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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
16 maio 2022
Foto de tradição Pankararu é premiada na Suíça
Para saber se as condições climáticas irão favorecer a colheita anual, os indígenas Pankararu puxam um cipó. Numa espécie de cabo-de-guerra, os membros da comunidade localizada no sertão pernambucano dividem-se em dois times. Um deles puxa a cipó em direção ao leste e o outro para o oeste. É através desta disputa de forças que as entidades religiosas informam suas previsões aos Pankararu: se o cipó terminar no lado onde o sol nasce, no leste, o clima será próspero e a comunidade viverá um ano de abundância. Ultrapassar para o lado oeste significa pouca chuva e escassez.
Depois de assistir a uma série de previsões de seca, o estudante de mestrado Joanderson Gomes de Almeida, de 30 anos, passou a se perguntar o que ele e a sua comunidade poderiam fazer para que o cipó permanecesse no lado leste. Foi com esta inquietação e com um celular que ele fotografou a cerimônia do puxamento do cipó durante a tradicional festa do Flechamento do Imbu, uma comemoração indígena que marca o início da colheita.
“Essa tradição acontece só uma vez ao ano na comunidade, mas durante o nosso dia a dia, por que a gente não lembra dessa previsão? O que eu posso melhorar para que no próximo ano a gente possa ter um resultado de fartura e abundância? Esta é uma reflexão sobre os cuidados que a gente às vezes não tem com o meio ambiente no nosso cotidiano”, conta o estudante em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Quatro anos depois do click, a foto foi parar em uma exposição na sede da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Suíça. A imagem “Puxamento do Cipó” virou a metáfora perfeita para simbolizar o impacto das mudanças climáticas e, por este motivo, venceu o primeiro concurso de fotografia da OMPI voltado para jovens de comunidades tradicionais.
O prêmio entregue no Dia da Terra também contemplou jovens do Quênia e Filipinas. O anúncio dos vencedores foi feito no último dia 22 de abril e culminou com a exposição em Genebra. A intenção da Organização da ONU era estimular que os jovens de comunidades tradicionais expressassem criativamente o impacto das mudanças climáticas em suas regiões e, ao mesmo tempo, aprendessem a proteger seus trabalhos recorrendo aos direitos de propriedade intelectual. Para escolher os vencedores, entre mais de 30 imagens finalistas, foi convocado um painel independente de jurados constituído por quatro fotógrafos internacionais.
“Os jovens têm o maior interesse no futuro do nosso planeta e é por isso que estou satisfeito que o primeiro Prêmio de Fotografia da OMPI esteja oferecendo aos membros de comunidades indígenas e locais a oportunidade de se expressarem através da fotografia sobre a crise climática e outros desafios relacionados que estão enfrentando”, declarou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang, durante a cerimônia de premiação.
Na oportunidade, ele também destacou como é estreita a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente e seus recursos, sendo elas as primeiras a enfrentarem as consequências diretas da crise climática, como a perda da diversidade biológica e o aumento do nível dos oceanos. Ao parabenizar o indígena brasileiro pela conquista, o diretor-geral lembrou que o povo Pankararu tem uma forte vocação de preservar a natureza e as tradições. No entanto, eles também têm sido castigados por períodos sem chuva e seca, o que dificulta as atividades agrícolas tradicionais.
Conexão - Em Pernambuco, a comunidade Pankararu está estabelecida entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, distante cerca de dez quilômetros do rio São Francisco. Esta proximidade ajuda a explicar porque a água, mais do que um recurso essencial para a vida, também é considerada parte da constituição deste povo. “Existia uma ocupação tradicional desta terra narrada na própria cosmologia do povo Pankararu. As primeiras entidades, que chamamos de Encantados, eram pessoas normais que receberam o dom depois de entrarem na cachoeira do rio São Francisco. E hoje nós não temos acesso a água. Esta é uma reivindicação do povo Pankararu. A gente mora a menos de 10 quilômetros do rio São Francisco e não temos água”, explica Joanderson.
Em sua inscrição no concurso da OMPI, o estudante de mestrado defendeu que jovens indígenas ocupem espaços como estes e que novas soluções inovadoras sejam propostas a partir de parcerias com as comunidades locais. “Os indígenas têm uma forma tradicional de cultivo e manejo da terra, sem o viés mercantilista. Não vemos a terra como objeto de produção de capital, mas como uma forma de vida e subsistência. Ainda há muito o que se falar sobre clima e sobre povos indígenas para além desta visão marginal”, pontua. “Agradeço a OMPI pela iniciativa de criar esse concurso e por incentivar jovens indígenas e de comunidades tradicionais a participarem. Agora, com o prêmio, poderei registrar estes momentos com mais qualidade e profissionalismo”.
Como primeiro colocado, Joanderson ganhou da organização equipamento fotográfico profissional no valor de 3.500 dólares.
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História
06 maio 2022
Mãe reencontra filhas depois de quatro anos de separação
A venezuelana Yerika deixou a Venezuela em busca de oportunidades para uma nova vida com as três filhas. Ela chegou ao Brasil em Roraima mas a oportunidade de trabalho surgiu a 5 mil quilômetros de distância, em Pinhalzinho, no interior de Santa Catarina. A separação entre Yerika e as filhas Evelin, 13 anos, Camila, 10 anos, e Josemiht, 8 anos, foi inevitável.
