sua esposa e dois filhos.O agricultor familiar passou a fornecer alimentos para a alimentação escolar do Distrito Federal por meio da associação do assentamento, a Associação dos Trabalhadores Rurais da Agricultura Familiar do Chapadinha (Astraf), instituição que preside atualmente. Para participar do PNAE, os agricultores apresentam uma proposta de produção e, no decorrer do ano, vão recebendo o pagamento em parcelas. Desde 2009, por lei, a alimentação escolar da rede pública de ensino do país deve adquirir pelo menos 30% dos alimentos da agricultura familiar."Antes era todo mundo vivendo em barraco de madeira. Mas a partir do momento que passamos a nos organizar, a nos estruturar, fomos crescendo, hoje já atendemos outros mercados, melhoramos nossas casinhas, nossas propriedades. Isso foi dando dignidade para todas as famílias que hoje vivem no assentamento”, afirma o agricultor, que destaca como é gratificante produzir alimentos orgânicos e destiná-los para uma alimentação mais saudável dos estudantes. Para melhorar a produção, o assentamento conta com apoio da Secretaria da Agricultura (SEAGRI) do Distrito Federal e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) em várias áreas do processo produtivo – desde a assistência para as melhores técnicas de produção até a organização das famílias para acessar as políticas de compras públicas. Essa formalização é importante porque os programas de compras públicas adquirem diretamente de cooperativas ou associações e, quanto mais organizados, mais fácil estes agricultores e agricultoras poderão atingir mercados maiores e melhores. “Melhoramos a irrigação, as técnicas de produção, aumentamos as áreas. Com a associação fica mais fácil também a questão do transporte e melhoria do nosso rendimento.”A associação usa dois caminhões cedidos pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para o transporte da produção. “A assistência técnica ajuda demais o agricultor. Eles nos ajudam a identificar qual o melhor período de plantio, o melhor tipo de adubação, o que devemos ou não fazer, quais as tecnologias podemos usar para gastar menos água, produzir mais, tudo isso ajuda muito no dia a dia para a gente poder baratear os custos”, afirma. Além disso, há outras políticas, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do governo federal, e o Programa de Aquisição da Produção da Agricultura (PAPA-DF), executado pelo governo distrital. De acordo com dados do GDF, cerca de R$ 23 milhões são investidos em produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar por ano e 700 produtores atendem o PNAE no Distrito Federal, número que vem aumentando a cada ano. Anaildo diz que somente por meio das políticas públicas se pode fortalecer a agricultura familiar, especialmente aquela localizada nos assentamentos rurais. “Precisamos de pessoas e gestores comprometidos para fazer essa aliança da parte da política, da assistência técnica, da alimentação escolar, da agricultura familiar, da assistência social, para acabar com a miséria e cuidar da população passando fome”. Para saber mais, visite a página do Programa de Cooperação Brasil-FAO: https://www.fao.org/in-action/programa-brasil-fao/pt/
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Notícias
30 outubro 2024
UNAIDS: Especialistas apoiam ações para enfrentar as desigualdades e fortalecer produção de medicamentos
Evidências coletadas pelo Conselho Global sobre Desigualdade demonstram de forma nítida o ciclo desigualdade-pandemias. Desigualdades dentro e entre países aumentam a interrupção e a perda de vidas nas pandemias atuais e recentes, desde a AIDS até a COVID-19, Mpox e Ebola. A falta de respostas efetivas para essas desigualdades deixa comunidades vulneráveis e expostas a futuras emergências de saúde. Isso representa uma oportunidade importante para o G20, que define a agenda de financiamento internacional, para direcionar o foco e ação nos determinantes sociais das pandemias. A dependência de países do Sul Global em relação à produção de medicamentos no Norte Global também compromete as respostas a pandemias, deixando-os consistentemente em desvantagem para receber vacinas e medicamentos vitais, apesar de abrigarem em seus territórios grande parte da carga de doenças no mundo. Nísia Trindade, ministra da Saúde do Brasil e membro do Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias, declarou: “Ao construir capacidade de produção em todas as regiões, podemos aprender com os erros do passado, garantindo que medicamentos para doenças negligenciadas e socialmente determinadas sejam produzidos em todo o mundo, e que haja capacidade disponível para responder rapidamente a futuras emergências de saúde.” Joseph E. Stiglitz, economista vencedor do Prêmio Nobel e copresidente do Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias, explicou: “Reformas tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento e nos acordos e instituições internacionais, além de investimentos que ampliem a produção