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ONU-Habitat capacita gestão pública de Alagoas com curso sobre ODS e Políticas Públicas
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Cúpula do Futuro: Oportunidade única para reformar a cooperação global e enfrentar novas e urgentes ameaças
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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21 agosto 2023
Campanha pela #AmbiçãoClimática
A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.
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24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
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Notícias
09 setembro 2024
Jovens cariocas antecipam debate da Cúpula do Futuro
O Cônsul-Geral da Alemanha no Rio de Janeiro, Jan Freigang, abriu o evento destacando o papel da Alemanha na preparação à Cúpula do Futuro. A Alemanha, juntamente com a Namíbia, liderou o processo de negociação do "Pacto para o Futuro", que deve ser adotado pelos Estados-membro ao final da Cúpula. “Quanto à Alemanha, não queremos ser uma potência do 'status quo'. Queremos desenvolver ainda mais a ordem internacional – ouvindo atentamente as preocupações dos nossos parceiros, como o Brasil, país com o qual compartilhamos, junto com o Japão e a Índia, uma visão de reforma do Conselho de Segurança para torná-lo mais representativo, inclusivo, transparente e eficiente.”O diretor interino do UNIC Rio, Diêgo Lôbo, destacou o papel da Cúpula do Futuro na busca de acordos pela renovação do sistema multilateral de cooperação. “Apesar dos enormes avanços, temos enfrentado grandes dificuldades. As divisões políticas, os conflitos, e em grande parte também, porque as estruturas internacionais responsáveis por entregar esses objetivos, tudo isso foi criado no século passado. Elas foram criadas em um outro momento histórico, e não têm hoje se mostrado efetivas para enfrentar os desafios atuais.”Ele mencionou que a Cúpula do Futuro representa uma oportunidade para discutir novas governanças e acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Qual o papel da juventude para o futuro? O debate principal do evento foi dividido em três eixos e feito a partir das perspectivas e experiências de três jovens, e contou com moderação de Marcele Oliveira, do PerifaLab. A estudante de Ciências Sociais da UFRJ, Ana Clara Reis, representando o Solar Meninos de Luz, trouxe uma reflexão sobre os desafios e oportunidades no acesso à educação, especialmente em regiões periféricas. “Estudar é uma chave para transformar a vida, mas o suporte emocional e uma educação inclusiva são essenciais para impulsionar novas oportunidades para a juventude”.A segunda painelista, Ranna Cortes, de apenas 15 anos, do Instituto Bola Pra Frente, falou sobre a relação entre o empoderamento feminino e a inclusão no esporte. “O esporte, especialmente nas Olimpíadas, tem dado maior visibilidade às mulheres, e estes momentos de destaque podem inspirar futuras gerações. No entanto, a desigualdade de gênero ainda persiste, e o empoderamento deve ser uma pauta mais presente na sociedade, tanto em espaços educacionais quanto comunitários”.Já a bióloga Thaynara Fernandes, que é Jovem Negociadora pelo Clima pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro e co-fundadora do Coletivo Simbiose, destacou o engajamento da juventude, especialmente das comunidades periféricas, que sofrem desproporcionalmente com os impactos climáticos. “Ao focar em meio ambiente em minha graduação, eu me perguntava: eu estou estudando para quê? Onde que eu vou impactar com esses meus estudos? Eu tentava explicar para os meus pais ou para os meus vizinhos que são de favela, que é onde eu moro, sobre a importância do que eu fazia, mas eu via que as pessoas não entendiam muito bem. Mas quem não teve sua casa ou cheia de goteira ou que enchia durante as chuvas? Então a gente sabe falar sobre clima. Mas a gente precisa saber quais são os espaços de tomada de decisão que a gente tem que estar”, concluiu. O evento também celebrou a cultura e a expressão artística, com a participação do Slam das Minas com performances que abordaram questões de ancestralidade, identidade e resistência. A Cúpula do FuturoA proposta de realização de uma Cúpula do Futuro teve origem no relatório “A Nossa Agenda Comum”, uma resposta do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a um pedido dos Estados-membros por ideias sobre a melhor forma de responder aos desafios atuais e futuros.A Cúpula do Futuro reunirá líderes dos 193 Estados-membros da ONU para estabelecer um novo consenso internacional sobre a forma de melhorar o presente e de salvaguardar o futuro da humanidade na Terra.O objetivo é resgatar a confiança e a solidariedade em todos os níveis - entre países, pessoas e gerações, e demonstrar que a cooperação internacional e o multilateralismo são as melhores ferramentas para enfrentar os múltiplos desafios da atualidade. Ao final da Cúpula, espera-se que as lideranças políticas adotem o ambicioso Pacto para o Futuro.Saiba mais:Clique aqui para mais informações sobre a Cúpula do FuturoAcesse aqui as fotos do eventoAssista aos vídeos sobre o evento no canal da ONU Brasil no YouTube
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Notícias
22 julho 2024
ONU Brasil publica Princípios Globais para a Integridade da Informação em português
"A disseminação de ódio e mentiras on-line está causando graves danos ao nosso mundo. A desinformação e o discurso de ódio estão alimentando o preconceito e a violência, exaltando divisões e conflitos, demonizando minorias e comprometendo a integridade das eleições." - António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, 24 de junho de 2024Os Princípios Globais para a Integridade da Informação clamam por uma ação urgente destinada a reduzir os danos causados pela propagação da desinformação e do discurso de ódio. As recomendações contidas no documento buscam promover espaços de informação mais saudáveis e seguros que defendam os direitos humanos, sociedades pacíficas e um futuro sustentável.No lançamento dos Princípios Globais, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo urgente aos governos, às empresas de tecnologia, aos anunciantes e ao setor de relações públicas que assumam a responsabilidade pela disseminação e monetização de conteúdo que resultam em danos.Os Princípios são o resultado de amplas consultas com os Estados-membros, o setor privado, lideranças jovens, mídia, academia e sociedade civil.Os Princípios abordam também os riscos impostos pelo avanço da Inteligência Artificial (IA).Acesse o documento em português na página da ONU Brasil. HistóricoOs Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação foram lançados um ano após a publicação do Informe do secretário-geral sobre Integridade da Informação em Plataformas Digitais, que também está disponível em português na página da ONU Brasil. Eles resultam de uma proposta da Nossa Agenda Comum, o relatório do secretário-geral de 2021 que delineia uma visão para a futura cooperação global e ação multilateral. Os Princípios fornecem um recurso para os Estados-membros antes da Cúpula do Futuro, em setembro.Contato para imprensa: Diêgo Lôbo, UNIC Rio: contato@onu.org.br