Com a família dividida entre o norte e o sul do país, as meninas ficaram sob cuidados de um responsável, que procurou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o parceiro AVSI Brasil. As meninas foram encaminhadas para um abrigo do governo de Roraima destinado a crianças desacompanhadas.
O oficial de Proteção à Criança e ao Adolescente do UNICEF em Roraima, Tomás Tancredi, explica que o direito à convivência familiar e comunitária é prioridade. “O trabalho envolve busca ativa das famílias, avaliação psicossocial para identificar as possibilidades de reunificação junto à rede de proteção, apoio psicossocial continuado para estas crianças e, em alguns casos, apoio financeiro para a sustentabilidade da reunificação. A articulação com as redes de proteção e demais organizações que atuam na resposta humanitária, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é fundamental para garantir a adaptação destas crianças em uma nova realidade”, explica.
O abrigo onde Evelin, Camila e Josemiht ficaram tem a estrutura de uma residência, similar ao ambiente de uma casa familiar, com atividades educacionais e apoio psicossocial. A gerente do abrigo da Secretaria de Estado de Trabalho e Bem-Estar Social, Luciana Oliveira da Silva, explica que a unidade tem parceria com organizações para buscar as famílias das crianças. “Apesar de estarem em um ambiente em que estão sendo cuidadas, não é o lar delas. Elas sentem falta, perguntam e ficam ansiosas para o reencontro”, relata.
Após o abrigamento no local, o UNICEF entrou em contato com a OIM para localizar a mãe e dar entrada do processo na estratégia de interiorização do governo federal, para que as irmãs pudessem viajar para junto de Yerika.
A análise documental foi o passo inicial na viagem, assim como o acompanhamento médico no Núcleo de Saúde da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo venezuelano, para verificação vacinal e testagem de COVID-19. Era dezembro de 2021 e os dias foram contados com ansiedade pelas meninas e pela mãe.
De acordo com o assistente de Proteção da OIM Luís Minchola, o reencontro representa o apoio dos atores que buscam a melhor solução em situações de crianças e adolescentes desacompanhadas dentro de um contexto migratório. “Todos estão envolvidos em levar oportunidades nos locais de destino: acesso às escolas, aos serviços de saúde e que tenham o convívio familiar garantido dentro de todos os preceitos de proteção à infância”, explica.
No dia 26 de dezembro, a equipe da OIM buscou Evelin, Camila e Josemiht no abrigo estadual e as levou para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. Além da revisão documental pré-embarque, a OIM comprou as passagens aéreas e garantiu a presença de uma funcionária para acompanhar todo o trajeto, até que elas estivessem seguras com a mãe.
O REENCONTRO – Já era noite quando o abraço do reencontro finalmente aconteceu. Entre lágrimas, mãe e filhas correram para que estivessem juntas novamente. Na parede da casa nova, os cartazes improvisados com folhas de caderno estampavam os dizeres de “bem-vindas minhas princesas”, em espanhol. No sofá, os cochichos entre as quatro demonstravam que o tempo de separação não diminuiu em nada o afeto e a cumplicidade.
“Foi uma emoção tão grande, não sei nem explicar. Foi tanto tempo longe! É muito gratificante ter minhas filhas aqui do meu lado. Meu plano para o futuro é dar muito amor a elas. Estou muito emocionada e feliz.”
Yerika
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História
25 abril 2022
Após cirurgia no quadril, homem reaprende a caminhar e reconstrói a vida
Caminhar, correr e dançar são coisas triviais para muita gente. Mas, para o aposentado Dirceu Hack, 56 anos, significa muito mais. No final do ano passado, após passar por uma cirurgia reparadora no quadril, ele finalmente pode voltar a se mover com o corpo ereto. Seu Dirceu, como é chamado, é paciente hemofílico e sofria desde os anos 1970 com as limitações provocadas pela doença.
A hemofilia é uma doença genética hereditária, que compromete a coagulação do sangue. Pessoas hemofílicas não possuem uma proteína responsável pelo crescimento e reparação de tecidos, assim, sangram mais do que o normal. Com o passar do tempo, essa situação provoca danos em todo o corpo, em especial nas articulações, que ficam enrijecidas.
“Eu tinha uns 13, 14 anos quando descobri a doença. Fiquei 30 dias sozinho em Florianópolis, fazendo muitos exames, até chegar no diagnóstico”, lembra seu Dirceu, que morava à época em Concórdia, no interior de Santa Catarina, a quase 500 quilômetros da capital do estado. “Eu tinha muitos sangramentos e muita dor, é três vezes pior que uma dor de dente. Não conseguia ir para a escola, só tenho até a 4ª série”, conta ele, que, de tanto comprometimento, andava completamente arqueado.
"Ele não conseguia caminhar direito, não conseguia se abaixar para colocar a meia. Sentia muitas dores, não tinha como deitar na cama, se ajeitar para dormir, era bem difícil." detalha Queli Cristina, 37 anos, companheira de Dirceu. “Minha família me acompanhou nesse tempo todo, elas viram o meu sofrimento. Eu não ia para nenhum lugar, não me encontrava com meus amigos, porque não conseguia caminhar”, completa ele.