de insumos médicos e reduzam preços, são essenciais para abordar lacunas de mercado e acelerar o acesso a medicamentos para as pessoas que mais precisam.” Sir Michael Marmot, professor de Epidemiologia e diretor do Instituto de Equidade em Saúde da University College London, copresidente do Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias, observou: “As evidências são explícitas: determinantes sociais aumentam a intensidade das pandemias. Quanto maior a desigualdade na sociedade, pior é a pandemia. Mas também sabemos que podemos intervir contra esses fatores com educação, medidas de proteção social e tornando as sociedades mais justas. Reinvestir no bem público e defender os direitos humanos tornarão as sociedades menos vulneráveis a pandemias.” Monica Geingos, ex-primeira-dama da Namíbia e copresidente do Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias, afirmou: “Para acabar efetivamente a pandemia de AIDS e nos preparar para futuras emergências de saúde, devemos enfrentar a complexa rede de desigualdades que agravam esses desafios. Desigualdade envolve mais que disparidades de renda; inclui também desigualdades sociais, políticas e de saúde que se interseccionam de maneiras significativas. O cenário geopolítico complica ainda mais essas dinâmicas, pois nações caracterizadas por desigualdades são desproporcionalmente impactadas pelas respostas às pandemias. Essa desigualdade sistêmica é frequentemente reforçada por estruturas internacionais que perpetuam e aprofundam as disparidades existentes, ressaltando a necessidade urgente de abordagens abrangentes e equitativas para saúde e governança.” As duas iniciativas — responder à desigualdade como um fator que impulsiona pandemias e promover a produção regional de insumos de saúde — oferecem uma oportunidade única para que as lideranças do G20 tomem ações transformadoras em prol da equidade em saúde e da segurança global em saúde, concordou o time de especialistas. Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS e coordenadora do Conselho de Desigualdade, comentou: “O presidente Lula colocou a igualdade no centro da agenda do G20 do Brasil. Ele está certo. As desigualdades precisam ser abordadas urgentemente, e a produção de medicamentos e vacinas expandida em todo o mundo, ou a próxima pandemia nos atingirá ainda mais forte""As lideranças do G20 aqui no Rio de Janeiro têm a oportunidade de transformar a maneira como o mundo responde a emergências e pandemias, respondendo as desigualdades que os impulsionam. Contamos com as lideranças do G20 para aproveitar este momento para salvar vidas e proteger a saúde de todas as pessoas.” Joe Phaahla, vice-ministro da Saúde da África do Sul, confirmou: “Ao assumirmos a presidência do G20 em 2025, a África do Sul continuará a liderar a agenda de cobertura universal de saúde por meio de equidade, solidariedade e inovação.” Homenagens foram prestadas ao Ministério da Saúde do Brasil por sua liderança na promoção dessas questões críticas no G20, incluindo a proposta de uma nova Aliança Global para a Produção Local e Regional e Inovação e a inclusão dos determinantes sociais das pandemias no trabalho da força-tarefa conjunta de Saúde e Finanças do G20. Para acessar o comunicado à imprensa, em inglês, clique aqui. Notas às redações O Brasil propõe o estabelecimento de uma Aliança Global para a Produção Local e Regional e Inovação e Acesso Equitativo, reunindo uma rede de atores-chave, incluindo países, academia, setor privado e organizações internacionais, para pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, medicamentos, diagnósticos e suprimentos estratégicos para combater doenças com fortes determinantes sociais e que afetam principalmente populações vulneráveis. Para mais informações sobre o Grupo de Trabalho em Saúde do G20, consulte o site do G20. Sobre o Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias O Conselho foi estabelecido pelo UNAIDS em 2023 e é composto por especialistas da academia, governo, sociedade civil e atores de desenvolvimento internacional comprometidos em implementar soluções baseadas em evidências para abordar as desigualdades que alimentam a AIDS e outras pandemias. É presidido pelo Laureado Nobel Professor Joseph Stiglitz, pela Ex-Primeira Dama da Namíbia Monica Geingos e pelo Professor Sir Michael Marmot, que presidiu a Comissão sobre os Determinantes Sociais da Saúde. Saiba mais em inequalitycouncil.org. UNAIDS O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) lidera e inspira o mundo a alcançar a visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à AIDS. O UNAIDS une os esforços de 11 organizações da ONU — ACNUR, UNICEF, PMA, PNUD, UNFPA, UNODC, ONU Mulheres, OIT, UNESCO, OMS e o Banco Mundial — e trabalha em estreita colaboração com parcerias globais e nacionais para acabar com a epidemia de AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Saiba mais em unaids.org e conecte-se conosco no Facebook, X (Antigo Twitter), Instagram e YouTube.
