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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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23 dezembro 2024
Projeto de combate à desertificação transforma comunidades no sertão da Bahia
Nesta semana, encerrou-se um ciclo de 18 meses, em que mais de mil famílias no sertão do São Francisco, na Bahia, foram mobilizadas para praticar o manejo sustentável e a recuperação dos recursos naturais da Caatinga. As atividades integram o projeto REDESER, que visa interromper e reverter a desertificação em áreas críticas do semiárido brasileiro.A iniciativa, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), atua em diversas regiões do Nordeste. Na Bahia, o projeto foi implementado em 14 comunidades de fundo de pasto, uma ocupação tradicional de territórios baseada no uso comunitário da terra por meio da agricultura familiar. Nessa região, o REDESER capacitou quase 400 pessoas nos municípios de Uauá e Monte Santo, com aulas práticas e teóricas que somaram quase 230 horas sobre sistemas produtivos resilientes, regenerativos e sustentáveis. Essas ações foram executadas pela Fundação Araripe, com apoio da Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE) e a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (COOPERCUC), com o objetivo de promover a segurança alimentar e hídrica e a conservação da biodiversidade, fortalecendo a convivência com a semiaridez e combatendo os processos de desertificação.Segundo Manoel Timbó, coordenador do projeto na FAO, os resultados são concretos. "Com o projeto REDESER, implementamos uma estratégia de agricultura e pecuária resilientes ao clima, transformando a Caatinga em um laboratório de inovação e oportunidades. Também fortalecemos o capital social da região, criando bases sólidas para o combate à desertificação”, explicou.No decorrer das capacitações, cada comunidade recebeu um Plano de Gestão Integrada de Recursos Naturais (GIRN) e Planos de Uso Potencial e Sustentável para suas áreas florestais coletivas, documentos que permitiram um planejamento mais eficaz do uso dos recursos naturais do bioma. A difusão dessas práticas resultou no aumento do cultivo de produtos da Caatinga, que hoje são comercializados por cooperativas locais, inclusive para a indústria de alimentos e de cosméticos.As atividades do projeto também incluíram o desenvolvimento de um inventário florestal detalhado, que passou a orientar o uso de mais de 16 mil hectares de vegetação nativa, com foco na valorização dos produtos florestais não madeireiros. Além disso, para auxiliar o processo de formação dos agricultores, o REDESER montou unidades demonstrativas, gerando modelos replicáveis de diferentes sistemas agrícolas e florestais (SAF), como agroflorestas, sistemas silvipastoris (ILPF da caatinga), apiários, meliponários e barragem de base zero.Conquistas de comunidades tradicionais Desde os anos 80, as comunidades de fundo de pasto no sertão nordestino vêm lutando pelo reconhecimento e regularização de suas terras. Maria da Glória Cardoso do Nascimento, uma das fundadoras da Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), relembra que essa trajetória foi marcada por conflitos. "Nós lutamos tanto pelo resgate da terra como contra os grileiros, que foram muito fortes aqui. Pessoas de fora vinham, compravam um pedacinho de terra, cercavam-no e o tomavam dos trabalhadores", recorda. Espaços como a EFASE hoje simbolizam a resistência e a identidade das comunidades.O projeto REDESER trabalha pela valorização dessas áreas, unindo práticas agroecológicas modernas e o conhecimento tradicional. Maria da Glória destaca a relevância da iniciativa: "Achei importantíssimo esse trabalho, essa oportunidade que o projeto nos deu, de inserirmos os técnicos nas comunidades com mais conhecimento. É uma vitória tanto para nós quanto para eles".Apesar dos avanços, as comunidades de fundo de pasto ainda buscam titulação definitiva das terras e mais visibilidade. Atualmente, elas estão em busca pelo reconhecimento como um Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), título concedido pela FAO a práticas agrícolas que geram meios de subsistência nas áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única."Até pouco tempo ninguém tinha escutado falar das áreas tradicionais de fundo de pasto. Só com a luta dos trabalhadores, esses projetos e a escola é que ganhamos destaque, e esse trabalho de pertencimento e valorização é bem importante", ressalta Maria da Glória. O reconhecimento como SIPAM não apenas trará visibilidade internacional, mas também fortalecerá as estratégias de conservação e gestão sustentável da Caatinga.Desenvolvimento da apiculturaEm Uauá, o REDESER foi um divisor de águas para os agricultores familiares, especialmente apicultores. Maciel da Silva Rodrigues, presidente da associação comunitária, relembra como o projeto trouxe novos conhecimentos e soluções práticas para atividades que já eram desenvolvidas desde os anos 90. "A gente agradece muito o projeto, porque impactou muitas famílias", afirma. A capacitação técnica e os equipamentos entregues pelo REDESER, ampliaram a capacidade produtiva e resolveram desafios históricos enfrentados pela comunidade.Antes do apoio, a colheita de mel era limitada pela falta de infraestrutura adequada. “Quando chegava a época da colheita, a gente tinha que pedir o equipamento emprestado das comunidades distantes, e, quando chegava a nossa vez, já tinha passado a época da safra”, explica Maciel. Agora, com a centrífuga própria entregue pelo projeto, o cenário mudou. O equipamento permite que os apicultores processem o mel no tempo certo, aumentando tanto a eficiência quanto a qualidade do produto. A previsão de produção, que girava em torno de 350 quilos por florada, saltou para estimativas entre 450 quilos e uma tonelada. "Com a chegada da centrífuga a gente vai produzir mais e colher no tempo certo", celebra o agricultor.Além da apicultura, o REDESER também incentivou a diversificação produtiva por meio de SAFs. Com o cultivo de frutas como goiaba, acerola e umbu, a comunidade passou a integrar uma cadeia produtiva que beneficia cooperativas e pequenos negócios locais. “Na nossa comunidade, temos a produção de sorvete e picolé. A gente fornece as frutas à cooperativa COOPERCUC, eles processam e fazem a polpa, e a gente compra de volta para fazer nossos produtos”, conta Maciel. O uso de produtos da agricultura familiar, como licuri, manga e coco, fortalece a economia local e gera novas oportunidades para as famílias envolvidas.Para saber mais, siga @FAOBrasil no X e leia o artigo "Uma oportunidade para o Brasil reforçar o combate à desertificação"Contato para a imprensa: Luiza Olmedo, Comunicadora do Escritório da FAO no Brasil: Luiza.Olmedo@fao.org , filtered_html
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10 janeiro 2025
ONU confirma 2024 como o ano mais quente já registrado, com cerca de 1,55°C acima dos níveis pré-industriais
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 foi ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais. A temperatura média global da superfície foi 1,55 °C (com uma margem de incerteza de ± 0,13 °C) acima da média de 1850-1900, de acordo com a análise consolidada dos seis conjuntos de dados. Isso significa que, provavelmente, acabamos de vivenciar o primeiro ano com uma temperatura média global superior ao limite de 1,5°C do Acordo de Paris, relativo à média pré-industrial de 1850-1900. “A avaliação de hoje da Organização Meteorológica Mundial (OMM) prova mais uma vez que o aquecimento global é um fato incontestável”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres.“Os anos individuais que ultrapassam o limite de 1,5 grau não significam que a meta de longo prazo foi ultrapassada. Isso significa que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo. Temperaturas altíssimas em 2024 exigem ação climática pioneira em 2025.” “Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas as líderes políticas devem agir - agora”, enfatizou Guterres. A OMM fornece uma avaliação da temperatura com base em várias fontes de dados para apoiar o monitoramento climático internacional e para fornecer informações confiáveis para as negociações climáticas intergovernamentais facilitadas pela ONU. Os conjuntos de dados são do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), da Agência Meteorológica do Japão, da NASA, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, (NOAA), da Agência Meteorológica do Reino Unido, em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e do grupo Berkeley Earth, da Universidade de Berkeley. “A história do clima está se desenrolando diante de nossos olhos. Não tivemos apenas um ou dois anos recordes, mas uma série completa de dez anos. Isso foi acompanhado por condições climáticas extremas e devastadoras, aumento do nível do mar e derretimento do gelo. Tudo isso foi impulsionado por níveis recordes de gases de efeito estufa devido às atividades humanas”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.