O aposentado foi um dos contemplados por uma ação do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) em parceria com o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT/SC) e com a Fundação de Apoio ao Centro de Hematologia e Hemoterapia (HEMOSC)/Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), conhecida como FAHECE. A ação teve por objetivo realizar cirurgias em pacientes hemofílicos com artropatia grave.
Dirceu foi beneficiado com três cirurgias, uma já feita no quadril, em outubro do ano passado, e as outras nos dois joelhos, previstas para serem realizadas em junho. Outros dois pacientes também serão beneficiados: Valdecir de Souza, que fará uma renovação da prótese do joelho direito em abril, e Lucas Ramos Mariano, que será operado nos dois joelhos em maio.
“Quando eu fizer as cirurgias dos dois joelhos, será a realização do meu grande sonho, terei uma qualidade de vida muito maior. Eu tô com 56 anos, mas tenho uma disposição de piá (rapaz) de 25 anos”, diz seu Dirceu, que agora faz planos para a retomada da vida com a mobilidade recuperada. “O que eu mais quero fazer é trabalhar na minha propriedade aqui no interior, cuidar dos animais, da roça”, planeja ele, que tem um sítio em Peritiba, na fronteira de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.
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História
08 abril 2022
Professora ensina alunos a combater o desperdício de alimentos em Itajaí
No município de Itajaí, em Santa Catarina, o drama da falta de acesso a alimentos transformou a vida dos 46 alunos do 5º ano do ensino fundamental da Escola Básica Professor Judith Duarte de Oliveira. Isto porque a professora Patrícia Wanderlinde Alves ficou impactada com os números da fome – de acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), 881 milhões de pessoas não têm o que comer em todo o mundo, sendo 48,6 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar moderada ou severa.
Inconformada também com os dados do desperdício de alimentos revelado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) – em 2019, 931 milhões de toneladas de alimentos foram para o lixo -, a professora resolveu levar para sala de aula ensinamentos para diminuir o desperdício e mudar hábitos de consumo na escola e dentro de casa.
Patrícia desenvolveu e implementou para os alunos da faixa de 10 anos de idade o projeto Tempo Esgotado: durante uma semana, eles anotaram tudo o que comeram e desperdiçaram. Impressionados com os resultados, eles reuniram informações sobre o consumo consciente de alimentos e criaram um folder e cartazes, que foram distribuídos dentro da escola, em ônibus e pontos comerciais com grande circulação de pessoas.
Os alunos também fizeram palestras para as outras turmas do colégio, que foram gravadas e disponibilizadas num canal no Youtube. O projeto trabalhou com as informações dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e incluiu ainda um curta metragem mostrando como o desperdício de alimentos acontece dentro de casa.
“As crianças realmente se empenharam e queriam fazer o máximo que podiam. Toda a construção dos vídeos e folders foi feita a partir de ideias delas. Os alunos arrecadaram alimentos para famílias carentes, o que envolveu toda a escola. No final, o trabalho gerou inclusive uma conscientização financeira”, contou a professora em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio). Ela pretende repetir a iniciativa neste ano.
“Eu gostei muito desse projeto, ele me conscientizou muito sobre a fome que acontece no mundo. Não podemos ver todo esse desperdício e não fazer nada!”, explica o aluno Henrique Rafael. A estudante Maria Luíza conta que os ensinamentos mudaram a rotina dentro de casa: “Eu vou levar esse projeto para a minha vida toda. As atitudes da minha casa mudaram muito. Meu pai começou a usar as sobras do dia anterior. Minha mãe não usava frutas feias e agora usa”, explica a garota. Para Gustavo, o projeto pode ajudar o Brasil. “ A cada um minuto, 11 pessoas morrem de fome e isso é muito triste. Por isso, temos que parar de jogar comida no lixo!”, alerta o menino.
Alimentação escolar - Projetos como o da professora Patrícia são fundamentais para uma alimentação escolar sustentável. Segundo a coordenadora do projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe (Programa de Cooperação Internacional entre Brasil e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/-FAO), Najla Veloso, esse tipo de trabalho concilia o aprendizado dos estudantes com outras áreas do conhecimento, criando conexões entre as realidades locais e o e o dia a dia de cada um.
“As ações para combater o desperdício e de educação alimentar e nutricional são importantes para promover o desenvolvimento intelectual, físico, emocional e social dos estudantes. Além disso, ao estimularem hábitos de vida saudáveis, as escolas constroem entornos mais saudáveis, uma vez que os hábitos são transmitidos também para familiares e todo a comunidade”, explica Najla.
As escolas também são fundamentais no combate à fome. De acordo com a especialista da FAO, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro, que atende a cerca de 41 milhões de estudantes, diária e universalmente, é considerado uma referência regional e global de política pública de êxito.
O Programa Mundial de Alimentos também atua no combate ao desperdício e na superação da fome. Todos os anos, o WFP promove uma campanha global de conscientização, chamada Zerar o Desperdício, e opera o Centro de Excelência contra a Fome em conjunto com o governo brasileiro. A missão do Centro é apoiar países em desenvolvimento na criação e implementação de soluções sustentáveis contra a fome a partir das experiências exitosas desenvolvidas no Brasil.