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29 outubro 2024
Compromisso com a saúde indígena: Formação organizada pelo UNFPA e Sesai reúne os 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas
O Fundo de População da ONU (UNFPA Brasil) tem um compromisso com a saúde indígena. Com o objetivo de ampliar o acesso à saúde sexual e reprodutiva dos povos originários, o UNFPA, em parceria com a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), realizou a 1ª Oficina de Vigilância e Promoção dos Direitos Sexuais e Reprodutivos na Saúde Indígena.O evento, realizado entre 15 e 17 de outubro, contou com o apoio do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) e reuniu representantes dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs).Ao longo de três dias, os participantes compartilharam experiências, discutiram a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos e participaram de uma qualificação em dados para a vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e para a vigilância da saúde das mulheres e saúde materna, utilizando o Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena e outros sistemas.“A realização deste encontro é fruto de um esforço conjunto, que envolve uma logística complexa para receber profissionais dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas. Foi uma oportunidade histórica, com conteúdos de altíssima qualidade. Ao retornarem aos territórios, os participantes colocarão em prática o aprendizado, multiplicando ações e fortalecendo redes locais.” - Júnia Quiroga, representante auxiliar do UNFPA Brasil Saúde sexual e reprodutiva: prioridade para as populações indígenasA promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das populações indígenas, que inclui planejamento familiar, prevenção de IST e oferta de métodos contraceptivos adequados às tradições culturais, deve ser prioridade na agenda pública da saúde.“A saúde sempre foi um gargalo dentro dos nossos territórios. E a parceria que nós temos com o UNFPA é essencial para a qualificação dessas e desses profissionais de saúde, incluindo a área de vigilância de IST.” - Putira Sacuena, biomédica e diretora do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena da SESAI A oficina foi uma das diversas ações realizadas pelo UNFPA Brasil para o avanço dos direitos sexuais e reprodutivos entre toda população, especialmente os povos indígenas. Práticas convencionais e sabedorias ancestrais: um rumo interculturalOs desafios continuam demandando empenho no acesso à saúde, diante das barreiras geográficas, e na formação contínua dos profissionais de saúde para a garantia de um atendimento digno e culturalmente apropriado às mais de 300 etnias indígenas existentes no país.“Este encontro fortalece a rede de profissionais e gera uma integração positiva que poderá impactar diretamente nos territórios”, afirma a oficial de programa para Saúde Sexual e Reprodutiva e Direitos no UNFPA Brasil, Anna Cunha.“Nosso compromisso é continuar enfrentando as iniquidades em saúde que afetam as populações indígenas. E faremos isso a partir de diretrizes nacionais e soluções locais, que respeitem a interculturalidade e as dinâmicas sociais das comunidades.”Como próximos passos, o UNFPA continuará atuando em parceria com a SESAI e o UNAIDS para consolidar avanços no registro de dados de vigilância de IST, vigilância da saúde das mulheres, saúde materna, violência sexual e promoção da saúde sexual e reprodutiva, de modo geral. O foco permanece no desenvolvimento de ações que ofertem uma atenção à saúde de qualidade e que valorize as tecnologias de saúde desenvolvidas nos territórios, em diálogo com as práticas convencionais de saúde e medicina, para uma abordagem acessível e culturalmente respeitosa. Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página do UNFPA Brasil: https://brazil.unfpa.org/pt-br
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28 outubro 2024
ONU-Habitat apoia Governo de Alagoas no fortalecimento da segurança alimentar do estado
Outubro marca o início de uma nova ação da parceria entre o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e o Governo de Alagoas: a Análise Temática do programa Alagoas sem Fome (PASF). Realizada no âmbito da iniciativa Visão Alagoas 2030, ela é uma ferramenta do Observatório de Políticas Públicas de Alagoas. Seu objetivo é sistematizar e avaliar as ações do programa, que busca combater a insegurança alimentar no estado de forma alinhada às agendas globais de desenvolvimento, como a Agenda 2030 e a Nova Agenda Urbana.O conteúdo será construído a partir de entrevistas e oficinas colaborativas com profissionais da gestão pública e demais instituições envolvidas diretamente no tema da segurança alimentar. Além disso, o ONU-Habitat vai contribuir com o mapeamento de boas práticas nacionais e internacionais de combate à insegurança alimentar, apresentando recomendações para fortalecer ações locais. Esse processo participativo busca garantir que a análise contemple diversas perspectivas, desde gestores públicos até a sociedade civil. O resultado da análise temática vai oferecer um conjunto de recomendações baseadas nas quatro dimensões da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) – disponibilidade, acesso, utilização e estabilidade – orientando a continuidade e a ampliação das políticas públicas do programa Alagoas sem Fome. Essas recomendações serão essenciais para promover uma maior integração entre o combate à insegurança alimentar e o desenvolvimento urbano sustentável no estado, assegurando que ninguém e nenhum lugar fique para trás.