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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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24 julho 2023
#PrometoPausar: Combata a desinformação nas redes sociais
Um simples compartilhamento pode ter consequências graves.
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Notícias
22 julho 2024
ONU Brasil publica Princípios Globais para a Integridade da Informação em português
"A disseminação de ódio e mentiras on-line está causando graves danos ao nosso mundo. A desinformação e o discurso de ódio estão alimentando o preconceito e a violência, exaltando divisões e conflitos, demonizando minorias e comprometendo a integridade das eleições." - António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, 24 de junho de 2024Os Princípios Globais para a Integridade da Informação clamam por uma ação urgente destinada a reduzir os danos causados pela propagação da desinformação e do discurso de ódio. As recomendações contidas no documento buscam promover espaços de informação mais saudáveis e seguros que defendam os direitos humanos, sociedades pacíficas e um futuro sustentável.No lançamento dos Princípios Globais, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo urgente aos governos, às empresas de tecnologia, aos anunciantes e ao setor de relações públicas que assumam a responsabilidade pela disseminação e monetização de conteúdo que resultam em danos.Os Princípios são o resultado de amplas consultas com os Estados-membros, o setor privado, lideranças jovens, mídia, academia e sociedade civil.Os Princípios abordam também os riscos impostos pelo avanço da Inteligência Artificial (IA).Acesse o documento em português na página da ONU Brasil. HistóricoOs Princípios Globais das Nações Unidas para a Integridade da Informação foram lançados um ano após a publicação do Informe do secretário-geral sobre Integridade da Informação em Plataformas Digitais, que também está disponível em português na página da ONU Brasil. Eles resultam de uma proposta da Nossa Agenda Comum, o relatório do secretário-geral de 2021 que delineia uma visão para a futura cooperação global e ação multilateral. Os Princípios fornecem um recurso para os Estados-membros antes da Cúpula do Futuro, em setembro.Contato para imprensa: Diêgo Lôbo, UNIC Rio: contato@onu.org.br
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21 agosto 2023
Campanha pela #AmbiçãoClimática
A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.
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Notícias
01 julho 2024
ONU alerta: o mundo não está cumprindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Faltando apenas seis anos para o fim do prazo, o progresso atual está muito aquém do que é necessário para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Sem investimentos maciços e ações em escala, o cumprimento dos ODS - o projeto para um mundo mais resiliente e próspero e o caminho para sair das atuais crises globais - permanecerá indefinida, adverte o Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, lançado na sexta-feira (28 de junho).Um mundo em grande agitaçãoO relatório revela que apenas 17% das metas dos ODS estão atualmente na direção correta para serem cumpridas, sendo que quase metade apresenta progresso mínimo ou moderado e mais de um terço está estagnado ou regredindo. Os impactos persistentes da pandemia da COVID-19, a escalada de conflitos, as tensões geopolíticas e o crescente caos climático prejudicaram gravemente o progresso.De acordo com o relatório, mais 23 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema e mais de 100 milhões de pessoas estavam sofrendo de fome em 2022 em comparação com 2019. O número de mortes de civis em conflitos armados disparou em 2023. Esse ano também foi o mais quente já registrado, com as temperaturas globais se aproximando do limite crítico de 1,5°C.Um momento de escolha e consequência"Este relatório destaca a necessidade urgente de uma cooperação internacional mais forte e mais eficaz para maximizar o progresso a partir de agora", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. "Faltando mais de seis anos, não podemos deixar de cumprir a nossa promessa para 2030 de acabar com a pobreza, proteger o planeta e não deixar ninguém para trás."Prioridades urgentes:Financiamento do desenvolvimento: A lacuna de investimento dos ODS nos países em desenvolvimento agora é de US$ 4 trilhões por ano. Os países em desenvolvimento precisam de mais recursos financeiros e espaço fiscal. A reforma da arquitetura financeira global é fundamental para liberar o volume de financiamento necessário para estimular o desenvolvimento sustentável.Paz e segurança: O número de pessoas deslocadas à força atingiu um nível sem precedentes, quase 120 milhões até maio de 2024. As mortes de civis aumentaram em 72% entre 