“É importante enfatizar que um único ano com mais de 1,5°C em um ano NÃO significa que não conseguimos cumprir as metas de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, que são medidas ao longo de décadas e não em um ano específico. No entanto, é essencial reconhecer que cada fração de um grau de aquecimento é importante. Seja em um nível abaixo ou acima da meta de 1,5°C, cada incremento adicional de aquecimento global aumenta os impactos sobre nossas vidas, economias e nosso planeta”, disse Celeste Saulo.Há uma margem de incerteza em todas as avaliações de temperatura. Todos os seis conjuntos de dados colocam 2024 como o ano mais quente já registrado e todos destacam a recente taxa de aquecimento. Mas nem todos mostram a anomalia de temperatura acima de 1,5 °C devido a metodologias diferentes.O momento da divulgação dos seis conjuntos de dados de temperatura foi coordenado entre as instituições para para enfatizar as condições excepcionais vivenciadas em 2024.Um estudo separado publicado na revista Advances in Atmospheric Sciences descobriu que o aquecimento dos oceanos em 2024 desempenhou um papel fundamental nas altas temperaturas recordes. O oceano está mais quente do que nunca, conforme registrado por humanos, não apenas na superfície, mas também a 2.000 metros de profundidade, de acordo com o Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências. O estudo envolveu uma equipe de 54 cientistas de sete países e 31 institutos. Cerca de 90% do excesso de calor resultante do aquecimento global é armazenado no oceano, tornando o conteúdo de calor do oceano um indicador crítico da mudança climática. De 2023 a 2024, o aumento global do conteúdo de calor do oceano a 2000 m de profundidade é de 16 zettajoules (1021 Joules), cerca de 140 vezes a geração total de eletricidade do mundo em 2023, de acordo com o estudo, que se baseia no conjunto de dados do Instituto de Física Atmosférica. A OMM fornecerá todos os detalhes dos principais indicadores de mudança climática, incluindo gases de efeito estufa, temperaturas da superfície, calor do oceano, aumento do nível do mar, recuo das geleiras e extensão do gelo marinho, em seu relatório Estado do Clima Mundial 2024, a ser publicado em março de 2025. Esse relatório também fornecerá detalhes de eventos de alto impacto.Acordo de ParisGuterres pediu aos governos que apresentem novos planos nacionais de ação climática este ano para limitar o aumento da temperatura global a longo prazo a 1,5°C e ajudar os países mais vulneráveis a lidar com os impactos climáticos devastadores.Um ou mais anos individuais que excedam 1,5°C não significam que tenhamos perdido a meta de “manter o aumento da temperatura média global bem abaixo de 2°C acima dos níveis pré-industriais e prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos da mudança climática”, conforme declarado no Acordo de Paris. Isso se refere a um período prolongado, normalmente décadas ou mais, embora o Acordo não forneça uma definição específica. Picos de temperatura de curto prazo no aquecimento de longo prazo podem ser causados por fenômenos naturais, como o El Niño, que persistiu de meados de 2023 a maio de 2024.Como o aquecimento global continua, há uma necessidade urgente de rastreamento, monitoramento e comunicação com relação à meta de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, para ajudar os formuladores de políticas em suas deliberações.Uma equipe internacional de especialistas criada pela OMM deu uma indicação inicial de que o aquecimento global de longo prazo, conforme avaliado em 2024, é atualmente de cerca de 1,3°C em comparação com a linha de base de 1850-1900.Notas para editoresA OMM usa conjuntos de dados baseados em dados climatológicos de locais de observação, navios e boias em redes marinhas globais, desenvolvidos e mantidos pelaredes marinhas globais, desenvolvidas e mantidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA (NASA GISS), pelo Centro Hadley da Agência Atmosférica do Reino Unido e a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e o grupo Berkeley Earth, da Universidade de Berkeley. A OMM também usa conjuntos de dados de reanálise do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo e seu Serviço Copernicus de Mudança Climáticas, e da Agência Meteorológica do Japão (JMA). A análise combina milhões de observações meteorológicas e marinhas, inclusive de satélites, usando um modelo climático para produzir um conjunto completo de dados tridimensionais e globais.Os conjuntos de dados usados pela OMM fornecem um quadro globalmente completo ou quase completo das temperaturas próximas à superfície, usando métodos estatísticos para preencher lacunas em áreas de dados esparsos, como as polares. As análises também fornecem uma análise globalmente completa usando um modelo para estimar temperaturas em todas as regiões.Para calcular os números consolidados das temperaturas em relação à era pré-industrial, a OMM calcula anomalias relativas a 1981-2010 para cada conjunto de dados e, em seguida, adiciona um deslocamento de 0,69°C, que é a diferença entre 1981-2010 e 1850-1900, conforme estimado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC). A incerteza na compensação é de 0.12°C. A descrição metodológica pode ser encontrada neste link. A Organização Meteorológica Mundial é a voz autorizada do Sistema das Nações Unidas sobre tempo, clima e água: www.wmo.int Contato para a imprensa: Clare Nullis, Assessora de Imprensa, OMM: cnullis@wmo.int e media@wmo.int , filtered_html
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18 outubro 2023
Como combater o discurso de ódio nas redes sociais?
"Lidar com o discurso de ódio não significa limitar ou proibir a liberdade de expressão. Significa evitar que o discurso de ódio se transforme em algo mais perigoso, particularmente o incitamento à discriminação, hostilidade e violência, que é proibido pelo direito internacional."
- António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.
Confira as 10 dicas para ajudar a combater o discurso de ódio nas redes sociais:
1. Coloque-se no lugar das outras pessoas:
Pense duas vezes antes de expressar um julgamento ou opinião nas redes sociais e pergunte a si mesmo(a) se isso pode prejudicar, ofender ou agredir alguém.
2. Submeta as opiniões, informações e imagens a 3 filtros:
CONFIANÇA: vêm de uma pessoa, meio ou fonte confiável?
VERIFICAÇÃO: baseia-se em fatos verificados, evidências e informações comprovadas?
UTILIDADE: qual é o propósito e quais benefícios traz para mim e para outras pessoas?
3. Converse sobre direitos e temas complexos da realidade social com seus familiares, amigos e colegas:
4. Perca o medo de identificar discursos de ódio e discriminação:
Se um membro da sua família ou pessoa conhecida compartilhar uma piada ou expressão racista, sexista ou que promova o ódio ou discriminação, informe, de forma gentil e cordial, que tal mensagem não está correta e explique de maneira clara e concisa o porquê.
5. Aja com responsabilidade nas redes sociais:
Use as redes sociais para aprender coisas novas, reunir seus amigos e pessoas queridas, criar oportunidades econômicas e fortalecer laços de amizade.
6. Não caia na provocação:
Evite entrar em conversas violentas, ameaçadoras ou que promovam a agressão.
7. Denuncie:
Quando encontrar uma mensagem que promova o ódio ou a discriminação, utilize as ferramentas oferecidas pela rede social para denunciar.
8. Informe-se:
Busque informações, guias e apoio contra o discurso de ódio.
9. Busque apoio legal:
10. Liberte-se dos costumes e padrões culturais que geram ódio e discriminação:
Nem todos os costumes ou expressões culturais promovem a inclusão e a convivência saudável. Revise seus costumes e práticas diárias.
Saiba mais:
Informe da ONU sobre integridade da informação nas plataformas digitais
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) publicou, em outubro de 2023, a versão em português do Informe de Política sobre Integridade da Informação nas Plataformas Digitais, preparado pelo secretário-geral da ONU.
“O nosso objetivo é apoiar uma discussão nacional ampla e inclusiva sobre o papel da integridade da informação para a paz e o desenvolvimento sustentável”, explicou a diretora do UNIC Rio, Maria Ravalli.
O Informe de Política apresenta conceitos e propostas para proteger os direitos fundamentais de acesso à informação e liberdade de expressão, e defendê-los das crescentes ameaças representadas pela proliferação de mentiras, desinformação e discurso de ódio nas plataformas digitais.
Um estudo realizado em 142 países - apresentado no Informe do secretário-geral - mostrou que 58,5% dos usuários regulares de internet e redes sociais ao redor do mundo estão preocupados em encontrar informações falsas on-line.
Para tomar decisões que afetam o dia a dia e o futuro, todas as pessoas necessitam de informação. O acesso à informação é um direito humano fundamental que possibilita a construção do conhecimento sobre a realidade social. É um alicerce para a liberdade, o convívio social e o desenvolvimento.
A integridade da informação que precisamos para realizar nossos direitos vem sendo cada vez mais comprometida com a disseminação de informações falsas, da desinformação e do discurso de ódio, que encontraram um terreno fértil nas plataformas digitais e redes sociais.
A estratégia e o plano de ação da ONU
Em resposta à tendência alarmante do aumento do discurso de ódio em todo o mundo, o secretário-geral da ONU lançou, em 18 de junho de 2019, a Estratégia e Plano de Ação das Nações Unidas sobre Discurso de Ódio.
Buscando melhorar a resposta da ONU ao fenômeno global do discurso de ódio, essa estratégia é o resultado de uma estreita colaboração entre 16 entidades do Grupo de Trabalho da ONU sobre Discurso de Ódio e é coordenada pela Assessora Especial das Nações Unidas para a Prevenção do Genocídio.
A Estratégia assume o firme compromisso de intensificar a ação coordenada para combater o discurso de ódio, tanto em nível global quanto nacional.
Visão
A Estratégia e o Plano de Ação reconhecem que o discurso de ódio tem o potencial de incitar a violência e minar a unidade social. A Estratégia reconhece que o discurso de ódio tem sido um precursor de crimes atrozes, incluindo genocídio, nos últimos 75 anos.
A abordagem de coordenação dos esforços de todo o sistema da ONU para identificar, prevenir e confrontar o discurso de ódio está fundamentada em padrões internacionais de direitos humanos, incluindo o direito à liberdade de opinião e expressão, princípios de igualdade e não discriminação, bem como outros direitos fundamentais.
A Estratégia tem como objetivo dar às Nações Unidas o espaço e os recursos para enfrentar o discurso de ódio, que representa uma ameaça aos princípios, valores e programas da ONU. Ela orienta o sistema das Nações Unidas sobre como lidar com o discurso de ódio e inclui maneiras de apoiar a ação dos coordenadores residentes da ONU nos Estados-membros.