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História
28 março 2022
Irmãos vencem festival com filme retratando impacto da COVID-19 na comunidade surda
Nos últimos dois anos as máscaras tornaram-se itens essenciais para evitar a contaminação com COVID-19. Mas para uma parte da população, ainda que elas tenham ajudado a salvar milhares de vidas, as máscaras também são sinônimo de silêncio. Um relatório divulgado em março de 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontou que 1,5 bilhão de pessoas têm algum grau de deficiência auditiva no mundo. Dependendo em grande parte da interpretação labial e de expressões faciais para se comunicar, a pandemia trouxe para as pessoas surdas uma sensação de impotência diante de atividades corriqueiras, como ir ao banco, supermercado ou até mesmo a consultas médicas.
São estas dificuldades que levaram os irmãos Glória e Victor Araújo, de 12 e 10 anos, a gravarem um vídeo mostrando os impactos da COVID-19 em sua família. Ambos atuam como intérpretes de libras para os pais, Jucimara e Vandro, deficientes auditivos. O filme “Silêncio na pandemia” retrata as barreiras impostas pelo uso de máscara a esta comunidade e principalmente conscientiza sobre a importância de um ensino obrigatório e universal da língua de sinais para toda população.
O filme foi premiado pelo júri internacional do PLURAL + Youth Video Festival, competição de vídeos promovida pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), e pela Aliança de Civilizações das Nações Unidas (UNAOC). A produção dos irmãos moradores de Londrina, no Paraná, ficou em primeiro lugar na categoria até 12 anos e também recebeu outros três prêmios dentro do festival: Peacemaker Champions Award, TAL Award e o MediaB Award.
“Eu queria que as pessoas vissem esse vídeo e quisessem mais intérpretes em todos os lugares. Porque seria mais fácil para todo mundo, né?”, conta Victor.
Produção – Responsável por montar o roteiro e dirigir o filme, Glória explica que começou a produção do curta-metragem em junho de 2021, com a ajuda das primas Lorena da Silva, de 22 anos, e Alaysa Fernandes, de 18. Foi Lorena quem viu a competição promovida pelas Nações Unidas e incentivou os irmãos a se inscreverem no concurso. As duas primas também ajudaram a traduzir o conteúdo para o inglês e editar as ideias de Glória, que tem o sonho de ser cineasta. “A gente começou a gravar e acabamos esquecendo que era para a ONU. E aí a gente começou a se divertir e foi bem espontâneo. Só percebemos o que estávamos fazendo depois que a gente ganhou”, explica Glória.
O PLURAL + Youth Video Festival convida jovens de todo mundo a contarem diversas histórias sobre os temas mais urgentes do nosso tempo. Na edição de 2021, a tônica do concurso foi a diversidade, tema que chamou atenção dos jovens paranaenses. “Se a gente fosse igual, não teria graça. A gente precisa da diferença para aprender a respeitar as pessoas em qualquer hipótese”, diz Glória. “Se as pessoas fossem iguais, a gente não aprenderia muita coisa, porque para aprender é preciso ver outra pessoa fazendo diferente. Então a gente precisa de diversidade”, defende a garota.
A cerimônia online de premiação contou com a presença do diretor-geral da OIM, António Vitorino, e do alto representante da UNAOC, Miguel Ángel Moratinos. Também foi transmitida uma mensagem em vídeo da subsecretária-geral da ONU para Comunicação Global, Melissa Fleming. Na ocasião, Glória foi convidada a discursar e aproveitou para defender a universalização da linguagem de sinais como solução duradoura para as dificuldades de inclusão da comunidade surda.
Outros vencedores – Ao todo, 29 vídeos foram premiados pelas Nações Unidas. O Brasil foi o país que recebeu o maior número de condecorações: sete no total. “Silêncio na pandemia” foi o destaque da categoria principal. Os outros seis jovens brasileiros foram laureados por parceiros da ONU.
Nicole Assunção recebeu uma menção honrosa da Children’s Film Festival Seattle, com o filme “What does opening the world mean to you?”; Mickael Lima venceu o FACIUNI Award com o curta-metragem “Ubuntu”; Joana Lara recebeu uma menção honrosa do Italian Movie Award pela produção de “The human being is a genus of which diversity is a species”; Guilherme Menezes também recebeu uma menção honrosa do FilmAid pelo filme “I could never choose where to be born”; Cassia Roriz venceu o FilmAid Award e o Visual Voices Award for Peace Advocacy com o filme “Look out for us”; e Esther Cortereal, diretora de “For the right to be diverse”, venceu o Three Cultures of the Mediterranean Award.
Os curta-metragens abordam como a diversidade é um elemento importante para inclusãode pessoas que precisam viver em diferentes culturas, como é o caso de migrantes e refugiados.
"O cinema e o audiovisual são uma importante ferramenta para informar, divertir, educar, provocar debates e promover a diversidade. Há mais de um século eles estão ligados com a migração, quando desde o início dessa arte muitos cineastas migrantes retratavam um mundo em movimento. Iniciativas como o Plural+ dão força e voz a esses jovens, que colocam na tela suas mensagens, promovendo integração e tolerância entre públicos nos diferentes cantos do mundo”, relata o Chefe de Missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.