2022 e 2023 em meio à escalada da violência, destacando a necessidade urgente de paz. É essencial resolver os conflitos em andamento por meio do diálogo e da diplomacia.Aceleração da implementação: São necessários investimentos maciços e parcerias eficazes para promover transições críticas em alimentos, energia, proteção social, conectividade digital e muito mais.Histórias de sucesso e oportunidades de açãoO relatório destaca exemplos de sucesso e resiliência que podem ser aproveitados por meio de ações decisivas.Os notáveis avanços recentes na implantação de energia renovável, por exemplo, destacam um caminho claro para uma transição energética justa. Na maioria das regiões, meninas alcançaram a paridade e até mesmo passaram à frente dos meninos na conclusão da escolaridade em todos os níveis. O aumento do acesso à Internet em cerca de 70% em apenas oito anos também ilustra como é possível uma rápida mudança transformadora. Da mesma forma, décadas de progresso contra o HIV/AIDS fornecem um modelo para a superação de outras pandemias por meio da solidariedade global e do financiamento de avanços científicos."Repetidas vezes, a humanidade demonstrou que, quando trabalhamos juntos e aplicamos nossa mente coletiva, podemos criar soluções para problemas aparentemente intratáveis", disse Li Junhua, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais.Momentos-chave para os ODSA Cúpula do Futuro, que acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro na sede da ONU em Nova Iorque, será fundamental para colocar o mundo de volta no caminho certo para alcançar os ODS. As deliberações na Cúpula incluirão a crise da dívida que está impedindo o avanço de tantos países em desenvolvimento e a necessidade urgente de reforma da arquitetura financeira internacional.De acordo com o relatório, tanto a Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento quanto a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social em 2025 serão momentos importantes para impulsionar os ODS. Mas, como o Sr. Li enfatizou: "O tempo das palavras já passou - as declarações políticas devem se traduzir urgentemente em ações. Precisamos agir agora e com ousadia".Principais conclusões:Pela primeira vez neste século, o crescimento do PIB per capita em metade das nações mais vulneráveis do mundo é mais lento do que o das economias avançadas.Quase 60% dos países enfrentaram preços de alimentos moderadamente a anormalmente altos em 2022.Com base nos dados coletados em 2022 em 120 países, 55% dos países não tinham leis de não discriminação que proibissem a discriminação direta e indireta contra as mulheres.O aumento do acesso ao tratamento evitou 20,8 milhões de mortes relacionadas à AIDS nas últimas três décadas.O progresso na educação continua sendo motivo de grande preocupação, com apenas 58% dos estudantes em todo o mundo atingindo a proficiência mínima em leitura ao final do ensino fundamental.O desemprego global atingiu o mínimo histórico de 5% em 2023, mas ainda há obstáculos persistentes para a obtenção de trabalho decente.A capacidade global de gerar eletricidade a partir de energia renovável começou a se expandir em uma taxa sem precedentes, crescendo 8,1% ao ano nos últimos cinco anos.A banda larga móvel (3G ou superior) é acessível a 95% da população mundial, em comparação com 78% em 2015.As altas temperaturas recordes dos oceanos provocaram um quarto evento global de branqueamento de corais.Os níveis da dívida externa permaneceram altos, sem precedentes, nos países em desenvolvimento. Cerca de 60% dos países de baixa renda estão sob alto risco de endividamento ou já estão passando por isso.Para obter mais informações, acesse: https://unstats.un.org/sdgs/report/2024
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Notícias
06 junho 2024
Alerta de fraude: ONU reforça aviso sobre contatos falsos usando o nome da Organização
Nesta quarta-feira (5), a ONU reforça seu alerta sobre o uso do nome da Organização por parte de fraudadores e estelionatários. De janeiro a maio deste ano, o Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) recebeu mais de 900 consultas sobre e-mails falsos – uma média de 6 por dia. Em 2023, foram mais de 2000 pedidos de informação.O golpe mais recorrente envolve pessoas que se apresentam como militares e/ou médicos a serviço da ONU e solicitam pagamento de taxas para liberação de férias e/ou retorno ao país de origem.Orientações da ONU: A ONU recomenda que os destinatários de mensagens fraudulentas ou suspeitas ajam com extrema cautela e não respondam a pedidos de transferências de dinheiro, em qualquer moeda, nem forneçam informações pessoais. Transferências de fundos ou fornecimento de informações pessoais podem acarretar prejuízos financeiros ou roubos de identidade.As Nações Unidas informam que prêmios, recursos, certificados ou bolsas acadêmicas não