Princípios e compromissos fundamentais
A Estratégia e o Plano de Ação consistem em 13 compromissos de ação do sistema das Nações Unidas, com base em quatro princípios fundamentais:
A Estratégia e sua implementação devem estar alinhadas com o direito à liberdade de opinião e expressão, já que a ONU apoia um discurso mais positivo - e não menos discurso - como a principal forma de lidar com o discurso de ódio.
O combate ao discurso de ódio é responsabilidade de todas as pessoas. Isso significa que todos(as) nós devemos agir: governos, sociedades, o setor privado, começando pelos indivíduos.
A ONU pretende apoiar uma nova geração de cidadãos digitais, capacitados para reconhecer, rejeitar e enfrentar o discurso de ódio na era digital.
Como uma ação eficaz deve ser apoiada por um melhor conhecimento, a Estratégia exige a coleta coordenada de dados e pesquisas, inclusive sobre as causas básicas, os motivadores e as condições que impulsionam o discurso de ódio.
Saiba mais e faça sua parte:
Quais são as consequências do discurso de ódio?
Como proteger as crianças do discurso de ódio?
Confira a mensagem do secretário-geral da ONU para o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio de 2023.
Visite a página do Escritório da Assessora Especial para a Prevenção do Genocídio (em inglês).
Para mais informações, entre em contato com o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio): unicrio@onu.org.br.
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08 janeiro 2025
Nações Unidas abrem convocatória para o Prêmio Nelson Mandela 2025
As Nações Unidas estão aceitando indicações para a edição de 2025 do Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela. O Prêmio foi criado em junho de 2014 e concedido pela primeira vez em 2015.O Prêmio é concedido a cada cinco anos a duas pessoas: uma mulher e um homem. Pessoas premiadas são selecionadas por um comitê liderado pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, que inclui representantes de Estados-membros de cada um dos cinco grupos regionais e um representante da Missão Permanente da África do Sul junto às Nações Unidas. O Departamento de Comunicação Global da ONU atua como secretariado do comitê.O prestigioso Prêmio honorário reconhece indivíduos que dedicam suas vidas a serviço da humanidade, promovendo os propósitos e princípios das Nações Unidas, ao mesmo tempo em que honra e homenageia a extraordinária vida e o legado de reconciliação, transição política e transformação social de Nelson Mandela.As pessoas laureadas serão anunciadas em maio de 2025. A entrega do Prêmio será realizada em 18 de julho na cerimônia anual de comemoração do Dia Internacional de Nelson Mandela, realizada na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Como fazer uma indicaçãoAs indicações devem ser feitas através do formulário on-line: bit.ly/2025Mandela.Nomeações serão aceitas até 28 de fevereiro de 2025.As indicações para o Prêmio podem ser submetidas pelas seguintes entidades: Governos de Estados-membros e Estados observadores das Nações Unidas. Entidades e organizações intergovernamentais que atuam como observadoras das sessões e do trabalho da Assembleia Geral e do Conselho Econômico e Social da ONU. Instituições de ensino superior reconhecidas pelas autoridades competentes dos Estados-membros. Centros e institutos de pesquisa independentes engajados em serviços dedicados à humanidade, na promoção da reconciliação e da coesão social e no desenvolvimento comunitário. Organizações não governamentais com status consultivo junto ao Conselho Econômico e Social da ONU. Laureados das edições anteriores do Prêmio. HistóricoO Prêmio Nelson Rolihlahla Mandela foi criado em junho de 2014 e concedido pela primeira vez em 2015.Originalmente estabelecido pela resolução 68/275 (6 de junho de 2014), o Estatuto do Prêmio foi aprovado pela resolução 69/269 (2 de abril de 2015).Em reconhecimento à humildade de Nelson Mandela, o Prêmio concedido a cada pessoa vencedora é uma placa gravada com uma citação de Mandela.Em 2015, o Prêmio reconheceu a Dra. Helena Ndume, da Namíbia, uma oftalmologista cuja missão de vida foi o tratamento da cegueira e de doenças relacionadas à visão na Namíbia e em todo o mundo em desenvolvimento; e o ex-presidente de Portugal Jorge Fernando Branco Sampaio, um líder na luta pela restauração da democracia em seu país.As pessoas laureadoas em 2020 foram Marianna V. Vardinoyannis, filantropa grega e defensora mundial dos direitos humanos e da proteção da saúde e do bem-estar das crianças, que também é Embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO); e Morissanda Kouyaté, defensor dos direitos humanos da Guiné, por seu incansável trabalho para acabar com a violência contra mulheres e meninas na África. Mais informações: Página do Prêmio Nelson Mandela 2025 (em inglês e francês): https://www.un.org/en/events/mandeladay/mandela_prize_2025.shtmlPara conhecer mais sobre a vida e o legado de Mandela, visite a página especial da ONU Brasil (em português): https://brasil.un.org/pt-br/274240-dia-nelson-mandelaContato para a imprensa: Paulina Kubiak, Assessora de Comunicação, Departamento de Comunicação Global da ONU: kubiakp@un.org., filtered_html
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24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
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29 janeiro 2025
Dia da Visibilidade Trans
Em Manaus, no coração da Amazônia, Ariel Ramires inicia mais um dia. Aos 46 anos, ela carrega consigo a coragem e a resiliência que marcam a história de tantas mulheres trans no Brasil. Trabalhando como cobradora de ônibus no transporte público da cidade, Ariel divide sua rotina entre os desafios diários e a dedicação ao trabalho que realiza junto à Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas (ASSOTRAM). Quando perguntada sobre sua trajetória, Ariel explica: “Conheci a ASSOTRAM através de uma amiga, há quase três anos. Fiquei encantada com o trabalho que fazem, principalmente para apoiar pessoas trans em situação de vulnerabilidade.” A organização tem desempenhado um papel fundamental em sua vida, oferecendo não apenas acolhimento, mas também transformação por meio de cursos de qualificação, assistência médica, orientação e prevenção de doenças, além da distribuição de preservativos e kits dignidade. Ariel também refletiu sobre os desafios que enfrenta como mulher trans no Brasil, um dos países que mais mata pessoas trans no mundo:“Infelizmente, a maioria da população não está preparada para lidar com a diversidade de gênero. Isso nos traz incertezas diárias e o medo constante de não voltar para casa.”Para ela, os olhares de indiferença e o preconceito, muitas vezes associados a estigmas como o envolvimento com drogas e prostituição, são barreiras que impactam profundamente sua vida. Apesar disso, Ariel acredita em avanços importantes e destaca o impacto positivo da ASSOTRAM: “A organização tem contribuído muito com a qualificação profissional, prevenção de doenças e distribuição de materiais de prevenção. Quando chegamos aos locais de atuação, as pessoas que trabalham como profissionais do sexo até já nos aguardam para receberem a doação dos kits do UNFPA.”Recentemente, Ariel participou de uma ação em parceria com o UNFPA Brasil, que distribuiu kits dignidade para mulheres trans e profissionais do sexo nas ruas de Manaus. “Esses kits têm grande valia, principalmente para quem vive em situação de vulnerabilidade. Mostra o quanto a ASSOTRAM e o UNFPA se sensibilizam com nossas necessidades,” ressaltou Ariel. Para ela, a parceria com uma agência da ONU representa uma oportunidade de criar pontes para um futuro melhor, com mais dignidade e respeito. No Dia Nacional da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro, Ariel reflete sobre o significado da data: “Esse dia é um lembrete da luta e memória de quem nos precedeu. É também uma oportunidade para conscientizar as pessoas de que todos somos iguais e merecemos respeito e dignidade.” Ariel também acredita que a visibilidade pode impulsionar mudanças reais: “Precisamos de iniciativas como cotas para pessoas trans no mercado de trabalho, assim como existem cotas para pessoas com deficiência e jovens aprendizes.”Com o apoio da ASSOTRAM, Ariel encontrou um espaço para fortalecer sua identidade e se reconectar com seus sonhos. “A organização tem um papel fundamental na minha vida e na vida de muitas outras pessoas trans. É um lugar onde somos vistas, ouvidas e respeitadas,” afirmou.Ao compartilhar sua história, Ariel espera inspirar outras pessoas a enxergar o valor da diversidade e a enfrentar a discriminação contra as pessoas trans. No Dia da Visibilidade Trans, ela deixa uma mensagem de esperança: “Somos parte de um todo, e cada pequeno avanço conta. Em parceria, podemos construir uma sociedade mais justa, onde todas as pessoas tenham dignidade e respeito.”A ASSOTRAM tem sido parceira do UNFPA desde a chegada do Fundo a Manaus, em 2019, ampliando sua atenção à população migrante, refugiada e apátrida. Em dezembro de 2024, no âmbito do projeto “Fortalecimento dos Serviços de Violência Baseada no Gênero que Salvam Vidas”, financiado pela USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), a organização realizou sua abordagem mensal de sensibilização em Manaus, direcionada a travestis, mulheres trans e mulheres cis profissionais do sexo. Durante a ação, foram distribuídos mais de 2.400 preservativos, 800 lubrificantes e 213 informativos, além dos Kits Dignidade doados pelo UNFPA, beneficiando 200 pessoas. Essa iniciativa reflete o compromisso conjunto da ASSOTRAM e do UNFPA em promover dignidade, prevenção e apoio às populações mais vulneráveis.Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página: https://brazil.unfpa.org/pt-br , filtered_html