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20 maio 2022
WFP mostra benefícios do aleitamento no Dia Mundial de Doação de Leite Humano
Com objetivo de estimular a doação de leite humano, promover debates sobre a importância do aleitamento materno e da doação de leite humano no Brasil, 19 de maio é comemorado o Dia Mundial da Doação de Leite Humano. A prática do aleitamento está relacionada a inúmeros benefícios, uma vez que o leite materno tem todos os nutrientes de que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças. Após a amamentação exclusiva até essa idade, uma alimentação complementar adequada e saudável deve ser oferecida e a amamentação deve continuar em paralelo até o segundo ano de vida ou mais da criança.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o aleitamento materno de longa duração também contribui para a saúde e o bem-estar das mães, reduzindo o risco de câncer de ovário e de mama e ajudando a espaçar gestações. A amamentação na primeira hora de vida dos recém-nascidos também é vital, protegendo o bebê de infecções e reduzindo a mortalidade neonatal. Além desses benefícios, a amamentação também fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
O projeto Nutrir o Futuro, desenvolvido pelo Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) em parceria com o Ministério da Saúde e a Agência Brasileira de Cooperação, tem estimulado a produção de conhecimento e a troca de experiências exitosas para apoiar os países a encontrarem soluções para a obesidade infantil, entre elas o incentivo ao aleitamento materno. Estudos mostram que um de seus benefícios é a menor frequência de sobrepeso e obesidade em crianças que foram amamentadas por um maior período na primeira infância.
De acordo com dados da OPAS/OMS, no mundo, apenas quatro em cada dez (44%) crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida. Na região das Américas, essa taxa é de 38% das crianças e somente 32% continuam sendo amamentadas até os dois anos. Especificamente na América Latina e no Caribe, menos da metade dos bebês (48%) são amamentados em sua primeira hora de vida.
Uma das metas globais de amamentação é de 50% de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida até 2025. Já dentro das metas da Agenda 2030, a amamentação exclusiva nesse período deve ser de 70%.
Doação de Leite Humano no Brasil - Através do trabalho da Rede de Banco de Leite Humano (rBLH), o Brasil se tornou referência internacional em doação de leite. A Rede é a maior e mais complexa do mundo, contando com mais de duzentos bancos e postos de coleta presentes em todos os estados do país. Em 2001, a OPAS/OMS reconheceu a rBLH como uma das ações que mais contribuíram para redução da mortalidade infantil no mundo. Atualmente, a tecnologia brasileira é modelo para a cooperação internacional em mais de 20 países das Américas, Europa e África.
A experiência nacional disponibiliza hoje cerca de 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso. As doações ocorrem desde 1943, quando foi implantado o primeiro BLH no então Instituto Nacional de Puericultura, atualmente Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Como doar?
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, basta ser saudável, não tomar medicamentos que interfiram na amamentação e não possuir nenhuma doença infectocontagiosa. Não existe quantidade mínima para a doação. Segundo a Fiocruz, um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, um (1) ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado.
O primeiro passo para doação é encontrar o banco de leite mais próximo de sua localidade, o que pode ser feito acessando o site da Fiocruz ou ligando no número 136. A coleta do leite pode ser feita em casa ou nos Bancos de Leite.
Para coletar o leite em casa é preciso seguir as instruções do Banco de Leite sobre o preparo do frasco para armazenar o leite materno, que deve ser refrigerado após a coleta. Também é importante ter cuidados de higiene pessoal antes de iniciar a coleta, como usar touca ou lenço para cobrir os cabelos, colocar uma fralda de pano ou máscara sobre o nariz e a boca, lavar mãos e braços até o cotovelo com água e sabão e lavar as mamas apenas com água.
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20 maio 2022
ONU-Habitat firma parceria com entidades da fronteira de Brasil e Argentina
Uma das fronteiras entre Brasil e Argentina é formada por um aglomerado urbano de quatro cidades: as brasileiras Barracão, Bom Jesus do Sul e Dionísio Cerqueira e o município argentino de Bernardo de Irigoyen. Seus limites territoriais e as dinâmicas de suas populações se entrelaçam em uma complexa relação de complementaridade e interdependência que exige das autoridades locais uma visão que extrapole as demarcações territoriais e tenha como foco o desenvolvimento regional sustentável.
O caráter único dessa região motivou o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) a inclui-la no projeto Conexões Urbanas, que tem como objetivo aumentar as capacidades das autoridades e comunidades locais para aplicar o planejamento e desenho urbano em cidades de fronteira. A ideia é promover a inclusão de todas as pessoas, incluindo migrantes de outras nacionalidades, fomentando a coesão social e reforçando a cooperação transfronteiriça.
Para fortalecer essa meta, o ONU-Habitat Brasil firmou parcerias, no último mês, com duas instituições estratégicas: o Comitê de Desenvolvimento Territorial La Frontera e o Consórcio Intermunicipal da Fronteira (CIF). As entidades têm forte atuação na divisa do Brasil e Argentina, buscando o desenvolvimento social e econômico da região.
As parcerias preveem o compartilhamento de dados e estudos, articulação de atores locais e apoio na implementação e divulgação das atividades do projeto. Para o Oficial Sênior Internacional do ONU-Habitat para o Brasil e Cone Sul, Alain Grimard, a cooperação com as instituições tem o potencial de expandir o alcance do Conexões Urbanas. “O trabalho desenvolvido pelo La Frontera e pelo CIF converge com os objetivos do nosso projeto. As instituições têm uma experiência de longa data na integração de lideranças de variados setores e na coordenação de projetos transfronteiriços”, afirma Grimard.