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Notícias
16 agosto 2024
O Brasil deve desmantelar o racismo sistêmico persistente, diz Relatora Especial da ONU
O Brasil precisa desmantelar o racismo sistêmico persistente, disse hoje a Relatora Especial sobre formas contemporâneas de racismo, Ashwini K.P., solicitando ações ousadas e transformadoras para enfrentar a questão.“Pessoas afrodescendentes, povos Indígenas, comunidades Quilombolas, pessoas Romani e outros grupos étnicos e raciais marginalizados no Brasil continuam vivenciando manifestações multifacetadas, profundamente interconectadas e difundidas de racismo sistêmico, como legados do colonialismo e escravização”, disse a Relatora Especial em sua declaração após uma visita de 12 dias ao país.Ela disse que o racismo sistêmico tem perdurado desde a formação do Estado brasileiro, apesar dos esforços contínuos e corajosos de incidência de grupos étnicos e raciais marginalizados. A especialista da ONU cumprimentou o Brasil por reconhecer a discriminação racial como um fenômeno sistêmico e por adotar políticas e leis robustas para prevenção.“Apesar de tais esforços, as vidas das pessoas afrodescendentes, Indígenas, Quilombolas e Romanis são frequentemente marcadas, em muitos casos de forma irreparável, pela violência racializada endêmica e pela exclusão”, disse a especialista. “Isso toma várias formas, inclusive incessantes violações de direitos dos Povos Indígenas e Quilombolas à terra e ao território, profunda exclusão social, econômica, cultural e política, racismo ambiental, encarceramento em massa em condições desumanas e a brutalidade policial racializada”, disse a Sra. Ashwini K.P.“A gravidade da situação demanda urgência máxima. Ações ousadas e transformadoras para desmantelar o racismo sistêmico não podem esperar”. A especialista observou que o ritmo das mudanças não corresponde à urgência da situação dos grupos raciais e étnicos marginalizados no Brasil. Ela apontou lacunas significativas na implementação e alcance das leis e políticas, e disse que o progresso em questões chave de justiça racial tem sido lento.“Pessoas de grupos raciais e étnicos marginalizados já esperaram tempo demais por justiça e igualdade. Vidas dependem de ações mais ousadas e imediatas”.A Relatora Especial insistiu que o Governo do Brasil reconheça, enfrente e repare causas-raízes, fatores históricos e desequilíbrios geográficos no combate ao racismo e às estruturas de poder subjacentes das formas contemporâneas de racismo sistêmico, usando uma abordagem de justiça reparatória. Ela também insistiu que o Brasil dedicasse significativamente mais recursos para esforços de combate à discriminação racial, para acelerar o ritmo de mudança.A Relatora Especial apresentará um relatório sobre sua visita, incluindo observações e recomendações, para o Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho de 2025. Para saber mais, leia o comunicado completo da ONU Direitos Humanos em português e inglês: https://www.ohchr.org/sites/default/files/documents/issues/racism/sr/statements/20240816-eom-stm-brazil-sr-racism.pdf Sobre a Relatoria Especial:A Sra. Ashwini K.P. (Índia) foi nomeada pelo Conselho como a 6ª Relatora Especial sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata em outubro de 2022. Ela assumiu suas funções em 1º de novembro de 2022.As Relatorias Especiais fazem parte do que é conhecido como Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Procedimentos Especiais, o maior corpo de especialistas independentes do sistema de Direitos Humanos da ONU, é o nome geral dos mecanismos independentes de apuração de fatos e monitoramento do Conselho que abordam situações específicas de países ou questões temáticas em todas as partes do mundo. Os especialistas em Procedimentos Especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem salário por seu trabalho. Eles são independentes de qualquer governo ou organização e atuam em sua capacidade individual.Para consultas gerais hrc-sr-racism@un.org, e solicitações de mídia, entre em contato com contato@onu.org.br. Para consultas à mídia relacionadas a outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org)Acompanhe as notícias relacionadas aos especialistas independentes em direitos humanos da ONU no Twitter: @UN_SPExperts.
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História
16 setembro 2024
"Amar também é vacinar"
É no olhar atencioso e nos gestos de carinho que se nota o amor de Renilson Correa e de Stephanie Damasceno pela filha Zoé Damasceno, de três anos. Mas ele também está presente em um ato simples e cotidiano incentivado pelo casal: a vacinação. E os dois não estão sozinhos na missão de proteger Zoé contra doenças evitáveis. Do posto de saúde à escola, uma verdadeira rede de cuidado intersetorial está em ação no município de Benevides, no Pará, para garantir que todos as meninas e meninos, como ela, estejam imunizados e protegidos.A atuação dessa rede fica mais clara quando há um atraso no esquema vacinal. Mesmo sabendo da importância de vacinar a pequena Zoé, dificuldades de conciliar o trabalho de ambos – Stephanie, a mãe, é professora de educação física, enquanto o pai, Renilson, atua como tecnólogo de manutenção industrial - não permitiram ao casal completar o esquema vacinal da menina contra a COVID-19. “Faltava a última dose, mas todas as vezes [que íamos ao posto] ou ela adoecia, ou tinha uma questão de horário... E aí não conseguíamos levar no posto de saúde”, explica Stephanie. “Foi só quando a equipe de saúde veio na escola que a gente conseguiu vacinar."Observando a necessidade de Zoé e de outras crianças da escola que estavam sem vacinação ou com doses em atraso, a equipe do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Florescer decidiu atuar. A escola promoveu um mutirão de imunização em parceria com a unidade de saúde mais próxima, localizada no mesmo bairro, a apenas algumas centenas de metros do CMEI.E a pequena Zoé pôde ser vacinada – e ficar mais protegida. “É muito importante essa conexão entre a casa e a escola no controle vacinal da criança. Assim ela pode ter uma imunidade boa e resistente a essas doenças que aparecem com cada vez mais frequência”, opina o pai, Renilson. A mãe concorda: “O bom é que trazendo para a escola a gente consegue controlar mais, porque eles ficam olhando a caderneta de vacinação, e a gente fica ainda mais de olho.” Atuação em conjunto para vacinarPara a gestora escolar do CMEI Florescer, Maria Aparecida Seabra, a escola é um local essencial não só para o aprendizado, mas também para atuar pelo bem-estar de meninas e meninos. Maria Aparecida explica: “O desenvolvimento da criança não é só o psicológico ou pedagógico, mas também o de saúde. Até porque, se a criança não estiver bem, ela não vai conseguir realizar as atividades aqui na escola, aprender." Além da atuação em prol da imunização, outras atividades para incentivar a