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História
24 janeiro 2025
Mulheres lideram a preservação da cultura agrícola da América Latina
Andréia percorre uma feira em Brasília onde são vendidas flores “sempre-vivas” e outros artesanatos que sua comunidade coleta e produz por meio de um método agrícola ancestral. Nelly coordena por telefone uma visita ao aeroporto de Quito para avaliar a possibilidade de expor as barras de chocolate que sua localidade produziu de forma sustentável com o sistema de “chakras amazônicas”. Luzmila, junto com suas companheiras, seleciona cuidadosamente as últimas sementes de batata produzidas em suas hortas para levá-las ao banco de sementes de Puno, no Peru, garantindo a biodiversidade desse alimento.As histórias dessas três mulheres refletem o trabalho e a dedicação que desenvolveram em suas comunidades para aproveitar o potencial de seu ambiente e, ao mesmo tempo, respeitar e proteger os recursos sem explorá-los. Elas são fundamentais porque preservam o conhecimento tradicional que permite esse equilíbrio nos chamados Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) no Brasil, Equador e Peru.Os SIPAMs, reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), fazem parte de um programa que apoia comunidades rurais na preservação de seus sistemas agrícolas tradicionais, territórios, biodiversidade, saberes e culturas. Nesse contexto, o empoderamento das mulheres é essencial.Na América Latina e em outras partes do mundo, as mulheres desempenham um papel central na conservação e no aprimoramento da biodiversidade, contribuindo para a subsistência de suas comunidades e para a segurança alimentar de suas famílias e do mundo.Como forças vitais em seus territórios, mulheres de diversas idades e etnias tornaram-se pilares do desenvolvimento local e ajudam a fortalecer a resiliência diante dos desafios das mudanças climáticas.Andréia Ferreira dos Santos: de coletora de flores a defensora do patrimônio quilombolaCriada por sua avó no Quilombo Raiz, Andréia passou a vida coletando as chamadas “sempre-vivas”, flores do Cerrado brasileiro usadas na confecção de arranjos ornamentais de longa duração.Essas flores, colhidas e secas, são essenciais para comunidades tradicionais dessa vasta ecorregião de savana tropical em Minas Gerais, no leste do Brasil. Em 2020, seu sistema de cultivo e coleta foi reconhecido pela FAO como o primeiro SIPAM do país. Andréia faz parte da quinta geração do Quilombo fundado por sua tataravó. Sua identidade está profundamente enraizada na Serra do Espinhaço, onde sua comunidade sobrevive com a coleta dessas flores. Segundo ela, em cada temporada, que varia conforme a espécie, uma pessoa pode coletar até uma tonelada de flores, vendidas por valores entre R$ 25 e R$ 70 (aproximadamente US$ 5 a US$ 12) o quilo.Contudo, com a chegada do cultivo de eucalipto à região nos anos 2000, a monocultura começou a substituir gradualmente as florestas e as flores. Em busca de alternativas de renda, a comunidade apostou no desenvolvimento de artesanatos. "O impacto cultural e econômico foi muito grande. Uma forma de manter nosso modo de vida foi agregar valor", explica Andréia. Assim, desde 2006, os artesanatos com capim-dourado do Quilombo Raiz passaram a ser comercializados em feiras por todo o Brasil e até em outros países.Ainda assim, a atividade tradicional não foi abandonada. “Ela continua sendo importante e é transmitida de geração em geração”, afirma Andréia. Para defender os direitos de sua comunidade, ela se uniu a movimentos sociais em 2014, integrando a Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas.Essa mobilização ajudou o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço a obter o reconhecimento da FAO, o que trouxe visibilidade à comunidade e contribuiu para barrar a entrada da mineração na região. “O reconhecimento da FAO foi muito importante. A comunidade entende que é muito mais valioso ter água do que dinheiro.”O protagonismo feminino, como o de Andréia, é maioria: “é uma rede de mulheres trabalhando para manter a comunidade. A associação é composta apenas por mulheres. Elas estão em todos os contextos”, celebra a líder.Luzmila Mendoza: guardiã de sementes nativas e líder comunitária pela agrobiodiversidadeLuzmila Mendoza é uma das nove mulheres da comunidade camponesa Santa Rosa de Yanaque, no distrito de Ácora, região de Puno, no Peru. A mais de 4.800 metros de altitude, elas recuperam e preservam sementes originárias, herança de seus ancestrais, para as futuras gerações. “A semente é como minha mãe, a Pachamama”, afirma Luzmila, presidente da organização “Produtores Peruanos pela Agrobiodiversidade” e da Associação Yanaque. Para ela, cuidar das sementes vai além da sobrevivência de sua família; representa empoderamento e orgulho.Mesmo que os alimentos produzidos a partir dessas sementes tenham pouco valor comercial, Luzmila os cultiva e compartilha com a família.“A quinoa nativa colorida é mais nutritiva que a branca, mas tem preço de venda mais baixo. Por isso, plantamos apenas para consumo familiar”, explica Luzmila. As agricultoras de Puno recuperaram mais de 50 variedades de sementes nativas. Luzmila sozinha recuperou 26 variedades de batata e diversas de mashua, oca, olluco, cañihua e quinoa nativa.Nelly Monar: gestora empresarial com raízes na “chakra amazônica” equatorianaNelly Monar cresceu em uma família de pecuaristas em Tena, na Amazônia equatoriana, e estudou administração de empresas. Decidiu dedicar-se à produção de barras de chocolate, tornando-se representante legal da Associação Tsatsayaku, produtora de cacau fino de aroma. Na associação, Nelly aprendeu sobre o cultivo de cacau no sistema agroflorestal ancestral da “chakra amazônica” e sobre a produção de derivados de cacau.A Tsatsayaku reúne mais de 2.400 famílias, majoritariamente mulheres e jovens, promovendo a conservação da “chakra amazônica” e o uso sustentável dos recursos. O reconhecimento como SIPAM pela FAO em 2023 valorizou a cosmovisão kichwa e a cultura de cuidado das comunidades indígenas.Nelly acredita que a comunicação e a cooperação entre governo e instituições internacionais devem ser fortalecidas. Sua liderança inspira jovens a verem oportunidades no campo e a valorizarem práticas ancestrais, agregando valor aos produtos, como as barras de chocolate.Para saber mais, siga @FAOBrasil nas redes e visite a página da FAO Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/ , filtered_html
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História
07 janeiro 2025
"Já tínhamos vontade, mas faltava o norte"
Foi a partir das ações previstas no Selo UNICEF que todas as escolas ganharam um sistema de água próprio e o índice de qualidade da água passou a ser acompanhado pela Vigilância Sanitária do Município. São quase 9h30 quando os estudantes da Escola Municipal Cristo Redentor começam a deixar as salas de aula. O cheirinho do lanche começa a invadir os corredores e, no banheiro, uma pequena fila de crianças se forma para lavar as mãos antes do lanche. A cena parece comum, mas foi apenas nos últimos quatro anos que a ação se tornou hábito na segunda maior escola do Cantá, localizada na Vila São José, que fica a 142 quilômetros de Boa Vista, capital de Roraima. "Minha escola era pequena e feia. A água era amarelada, não dava para beber e nem lavar as mãos", lembra Anna Carla, de dez anos. Ela estuda há mais de seis anos na unidade de ensino e é uma das principais testemunhas das mudanças que a escola está vivendo nos últimos anos. Os banheiros quebrados e fechados deram lugar a toaletes adaptados para crianças. A água, antes não tratada, hoje sai cristalina das torneiras da escola. É que com 28 anos de existência, é a primeira vez que a cidade participa do Selo UNICEF, uma importante certificação dada aos municípios que assumem o compromisso de manter em suas agendas prioritárias políticas públicas pela infância e adolescência. Entre os principais avanços, Cantá se destacou em um resultado fundamental: o de levar hábitos de higiene, acesso à água e saneamento a crianças e adolescentes. Identificada em uma zona com altos índices de doenças estomacais causadas pela água, onde crianças e adolescentes eram os principais afetados, o município deu um importante passo para garantir o acesso a água de qualidade a meninos e meninas. Em um trabalho intersetorial entre saúde, educação e água, saneamento e higiene (WASH, na sigla em inglês), os locais mais afetados foram mapeados e um plano para começar uma revolução na vila foi traçado. As escolas se tornaram o ponto de partida. “Com o norte dado pelo Selo, mapeamos as escolas que ficavam nessas zonas endêmicas e fizemos uma avaliação. Notamos que não só a revitalização do prédio era necessária, como também havia a necessidade de uma revitalização do comportamento”, explicou o articulador do Selo UNICEF no município, Marcos Abreu. Foi a partir das ações previstas no Selo que não só todas as escolas ganharam um sistema de água próprio, como o índice de qualidade da água passou a ser acompanhado pela Vigilância Sanitária do Município, mensalmente. Em 2024, 100% das escolas do município estão recebendo água de qualidade. "Até pouco tempo atrás, o município estava no século 18. Hoje estamos no século 21", conta Marcos, animado. "Nos últimos quatro anos, começamos a trabalhar com o programa saúde na escola, ao mesmo tempo que aderimos ao Selo UNICEF. Esses dois programas, mas principalmente o Selo, nos deram um caminho para o que deveríamos fazer. Já tínhamos vontade, mas faltava o norte". Com a escola revitalizada, banheiros adequados à altura das crianças e água de qualidade chegando até as torneiras das pias e bebedouros, a próxima etapa foi colocar toda a comunidade escolar dentro do plano para fazer a mudança real acontecer. Gestores, professores e profissionais da saúde trabalharam em conjunto para implantar o programa de lavagem de mãos para as crianças e adolescentes e trabalharam para fazer a informação chegar até a família. "A criança é um grande colaborador. Trabalhamos sua conscientização na escola e ela faz o papel de transmitir esse conhecimento para a família. Ela não só leva esse conhecimento para casa, como começa a atuar como um fiscal da higiene, da lavagem das mãos, dos alimentos", explicou Marcos. "A escola está inserida dentro da comunidade. Por isso, não é possível separar ‘criança’ de ‘família’. A família faz parte da comunidade, da comunidade escolar principalmente". Agatha Hadassa, de sete anos, é uma das impactadas pelas atividades de lavagem de mãos. Na escola, a menina aprendeu a como e quando lavar as mãos, conhecimento que faz questão de reforçar com os pais. "Eu lavo as mãos antes e depois de comer, quando brinco com o cachorro. E falo para minha mãe como fazer também", conta com um sorriso no rosto. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/agua-saneamento-e-higiene Para implementar o Selo UNICEF na região Norte do País, o UNICEF conta com as parcerias estratégicas de B3 Social, Grupo Profarma, Instituto Claro, Itaú Social, RD Saúde, Fundação Vale e Vale. , filtered_html