O presidente do CIF e prefeito de Bom Jesus do Sul, Hélio Surdi, comenta que a expectativa quanto ao projeto é alta. “Quando soubemos que os municípios do Consórcio receberiam o projeto Conexões Urbanas, ficamos muito entusiasmados porque ele traria um olhar e uma abordagem diferente de tudo que já foi feito na fronteira. Essa é uma região de desenvolvimento para Brasil e Argentina, onde a cooperação mútua já é uma realidade, mas tem potencial para muito mais”, afirma.
A presidente do La Frontera, Talita Casagrande, compartilha da mesma opinião. “O ONU-Habitat tem diretrizes similares às nossas, pois acreditamos que através do protagonismo local e da parceria entre os setores público e privado podemos realizar ações integradas que busquem o desenvolvimento da comunidade transfronteiriça”, acrescenta.
Próximos passos – Na próxima segunda-feira (23), o projeto Conexões Urbanas, com apoio do La Frontera e CIF, realizará uma oficina com lideranças das organizações da sociedade civil e pessoas das áreas de urbanismo e assistência social de Barracão, Bernardo de Irigoyen, Bom Jesus do Sul e Dionísio Cerqueira. Com isso, o projeto dará início à avaliação dos espaços públicos dessas cidades, aplicando uma metodologia participativa já utilizada em outros projetos do ONU-Habitat.
Conexões Urbanas – Mais dois grupos de cidades fronteiriças fazem parte do projeto. Na América Latina, as participantes são Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai. Já no Líbano, as cidades de Abdeh e Bar Elias são contempladas pela iniciativa.
Ao longo de dois anos (2022-2023), o projeto vai promover escutas da população e atores locais, realizar oficinas com autoridades e lideranças dos territórios, elaborar um diagnóstico dos espaços públicos a partir de metodologias participativas e revisar políticas migratórias e urbanas.
Com base nos diagnósticos e na participação da população, será apresentada uma proposta de projeto de requalificação para um espaço público que seja relevante para cada grupo de municípios, além de realizar recomendações de políticas públicas para a rede de espaços. Também estão previstos eventos e oficinas regionais e internacionais com o objetivo de promover o intercâmbio de experiências e boas práticas entre as cidades participantes do projeto.
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20 maio 2022
Número de pessoas em necessidade humanitária cresceu 10% em 2022
O chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, afirmou em coletiva de imprensa na última quinta-feira (19), que o número de pessoas que precisam de ajuda emergencial aumentou cerca de 10% somente em 2022. Cerca de 303 milhões de pessoas que vivem em 69 países precisam de socorro e proteção. Até dezembro do ano passado esse número era 274 milhões.
Falando para repórteres em Genebra, na Suíça, Griffiths descreveu esta estatística como um triste registro do sofrimento humano. “Agora o número de pessoas que pretendemos socorrer por meio de nossos planos de resposta é 202 milhões, quantidade também 10% maior do que havíamos projetado em dezembro”.
Com o crescimento no número de pessoas necessitadas, os valores para financiamento das operações humanitárias também saltaram. O valor estimado subiu de US$ 41 bilhões para US$ 46 bilhões. “Até agora, os doadores contribuíram generosamente com quase US$ 6 bilhões para os nossos planos de resposta, conforme registrado pelo nosso serviço de rastreamento.”
África - Nenhuma população está mais necessitada do que os 35 milhões que lutam no Chifre da África, disse Griffiths, repassando detalhes de sua visita ao Quênia na semana passada. “Depois de quatro estações chuvosas fracassadas no Chifre, quatro seguidas, mais de 18 milhões de pessoas na Etiópia, Somália e Quênia estão sendo afetadas pela seca. A maioria está passando fome, sem saber se terá o que comer naquele dia ou não.”
O líder de assuntos humanitários disse que o tempo está se esgotando e que é preciso urgentemente de dinheiro para que vidas sejam salvas, através de investimentos nesta região que possam oferecer métodos alternativos de subsistência durante os próximos meses.
Na região do Sahel, a situação é igualmente terrível. Griffiths disse que milhões estão beirando o limite da sobrevivência nesta área. Até 18 milhões de pessoas no Sahel enfrentarão grave insegurança alimentar nos próximos três meses, oprimidas pela violência, insegurança, pobreza profunda, falha de serviços básicos e preços recorde de alimentos– impulsionados pelo conflito na Ucrânia.
“Vi pessoalmente em Lomopus, uma pequena aldeia de 600 famílias, que o aumento dos preços dos alimentos segue uma linha reta até a ausência deles”, disse ele, acrescentando que em Burkina Faso, Chade, Mali e Níger, a situação atingiu níveis alarmantes. Quase 1,7 milhão de pessoas experimentarão níveis emergenciais de insegurança alimentar durante a época de escassez entre junho e agosto, criando “grandes lacunas” no consumo de alimentos e altos níveis de desnutrição aguda e mortes.