saúde são realizadas cotidianamente no CMEI Florescer. Alguns exemplos são ações de lavagem de mãos, de cuidados dentários e até de combate à dengue.Bruna Lima, enfermeira no município, é uma das profissionais que frequenta o CMEI Florescer para ações de promoção da saúde - inclusive para o mutirão de vacinação. “[Trabalhando juntos], a gente consegue fazer essa busca ativa de todas as crianças que estão precisando das vacinas. Como elas estão na escola, conseguimos fazer essa avaliação e, então, garantir que elas tomem a vacina. E ainda avisamos aos colegas de outras unidades de saúde que essas crianças foram vacinadas – assim o fluxo caminha não só em nosso posto de saúde, como nos outros”, explica ela.A atuação conjunta entre diferentes áreas para garantir a vacinação é uma das bases da Busca Ativa Vacinal, estratégia do UNICEF que apoia municípios a identificarem, monitorarem e promoverem a vacinação de meninas e meninos não-vacinados ou com doses em atraso. Esta estratégia é implementada junto a municípios como Benevides, que fazem parte do Selo UNICEF, iniciativa de promoção de direitos de crianças e adolescentes em cidades do Norte e do Nordeste do País.“Amar também é vacinar”Até a pequena Zoé entende a importância de estar vacinada e protegida. “Ela já não tem medo de ir tomar vacina, porque a gente explica para ela que faz bem para a saúde. E ela sempre entende muito rápido”, diz Renilson. As visitas frequentes da família às unidades de saúde para garantir as vacinas já até contagiaram a menina, que já sabe o que quer ser quando crescer: médica. Ou mecânica. Ou professora de educação física. Nas palavras da mãe, garantir que a filha esteja vacinada ajuda até nisso: “Amar também é vacinar. Nossa batalha no dia a dia é para oferecer sempre o melhor para ela, para que ela cresça saudável e possa fazer as escolhas dela no futuro."E a pequena Zoé, comunicativa, concorda. “A vacina é para Zoé ficar como?”, pergunta a mãe. A menina responde, de pronto: “para ficar saudável”, e poder brincar das brincadeiras favoritas, como balão, carrinho e o que mais a imaginação permitir até este futuro chegar. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF sobre vacinas: https://www.unicef.org/brazil/vacinas-perguntas-e-respostas
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História
05 setembro 2024
Mulheres indígenas no Brasil e no Paraguai desafiam a desigualdade
As mulheres indígenas que vivem no Brasil e no Paraguai têm a desigualdade como elemento comum em suas vidas. No Paraguai, uma adolescente indígena de 10 a 19 anos enfrenta 4,7 vezes mais risco de morrer durante a gravidez, o parto ou o puerpério do que uma adolescente não indígena; enquanto no Brasil, uma adolescente indígena tem 2 vezes mais chances de morrer durante a gravidez, o parto ou o puerpério do que uma adolescente não indígena.5 de setembro, data que se celebra o Dia Internacional da Mulher Indígena, é uma oportunidade de conhecer a luta de quatro mulheres dos povos desses dois países, que lutam para mudar essa realidade e que nos inspiram com seu exemplo, quebrando padrões e reescrevendo papéis de gênero. “As mães indígenas cuidam de forma diferente das mães brancas: nós cuidamos em uma rede”, diz Beatriz Emilio, destacando o trabalho cultural das mulheres em sua comunidade.No sul do Brasil, a terra indígena de Guarita concentra o maior número de indígenas Kaingang do estado: 7.800 em relação aos 30.000 de todo o estado. Beatriz lidera o grupo GT Guarita pela Vida, um espaço que busca proteger e promover os direitos das mulheres e meninas da comunidade. “Precisamos de momentos para falar sobre o parto, se as mulheres querem ter mais filhos ou não”, diz Beatriz, já que de todos os nascimentos registrados de mulheres indígenas em 2022, 27,3% foram de meninas e adolescentes de 10 a 19 anos. Liliana Picanerai é do povo Ayorea e trabalha como promotora de saúde na comunidade de Ebetogué, no Chaco paraguaio.“Aqui as pessoas elegem a promotora de saúde indígena e no início foi muito difícil porque eu não podia estudar, pois tive meu filho aos 14 anos”, destaca Liliana, como muitas adolescentes de sua comunidade que não sabem como planejar a gravidez e desconhecem os métodos contraceptivos modernos.O compromisso de Liliana com o bem-estar do povo de Ebetogué é a contrapartida à sua limitação de não saber ler e escrever. Com um grande sorriso, ela diz que se sente honrada por fazer esse trabalho, sua força motriz, e que ele tem sido fundamental para seu fortalecimento dentro da comunidade. Em Manaus, capital do estado do Amazonas, no Brasil, o Coletivo Miriã Mahsã foi criado em 2021 para atender e ampliar as demandas de sexualidade, saúde, diversidade e identidade da população indígena LGBTQIA+. Thaís Desana, assistente social e uma das fundadoras do Miriã Mahsã, conta que o coletivo está trabalhando para exigir direitos, cuja garantia ainda está pendente. “Jovens estão tendo um papel de protagonismo nessa luta. Estamos conquistando espaços que nos eram negados, reafirmando nossa identidade. Isso é importante porque outras pessoas nos veem aqui e se inspiram, sabendo que, sejam elas indígenas, LGBTQIAPN+ ou negras, podem conquistar o espaço que quiserem, por mais que haja violência e preconceito contra esses corpos”, explica Thaís. Desde que nos lembramos, o povo Sanapaná tem sido liderado por homens. Isso mudou em 2008, quando María Jacinta Pereira Hicret foi nomeada cacica da comunidade indígena Redención, a mais de 400 quilômetros da capital do Paraguai.Quando participou pela primeira vez de uma reunião nacional de líderes indígenas, ela era a única mulher. “Sou uma pessoa muito ousada”, uma qualidade que lhe rendeu a liderança de sua comunidade, que é composta por sete povos diferentes. Muitos direitos das mulheres indígenas ainda não estão garantidos, “somos agredidas, violentadas, discriminadas e criticadas de forma preconceituosa. Acima de tudo, não nos é garantida a prevenção e a proteção contra a violência”, diz María Jacinta, que está trabalhando para mudar essa situação. Por todas essas razões, “o UNFPA trabalha com os governos para promover investimentos em serviços e informações que permitam às meninas e mulheres indígenas tomar decisões informadas sobre seus corpos”, diz Florbela Fernandes, representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil e diretora de país para o Paraguai e o Uruguai.Em ambos os países, promovemos ações para o empoderamento das mulheres indígenas. No Paraguai, a agência faz parte da iniciativa Abriendo caminos, uma plataforma promovida pelo Ministério da Mulher, juntamente com outros atores, para elevar as vozes das mulheres indígenas. Da mesma forma, no Brasil, trabalhamos em parceria com o Ministério da Saúde para fortalecer os Distritos de Saúde Indígenas e empoderar as mulheres indígenas refugiadas e migrantes da Venezuela para enfrentar a violência baseada em gênero, aumentar a resiliência da comunidade e apoiar o acesso aos serviços de saúde e à rede de proteção em Roraima e no Amazonas.Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes!