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História
30 dezembro 2024
Um espaço para recomeçar na Ilha Grande
É difícil cruzar o rio e entrar na estreita estrada de terra que nos leva até a Ilha Grande dos Marinheiros, na periferia de Porto Alegre, sem sentir o impacto das marcas deixadas pela enchente de maio de 2024. Foi tanta terra deslizando que a geografia do lugar mudou. A estrada está visivelmente acima do nível normal e tudo parece fora do lugar. As paredes das casas ainda exibem sinais da lama e da destruição causada pela força das águas, que ultrapassaram os cinco metros de altura. Muitas famílias nunca retornaram, deixando para trás um cenário que mistura reconstrução e abandono. No meio desse contexto, surge a história de Elisabete Meire Machado, de 44 anos, mais conhecida como Moa. Líder comunitária e uma força vital na Ilha, Moa carrega nos olhos a memória de momentos difíceis, mas também uma determinação imensa de fazer a diferença. Sua voz e postura são de uma mulher disposta, ativa e animada, que sabe por quem e pelo que está lutando. “Fiquei 42 dias em cima do telhado de um vizinho”, lembra Moa, enquanto aponta para o espaço onde antes ficava sua casa. “Entrava só para o quartinho que restou, apenas para dormir. O resto do tempo, vivia no telhado.” O local fica em um arquipélago e faz partes das ilhas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A força de uma comunidade e o impacto da enchente Antes da enchente, Moa já atuava com dedicação na comunidade em que nasceu e retornou para morar há 22 anos. Era uma comunidade humilde, que vivia da pesca, e onde todos se conheciam. No pátio de sua casa e em um galpão, ela organizava eventos para crianças, oferecendo lanches e momentos de alegria. “Era tudo organizado entre nós. Meu marido comprava uma coisa, meu cunhado alugava brinquedo inflável, minha tia fazia bolo... Era sempre assim, com doações de pessoas comuns, porque não tínhamos vínculo com nenhuma organização”. Mas a enchente devastou tudo. O espaço que Moa usava para acolher as crianças foi destruído. “Desde o ano passado, não conseguimos fazer mais nada. Veio uma enchente em setembro, depois outra em novembro, e então essa de maio, que foi ainda pior. Todo mundo perdeu tudo. Eu me sentia abandonada, incapaz de ajudar as pessoas.” Foi nesse momento que Moa encontrou apoio. “O dia que o UNICEF e a ADRA me procuraram foi uma virada. Vocês perguntaram o que eu fazia, como era o nosso trabalho e o que a comunidade mais precisava". Rapidamente, Moa pegou seu caderno, em que vinha, há anos, registrando todas as informações sobre a comunidade, quantas famílias, quantas crianças, nomes, idades. “Eu perdi parte desse caderno de cadastro na enchente, mas reconstruí com a ajuda de vocês. Foi a melhor coisa que aconteceu aqui depois da enchente”, afirmou com um tom de voz animado. Com a chegada da ajuda, Moa viu sua comunidade ser atendida de forma ampla. Foram distribuídos produtos de limpeza, cadastradas famílias. “Esse trabalho foi o melhor que já aconteceu na nossa Ilha”, diz Moa emocionada. “As famílias elogiam tudo: o atendimento, as visitas, os produtos. Foi 100% aprovado”, diz ela com gratidão. Junto com o apoio emergencial, veio também um projeto que mudaria para sempre a vida dela e da comunidade: o apoio dado para construir um novo espaço para as crianças. O Espaço da Gurizada: um novo começo Em meio a toda a destruição, Moa viu surgirem os primeiros pilares de um novo espaço para as crianças da Ilha: o Espaço da Gurizada. No mesmo local em que antes ela atendia as crianças antes da enchente, foi construído um ambiente elevado, seguro e acolhedor para meninas e meninos. “Antes, atendíamos as crianças no contraturno escolar. Elas tomavam café da manhã ou almoço, dependendo do horário escolar, e o café da tarde. Costumávamos distribuir aproximadamente 120 marmitas por dia para a comunidade. Perdemos tudo com a enchente, mas agora, com esse espaço, tudo será diferente.” Construído em palafitas para resistir a futuras inundações, o novo espaço, feito com materiais de construção fornecidos pela ADRA, parceira do UNICEF, conta com brinquedos e uma geladeira, e foi doado à comunidade. Ao longo dos últimos meses, além da estrutura física, o Espaço contou também com profissionais como psicólogos e professores, que ajudaram a mitigar os impactos das chuvas na vida de crianças e adolescentes. “Quando o espaço ficou pronto, foi como um renascimento para nós. Ver as crianças voltarem a brincar, sorrir e se sentirem acolhidas me deu forças para continuar. A presença do UNICEF e da ADRA foi fundamental. Eles não trouxeram só ajuda, mas também esperança. Está beneficiando muitas crianças. É um sonho que estamos realizando juntos”, destaca Moa. Sonhos para o futuro Apesar das conquistas, Moa ainda sonha com mais. “Gostaria de ver uma praça, um espaço para as famílias irem nos finais de semana. Nossa Ilha é a única que não tem isso. Mas só o fato de termos agora um espaço seguro para as crianças já é algo incrível. É a realização de um sonho”, destaca a líder comunitária. A partir de janeiro, o Espaço da Gurizada passa a ser, oficialmente, gerido pela comunidade. E Moa faz questão de reconhecer o impacto do trabalho realizado. “Eu gostaria de agradecer de coração a todos os apoiadores, todos que doam para o UNICEF e ajudam a realizar esse sonho. Não tenho palavras para expressar a emoção de ter vocês aqui com a gente. Estou muito feliz.” Enquanto as marcas da destruição ainda são visíveis, a força e a resiliência de Moa, somadas ao apoio do UNICEF e da ADRA, mostram que a reconstrução vai muito além de tijolos e paredes. Ela está na esperança renovada de uma comunidade inteira e no sorriso de cada criança que encontrará no Espaço da Gurizada um lugar para brincar, aprender e sonhar. Hoje, o local, uma casa azul elevada, é mais que um lugar físico; é um legado de resiliência, cuidado e transformação. E Moa, com sua dedicação, segue como um farol para as crianças da ilha, mostrando que mesmo em meio às águas mais turbulentas, é possível construir um futuro melhor. Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/enchentes-no-rio-grande-do-sul A resposta do UNICEF às chuvas no Rio Grande do Sul conta com parceiros estratégicos como MSD e Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês); com a parceria da Kimberly-Clark e da Takeda; e com o apoio de Amanco Wavin; Beiersdorf, casa de NIVEA e Eucerin; Instituto Mosaic; Klabin; e Serena Energia. Para o Espaços da Gurizada, na Ilha Grande dos Marinheiros, o UNICEF conta com a parceria de implementação da ADRA. , filtered_html
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24 dezembro 2024
Muito além de uma bolinha de Natal
Com práticas inclusivas e que valorizam a identidade, meninas e meninos crescem confiantes e conhecedores de seus direitos por uma infância antirracista. Uma simples ação de decorar a escola para momentos festivos pode ter grandes significados no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) 8 de Março, no Ibura, bairro periférico do Recife. A unidade foi uma das atendidas pelas formações da iniciativa Primeira Infância Antirracista (PIA) em Pernambuco e passou a incluir ainda mais intenção em suas atividades lúdicas. A decoração de Natal, por exemplo, foi planejada para ser, além de divertida, uma oportunidade de fortalecer a identidade e valorizar as origens de cada estudante. Com fotos de cada estudante, as tradicionais bolinhas de Natal foram distribuídas na árvore estilizada com um tecido junto a dicas para facilitar a adivinhação: quem é esta criança feliz, com cabelos lindos de cachinhos? E esta aqui? A cada chamada, as meninas e meninos se reconheciam ou indicavam os colegas em meio a muita animação. Detalhes que, aos poucos, vão entrando na rotina de todos que formam a comunidade escolar, dos professores, auxiliares, merendeiras e portaria. A gestora da unidade de educação infantil, Sandra Pereira, destaca que as reflexões provocadas pelas formações e os materiais compartilhados apoiam o planejamento das atividades:“O estereótipo que temos de beleza, de angelical é outro. Precisamos criar novos referenciais e as formações são importantes para gerar essa inquietação. Quando traz um material de fora, isso nos ajuda a guiar as atividades e a chamar a atenção dos professores para o que precisamos melhorar”.Localizada em um bairro em que a maioria dos moradores é negra ou indígena, o Cmei 8 de Março atende 131 