“A parceria entre o estado de Alagoas e o ONU-Habitat é essencial para implementar soluções integradas que combatam a insegurança alimentar, promovendo inclusão social e desenvolvimento urbano sustentável. Por meio dessa colaboração, serão apresentadas iniciativas que visam ampliar o acesso a alimentos nutritivos em comunidades vulneráveis, reduzindo desigualdades e melhorando a qualidade de vida da população alagoana”, destacou a Assessora do Núcleo Gestor do PASF, Juliana Rodrigues Amorim.Início do trabalho – Entre os dias 8 e 9 de outubro, as equipes visitaram iniciativas do programa estadual e se reuniram para discutir os próximos passos. Além disso, o ONU-Habitat realizou uma Oficina Colaborativa com representantes de dez secretarias estaduais e órgãos públicos, além da academia, para fortalecer o diálogo intersetorial. Na ocasião, participantes debateram as potencialidades e desafios na implementação de políticas para a segurança alimentar no estado.“As equipes realizaram uma série de visitas a equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional em Maceió, como o Restaurante Popular do Rei Pelé, a Horta Comunitária do Pinheiro e a Instituição Casa dos Amarelinhos. Essas visitas foram essenciais para aprofundar a compreensão sobre a implementação das ações do PASF e observar de perto como essas iniciativas estão beneficiando diretamente a população. O contato direto com esses espaços fortalece nosso compromisso em aprimorar as políticas de segurança alimentar no estado”, compartilhou a Analista de Programas do ONU-Habitat, Gabriela Amado. Análise Temática - Partindo dos dados do Observatório de Políticas Públicas de Alagoas, a ferramenta mapeia boas práticas e traz um conjunto de evidências para apoiar desde a implementação, processos de monitoramento e avaliação até a tomada de decisão. A partir das recomendações, o objetivo é engajar o poder público na apropriação dos dados e informações, de modo que respondam às necessidades identificadas, incorporando-as na formulação de políticas públicas baseadas em evidências. Em 2022, o Visão Alagoas 2030 desenvolveu a Análise Temática para a política estadual de primeira infância no estado, disponível no site da iniciativa. Ao longo da terceira fase, serão elaboradas análises temáticas sobre outros temas trabalhados pela parceria. Contato para imprensa: Thayane Massopust (thayane.massopust@un.org)
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28 outubro 2024
UNFPA e Embaixada Britânica lançam edital para fortalecer organizações da sociedade civil
O Fundo de População das Nações Unidas no Brasil, em parceria com a Embaixada Britânica, lançou, em 18 de outubro, o quarto edital "Nas Trilhas de Cairo" com o objetivo de fortalecer institucionalmente organizações da sociedade civil que atuam no Brasil. O edital busca apoiar organizações da sociedade civil que desempenham um papel fundamental na prevenção, combate e mitigação do impacto do tráfico de pessoas e da exploração sexual, além de promover a igualdade de gênero e os direitos humanos.As organizações das sociedade civil participantes deste edital devem ser sediadas e registradas em um dos estados da Amazônia Legal Brasileira, sendo eles: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, ou nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco.As organizações elegíveis devem atuar em uma ou mais áreas do mandato do UNFPA, seja no contexto de desenvolvimento ou de ação humanitária, como:Saúde sexual e reprodutiva.População e desenvolvimento com foco na produção e uso de dados e informações.Comunicação para defesa dos direitos humanos.Juventudes.Gênero.Raça e etnia.Intercâmbio de experiências com organizações de outros países em desenvolvimento. Meio ambiente com enfoque em gênero, raça e juventudes. Prevenção e combate à violência baseada no gênero.Inscrições devem ser feitas através de formulário on-line (https://forms.gle/on2BdMGgq7wCdB296) até o dia 4 de novembro de 2024. Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página do UNFPA no Brasil: https://brazil.unfpa.org/pt-br
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25 outubro 2024
No âmbito do G20, especialistas internacionais se reúnem no Brasil para discutir a perda e o desperdício de alimentos