são oferecidos pela internet ou por telefone. A Organização alerta também que nunca pede informações sobre contas bancárias ou dados pessoais de indivíduos.Alguns dos principais tipos de golpes e fraudes incluem:Golpe das férias: Por meio de mensagens, pessoas se identificam como servidores de um Estado-membro atuando em Forças de Paz e pedem dinheiro para ter direito a férias. A ONU esclarece que as solicitações de férias são feitas eletronicamente e sem custos para os seus funcionários. Golpe do noivo: Estelionatários entram em contato com as vítimas pelas redes sociais e/ou e-mail se apresentando como funcionários da ONU em países em situações de conflito armado, tragédia humanitária e/ou desastres naturais. Os fraudadores solicitam dados bancários, transferências bancárias ou Pix para poder viajar e encontrar suas noivas/noivos no Brasil. Os estelionatários utilizam fotos e nomes de funcionários da organização. Falsificam e-mails e documentos utilizando a logo da organização.Golpe do prêmio: Há também quem se identifique como funcionário da ONU pedindo dados pessoais para liberação de um suposto prêmio em dinheiro.Golpe do embaixador: Fraudadores se identificam como embaixadores ou apoiadores de alto nível da ONU, e utilizam tal denominação para solicitar dados pessoais e/ou bancários para eventual cadastro e/ou premiações. Muitos fraudadores que se dizem embaixadores da ONU, fazem visitas presenciais portando crachás falsos. A ONU esclarece que seus Embaixadores da Boa Vontade não estabelecem contato pelas redes sociais. Verifique, por favor, a lista de Embaixadores da ONU nesta página. Golpe da casa: Chamamos também a atenção para golpes que se referem à construção de casas ou outras benfeitorias por entidades ligadas às Nações Unidas. Verifique, por favor, a lista de Agências Especializadas, Fundos e Programas na ONU que operam no Brasil, e entre em contato diretamente com a entidade mencionada em qualquer mensagem referente a eventuais projetos em sua cidade, comunidade ou bairro: https://brasil.un.org/pt-br/about/un-entities-in-country.Em caso de suspeita de contato fraudulento:A ONU recomenda que as pessoas não respondam quaisquer contatos suspeitos, via e-mail ou redes sociais, e tomem as seguintes medidas:Classifiquem a mensagem eletrônica como 'spam'. Nas redes sociais, denunciem o usuário seguindo as regras de cada plataforma digital. As vítimas são orientadas a denunciar o incidente em qualquer Delegacia de Polícia ou nas Delegacias de Repressão aos Crimes de Informática, ou fazer um Boletim de Ocorrência online, se o serviço estiver disponível em seu estado. Qualquer pessoa com dúvidas sobre a autenticidade de uma mensagem ou telefonema em nome das Nações Unidas pode enviar um e-mail solicitando esclarecimentos, por meio do “Fale Conosco” da Organização: faleconosco@onu.org.br.Sobre o uso da logomarca das Nações Unidas:Iniciativas fraudulentas frequentemente usam a logomarca da ONU para se beneficiar indevidamente. Uma resolução da Assembleia Geral datada de 7 de dezembro de 1946 determina que o nome e o emblema das Nações Unidas não poderão ser usados sem a devida autorização do secretário-geral.
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História
18 julho 2024
Contando cada voz
“Se eu pudesse escolher onde nascer, escolheria Conceição das Crioulas”. Conceição das Crioulas é o lar de Antônio, que contou sua história ao UNFPA, a agência de saúde sexual e reprodutiva das Nações Unidas. Localizada no sertão de Pernambuco, a aproximadamente 550 km de Recife, a Comunidade Quilombola é onde Antônio Crioulo respirou pela primeira vez e onde vivem sua mãe, irmãos e filhos. É também onde moram cerca de 4.300 outras pessoas que, como o Antônio, se identificam como quilombolas - membros das comunidades negras tradicionais do Brasil, cujos ancestrais sobreviveram ou escaparam da escravidão entre os séculos XVI e XIX.Os afrodescendentes no Brasil há muito tempo lutam contra a discriminação estrutural e suas consequências devastadoras. A taxa de pobreza dos brasileiros negros e pardos era duas vezes maior em 2021 do que a dos brancos, e as mulheres negras enfrentam riscos muito maiores de morrer durante o parto. Enquanto isso, a falta de dados nacionais desagregados sobre as comunidades quilombolas especificamente reforçou e exacerbou sua exclusão social e política.“Não ser contado é tornar-se invisível e, como resultado, não ter acesso a serviços”, disse a diretora-executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem, em um comunicado sobre o Dia Mundial da População 2024. “As comunidades mais marginalizadas ainda estão sub-representadas nos dados, e as consequências disso afetam profundamente suas vidas e seu bem-estar”, destacou a diretora.