crianças de zero a cinco anos. Sandra ressalta que o trabalho desenvolvido de valorização das origens e identidade também alcança as famílias das crianças. “Nós buscamos envolver todos e trabalhamos em parceria. Tentamos fortalecer a autoestima desde cedo e influenciar famílias que percebemos que já são sofridas nesse ponto”, afirma, listando atividades com espelhos e fotografias. “A gente vê o resultado na criança. Quando escuto uma criança de cinco anos dizendo que todo mundo é especial e lindo, apesar de ser diferente, o sentimento é de alegria e realização”. Uma das mães da escola também pontuou sua alegria ao saber que a filha, além de ser bem cuidada na creche, aprende que tem os mesmos direitos de todos. “Ela vai aprender que é linda, né? Que não deve abaixar a cabeça”, disse. A coordenadora pedagógica Andreá Santos reforça que a formação e as atividades desencadeadas na unidade foram uma oportunidade para aprimorar os projetos já existentes. “A gente nem sabe, mas pensar no enfrentamento ao racismo e numa primeira infância antirracista mexe com conceitos guardados. As formações foram muito importantes pois nos possibilitam conversar enquanto equipe e, aos poucos, vamos inserindo novas práticas e construindo bases mais fortalecidas”, disse. A estratégia Primeira Infância Antirracista (PIA) do UNICEF tem como objetivo chamar a atenção e sensibilizar profissionais da educação, saúde e assistência social sobre os impactos do racismo no desenvolvimento infantil. Também busca fortalecer o engajamento para garantir, de fato, um atendimento qualificado e humanizado, que leve em consideração as especificidades étnico-raciais das crianças e suas famílias. Para suas ações de primeira infância, incluindo enfrentamento do racismo, o UNICEF conta com a parceria estratégica de Huggies e com o apoio de Beiersdorf, casa de NIVEA e Eucerin. Em Pernambuco, foram realizados dois seminários presenciais com a participação de 377 gestores e técnicos de 100 municípios, alcançando 324 mil crianças que poderão ser beneficiadas com um olhar mais qualificado. Para saber mais, siga @unicebrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/pia , filtered_html
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17 fevereiro 2025
ARTIGO: Reforce a segurança nas estradas para as pessoas, o planeta e a prosperidade
Líderes globais devem tomar medidas urgentes e conjuntas para acabar com a carnificina nas estradas.
Se você tivesse que adivinhar a principal causa de morte de crianças e jovens em todo o mundo, o que diria? Malária? Pneumonia? Suicídio? Todas elas estão no topo da lista, mas não - são os acidentes de trânsito. Os carros existem há mais de 120 anos e sabemos como evitar essas tragédias. No entanto, os acidentes de trânsito ainda tiram mais de duas vidas a cada minuto e quase 1,2 milhão de vidas todos os anos. Se essas mortes fossem causadas por um vírus, seriam chamadas de pandemia e o mundo se esforçaria para desenvolver vacinas para evitá-las. Mas, no entanto, há muito tempo a redução das mortes no trânsito tem sido negligenciada, mal compreendida e subfinanciada.As pessoas sempre cometerão erros nas estradas, mas temos soluções comprovadas que garantem que nossos sistemas de transporte possam absorver esses erros de forma a reduzir significativamente o risco de morte. Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da Década de Ação da ONU para a Segurança Viária 2021-2030, o mundo estabeleceu uma meta ambiciosa de reduzir pela metade as mortes nas estradas em todo o mundo até 2030. Apenas dez países - incluindo alguns países de baixa e média renda duramente atingidos - conseguiram reduzir as mortes no trânsito em mais de 50% em uma década, e mais de 30 países estão logo atrás. Isso mostra que a meta pode ser atingida, mas não é nem de o longe suficiente. Precisamos de ações urgentes. A chave para atingir essa meta é a decisão de projetar e construir nossos sistemas de transporte para as pessoas - e não para os veículos motorizados - e tornar a segurança primordial em todas as decisões e ações. Isso é especialmente importante para os usuários mais vulneráveis das vias, como pedestres, ciclistas e motociclistas, que muitas vezes são deixados perigosamente expostos. O avanço da segurança viária é crucial por si só, mas também é fundamental para o desenvolvimento sustentável em geral. O mundo está passando por uma onda de motorização sem precedentes. Mais de um bilhão de veículos estão nas estradas. Isso é insustentável. Portanto, devemos nos concentrar no transporte de pessoas, não de carros, motocicletas ou caminhões. O transporte é responsável por um quarto das emissões globais de carbono e alimenta o congestionamento em nossas cidades. No entanto, quando a mobilidade se torna segura e acessível, as pessoas escolhem as opções mais ecológicas de transporte público, caminhada e ciclismo.Projetar cidades em torno de um transporte sustentável - com ciclovias, zonas de pedestres e transporte público acessível - também fortalece as comunidades, tornando os espaços mais seguros e habitáveis, além de melhorar o acesso à moradia adequada e aos serviços básicos para todas as pessoas.Estradas seguras impulsionam as economias. As mortes nas estradas podem custar aos países cerca de 3 a 5% de seus PIBs, e garantir que mais pessoas possam se deslocar com segurança para seus empregos, escolas e serviços vitais impulsiona o desenvolvimento. O transporte seguro, acessível e econômico também elimina as barreiras de acesso a empregos, escolas e outras oportunidades para grupos desfavorecidos. Isso ajuda a garantir que todas as pessoas possam atingir seu potencial.O mesmo vale para a igualdade de gênero. Em alguns países, até 80% das mulheres relatam ter sofrido assédio no transporte público, portanto, devemos tornar o transporte seguro para mulheres e meninas.A segurança no trânsito é assunto de todas as pessoas e, para ter sucesso, precisamos do envolvimento de vários setores. Os planejadores urbanos e engenheiros devem garantir que a segurança seja incorporada à infraestrutura. A academia e a sociedade civil podem gerar evidências. A mídia pode se aprofundar no que funciona, no que não funciona e o porquê. O setor privado tem uma enorme influência. As empresas podem contribuir para a mobilidade segura e sustentável aplicando princípios e práticas comprovadas em suas cadeias de valor. Elas devem vender apenas veículos que atendam aos padrões de segurança das Nações Unidas. No entanto, o papel do governo é fundamental. Eles devem oferecer abordagens estratégicas e bem coordenadas, políticas sólidas e estruturas legais que imponham padrões de segurança e comportamentos seguros, além de financiamento suficiente. A aplicação da lei e a educação também são fundamentais. Essa visão está no centro do Plano Global para a Década de Ação das Nações Unidas para a Segurança Viária 2021-2030, que oferece um guia para os governos reduzirem as mortes no trânsito.Nesta semana, líderes mundiais se reunirão para uma Conferência Ministerial Global sobre Segurança Viária no Marrocos. Eles avaliarão o progresso, compartilharão conhecimentos e promoverão ações para reduzir pela metade as mortes no trânsito até 2030.Eles devem adotar uma nova Declaração de Marrakech, que reconheça a segurança no trânsito como uma prioridade urgente de saúde pública e desenvolvimento e que nossos esforços devam ser orientados pelos princípios de equidade, acessibilidade e sustentabilidade.A Declaração convoca líderes mundiais a intensificar os esforços para colocar em prática o Plano Global para a Década de Ação das Nações Unidas para a Segurança no Trânsito. Precisamos de uma mudança radical na vontade política, um senso de urgência, estratégias baseadas em evidências que sejam custeadas e implementadas, uma forte coordenação e financiamento adequado. A segurança no trânsito é uma crise que já se arrasta há tempo demais. Nenhuma morte no trânsito é necessária ou aceitável. No entanto, também é muito mais do que isso. A mobilidade segura e sustentável pode impulsionar um futuro melhor para todos e todas nós.Autores do artigo:
1. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)
2. Jean Todt, Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para Segurança no Trânsito
3. Achim Steiner, Administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD)
4. Rabab Fatima, Subsecretário Geral e Alto Representante para os Países Menos Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento Sem Litoral e Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento
5. Inger Andersen, subsecretária-geral da ONU e diretora executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA)
6. Anaclaudia Rossbach, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat)
7. Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR)
8. Jorge Moreira da Silva, Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS)
9. Tatiana Molcean, Subsecretária Geral da ONU/Secretária Executiva da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE)
10. Armida Salsiah Alisjahbana, Secretária Executiva da Comissão Econômica e Social para a Ásia e o Pacífico (UNESCAP)
11. Claver Gatete, Secretário Executivo da Comissão Econômica das Nações Unidas para a África (UNECA)
12. Rola Dashti, Secretário Executivo da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA)
13. José Manuel Salazar-Xirinachs, Secretário Executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)
14. Gilles Michaud, Subsecretário Geral de Segurança e Proteção (UNDSS)
15. Felipe Paullier, Secretário-Geral Adjunto para Assuntos da Juventude
16. Li Junhua, subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Sociais. Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais (DESA). , filtered_html
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13 fevereiro 2025