O Workshop “Prevenção de Perdas e Desperdício de Alimentos”, realizado entre os dias 22 e 24 de outubro de 2024, na sede da Embrapa, em Brasília, reúne especialistas de toda a América Latina e Caribe para discutir soluções inovadoras e práticas colaborativas na redução de desperdício de alimentos. O evento, que contou com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e diversos parceiros, faz parte da iniciativa do G20 (MACS-G20) para trabalhar agricultura e nutrição.Ao longo da programação, cerca de 150 representantes de governos, sociedade civil, organizações internacionais, academia e de empresas da área de tecnologia e alimentação apresentaram experiências práticas realizadas em diferentes países da região para reduzir o desperdício. Planos e estratégias nacionais, mutirões em centros de abastecimento, estudos estatísticos, campanhas de comunicação, aplicativos inovadores entre outras iniciativas foram compartilhadas.Para a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, o Brasil, como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, deve assumir papel de liderança no combate ao desperdício:“A Embrapa tem dedicado investimentos em tecnologias que contribuam para mitigar essas perdas. Temos trabalhado com inovações, revestimentos biodegradáveis para a conservação de frutas, embalagens anatômicas que prolongam a vida útil de produtos e a tecnologia SpectFit, que permite análises não destrutivas da qualidade dos alimentos através da ressonância magnética nuclear”.Em 2022, estima-se que mais de um bilhão de toneladas de alimentos tenham sido desperdiçados no mundo, sendo 60% desse total oriundo dos domicílios. O desperdício não apenas agrava a insegurança alimentar, que já atinge 733 milhões de pessoas, mas também contribui para cerca de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, principalmente por meio da liberação de metano, um gás com impacto direto no aquecimento global. O representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, ressaltou a necessidade de tornar o desperdício de alimentos um custo significativo. Citando o exemplo da Coreia do Sul, que recicla 97% dos resíduos alimentares, lembrou que políticas públicas rigorosas podem transformar esse manejo. Meza também enfatizou a importância de reestruturar os sistemas agroalimentares globais para responder de maneira mais eficaz a esses desafios:“Se nós investirmos nos temas agroalimentares como esses níveis de perda de desperdícios, também estaremos perdendo”.A coordenadora regional de transformações econômicas e financeiras e ponto focal regional para sistemas alimentares do PNUMA, Beatriz Martins Carneiro, celebrou a disseminação de iniciativas regionais que contribuem para a construção de um ecossistema de combate às perdas e ao desperdício. No entanto, ela apontou que ainda existem barreiras para acelerar os avanços, como a coleta de dados confiáveis:“A nossa região carece de dados sobre o desperdício de alimentos. Dos 10 países com estimativas, apenas a Jamaica tem dados de alta confiança. Precisamos de estudos nacionais mais representativos”.Do lado governamental, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social, Osmar de Almeida Jr, reforçou que a eliminação das perdas de alimentos é uma prioridade nas políticas públicas do Brasil: “Para atingir a erradicação da fome e da pobreza e a instituição de um sistema de segurança alimentar e nutricional, é necessário que sejamos vitoriosos nessa batalha de combate à perda e ao desperdício de alimentos”.Por sua vez, o diretor no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Eduardo dos Santos, destacou a conexão entre a política de redução de desperdício e a economia circular, mencionando a produção de fertilizantes a partir de resíduos alimentares como um exemplo de como o Brasil busca integrar sustentabilidade ao seu planejamento setorial de mitigação de resíduos:“O combate ao desperdício de alimentos gera diversas externalidades, como o combate à fome e oportunidades para o setor de alimentos. É ganha-ganha: um ganho ambiental e social”.Resultados esperados Realizado no âmbito do MACS-G20, o Workshop foi organizado pelo Instituto Thünen da Alemanha, a Embrapa, a FAO, o PNUMA, o Ministério do Desenvolvimento Social do Brasil, a Aliança Global de Pesquisa (GRA), o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, com o apoio de várias organizações parceiras.Espera-se que a oficina resulte na identificação de novas práticas promissoras, fortalecimento das redes de colaboração e desenvolvimento de recomendações concretas para formuladores de políticas. As instituições organizadoras estão comprometidas em garantir que as discussões se traduzam em ações tangíveis, que levem à redução efetiva das perdas e desperdício de alimentos.Para a responsável pela área de Sistema Agroalimentar Sustentável na FAO Argentina, Elizabeth Kleiman, foi perceptível o aumento da colaboração regional desde o primeiro encontro, realizado em 2018 em Buenos Aires: “A troca de experiências faz com que se encontre muitas similitudes entre os países da região, gerando resultados positivos”. Para saber mais, visite a página da FAO no Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/
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