“Para concretizar os direitos e as escolhas das pessoas marginalizadas em nossas sociedades, temos de contá-las – porque todos e todas contam”.Alcançando a inclusãoCerca de oito décadas antes da abolição da escravatura no Brasil, em 1888, a terra que se tornaria a comunidade de Conceição das Crioulas foi adquirida por seis mulheres negras livres, que levantaram os fundos para comprá-la por meio do cultivo de algodão. Hoje, ela está entre os cerca de 6.000 territórios quilombolas em todo o país - muitos dos quais são marcados por índices desproporcionais de pobreza e exclusão.“Uma das principais perdas do processo de escravização é a capacidade de sonhar, de se sentir uma pessoa, de se sentir parte da sociedade”, disse Antônio Crioulo. “O Brasil foi estruturado tendo como base a força da mão de obra do povo negro. Mas nunca houve um reconhecimento por parte do Estado da importância de também promover políticas públicas para esse povo.”Os formuladores de políticas precisam de dados para projetar e implementar iniciativas eficazes para elevar as comunidades e não deixar ninguém para trás. No entanto, durante décadas, as ferramentas de coleta de dados, como o Censo, reuniram pouca ou nenhuma informação sobre as comunidades quilombolas.“Sempre que discutíamos a necessidade de políticas públicas específicas, as autoridades alegavam que não tinham informações suficientes sobre os quilombos para planejá-las”, disse Givânia Maria da Silva, membro fundador da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ). Mas em 2022, tudo mudou: após ampla colaboração entre a CONAQ, o UNFPA e as lideranças quilombolas, o IBGE atualizou a forma de coletar dados do Censo para permitir que as pessoas entrevistadas se autoidentificassem como quilombolas. Pela primeira vez, o Brasil teve uma contagem oficial da população, que é de 1,3 milhão de pessoas. “O Censo é um primeiro passo que destaca a importância dessa ferramenta para garantir que todas as vozes sejam ouvidas”, disse Givânia. “A partir de agora, a narrativa de que 'não sabemos onde estão os quilombos ou como eles funcionam' não é mais válida, porque temos dados concretos que são essenciais para a elaboração de políticas públicas.” O poder de ser contado Os dados são um direito, cujo cumprimento melhora o acesso à saúde, à educação e às oportunidades. Informações específicas sobre a comunidade quilombola do Brasil, inclusive sobre sua faixa etária e proporção de gênero, por exemplo, têm implicações importantes para a elaboração de políticas de saúde pública e de educação. “Sou uma pessoa esperançosa, mas viver em um país historicamente racista e sexista não é fácil. Ambos andam de mãos dadas e afetam diretamente a vida das pessoas negras, especialmente das mulheres negras”, disse Givânia. “Minha esperança é que, dia após dia, possamos ter acesso a mais dados e melhorar nossas políticas públicas para reparar os danos do passado escravagista do país”.Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página do UNFPA no Brasil: https://brazil.unfpa.org/pt-br
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![O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contou, pela primeira vez, a população quilombola no Brasil. Foto: ©UNFPA Brasil](/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-07/UNFPA_Censo_Quilombolas_1.jpg?itok=BLm-ScTO)
História
09 julho 2024
‘Se não conversarmos, não seremos ouvidos como pessoas LGBT’
A maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, realizada em São Paulo no mês passado, contou com a presença de aproximadamente 3 milhões de pessoas, com uma participação inédita em sua 28ª edição: um jovem gay iraniano expressou o orgulho de sua liberdade no Brasil no carro de abertura da Parada.“Olá, Brasil. Boa tarde, São Paulo. Eu me chamo Navid e sou gay iraniano. Sou refugiado no Brasil há quatro anos e moro no Brasil com muita liberdade. Há muitos países no mundo onde ser LGBTQUIA+ é crime. Temos que estarmos juntos para garantir nossos direitos, temos que falar por quem não pode se expressar. Obrigado ao ACNUR pelo apoio por estar aqui, eu amo o Brasil”, disse Navid com seu sotaque diferente, mas compressível. Tanto que foi muito aplaudido após sua fala.Navid participou da Parada do Orgulho de SP ao lado de outras pessoas refugiadas e migrantes que vestiram uma camisa que trazia como lema “Direitos LGBTQIA+ são direitos humanos”. O convite à comunidade refugiada e migrante LGBT+ foi feito pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) em parceria com a International Financial Corporation (IFC), instituição que é parte do Banco Mundial e trabalha com o ACNUR em projetos voltados para a mobilização do setor privado para a empregabilidade de profissionais refugiados no mercado brasileiro. Navid chegou ao Brasil em novembro de 2019, tendo deixado o Irã sozinho, buscando um país onde pudesse ser quem ele é, sem que isso represente uma ameaça para ele e aos seus familiares. As dificuldades iniciais com o idioma, com a nova cultura e para fazer amizades durante o período da pandemia o fizeram questionar se havia sido uma decisão correta, mas estava certo de que era um caminho sem volta.