Financiamento - A ONU anunciou, nesta sexta-feira (20), o financiamento adicional no valor de US$ 30 milhões de seu Fundo Central de Resposta de Emergência (CERF, em inglês) para impulsionar a resposta humanitária nos quatro países: US$ 6 milhões para Burkina Faso e US$ 8 milhões para Chade, Mali e Níger.
O CERF é um mecanismo através do qual os doadores reúnem suas contribuições antecipadamente, permitindo que as agências humanitárias forneçam assistência inicial quando ocorrem crises, enquanto aguardam a chegada de financiamento adicional.
Esta última contribuição eleva para quase 95 milhões de dólares o montante de financiamento canalizado através do CERF para o Sahel desde o início do ano. Outras alocações recentes foram feitas para a Mauritânia no valor de US$ 4 milhões e Nigéria, US$ 15 milhões.
"Não há tempo a perder", disse Griffiths. “Vidas estão em jogo. Essa injeção de dinheiro ajudará as agências locais a aumentarem a resposta de emergência para ajudar a evitar uma catástrofe”.
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20 maio 2022
OMS valida 11ª vacina contra COVID-19 para lista de uso emergencial
A Organização Mundial da Saúde (OMS) validou nesta quinta-feira (19) a vacina contra a COVID-19 CONVIDECIA™ para sua lista de uso emergencial (EUL). O imunizante é fabricado pela CanSino Biologics, da China, somando-se a um crescente portfólio de vacinas validadas pela OMS para prevenir a doença causada pelo SARS-CoV-2.
O procedimento da lista de uso emergencial da OMS avalia a qualidade, segurança e eficácia das vacinas contra a COVID-19 como pré-requisito para seu fornecimento por meio do Mecanismo COVAX. Também permite que os países acelerem sua própria aprovação regulatória para importar e administrar essas vacinas.
A vacina CONVIDECIA™ foi avaliada de acordo com o procedimento da lista de uso emergencial da OMS com base na revisão de dados sobre qualidade, segurança, eficácia, plano de gerenciamento de risco, adequação programática e uma inspeção no local de fabricação, realizada pela OMS. O Grupo Técnico Consultivo para Lista de Uso Emergencial, convocado pela OMS e composto por especialistas em regulação de todo o mundo, determinou que a vacina atende aos padrões da Organização para proteção contra a COVID-19 e que os benefícios do imunizante superam em muito os riscos.
A CONVIDECIA™ é baseada em um adenovírus humano modificado que expressa a proteína “Spike S” do SARS-CoV-2. É administrada em dose única.
A vacina também foi revisada no início deste mês pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (SAGE) da OMS, que formula políticas específicas de vacinas e recomendações para seu uso em populações (ou seja, faixas etárias recomendadas, intervalos entre injeções, grupos específicos como gestantes e mulheres lactantes).
O SAGE recomenda o uso da vacina em dose única (0,5ml) em todas as faixas etárias acima de 18 anos. A CONVIDECIA® demonstrou ter 64% de eficácia contra doença sintomática e 92% contra caso grave de COVID-19.
Lista de uso emergencial da OMS - O procedimento da lista avalia a adequação de novos produtos de saúde durante emergências sanitárias. O objetivo é disponibilizar medicamentos, vacinas e diagnósticos o mais rápido possível para atender à emergência, respeitando critérios rigorosos de segurança, eficácia e qualidade. A avaliação pesa a ameaça representada pela emergência, bem como o benefício que resultaria do uso do produto contra quaisquer riscos potenciais.
A EUL envolve uma avaliação rigorosa dos dados de ensaios clínicos de fase II e fase III, bem como dados adicionais substanciais sobre segurança, eficácia, qualidade e um plano de gerenciamento de risco. Esses dados são revisados por especialistas independentes e equipes da OMS que consideram o corpo atual de evidências sobre a vacina em consideração, os planos para monitorar seu uso e os planos para estudos adicionais.
Como parte do processo da lista de uso emergencial, a empresa que produz a vacina deve se comprometer a continuar gerando dados para permitir o licenciamento completo e a pré-qualificação da vacina pela OMS. O processo de pré-qualificação da OMS avaliará dados clínicos adicionais gerados a partir de testes de vacinas e implantação em uma base contínua para garantir que a vacina atenda aos padrões necessários de qualidade, segurança e eficácia para uma disponibilidade mais ampla.
Confira aqui quais são as vacinas validadas para a Lista de Uso Emergencial da OMS
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20 maio 2022
Pesquisadores recomendam publicações sobre crescimento inclusivo
Nos últimos meses, o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) vem divulgando a campanha de vídeo #StaffPicks (#Escolhadosfuncionários, em tradução livre) em seus canais de redes sociais. Como o próprio nome indica, os membros da equipe de pesquisadores gravaram vídeos recomendando ao público algumas das suas publicações favoritas editadas pelo Centro.
Essa é a primeira edição da campanha anual que visa relembrar algumas das publicações mais interessantes do IPC-IG. Elas abrangem uma ampla variedade de assuntos, desde proteção social para migrantes até políticas de licença maternidade e paternidade. Todos os vídeos podem ser encontrados em uma playlist apresentada no canal IPC-IG do YouTube.