UNIDO: Direção estende projeto GEF Biogás Brasil até dezembro de 2025
As instituições diretoras do projeto GEF Biogás Brasil aprovaram sua extensão até dezembro de 2025 durante reunião nesta quinta-feira (13) no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília (DF).O projeto, cuja conclusão estava anteriormente prevista para abril de 2025, foi estendido até o final do ano pelas instituições do seu Comitê Diretor. O objetivo é garantir que todas as entregas sejam finalizadas e aprimoradas.A extensão também permitirá a apresentação dos resultados do projeto em eventos internacionais de destaque no setor de energias renováveis que ocorrerão neste ano, como a COP30 em Belém (PA).O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e tem o CIBiogás como principal entidade executora.Além dessas instituições, o Comitê Diretor conta com os ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA), de Minas e Energia (MME), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e das Cidades (MCid), além de Itaipu Binacional.A decisão do Comitê Diretor será encaminhada ao fundo GEF para validação final.Durante a reunião, o Secretário Substituto da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec) do MCTI, Osório Coelho Guimarães Neto, enfatizou que a prorrogação do projeto reforça o compromisso do ministério em impulsionar o desenvolvimento tecnológico e a inovação no setor de energias renováveis: "O MCTI tem trabalhado para fortalecer o uso do biogás como uma solução estratégica para a transição energética. A continuidade do projeto permitirá aprofundar a cooperação com diferentes setores, garantindo que a inovação e o conhecimento gerado contribuam para políticas públicas mais robustas e o crescimento sustentável do país."O chefe da Unidade de Sistemas de Energia e Descarbonização Industrial da UNIDO, Riccardo Savigliano, destacou que a extensão do projeto proporcionará uma oportunidade para consolidar os avanços alcançados e posicionar o Brasil como um ator-chave na agenda global do biogás. "A extensão do projeto GEF Biogás Brasil nos permite reforçar a liderança do Brasil em biogás e suas contribuições para a transição energética global. Compartilhar essas experiências em eventos como a COP30 ajudará a inspirar iniciativas semelhantes em todo o mundo."O Diretor Presidente do CIBiogás, Rafael González, destacou a relevância do projeto para o fortalecimento do setor de biogás no Brasil e seu impacto na estruturação do mercado: "O GEF Biogás Brasil tem sido um marco para o desenvolvimento do biogás no país, promovendo a integração entre diferentes atores, fomentando inovação e criando bases para um mercado mais sólido e competitivo. A atuação conjunta das instituições envolvidas tem permitido transformar desafios em oportunidades reais para a economia circular.”Sobre o projetoIniciado em 2019, o projeto GEF Biogás Brasil foi criado para maximizar a transformação dos resíduos orgânicos da agroindústria brasileira em energia limpa por meio do biogás e do biometano, reduzindo emissões de gases de efeito estufa e gerando novas oportunidades de negócios, emprego e renda.O sucesso do projeto resultou na ampliação de seu escopo inicial para incluir a gestão sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) com foco na produção de biogás. O projeto segue atuando para superar desafios do setor, contribuindo para a economia circular e a diversificação da matriz energética nacional.Confira os principais resultados já alcançados pelo projeto GEF Biogás Brasil:RECURSOS: Financiamento direto de US$ 7,8 milhões, além de US$ 74,9 milhões em cofinanciamento e contrapartida de parceiros institucionais.UNIDADES DE DEMONSTRAÇÃO (UDs): Mobilização de US$ 5,9 milhões para investimento em unidades de demonstração na Região Sul do país, que receberam apoio técnico e financeiro do projeto para compra de equipamentos e melhoria operacional.MODELOS DE NEGÓCIOS: Elaboração de seis modelos de negócios inovadores para diferentes setores ao longo da cadeia de valor da agroindústria.ABERTURA DE MERCADOS: Programa de Tropicalização para a integração de empresas brasileiras às cadeias de valor globais, tendo oito propostas selecionadas de sete países e territórios da América Latina, Europa e Ásia.CAPACITAÇÃO: Mais de 10 mil alunos passaram pelos cursos do projeto, oferecidos em parceria com o CIBiogás. Um dos cursos oferecidos, a Trilha de Capacitação em Biogás, foi o maior pacote de capacitação online e gratuito em biogás da América Latina.RSU: Desenvolvimento de estratégias de gestão de Resíduos Sólidos Urbanos para o Distrito Federal, o Oeste Paulista e a região metropolitana de Florianópolis, incluindo o lançamento de uma ferramenta digital para o desenho de trajetórias tecnológicas de gestão de resíduos que permite a replicação de resultados em outras regiões do país.Atividades Previstas na ExtensãoA extensão aprovada pelo Comitê Diretor tem como objetivo ampliar os impactos do projeto, por meio das seguintes ações:UNIDADES DE DEMONSTRAÇÃO: Otimização dos resultados alcançados pelas plantas de biogás apoiadas pelo projeto, com o objetivo de ampliar a disseminação de boas práticas no setor.LIVRO: Publicação de uma pesquisa qualitativa sobre o impacto dos modelos de negócio que foram desenvolvidos pelo projeto em parceria com o setor privado e entidades setoriais. A pesquisa envolveu empresas, produtores rurais e cooperativas com mais de 80.000 famílias associadas.PIBIOGÁS: Transferência da Plataforma de Informações do Biogás Andrea Faria (PiBiogás) para a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), garantindo a continuidade das atividades da plataforma.REPOSITÓRIO DIGITAL: Produção de um repositório digital no site do MCTI para disponibilizar ao público todas as publicações e materiais informativos essenciais do projeto, mantendo esse conteúdo online e acessível após o encerramento do projeto.Monitoramento, Relato e Verificação (MRV): Suporte a instituições nacionais na contabilização da redução de emissões a partir do biogás.A decisão do Comitê Diretor do Projeto reflete o forte compromisso das instituições envolvidas em ampliar os impactos positivos já alcançados e compartilhar os casos de sucesso do projeto. Essa extensão fortalece o protagonismo do Brasil em discussões sobre políticas energéticas sustentáveis, consolidando o país como referência para outros países de desenvolvimento semelhante.Para saber mais, acesse o site do projeto GEF Biogás Brasil.CONTATO PARA A IMPRENSA:Raphael Makarenko (UNIDO / GEF Biogás Brasil) - r.makarenko@unido.org, filtered_html
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12 fevereiro 2025
UNIDO: Setor de cimento inicia trajetória sustentável para zerar emissões até 2050
Representantes e especialistas da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) e do Instituto E+ participaram na última quarta-feira (05/02) da reunião de lançamento da atualização do roadmap sustentável para a indústria cimenteira no Brasil.A iniciativa traçará um caminho estratégico para que o setor alcance emissões líquidas zero até 2050, com foco na inovação tecnológica e na modernização do processo produtivo. Embora o setor de cimento no Brasil já registre baixos índices de emissão de CO2 equivalente em comparação com padrões internacionais, há um compromisso crescente com a adoção de soluções que impulsionem a competitividade e sustentabilidade.Serão analisadas melhorias no processo produtivo, considerando barreiras regulatórias e financeiras e a incorporação de tecnologias inovadoras, como captura e armazenamento de carbono (CCS), eficiência energética, uso de hidrogênio verde e produção de concreto de baixo carbono.Entre as ações previstas estão o mapeamento de iniciativas já implementadas no Brasil, a identificação de fontes de financiamento nacionais e internacionais para viabilizar a modernização do setor e o desenvolvimento de uma plataforma digital para conectar projetos inovadores com oportunidades de investimento.O Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, enfatizou o papel do governo na coordenação dessa agenda: “A descarbonização da indústria é uma prioridade para o Brasil, e o setor cimenteiro tem um papel estratégico nesse processo. Com a construção deste roadmap, fortaleceremos as bases para uma transição sustentável e competitiva.”Para o Representante da UNIDO no Brasil, Clovis Zapata, a parceria com o setor é essencial para garantir um planejamento estratégico robusto e viável: “A UNIDO trabalhará em estreita colaboração com a indústria cimenteira e demais stakeholders para apoiar a implementação de soluções inovadoras e sustentáveis que posicionem o Brasil como referência na descarbonização do setor”, destacou.O roadmap será elaborado com a participação do SNIC, entidade que representa o setor e contribuirá com dados e projeções para a construção de cenários realistas e viáveis. O Presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, reforça a importância dessa iniciativa: “O desenvolvimento deste roadmap trará diretrizes fundamentais para que o setor possa avançar na redução de emissões sem comprometer a competitividade da indústria, garantindo um futuro sustentável e alinhado às metas climáticas.”Essa iniciativa faz parte do Partnership for Net Zero Industry, programa internacional que apoia países em desenvolvimento na descarbonização de setores industriais de difícil descarbonização, como cimento e aço, por meio de assistência técnica e promoção de tecnologias inovadoras. Além disso, o estudo integra o escopo do Hub de Descarbonização da Indústria (ID Hub), plataforma coliderada pelo Brasil e pelo Reino Unido, que visa fomentar investimentos e parcerias para acelerar a transição da indústria para uma economia de baixo carbono. A UNIDO é responsável pela gestão do Secretariado do ID Hub, atuando para facilitar parcerias estratégicas.A definição do roadmap sustentável para a indústria de cimento deverá ser concluído em até 18 meses e contribuirá para que a indústria cimenteira brasileira se alinhe às metas estabelecidas pelo Acordo de Paris e pela Política Nacional sobre Mudança do Clima, consolidando sua trajetória rumo à neutralidade de carbono.CONTATO PARA A IMPRENSA: Raphael C.F. Makarenko (UNIDO) - r.makarenko@unido.org , filtered_html