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História
05 setembro 2024
Um novo amanhecer
É de manhã bem cedo que Rodrigo de Souza levanta da rede onde dorme. O sol ainda está nascendo e o adolescente, de 15 anos, começa a se arrumar para ir ao trabalho. Um gole de café preparado pela mãe e 20 km depois, ele, que vive na zona rural do município de São Miguel do Tapuio, no interior do Piauí, chega à loja de departamento em que atua como jovem aprendiz.O programa de aprendizagem em São Miguel do Tapuio é lei desde 2022. Por meio dele, adolescentes e jovens de 14 a 24 anos têm acesso ao mundo do trabalho decente, enquanto se mantêm frequentando a escola até a conclusão do Ensino Médio. O município faz parte do Selo UNICEF desde 2007 e garantir oportunidades de trabalho decente para adolescentes e jovens é uma das metas da iniciativa.“O dia em que eu soube que tinha passado na vaga eu fiquei bem feliz porque essa é uma experiência grande. Na loja, o meu serviço é colocar coisas no sistema, fazer os cartazes com os preços, etc.”, conta Rodrigo.O adolescente mora com a mãe, Luziene de Souza, com o pai e com o irmão de 17 anos. A família tira o sustento do plantio de milho e feijão no solo arenoso nos arredores da casa onde vive, além do auxílio de R$ 350 recebido do governo. A bolsa que Rodrigo ganha como jovem aprendiz já possibilitou que ele comprasse um celular e uma bota nova e tem ajudado a complementar a renda da família, principalmente para alimentação. “Com o dinheiro que o Rodrigo me dá, eu compro sempre alguma besteirinha para eles comerem. Besteirinhas é maçã, é uva, rapadura. Rodrigo gosta muito de rapadura”, explica dona Luziene.Depois de cumprido o período de trabalho no armazém, Rodrigo é sempre recebido pela mãe com o almoço pronto. Feijão com farinha e carne assada estão entre os pratos favoritos. Adolescente que é, ele passa as tardes fazendo o que mais gosta: assistindo a vídeos de vaqueiros e montando a cavalo. Mas a rotina diária de Rodrigo não acaba aqui. O dia dele é longo. O sol está quase se pondo quando ele vai para a escola. São mais 30 km para chegar à unidade escolar em que frequenta o primeiro ano do ensino médio. De lá, só retorna depois das 22h. No outro dia, vive tudo novamente, sem desistir da oportunidade de trabalhar como jovem aprendiz e muito menos do direito de aprender.“Eu falo para ele não desistir, porque eu mesma tenho inveja, eu não vou mentir. Se tem uma coisa que eu tenho inveja é de a pessoa saber ler e eu não saber. Aí eu digo: ‘meu filho, eu não sei de nada, nem o meu nome, eu boto mal o nome. Não desiste da escola não’”, pede dona Luziene. “Sem o estudo a pessoa não tem nada, né? Tem que estudar para ser alguma coisa na vida”, completa Rodrigo.Para implementar o Selo UNICEF na região Nordeste do País, o UNICEF conta com as parcerias estratégicas de B3 Social, Grupo Profarma, Instituto Claro, Itaú Social e RD Saúde. Descubra mais sobre a história do Rodrigo: Para saber mais siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do Selo UNICEF: https://www.selounicef.org.br/
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História
29 agosto 2024
Direito à cidade amplifica voz de jovens em grotas de Alagoas
Pelas ruas da Vila Emater II, grota no bairro de Jacarecica, em Maceió, muitos nomes levam até ele. "Menino da ONU", “Skalybul” e até "Nino”. Todos eles se referem à mesma pessoa: Antônio Givaldo.Antônio acabou de completar 18 anos. De frente ao espelho na parede do quarto, retocando a maquiagem, apresentou cada uma dessas identidades. Citá-las é também uma forma de reafirmar: a ele, não cabem uniformizações.Quando criança, Antônio desenhava com as cascas do sururu pescado por seu pai. Os desenhos eram expostos na parede do quarto transformado em galeria. Ali perto, um mirante emoldurava um cenário digno de artista. O mar azul-piscina da Praia de Jacarecica se funde ao céu azul-claro, dando vida às “joias tão caras” de Alagoas cantadas por Luiz Gonzaga.Os arredores do mirante, no entanto, evidenciam contradições. Antônio cresceu na Vila Emater II, uma grota – nome dado às favelas em Maceió, locais com os mais desafiadores Índices de Desenvolvimento Humano do Brasil. Assim como Antônio, é impossível uniformizá-las. Uma das particularidades da Vila Emater II é ter sido vizinha do antigo lixão da cidade por muitos anos.O pequeno artista ainda não enxergava a cisão entre orla e grota. As calçadas da praia vistas do mirante pareciam tão disponíveis quanto as ruelas da vila. Ele compartilha as lembranças das brincadeiras no lixão com afeto na voz e sorriso no rosto. Hoje, ele entende o lixão como símbolo dessas contradições. "Se você é membro de uma sociedade e não tem direitos, o que você é?" De forma natural, Antônio divide sua comunidade entre antes e depois de 2010, quando o lixão foi desativado e as primeiras ações culturais chegaram. "Nossa comunidade começou a ser vista. Chegou circo, bumba meu boi, coco de roda, o coral". O artista de casca de sururu encontrou espaço para se multiplicar e criar novas memórias sobre o território -- memórias afetivas, como antes, mas agora também de oportunidades. Por isso, Antônio entendia sobre direito à cidade antes de conhecer conceitos acadêmicos. Observar a transformação da comunidade por meio da cultura o despertou a buscar paisagens de Maceió nunca apresentadas a ele. "Quando você é um jovem periférico e passa a entender isso, muita coisa muda. A forma como você age no seu território muda."Ao longo dos anos, grota e orla se tornaram cidades diferentes para Antônio, assim como as experiências de juventude em cada uma delas. Nesse momento, Antônio se reconheceu um jovem periférico, negro e LGBTI+. Essas identidades se somaram aos seus nomes desenhando os caminhos do jovem pela cidade. Ele já era um multiartista atento à cidade onde vivia quando conheceu o Digaê. As oficinas realizadas pela iniciativa deram nome às inquietações: direito à cidade. O Digaê! – Juventudes, Comunicação e Cidade é resultado da parceria entre ONU-Habitat e Governo de Alagoas, com apoio do Instituto Pólis e Viração Educomunicação, e capacitou mais de 80 jovens das grotas de Maceió no tema, além de oferecer mentorias sobre linguagens de comunicação.O conceito se transformou em ferramenta. No início da adolescência, Antônio e Dona Terezinha mudaram de casa porque não havia escolas por perto. A lembrança denuncia uma vida sem o "direito à cidade" apresentado a ele. "Direito à cidade é tudo. É trabalho, escola, colocar comida na mesa. É o direito à vida." Ser jovem negro também ganhou outro significado. Antônio entendeu que existiam locais onde meninos como ele não circulavam sem receio da violência policial. "Vários jovens negros periféricos têm dificuldade de voltar pra casa à noite sem serem abordados por serem negros. Quando você conhece o direito à cidade, não permite isso".Hoje, o conceito guia os desejos de Antônio para a comunidade. "O que falta é o conhecimento e a oportunidade. Tem muito jovem que não sabe o que é direito à cidade, não consegue pensar no futuro". Nas oficinas do Digaê, Antônio pode se apropriar do chão que também era seu e reivindicar outras vivências. "Quando a oportunidade chega até você, você tem que agarrar, e foi isso o que eu fiz com o Digaê."As múltiplas faces de Antônio personificam uma característica fundamental das juventudes: é impossível tratá-las no singular. Múltiplas identidades reforçam diferentes necessidades. O Digaê! surgiu por reconhecer uma lacuna importante na participação das