Abrindo a campanha, o pesquisador Lucas Sato recomendou o relatório em inglês “Improving social protection for migrants, refugees and asylum seekers in Egypt: An overview of international practices”, que visa responder questões-chave no debate sobre proteção social e migração, como formas para países de baixa e média renda adaptarem seus sistemas de proteção social para incluir migrantes e financiar essa expansão.
COVID- 19 - Ele foi seguido pelo colega Nicolo Bird, que escolheu o relatório “Next Practices—Innovations in the COVID-19 social protection responses and beyond”. Essa publicação sistematiza as inovações de proteção social implementadas em resposta à pandemia de COVID-19, que podem ser alavancadas para construir sistemas mais inclusivos e sustentáveis a médio e longo prazos.
Uma edição da revista Policy in Focus, intitulada “What's next for social protection in light of COVID-19: challenges ahead”, foi a recomendação da pesquisadora Karen Pereira. Ele aprofunda os principais tópicos – incluindo financiamento, renda básica universal, vínculos com segurança alimentar e emprego, bem como programas sensíveis a gênero, crianças e pessoas com deficiência – discutidos durante as mesas redondas da conferência global “Turning the Covid-19 crisis into an opportunity: What’s next for social protection?" realizado em outubro de 2020 pela plataforma socialprotection.org.
João Pedro Dytz sugeriu o Policy Research Brief “As propostas de reforma dos sistemas de proteção social no Marrocos e na Tunísia, no contexto do impacto da COVID-19" porque ele considera particularmente interessante a comparação entre os dois países vizinhos sobre a situação da COVID-19 , especialmente o fato de que ambos passaram por reformas de proteção social antes da pandemia e deram respostas significativamente diferentes a ela.
Beatriz Burattini recomendou a edição da Policy in Focus intitulada “Wealth tax: perspectives in a post-pandemic world”, que discute como a pandemia de COVID-19 destacou a desigualdade de riquezas em todo o mundo. O que Burattini gostou nesta edição é que ela compila artigos sobre políticas tributárias de forma inclusiva e inteligível para pessoas que podem não ter familiaridade com economia.
América Latina - A publicação do IPC-IG eleita por Anaïs Vibranovski é o Working Paper “Integration of administrative records for social protection policies: contributions from the Brazilian experience”. Ela explicou que os autores da publicação – pesquisadores do IPC-IG – trabalharam diretamente na implementação do Cadastro Único Brasileiro para Programas Sociais em algum momento, então eles estavam muito bem posicionados para discutir as lições aprendidas com a experiência brasileira. Além disso, ela gosta do fato de que os autores descrevem aspectos cruciais do projeto e da implementação de um registro integrado de grande escala usando um vocabulário simples.
Fernando Araujo recomendou o One Pager “Social and racial inequalities as contributing factors to COVID-19 vulnerability in São Paulo, Brazil”, que apresenta o achado de um estudo que estimou as desigualdades sociais e raciais no risco de hospitalização e morte por COVID-19, e mostrou como a vulnerabilidade à COVID-19 foi moldada por desigualdades sociais e de saúde pré-existentes em São Paulo, o estado mais populoso do Brasil.
Nicole Figueiredo recomendou o Policy Research Brief "SUAS Bahia: a comunicação e a participação social no Sistema Único de Assistência Social da Bahia", que busca identificar fragilidades na comunicação interna e externa do Sistema Único de Assistência Social do Estado da Bahia e traçar estratégias para melhorar a comunicação com a sociedade em geral e com as demais políticas públicas.
"Review of national maternity and paternity policies and support for breastfeeding in the workplace in Latin America and the Caribbean" foi a escolha de Camila Pereira. Como ela explicou no vídeo, esta publicação aborda um tipo de política de proteção social que não é tão comumente discutida no mundo da pesquisa, mas que não deixa de ser muito importante, tendo em vista que uma das razões pelas quais as mulheres não podem trabalhar é pela falta de políticas de maternidade e paternidade.
Sudão e Ásia - Nourjelha Yousif escolheu duas publicações, “Social protection in Sudan—system overview and programme mapping” and “Social protection coverage—Sudan case study”. Ela acredita que ambas as publicações ajudaram a enriquecer a literatura sobre proteção social no Sudão, pois foram capazes de fornecer uma descrição abrangente e precisa do sistema existente e da cobertura efetiva desses programas.
O Research Report "Social assistance programmes in South Asia: an evaluation of socio-economic impacts" foi recomendado por Isabela Franciscon. O estudo reagrupa 63 avaliações experimentais ou quase-experimentais de 17 programas nacionais não contributivos na região e fornece uma revisão crítica de literatura para resumir os impactos de diferentes tipos de assistência social nos resultados socioeconômicos nos países do sul da Ásia.
Ainda sobre o Sul da Ásia, Krista Alvarenga escolheu uma série de oito One Pagers apresentando medidas de proteção social em países específicos da região. O que Alvarenga gosta na série é que cada One Pager oferece uma boa visão geral do que está acontecendo no espaço de proteção social de cada um dos diferentes países da região, apresentando recomendações abrangentes.
Por fim, Charlotte Bilo recomendou uma publicação que aborda a proteção social como um mecanismo para reduzir potencialmente a desigualdade de gênero, o Research Report “Gender and social protection in South Asia: an assessment of the design of non-contributory programmes”. Este vídeo também foi destaque em nossa campanha para comemorar o Dia Internacional da Mulher.
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