“Viver onde ser uma pessoa homossexual é um crime não é para mim, assim como não pode ser aceito pela sociedade. A busca pela liberdade fez com que eu pudesse chegar aqui no Brasil e, aos poucos, as dúvidas que eu tinha foram superadas pela certeza de que onde estou hoje é o lugar certo para mim”, disse ao olhar pelo intenso movimento de pessoas que usavam camisas amarelas e adereços de muitas cores que compõem a Parada do Orgulho.Como meio de fundamentar a garantia de seus direitos no Brasil, na semana anterior a Parada Navid foi retirar na Polícia Federal sua carteira de Registro Nacional Migratório, trazendo-lhe ainda mais certeza de que sua decisão de buscar proteção internacional no Brasil estava correta.“Hoje eu posso dormir tranquilo em minha cama, sem o estresse da insegurança que eu sentia no início de minha chegada. Ao conquistar um documento que me garante permanecer no Brasil por um longo período, podendo acessar os serviços que o país me oferece e buscar meios de adquirir novos conhecimentos, meu futuro está garantido”.Navid tem mestrado em gestão hoteleira e planejamento turístico, tendo se formado em Teerã, capital da República do Irã – cidade que considera cosmopolita como São Paulo, que tem muita coisa para fazer, mas sem a liberdade que vivencia na capital paulista. Passado o período crítico da pandemia de Covid-19, ele está empreendendo no Brasil como guia turístico e pretende ampliar seus negócios no segmento de turismo voltado para atender a população LGBTQIA+ de outras nacionalidades que almeja conhecer o Brasil.“Atualmente eu trabalho como guia turístico de pessoas que chegam em São Paulo para conhecer este lado mais colorido da cidade e com isso, contribuo para que diferentes segmentos do comércio e de serviços gerem rendas com os gastos feitos. E a experiência que as pessoas têm ao visitarem o Brasil é incrível”, complementa, orgulhoso de seu trabalho. O acolhimento e as garantias dos direitos que Navid conquistou no Brasil é fruto de um processo construtivo e inclusivo exercido pelo governo brasileiro, mais especificamente pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. De acordo com o Representante do ACNUR, Davide Torzilli, o Brasil tem se destacado globalmente na pauta do reconhecimento de pessoas LGBTQIA+ de diferentes nacionalidades.“No ano passado, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) aprovou a adoção de procedimento simplificado para análise de pedidos de refúgio de pessoas LGBTQIA+ provindas de países que aplicam pena de morte ou pena de prisão para essa população. Em março de 2023, o Conare reconheceu essas pessoas como grupo social com temor de perseguição e que merece a proteção do estado brasileiro, representando um ganho efetivo de direitos e proteção no país”, afirma o Representante.Desde a aplicação do procedimento simplificado pelo Conare, há pouco mais de um ano, mais de 40 pessoas foram reconhecidas como refugiadas de sete diferentes nacionalidades em razão de violação dos direitos humanos associados à orientação sexual ou identidade de gênero que sofrem perseguições em seus países de origem. Assim como Navid, muitas delas requerem cuidados específicos em suas chegadas para que, uma vez integradas, possam contribuir para dinamizar as economias locais, trazendo mais receitas para o país e fortalecendo o comércio local.Pessoas refugiadas LGBTQIA+ no Brasil também integram a plataforma Refugiados Empreendedores do ACNUR e ao serem empregadas no setor privado, têm muito a contribuir com inovação, fortalecimento de um ambiente mais inclusivo e por resultados efetivos de negócios engajados com pautas sociais e de inclusão.“Todos nós precisamos entender que a conquista dos direitos das pessoas LGBTQIA+ não se limita aos ganhos para esse grupo, mas sim contribuímos para a sociedade. E uma sociedade inclusiva, aberta e respeitosa é o que faz um país ser o objetivo de vida de muitas pessoas que buscam ser livres e iguais”, conclui Navid ao refletir sobre onde quer viver.O Brasil mostrou-se para ele como sendo uma realidade desta busca por direitos, pela igualdade.Para saber mais, siga @acnurbrasil nas redes e visite a página: https://www.acnur.org/portugues/
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![O refugiado iraniano Navid discursou no trio de abertura da 28ª edição da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo. Foto: ACNUR/Alana Oliveira](/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-07/2024-06-02-13.jpg?itok=Cdvr6Cfa)
História
05 julho 2024
Jovem refugiado indígena Warao participa de teste no Flamengo no Rio de Janeiro