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11 fevereiro 2025
ONU abre bolsa para jornalistas brasileiros cobrirem CTBT: Conferência de Ciência e Tecnologia (SnT2025) na Aústria
A Comissão Preparatória da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO), responsável por proibir explosões nucleares em qualquer lugar — acima do solo, debaixo d'água e no subsolo — seleciona jornalistas de todo o mundo a aplicar a uma bolsa de cobertura da Conferência de Ciência e Tecnologia (SnT2025). Jornalistas selecionados terão a chance de se conectar com especialistas renomados, explorar os avanços mais recentes no monitoramento de testes nucleares e obter insights valiosos sobre as discussões globais em torno dessa questão crucial.A Comissão Preparatória da CTBTO conta com a inovação para aprimorar as capacidades do regime de verificação do Tratado, bem como para ajudar a aproximar o Tratado da universalização e da sua entrada em vigor. Assim como o oitavo evento da série CTBT: Conferência de Ciência e Tecnologia, o SnT2025 reunirá mais de 1.000 cientistas, tecnólogos, acadêmicos, estudantes e representantes dos órgãos de formulação de políticas da CTBTO. Além disso, os representantes das áreas de pesquisa e desenvolvimento, diplomacia científica, consultoria científica, mídia e defesa de direitos estão convidados a participar da conferência.O SnT2025 está programado para ocorrer no Palácio de Hofburg, em Viena, Áustria, e on-line, para criar uma conferência mundial inclusiva e alcançar apoio globalmente.Leia o folheto de anúncio para saber mais! Objetivos Científicos do SnT2025:Identificar métodos e tecnologias que tenham potencial para melhorar o monitoramento da proibição de testes nucleares e as inspeções nos locais, incluindo abordagens emergentes e revolucionárias.Destacar como os desenvolvimentos científicos e a cooperação podem apoiar necessidades nacionais, estruturar objetivos políticos em apoio ao CTBT e promover a sua universalização.Conectar, inspirar e integrar as diversas comunidades envolvidas no monitoramento da proibição de testes nucleares e na inspeção nos locais e aumentar a diversidade de gênero, geografia e gerações, além de incluir profissionais em início de carreira e jovens.Causar impacto na sociedade global promovendo aplicações civis e científicas, capacitação e treinamento, orientação e desenvolvimento de habilidades relacionadas ao monitoramento da proibição de testes nucleares e às técnicas de verificação em evolução.O que está coberto? Os jornalistas selecionados receberão apoio completo, incluindo:Viagem de ida e volta para VienaAcomodação durante a conferênciaAjuda de custo diária Datas e principais prazos:16 de setembro de 2024: Abertura das inscrições para a Conferência, que permanecerão abertas até a Conferência7 de outubro de 2024: Abertura do envio de resumos5 de março de 2025: Prazo final para envio de resumos e solicitação de apoio financeiro8 de setembro de 2025: Início da Conferência12 de setembro de 2025: Término da conferênciaLink para inscrição: https://conferences.ctbto.org/event/31/ Mais informações: press@ctbto.org , filtered_html
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10 fevereiro 2025
ONU abre inscrições para Programa de Bolsas de Estudos sobre oceanos
A Bolsa de Necessidades Estratégicas tem como objetivo de capacitar os Estados mais vulneráveis, especialmente os países menos desenvolvidos, os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e os países em desenvolvimento sem litoral, a lidar estrategicamente com questões importantes e urgentes que enfrentam nos assuntos oceânicos e no direito do mar. Os funcionários de governo com experiência destes Estados em assuntos oceânicos e direito do mar, que estão ocupando cargos importantes em suas administrações, recebem treinamento aprofundado e altamente personalizado em assuntos oceânicos e direito do mar, com foco nas áreas em que os Estados identificaram barreiras críticas de capacidade.Após a conclusão da Bolsa de estudos, espera-se que os bolsistas retornem aos seus cargos e usem seu treinamento em estruturas jurídicas internacionais, em questões-chave e melhores práticas em assuntos oceânicos, o trabalho da ONU e habilidades profissionais para auxiliar seus Estados na implementação da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e instrumentos relacionados, bem como o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 e outros ODS relacionados. Para obter mais detalhes sobre os objetivos da bolsa de estudos, consulte este documento (em inglês).Para conhecer as condições da bolsa de estudos, consulte esta página (em inglês).
Estrutura, currículo e resultados da bolsa:A bolsa de estudos consiste em um programa de treinamento de quatro meses na Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar, do Escritório de Assuntos Jurídicos do Secretariado das Nações Unidas, na sede da ONU em Nova Iorque. Um currículo individual altamente personalizado é desenvolvido pela DOALOS para os candidatos aprovados, com base nas necessidades de alta prioridade identificadas por seus Estados e com o objetivo de desenvolver a capacidade dos bolsistas de ajudar o Estado a atender efetivamente a essas necessidades.Além disso, os bolsistas serão totalmente integrados às atividades de treinamento desenvolvidas para os bolsistas do Programa de Bolsas de Estudo das Nações Unidas - Fundação Nippon sobre Oceanos e Legislação Marítima (UN-NF), ficando assim expostos a oportunidades de aprendizado adicional e networking. Para obter mais detalhes sobre o currículo da bolsa de estudos, consulte este documento (em inglês).Os resultados do Programa de Bolsas incluem uma série de tarefas a serem concluídas no contexto do currículo de treinamento e o desenvolvimento de uma matriz de governança oceânica.Dependendo das necessidades identificadas, os bolsistas podem, durante o programa de treinamento de quatro meses, realizar um estágio de aprendizado em um departamento do Secretariado das Nações Unidas, em uma agência especializada, em uma organização afiliada às Nações Unidas ou em outra organização relevante.A Bolsa de Necessidades Estratégicas é oferecida anualmente, geralmente entre os meses de agosto e dezembro.
Processo de inscrição e critérios de elegibilidadeOs Estados são convidados a nomear funcionários do governo com experiência limitada em assuntos oceânicos e direito do mar, que estejam ocupando cargos importantes em suas administrações e que tenham atribuições relacionadas à implementação da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e instrumentos relacionados, bem como o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 e outros ODS relacionados.Os candidatos indicados devem atender a todos os critérios a seguir:1.Devem ter entre 25 e 45 anos de idade;2. Devem ter concluído com êxito um diploma universitário;3. Devem ser funcionários do governo de países em desenvolvimento que lidam diretamente com questões críticas relacionadas ao desenvolvimento sustentável dos oceanos e mares, incluindo a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável; política oceânica nacional e/ou regional; estabelecimento de zonas marítimas e delimitação de fronteiras marítimas; gerenciamento da zona costeira; conservação e gestão de recursos marinhos vivos; transporte marítimo e navegação; segurança marítima; proteção e preservação do ambiente marinho; e ciência marinha;4. O programa de estudos proposto deve contribuir diretamente para a formulação e/ou implementação de políticas e programas de assuntos oceânicos e direito do mar;5. Deve estar livre de todas as obrigações não relacionadas à bolsa durante todo o período, a menos que autorizado de outra forma pela Divisão de Assuntos Oceânicos e Direito do Mar, Escritório de Assuntos Jurídicos.O preenchimento dos critérios acima deve ser claramente demonstrada pelo candidato por meio dos formulários de inscrição e confirmada por uma Autoridade de Indicação. O “Formulário de Indicação e Recomendação” deve ser preenchido por um funcionário do governo que possa atestar a natureza do trabalho do candidato com relação às atividades do governo relacionadas a assuntos oceânicos e direito do mar e indicar como o Prêmio contribuiria diretamente para essas atividades.O Programa tem o compromisso de alcançar um equilíbrio de 50/50 entre os gêneros e a diversidade geográfica de seus participantes. As candidatas do sexo feminino são fortemente incentivadas a se inscrever. Mediante solicitação, poderão ser fornecidas acomodações razoáveis a candidatos com deficiências para apoiar sua participação nos programas.As inscrições são bem-vindas somente quando a chamada para inscrições estiver aberta.“Este programa conduz o bolsista por todos os instrumentos, profissões, organizações ligadas às Nações Unidas. Ele é perfeito para o novato que trabalha em uma área ligada ao Direito do Mar e busca uma melhor compreensão sobre seu funcionamento. Gostei muito das apresentações dos especialistas e da interação com eles. Além disso, pude compartilhar meu conhecimento por meio de discussões e apresentações em grupo. Sem dúvida, foi um momento que me deu clareza sobre meu futuro profissional”, Bolsista de Necessidades Críticas, Bahamas, filtered_html
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