juventudes nos espaços de tomada de decisão. O impacto em Antônio exemplifica o objetivo da iniciativa: incentivar as juventudes das grotas a se apropriarem das histórias sobre os locais de onde elas vêm. A voz, elas já tinham; era preciso amplificá-la. A arte também virou ferramenta. As técnicas de comunicação aprendidas durante o Digaê! permitiram a criação de diversos materiais audiovisuais produzidos por mais de 80 jovens participantes. Antônio lembrou, encantado, da experiência de conhecer 32 grotas diferentes por meio das histórias de jovens, à primeira vista, muito similares a ele.Caminhar, registrar e debater a cidade eram parte dos exercícios de entender aquelas ruas não só pelas linhas do mapa, mas com as lentes da subjetividade de um território político. Antônio imprimiu essas experiências no documentário "Eu (r)existo: vivências LGBTQIA+ periféricas", realizado durante o programa. O filme traduz a simbiose entre a construção de identidades humanas e as identidades do território. Para além de quatro protagonistas jovens, há uma quinta participação essencial para o roteiro: a comunidade.Os olhos de Antônio brilharam com a experiência. Dona Terezinha costuma dizer que o interesse é a base de tudo, inclusive dos sonhos de um futuro. E Antônio viveu isso. "Eu conheci uma educomunicadora no projeto que fez Relações Públicas, e foi quando eu pesquisei sobre o curso e decidi: 'é isso o que eu vou fazer'. O Digaê me ajudou a encontrar meu curso na faculdade". Antônio sonhou um futuro que já se tornou realidade: em 2024, foi aprovado na Universidade Federal de Alagoas.Esse foi apenas um dos sonhos forjados pelo interesse de Antônio. Com um pincel de maquiagem na mão, ele apontou para algumas fotos que hoje substituem os desenhos em sua parede e confidenciou: "Ali são alguns projetos que eu participei. Esse ano, vem mais uns três pela frente. Vem muita coisa bacana, muito conhecimento, muita diversidade. É tão bom quando você consegue compartilhar conhecimento com tantas outras pessoas".Dona Terezinha criou Antônio para transformar interesse em sonho e sonho em futuro. Agora, Antônio sonha um futuro compartilhado. "A força das juventudes é a força da mudança. Quando a gente compartilha conhecimento, a gente muda o mundo. E eu acredito que o mundo vai mudar. Eu acredito".Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes e visite a página do Digaê: https://visaoalagoas2030.al.gov.br/projetos/capacidades-e-oportunidades/programa-digae
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História
19 agosto 2024
Do Afeganistão ao Brasil: resiliência e solidariedade em meio à emergência humanitária no RS
No Brasil há cerca de dois anos, o afegão Fatehullah Azizi jamais havia imaginado que faria do país tropical seu lar. Foi em 2021, quando, ao lado de seu irmão, deixou o Afeganistão rumo ao Paquistão que esse capítulo de sua vida começou a se desenhar. Os dois jovens permaneceram dez meses no país vizinho ao seu, onde solicitaram o visto humanitário ao governo brasileiro. “Em maio de 2022, nós recebemos a notícia positiva de que poderíamos vir residir no Brasil, e o país se tornou a nossa fonte de esperança”, conta Azizi. Os dois beneficiaram da Portaria Interministerial MJSP/MRE nº 24 adotada em setembro de 2021 pelo Governo Federal que estabeleceu a possibilidade de acolhida humanitária para cidadãos afegãos, apátridas e pessoas afetadas pela situação de grave ou iminente instabilidade institucional, de grave violação dos direitos humanos ou do direito internacional humanitário no Afeganistão. Desde então, assim como os irmãos Azizi, outras mais de 11.000 pessoas do Afeganistão entraram no Brasil. O desafio de embarcar para um novo país, cujo idioma e cultura até então eram desconhecidos não era pequeno, mas os dois irmãos chegaram impulsionados pela coragem de começar a vida novamente. “Eu cheguei em São Paulo no dia 30 de maio de 2022 já pensando em realizar meu sonho, que sempre foi o de trabalhar na área humanitária”, explica. “Já visitei muitos países e posso dizer: o Brasil é o que faz com que eu me sinta em casa. Os brasileiros têm um grande coração”, explica Azizi, emocionado. “Sou muito feliz de ter o Brasil como a minha segunda casa”. Hoje, o afegão possui visto de residência permanente e pretende seguir sua vida por aqui. Nos primeiros meses após sua chegada em solo brasileiro, Fatehullah Azizi se dedicou a conhecer o novo país. Na capital paulista, o afegão começou a estudar a língua portuguesa em cursos oferecidos por iniciativas voltadas para migrantes, que também oferecem atividades de promoção da saúde, integração e coesão social. Nesse percurso, Azizi não deixou seu sonho de lado, e em fevereiro de 2024 se tornou trabalhador humanitário da OIM, a Agência da ONU para as Migrações, compondo a equipe de integração socioeconômica. E quando, em maio deste ano, o desastre ocasionado pelas graves inundações se estendeu pelo Rio Grande do Sul, fazendo com que mais de 400.000 pessoas tivessem que deixar suas casas, Azizi se prontificou a estar ao lado dos colegas e apoiar as pessoas do estado que recebiam o suporte da Organização. “Eu sabia que vir para o Rio Grande do Sul seria um desafio, especialmente pensando na minha história pessoal, mas fui encorajado pelos meus amigos e meus colegas. Decidi vir com a ideia de que, se eu pudesse ajudar uma pessoa, pelo Brasil e pelos brasileiros, eu estava fazendo o certo”, relata.Assim, em julho, Azizi integrou a equipe da OIM que dedica seus esforços à gestão dos Centros Humanitários de Acolhimento no RS, localizados em Canoas e Porto Alegre, e destinados a abrigar as pessoas que perderam suas casas devido às inundações. A ação é uma parceria com o governo do estado, prefeituras e Sistema Fecomércio e visa prover um acolhimento digno e com uma abordagem transversal em direitos humanos proporcionando ainda atividades de integração socioeconômica. “Essas últimas semanas têm sido bastante intensas, mas também me trazem felicidade por ajudar essas pessoas. É o que conto para meus pais, quando falo com eles”, relata. “Para mim, é um orgulho poder ajudar os brasileiros, por tudo que o Brasil fez por mim, por me dar essa oportunidade de começar tudo de novo”, completa, emocionado. Para o futuro, Azizi pretende seguir ajudando quem mais precisa. Ele também quer se dedicar a aprender cada vez mais a cultura brasileira, almejando ampliar a fluência no português. Para isso, pretende realizar um mestrado, complementando seus estudos de Administração e Negócios. “Faço tudo isso pensando também em apoiar as minhas irmãs, para que elas possam seguir estudando. Isso me motiva a seguir em frente”, conta. “O resto da minha família ainda está no Afeganistão: meus pais, minhas irmãs e o meu irmão mais velho. Quero trazê-los para o Brasil”, complementa. Azizi diz ainda que tem muito orgulho de seu trabalho. Para ele, poder atuar na causa humanitária, principalmente como funcionário da OIM e no Brasil, é algo que o faz se sentir realizado. “Enquanto eu estiver vivo, eu quero poder ajudar as pessoas”, finaliza. Neste Dia Mundial Humanitário, celebrado no dia 19 de agosto, a OIM, a Agência da ONU para as Migrações, reconhece os esforços de todos os trabalhadores humanitários, que, assim como Fatehullah Azizi, dedicam suas vidas para proteger as pessoas em movimento, garantindo a dignidade do próximo e ressalta a importância de atuarmos pela humanidade. Para saber mais, siga @oimbrasil nas redes e assista ao depoimento de Azizi no canal da OIM Brasil no YouTube.