“Eu quero ser jogador de futebol!” O jovem indígena Greyver Moraleda não tinha completado 10 anos de idade quando dividiu com a família este sonho pela primeira vez.“Eu fiquei olhando para ele, olhando para nossa situação e pensando em como isso seria difícil”, relembra a mãe, Josefina Moraleda, que pertence ao povo Warao. Vivendo no Brasil há seis anos, Josefina e a família vieram da Venezuela para buscar melhores condições de vida. Desde que chegaram, viveram na rua, passaram por abrigos, enfrentaram discriminação e fome. Mas o que parecia uma realidade distante começou a se tornar mais palpável este ano. Foi quando Greyver e Josefina pegaram um avião pela primeira vez para que o pequeno garoto Warao — agora com 13 anos — fizesse um teste no clube do Flamengo, no Rio de Janeiro. “É uma conquista e uma chance muito especial participar dessa seleção”, diz o menino, que foi selecionado após um olheiro do Flamengo tê-lo visto em campo durante um campeonato de escolinhas em Belém. A viagem para o Rio de Janeiro foi concretizada com o apoio do ACNUR, que garantiu alimentação e hospedagem para mãe e filho, e da Azul Linhas Aéreas, que doou as passagens. “Como mãe, estou muito agradecida, de coração, à equipe do ACNUR Brasil. São poucos os indígenas que têm essa oportunidade.” - Josefina Moraleda, mãe de Greyver Os Warao no BrasilHoje, Josefina e Greyver vivem na cidade de Ananindeua, na região metropolitana de Belém (PA). E não são os únicos. Atualmente, há cerca de 11.500 indígenas refugiados vivendo no Brasil. Deste total, os Warao são maioria — há pelo menos 7.500 deles espalhados por vários estados do país. Esse número deu um salto a partir de 2016, quando os deslocamentos da Venezuela para o Brasil se intensificaram. No caso dos Warao, a chegada em território brasileiro quase sempre se dá pelo Norte do país, via estado de Roraima. E de lá, muitas famílias seguem viagem para outros estados, onde existe uma rede de apoio de familiares ou amigos. Hoje, aproximadamente 1.200 indígenas da etnia vivem no Pará, e cerca de 850 estão concentrados na capital Belém e em municípios vizinhos, como Ananindeua.Com escritório na capital paraense, o ACNUR tem um trabalho contínuo de apoio a indígenas refugiados. Após implementar uma Escola de Lideranças Indígenas em 2021, cujos módulos abordaram temas relacionados a direitos e acesso a políticas públicas, a Agência da ONU para Refugiados segue promovendo o fortalecimento comunitário por meio de uma parceria com o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). Um dos frutos deste trabalho foi a criação mais recente do Conselho Warao Ojiduna, uma organização liderada por indígenas e da qual Josefina faz parte.Exemplo em campo e em casaFoi a partir dessas articulações com o ACNUR que Josefina solicitou apoio para que o filho conseguisse ir ao Rio participar do teste no Flamengo. O jovem faz parte de uma escola de futebol que o clube mantém em Ananindeua. E, segundo os treinadores, além do talento em campo, o menino também bate um bolão nos estudos e em casa. “O Greyver é um rapaz muito educado, receptivo, que sabe escutar. É estudioso, respeitador e nunca deu problema algum com os professores”, diz o CEO das escolas do Flamengo em Belém e Ananindeua, Luiz Hass. Foi com esse repertório que Greyver desembarcou no Rio de Janeiro durante o mês de junho, para uma semana de testes no clube carioca. Após cinco dias demonstrando habilidades com a bola, infelizmente ele não foi selecionado. Mas, segundo os treinadores, esse foi apenas o primeiro de outros testes de que provavelmente o jovem participará. “Os jogadores que hoje são famosos passaram por muitos testes antes de serem aprovados em algum time. Isso é super comum. O Cafu, por exemplo, chegou a fazer 14 testes e se tornou, mais tarde, campeão mundial”, diz Luiz. Ao receber o resultado negativo, Greyver teve apenas alguns minutos de tristeza. Logo, a frustração deu lugar à alegria. Em sua passagem pelo Rio de Janeiro, afinal, o jovem indígena conheceu o mar, visitou as dependências do clube do Flamengo — seu time do coração — e ainda fez uma visita especial ao estádio do Maracanã.O adolescente ganhou do Flamengo ingressos para o “Match Day”, uma visita exclusiva ao estádio, em que ele pôde entrar no vestiário do time, conhecer o auditório das coletivas de imprensa e acompanhar de perto a entrada dos jogadores do Flamengo para o jogo.Minutos antes de assistir ao Flamengo jogando e vencendo o Grêmio por 2 a 0 numa partida do Campeonato Brasileiro, Greyver adentrava o campo do estádio com os olhos cheios de lágrimas, para conhecer e tocar com as próprias mãos um dos gramados mais famosos do Brasil. “Acho que eu dei sorte para o Flamengo”, disse ele após o jogo, abrindo um grande sorriso. E se ele pensa em desistir? “Não mesmo!”, avisa, sem hesitar. “Vou continuar correndo atrás do meu sonho.”Para saber mais, siga @acnurbrasil nas redes!