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18 setembro 2024
ONU-Habitat capacita gestão pública de Alagoas com curso sobre ODS e Políticas Públicas
Com o objetivo de fortalecer as capacidades da gestão pública estadual na criação de políticas públicas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o projeto Visão Alagoas 2030, uma parceria entre o Governo de Alagoas e o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), lançou a Trilha de Formação para profissionais do serviço público. O primeiro curso, realizado entre 9 e 13 de setembro na Escola de Governo de Alagoas, abordou o tema "ODS e Políticas Públicas" e contou com a participação de 47 profissionais de 19 secretarias e órgãos do estado.A Trilha de Formação é uma iniciativa voltada para a promoção do aprendizado contínuo de profissionais da gestão pública estadual sobre as agendas globais de desenvolvimento sustentável, como a Agenda 2030 e a Nova Agenda Urbana (NAU). Para além de disseminar conhecimentos sobre esses temas, a trilha visa incentivar a aplicação prática desses princípios na formulação e aprimoramento de políticas públicas locais, promovendo uma abordagem integrada para o desenvolvimento sustentável."A importância desse curso é não só trazer conhecimento para servidoras e servidores, mas para que entendam que são parte de tudo isso. Os ODS são uma realidade para Alagoas, estão no plano de governo, no nosso PPA, então nossas equipes precisam ter isso no dia a dia. As ações do Visão Alagoas 2030 são extremamente importantes para conhecermos a realidade de nosso estado e criarmos políticas públicas que de fato transformem a vida das pessoas", reforçou a Secretária de Estado da Fazenda, Renata dos Santos.A iniciativa realizará três cursos, cada um focado em uma área específica. O primeiro curso, "ODS e Políticas Públicas", forneceu uma base teórica sobre os ODS e incentivou o grupo de participantes a colocar em prática os conceitos aprendidos por meio de dinâmicas voltadas para o contexto de Alagoas. Nos próximos encontros, serão abordados o uso de dados para a formulação de políticas públicas e o monitoramento e avaliação de ações governamentais.O público-alvo da trilha inclui profissionais de todas as esferas do serviço público estadual, desde pessoas tomadoras de decisão até equipes técnicas envolvidas no dia a dia da gestão de projetos. O objetivo é disseminar esses conhecimentos por toda a administração pública, fortalecendo a capacidade do estado de Alagoas em alinhar suas estratégias aos princípios globais de desenvolvimento sustentável.Escolha dos temas – Os temas da trilha foram escolhidos a fim de contribuir para o alinhamento das agendas globais de desenvolvimento sustentável nas iniciativas da gestão pública e engajá-la a colocar em prática as diversas recomendações propostas pelo Visão Alagoas 2030. Além disso, com a aproximação do Relatório Local Voluntário (RLV), um dos produtos da atual fase do projeto, o conteúdo dos cursos servirá de base para as atividades de localização dos ODS no nível estadual. "O curso foi pensado como uma etapa preparatória para o desenvolvimento do Relatório Local Voluntário do estado de Alagoas, que será desenvolvido pelo ONU-Habitat com o objetivo de monitorar os avanços dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Alagoas. O conteúdo sensibilizou sobre a importância que o RLV pode ter para colaborar com o acompanhamento, formulação e implementação de políticas públicas alinhadas as agendas globais, fornecendo transparência nas ações do estado", explicou o Analista de Programas e facilitador do curso, Lessa Golignac. ODS e Políticas Públicas – O tema escolhido pelo primeiro curso da formação buscou fornecer uma base sólida dos fundamentos teóricos das agendas globais, envolvendo os participantes em dinâmicas que colocam os conceitos em práticas. O foco é compartilhar os conhecimentos necessários para alinhar as estratégias estaduais aos princípios e diretrizes globais, promovendo uma abordagem integrada do desenvolvimento sustentável e o fortalecimento das políticas públicas em nível local.As dinâmicas foram divididas em seis principais temas de interesse do planejamento urbano identificados pelo grupo, como mobilidade urbana, educação e preservação ambiental. Cada uma trabalhou diferentes habilidades para mostrar a transversalidade e indissociabilidade dos ODS, características fundamentais das agendas. Para auxiliar na identificação dos principais desafios de gestão, suas causas e consequências, os grupos utilizaram a metodologia da Árvore de Problemas; e para encontrar as soluções, o Marco Lógico."Falar sobre os ODS aqui na Escola de Governo nos permite fortalecer ainda mais as capacidades de técnicos e técnicas na formulação de políticas públicas, contribuindo muito para a aderência das políticas ao nosso planejamento de governo, nosso PPA", avaliou o Superintendente de Planejamento e Políticas Públicas do Estado de Alagoas, Genildo da Silva. Capacitar e fortalecer a gestão pública – Fortalecer as capacidades institucionais é um dos pilares do Visão Alagoas 2030. Ao falar sobre desenvolvimento sustentável, é necessário considerar a sustentabilidade das estratégias e soluções propostas. Através dessa Trilha de Formação, o projeto busca garantir que servidoras e servidores do estado estejam preparados para planejar e implementar políticas públicas alinhadas à Agenda 2030 e à Nova Agenda Urbana (NAU), contribuindo para a prosperidade urbana e o bem-estar da população."Esperamos que servidores e servidoras levem esse conhecimento para suas secretarias e possam aprimorar, fortalecer, monitorar melhor ou até mesmo desenhar novas políticas públicas com um olhar de desenvolvimento sustentável para Alagoas", compartilhou a Coordenadora Adjunta de Programas do ONU-Habitat, Paula Zacarias.Próximos passos – Além dos outros dois cursos da Trilha de Formação, com foco na utilização de dados para políticas públicas e na avaliação e monitoramento dessas políticas, estão previstas outras formações ao longo da terceira fase do projeto (2024 a 2026). Com isso, a gestão pública estará mais capacitada a criar e implementar soluções inovadoras e baseadas em evidências para os desafios enfrentados pelo estado.Contato para imprensa: Thayane Massopust (thayane.massopust@un.org)
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16 setembro 2024
Painel da ONU sobre Transição Energética cobra equidade e justiça no setor de mineração
Novas abordagens baseadas em equidade e justiça são fundamentais para viabilizar a transição energética, segundo o Painel do Secretário-Geral da ONU sobre Minerais Críticos para a Transição Energética, em relatório divulgado em 11 de setembro.Com o agravamento da crise climática, a demanda global por minerais críticos para tecnologias de energia limpa – como lítio para veículos elétricos ou selênio para células solares – deve triplicar até 2030 e quadruplicar até 2040, conforme dados da Agência Internacional de Energia (AIE).Os países em desenvolvimento com grandes reservas de minerais essenciais para a transição energética têm a oportunidade de transformar e diversificar suas economias, criar empregos verdes e promover o desenvolvimento local. Entretanto, a exploração de recursos minerais não tem cumprido essa promessa.Sem o gerenciamento adequado, o aumento da demanda por esses minerais corre o risco de perpetuar a dependência de commodities, exacerbando tensões geopolíticas, além de representar desafios ambientais e sociais com impactos adversos sobre o desenvolvimento sustentável, inclusive sobre os meios de subsistência, o meio ambiente, a saúde, a segurança humana e os direitos humanos.Após intensos trabalhos, o Painel do Secretário-Geral apresentou princípios-guia e recomendações para garantir que a transição energética global beneficie plenamente todos os países e comunidades onde se encontram os minerais críticos, incluindo economias em desenvolvimento na África, Ásia, América Latina e Pacífico.“Países em desenvolvimento, como parceiros na transição energética, podem promover o desenvolvimento por meio de oportunidades de agregação de valor, compartilhamento de benefícios, diversificação econômica e participação nas cadeias de valor dos minerais críticos, que impulsionarão as próximas gerações, em vez de servirem apenas como fornecedores de matéria-prima”, destaca o relatório.O Painel é composto por atores governamentais, da indústria e da sociedade civil, e recebeu apoio do Secretariado da ONU, liderado conjuntamente pela equipe de ação climática do Secretário-Geral António Guterres, pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente e pela ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Outras 17 agências da ONU também forneceram aconselhamento técnico.Justiça, equidade e sustentabilidade na cadeia de valor de minerais críticosO relatório enfatiza a necessidade de justiça, equidade e sustentabilidade ao longo de toda a cadeia de valor dos minerais críticos – desde a mineração, refino e fabricação, até o transporte e reciclagem. Recomenda contratos justos e transparentes, uma governança sólida e a promoção de justiça econômica em parcerias comerciais e de investimentos mais equitativas."Este relatório identifica maneiras de fundamentar a a revolução das energias renováveis na justiça e na equidade, para que ela estimule o desenvolvimento sustentável, respeite as as pessoas, proteja o meio ambiente e promova a prosperidade nos países em desenvolvimento ricos em recursos naturais." - António Guterres, secretário-geral da ONU, 11 de setembro de 2024O documento também destaca a importância de salvaguardas ambientais e sociais para evitar práticas de mineração nocivas do passado, e pede metas equitativas e cronogramas para implementar abordagens de eficiência de materiais e circularidade ao longo de todo o ciclo de vida dos minerais críticos para a transição energética. Entre as recomendações, está a criação de um grupo consultivo de alto nível a ser organizado pela ONU para facilitar o diálogo sobre compartilhamento de benefícios, agregação de valor, diversificação econômica, comércio internacional e investimentos, e políticas fiscais, visando desbloquear o potencial dos recursos minerais críticos locais para um futuro sustentável.As recomendações reconhecem o papel central do Secretário-Geral e da ONU como um mediador imparcial diante de diversos interesses e de um conjunto complexo e desafiador de questões para a transição energética e para alcançar os objetivos do Acordo de Paris. Como próximos passos, o Secretário Geral pediu aos Co-Presidentes e ao Painel que discutam o relatório e suas recomendações com os Estados-membros e outras partes interessadas antes da COP29 no final deste ano.Contribuições contínuas da ONU comércio e desenvolvimentoO órgão da ONU para o comércio e o desenvolvimento há muito tempo apoia países em desenvolvimento dependentes em minerais a agregar mais valor local, criar empregos de qualidade e reduzir a dependência de exportação de matérias-primas e a exposição à volatilidade dos preços das commodities. Na preparação do relatório do painel, a ONU Comércio e Desenvolvimento liderou frentes de trabalho sobre agregação de valor local e compartilhamento de benefícios, bem como comércio internacional e investimento transparentes e justos.Olhando para o futuro, a organização está comprometida em garantir que a equidade e a justiça moldem o mercado crescente de minerais críticos, e que a riqueza mineral seja um catalisador para o desenvolvimento sustentável, em vez de aprofundar as desigualdades.Saiba mais: Visite a página do Painel do Secretário-Geral da ONU sobre Minerais Críticos para a Transição Energética: https://www.un.org/en/climatechange/critical-minerals Leia aqui o relatório do Painel (em inglês). Contato para a imprensa:Gustavo Barreto, Oficial de Comunicação Pública, ONU Comércio e Desenvolvimento: barretog@un.org
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16 setembro 2024
Cúpula do Futuro: Oportunidade única para reformar a cooperação global e enfrentar novas e urgentes ameaças
Com muitas das instituições e ferramentas globais estabelecidas na década de 1940, a Cúpula do Futuro será uma oportunidade para construir sistemas mais eficazes e inclusivos para enfrentar as crises de segurança emergentes de hoje, acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preencher a lacuna de financiamento e abordar as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais. A Cúpula deve ter como resultado o Pacto para o Futuro, um documento negociado entre os Estados-membros e orientado para a ação que visa reforçar a cooperação global para hoje e para o futuro. A Cúpula também produzirá um Pacto Digital Global e uma Declaração sobre as Gerações Futuras. Os documentos serão adotados na sessão de abertura da Cúpula, em 22 de setembro. Abaixo tudo que você precisa saber sobre a Cúpula do FuturoDias de Ação da Cúpula, 20-21 de setembroReunindo chefes de Estado, ministros, altos funcionários da ONU, representantes do setor privado, jovens, sociedade civil e outros atores, os Dias de Ação de 20 a 21 de setembro proporcionarão uma oportunidade para um amplo envolvimento e inclusão logo antes do segmento de alto-nível da Cúpula do Futuro. Os Dias de Ação serão iniciados com uma tarde dedicada e liderada pela juventude, seguida por um programa de sábado que se concentrará em três temas prioritários: digital e tecnologia, paz e segurança, e desenvolvimento sustentável e financiamento. Além disso, durante todo o dia, o foco também estará nas gerações futuras. O programa completo de dois dias, incluindo vários eventos paralelos, pode ser encontrado aqui.A Cúpula do Futuro, 22-23 de setembro A Cúpula do Futuro será aberta com um recital da cantora de ópera americana Renée Fleming. Em seguida, haverá pronunciamentos do Presidente da Assembleia Geral da ONU, Philemon Yang, do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e de três representantes da juventude. É também na abertura da Cúpula que deverá ser adotado o Pacto do Futuro, documento previamente negociado e acordado pelos Estados-membros por consenso. O Pacto do Futuro inclui também, como anexos, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras. Após a abertura, seguem os pronunciamentos de até cinco minutos dos chefes de estado, representantes de países e organizações convidadas, ao longo do dia 22 e 23. O Brasil está listado como terceiro país a discursar, na manhã do dia 22 (a partir das 11h, de Brasília). Além das sessões na plenária, haverá também quatro diálogos interativos que se concentrarão em questões que vão desde a transformação da governança global e a aceleração dos ODS até o aprimoramento do multilateralismo para a paz e a segurança internacionais. O Brasil participa do Diálogo Interativo 3 - Rumo a um futuro digital comum: fortalecer a inovação inclusiva e a cooperação para colmatar as lacunas digitais, que acontece no dia 23 entre 11h e 14h (Brasília). Press kit sobre a Cúpula do Futuro (conteúdo em inglês).SEMANA DE ALTO NÍVEL DA ASSEMBLÉIA GERAL DA ONUAlém da Cúpula do Futuro, a ONU será palco de uma série de eventos de alto nível durante a Semana de 22 a 26 de setembro.Debate Geral, 24-28 de setembro e 30 de setembro Líderes mundiais se reunirão na sede da ONU para participar do tradicional Debate Geral anual de alto nível sob o tema “Sem deixar ninguém para trás: agindo juntos para o avanço da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras”. Chefes de Estado e de governo e ministros explorarão soluções para desafios globais interligados para promover a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a discursar - a partir das 10h, do dia 24.Momento dos ODS 2024, 24 de setembro, 14h30 - 16h15 (Horário do Brasil)Com o atraso no progresso geral dos ODS, o Momento ODS, convocado pelo secretário-geral, proporcionará aos líderes mundiais uma plataforma para mostrar as ações e soluções ousadas que são necessárias para colocar o mundo no rumo certo. O momento se baseará diretamente nos resultados da Cúpula do Futuro e apontará as áreas específicas em que é necessária uma maior cooperação internacional antes da COP29, da Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento e da Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social.Reunião de Alto Nível sobre o Aumento do Nível do Mar, 25 de setembroA Reunião de Alto Nível sobre o Aumento do Nível do Mar reunirá líderes globais, especialistas e partes interessadas para tratar da ameaça urgente e crescente do aumento do nível do mar. A reunião tem o objetivo de alcançar soluções abrangentes e compromissos para combater o aumento do nível do mar, garantindo um futuro resiliente e sustentável, inclusive para pequenos estados insulares em desenvolvimento e áreas costeiras de baixa altitude.Reunião de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana (AMR), 26 de setembroA Reunião de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana (AMR) representa uma oportunidade para que os países e as partes interessadas renovem seus esforços e acelerem o progresso no combate à crescente ameaça da AMR. A partir das declarações e compromissos anteriores, a reunião se concentrará no aprimoramento da cooperação internacional, na promoção do uso responsável de antimicrobianos e no avanço do desenvolvimento de novos tratamentos para proteger a saúde global.Reunião de Alto Nível: Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, 26 de SetembroAlcançar o desarmamento nuclear global é a maior prioridade de desarmamento das Nações Unidas. Este foi o tema da primeira resolução da Assembleia Geral em 1946, que estabeleceu a Comissão de Energia Atômica (descontinuada em 1952), com o mandato de fazer propostas específicas para o controle da energia nuclear e a eliminação das armas atômicas e de todas as outras grandes armas adaptáveis à destruição em massa. Essa Reunião Anual de Alto Nível comemora e promove o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.Recursos para a imprensaTransmissão ao vivo: https://webtv.un.orgCobertura fotográfica: https://media.un.org/photo/enBroadcast video clips: https://media.un.org/unifeed/en| unifeed@un.orgLive broadcast quality feed: https://www.un.org/en/media/accreditation/untv.shtml untv@un.orgVideo footage: https://media.un.org/avlibrary/en | AVlibrary@un.orgPress releases e resumo das reuniões: https://press.un.org/en Audio hub: https://news.un.org/en/audio-hub Contatos para imprensa: Francyne Harrigan, Departamento de Comunicações Globais da ONU, harriganf@un.org Bingjie Wang, Departamento de Comunicações Globais da ONU, bingjie.wang@un.org Diêgo Lôbo, Centro de Informação da ONU para o Brasil, diego.lobo@un.org
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13 setembro 2024
OIT: 75% da população nos países mais vulneráveis à mudança climática não têm qualquer cobertura de proteção social
Os governos têm falhado em utilizar de forma plena o poderoso potencial da proteção social para mitigar os efeitos da crise climática e apoiar uma transição justa, de acordo com relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quinta-feira (12/09). O Relatório Mundial de Proteção Social 2024-26: A Proteção Social Universal para a Ação Climática e uma Transição Justa mostra que, pela primeira vez, mais de metade da população global (52,4%) conta com alguma forma de cobertura de proteção social, uma proporção superior aos 42,8 % verificados em 2015, ano em que foram adotados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.No entanto, nos 20 países mais vulneráveis à crise climática, 91,3% pessoas (364 milhões) ainda carecem de qualquer forma de proteção social. De forma mais ampla, nos 50 países mais vulneráveis ao clima, 75% da população (2,1 bilhões de pessoas) não têm qualquer cobertura de proteção social. Globalmente, a maioria das crianças (76,1%) permanece sem cobertura de proteção social eficaz. Há também uma lacuna de gênero substancial, com a cobertura eficaz das mulheres menor do que a dos homens (50,1% e 54,6%, respectivamente). Essas lacunas são especialmente significativas dado o papel potencial da proteção social em mitigar o impacto da mudança climática, ajudando pessoas e sociedades a se adaptarem a uma nova realidade climática volátil e facilitando uma transição justa para um futuro sustentável."A mudança climática não reconhece fronteira e não podemos construir um muro para manter a crise do lado de fora. A crise climática afeta a todos nós e representa a ameaça mais grave para a justiça social dos dias de hoje”, afirmou Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT. “Muitos dos países que estão vivenciando as consequências mais brutais desta crise estão particularmente mal equipados para lidar com as suas consequências ambientais e de subsistência. Devemos reconhecer que o que acontece às comunidades impactadas nos afetará a todas as pessoas." "A proteção social universal está no topo da lista de ferramentas que temos à disposição para nos ajudar a garantir que a crise climática não aprofunde as desigualdades e a exclusão existentes nas comunidades afetadas.” - Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT, 13 de setembro de 2024. A proteção social pode ajudar as pessoas a adaptarem-se e a lidar com os choques relacionados com o clima, proporcionando benefícios de proteção social, como a segurança de renda e o acesso a cuidados de saúde. E o imperativo para tornar a proteção social universal não é apenas ético, é também prático: apoiando e protegendo os trabalhadores em todas as partes do mundo, podemos ajudar a aliviar os medos acerca da transição, o que é essencial para mobilizar o apoio popular para uma transição sustentável e justa, acrescentou o diretor-geral da OIT. No entanto, apesar do seu papel como catalisador e facilitador de ações climáticas positivas, os governos não estão aproveitando ao máximo o potencial da proteção social, em grande parte devido a lacunas de cobertura persistentes e a um subinvestimento significativo.Em média, os países investem 12,9% do seu produto interno bruto (PIB) em proteção social (excluindo a saúde). No entanto, embora os países de renda alta aloquem em média 16,2%, os países de renda baixa mobilizam apenas 0,8% do seu PIB para a proteção social. Os países de renda baixa – que incluem os mais vulneráveis aos impactos da mudança climática – necessitam de mais 308,5 bilhões de dólares por ano (52,3% do seu PIB) para garantir pelo menos um nível básico de proteção social, sendo o apoio internacional necessário para alcançar este objetivo.O relatório faz um apelo pela adoção de ações de política decisivas e integradas para fechar as lacunas de proteção, argumentando que “é altura de aumentar a aposta” e investir significativamente em proteção social. O relatório oferece recomendações importantes para ajudar a orientar as políticas e garantir resultados eficazes e sustentáveis, incluindo:Preparar tanto para os riscos do ciclo de vida “rotineiros”, como para os choques relacionados ao clima, garantindo que os sistemas de proteção social estejam em funcionamento e que todas as pessoas desfrutem de uma proteção social adequada.Utilizar a proteção social para apoiar os esforços de mitigação e adaptação à mudança climática e garantir a aceitação pública dessas medidas. Priorizar o investimento em proteção social, incluindo o apoio externo dirigidos a países com espaço fiscal limitado.Para saber mais, leia o sumário executivo do relatório em português e acesse o relatório completo em inglês na página da OIT. Contato para imprensa: Denise Marinho dos Santos, Oficial de Comunicação, Escritório da OIT no Brasil: santosd@ilo.org
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13 setembro 2024
ARTIGO: O relançamento da cooperação global
Estão em curso, em Nova York, as negociações finais para a Cúpula do Futuro que acontecerá este mês, durante a qual chefes de Estado irão negociar a reforma dos alicerces da cooperação internacional. As Nações Unidas convocaram esta Cúpula única devido a um fato evidente: os problemas mundiais estão avançando mais rapidamente do que as instituições que foram criadas para resolvê-los.Basta olhar à nossa volta: Os conflitos ferozes e a violência estão infligindo sofrimentos terríveis; as divisões geopolíticas são abundantes; as desigualdades e as injustiças estão por todo lado, corroendo a confiança, agravando os ressentimentos e alimentando o populismo e o extremismo. Os velhos desafios relacionados à pobreza, à fome, à discriminação, à misoginia e ao racismo estão assumindo novas formas. Entretanto, enfrentamos ameaças novas e existenciais, desde o caos climático descontrolado e a degradação ambiental até as tecnologias, como a Inteligência Artificial, que se desenvolvem num vácuo ético e jurídico.A Cúpula do Futuro reconhece que as soluções para todos esses desafios estão nas nossas mãos, mas precisamos de uma atualização dos sistemas que só as lideranças mundiais podem oferecer.Os construtores da paz dos anos 1940 criaram instituições que ajudaram a prevenir a Terceira Guerra Mundial e conduziram muitos países da colonização à independência. No entanto, não reconheceriam o mundo de hoje.Leia o artigo completo na página do Valor: https://valor.globo.com/opiniao/coluna/o-relancamento-da-cooperacao-global.ghtml Para saber mais, visite a página da Cúpula do Futuro em português.
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