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![Jovem refugiado indígena Warao participa de teste no Flamengo no Rio de Janeiro](/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-07/Warao%20Flamengo_Bernardo%20Camara-44.jpg?itok=l120qvWL)
História
14 junho 2024
Toda criança consegue aprender
A sensação de Alcilene era de ter fracassado. “Ser reprovada foi uma coisa muito triste para mim, eu achava que a culpa era minha”, contou a estudante de 14 anos, que mora em um distrito rural quilombola em Baraúna, no interior do Rio Grande do Norte. Aos 13 anos, havia sido reprovada no sexto ano, ainda sem ter sido alfabetizada. Ela não sabia ler e não entendia o que os professores e professoras explicavam. “Todo mundo passava, porque sabiam ler e responder as perguntas das provas e eu não sabia. Eu não me interessava em aprender a ler e escrever”. “Se falta interesse (do estudante), os professores, a gestão, a escola e a comunidade escolar estão trabalhando para que esse aluno tenha interesse? A escola está chegando até ele e ela para mostrar que são capazes?”, questiona Anderson Dias, professor de inglês e português na Escola Municipal Manoel de Barros, em Baraúna. “A responsabilidade não se restringe só ao aluno”.Foi Anderson quem notou que Alcilene precisava de apoio adicional. Felizmente, a escola participava do projeto Caminhos de Aprendizagens - Avexadas para Aprender, programa estadual que está sendo implementado em regime de colaboração com os municípios do Rio Grande do Norte, a partir das recomendações da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, uma iniciativa do UNICEF e parceiros para o enfrentamento da cultura de fracasso escolar no Brasil.Isso significa que o município de Baraúna se fortaleceu para identificar estudantes em atraso escolar de dois ou mais anos e uniu esforços para retomada da aprendizagem para meninas e meninos em situação distorção idade-série. Na prática, gestores municipais participaram de capacitações técnicas realizadas pelo UNICEF e parceiros, criaram uma coordenação municipal específica para o tema, e multiplicaram as capacitações para professores da rede municipal – como na escola onde Alcilene estuda e Anderson dá aulas. Toda criança consegue aprenderO professor lembra com orgulho da trajetória de Alcilene durante o ano de 2023, quando, por orientação da Secretaria de Educação, ela foi matriculada em uma turma especial do Avexadas. “Ela participava de toda a programação da escola e projetos, mas não estava sendo vista como aluna ou como os demais que sabiam ler. Ela não sabia ler, nem escrever, conhecia poucas letras. Se Alcilene ficasse no sexto ano regular, eu tenho certeza de que ela seria reprovada e ficaria mais um ano em atraso escolar”, lembra o professor.Anderson e a escola então começaram a trabalhar com práticas pedagógicas adaptadas à realidade de Alcilene, e ela teve novas opções para avançar na aprendizagem e seguir em frente. “A gente tenta fazer um trabalho que desperte a autoestima, que desperte neles a vontade de aprender, esse acreditar em si mesmo. Que eles conseguem, que eles podem avançar, que eles podem aprender”.A trajetória de Alcilene foi transformada com o esforço conjunto do governo e da comunidade escolar para conhecer a fundo o problema, debater as diversas visões e enfrentar a cultura do fracasso escolar. A escola se constitui em espaço seguro e de acolhimento onde se conheceu, se debateu, se construiu e se reconstruiu conhecimentos sem ameaças ou pré-conceitos, culminando para a recuperação das aprendizagens e avanço nos estudos da adolescente.Sobre o futuro, Alcilene é otimista e repleta de sonhos. Quer ser professora. “Eu vi os professores me ajudando a aprender a ler e senti vontade de ser que nem eles e ajudar outras pessoas também aprender a ler”. Sobre a estratégia Trajetórias de Sucesso EscolarA estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar é uma iniciativa do UNICEF e parceiros para o enfrentamento da cultura de fracasso escolar no Brasil. O objetivo é facilitar um diagnóstico amplo sobre a distorção idade-série e o fracasso escolar no País, e oferecer um conjunto de recomendações para o desenvolvimento de políticas educacionais que promovam o acesso à educação, a permanência na escola e a aprendizagem desses estudantes.A página da estratégia disponibiliza materiais pedagógicos – como as experiências didáticas –, textos, vídeos e dados relativos às taxas de distorção, abandono escolar e reprovação, com recortes por gênero, raça e localidade, que mostram as relações entre o atraso escolar e as desigualdades brasileiras. Para a iniciativa, o UNICEF conta com a parceria do Instituto Claro, Grupo Profarma e Itaú Social.Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://trajetoriaescolar.org.br/
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![A trajetória de Alcilene foi transformada com o esforço conjunto do governo e da comunidade escolar para conhecer a fundo o problema, debater as diversas visões e enfrentar a cultura do fracasso escolar.](/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-06/DOC-UNICEF-46.jpg?itok=fK2vHaTo)
História
12 junho 2024
“O acesso à água nos permite garantir a saúde das nossas crianças”
Barbelys Rodriguez está no Brasil há quase oito anos. Migrante da Venezuela, ela e sua família iniciaram há dois anos um processo em que nunca imaginariam estar envolvidos antes: o de usar a sua voz para levar a mensagem de valorização e conscientização sobre o uso da água.Foi em uma palestra sobre o uso do hipoclorito de sódio, componente utilizado para realizar o tratamento intradomiciliar da água, que Barbelys conheceu a iniciativa do UNICEF para garantir acesso à água limpa e segura às famílias, como parte do seu programa de Água, Saneamento e Higiene (WASH, na sigla em inglês) – que, em Boa Vista, é implementado pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).O João de Barro, um dos mais recentes bairros criados em Boa Vista, foi o local onde, junto com a sua família, Barbelys conseguiu comprar um terreno para levantar sua casa própria no novo país.A mudança, ocorrida durante a pandemia da COVID-19, trouxe outros desafios além da preocupação com o vírus. O bairro não tinha eletricidade e água naquele momento. Foi diante dessa situação que Barbelys e Rafael, seu esposo, arrecadaram dinheiro para construir um poço. O poço não abastecia só a casa da família, mas também outras três residências onde moram seus filhos, sobrinhos e o único neto.Com o novo poço, a água clara e cristalina logo foi utilizada para beber, cozinhar e para os outros afazeres do dia a dia. O problema parecia estar resolvido, mas uma coisa que Barbelys não sabia era que, sem o tratamento necessário, mesmo a água cristalina não era própria para consumo.Água, Saneamento e Higiene em João de BarroQuando as equipes de monitores do projeto do UNICEF em parceria com a ADRA começaram a aparecer na comunidade, Barbelys conta que eles foram de porta em porta analisar os poços que haviam sido construídos.“Eles me explicaram que, apesar da aparência boa da água, ela não era 100% limpa. Em uma reunião com todos que tinham poço, nos informaram o que precisava ser feito e como isso evitaria doenças para nós e para todas as crianças. Depois disso, pediram permissão para instalar os cloradores, que tratam a água para consumo”, destacou. Os cloradores auxiliam na desinfecção da água, reduzindo o risco de exposição a doenças. No João de Barro, o UNICEF, em parceria com a ADRA, trabalha aplicando diagnósticos sobre o acesso a água e a serviços de saneamento em moradias. É a partir desse trabalho que nascem as ações para a garantia de acesso à água potável, como a instalação de cloradores, doação de insumos para tratamento da água, cadastro dos poços usados pelas comunidades, monitoramento da qualidade de água, treinamentos para a realização do tratamento de água e realização de atividades sobre a importância do consumo de água tratada para a promoção da saúde e a prevenção de doenças.Esse trabalho é feito em integração com os serviços públicos. Em 2023, o UNICEF firmou uma parceria com o Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) de Boa Vista, para a realização de cadastros de poços feitos pelas comunidades, realização do monitoramento da qualidade da água e ações de educação em saúde sobre a importância do consumo de água tratada para prevenção de doenças, incluindo práticas de higiene e limpeza.Já em parceria com a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (CAER) e a Associação de Moradores do João de Barro, foi feito um mapeamento de pontos do bairro que ainda não eram atendidos pela rede pública de água e saneamento, que, agora, orientadas pela companhia, aguardam a ligação com a rede pública. Além disso, são realizadas rodas de conversa com a população, onde são compartilhadas informações, por exemplo, sobre a tarifa social, a que moradores de baixa renda devem ter acesso.Barbelys recorda que antes das atividades de água e saneamento na região, muitas crianças e adolescentes eram acometidos por diarreia.“Ouvíamos que os céus estavam castigando os mais jovens. Depois da instalação dos cloradores nos poços existentes e das atividades sobre o tratamento da água, não ouvimos mais isso, porque as crianças estão bem e consumindo água de qualidade. O acesso à água nos permite garantir a saúde das nossas crianças”, ressaltou Barbelys, com um sorriso no rosto.As informações que as equipes de Água, Saneamento e Higiene levaram à comunidade não só promoveram a saúde, mas também foram responsáveis por acender uma chama interna. A família de Barbelys se colocou em uma posição de liderança que logo foi reforçada pela confiança depositada pelos vizinhos. Ela e seus familiares atuam hoje no João de Barro como agentes transformadores. Seu sobrinho de 15 anos, Alexis Manuel, se intitula como “guardião do poço”. “Quando faltava água era difícil. Eu não podia tomar banho, nem ir para a escola. Estou aqui para cuidar que ninguém deixe a torneira aberta ou desperdice a água, porque ela é preciosa. Eu bebo dessa água, meus alimentos são lavados e preparados com ela e precisamos cuidar para que todos usem com sabedoria”, diz o jovem.Com tudo isso, em alguns meses a família de Barbelys deixou de abastecer apenas as suas casas e passaram a fornecer água para outras 20 famílias da comunidade.A estratégia do UNICEF conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página: https://www.unicef.org/brazil/t%C3%B3picos/%C3%A1gua-saneamento-e-higiene
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![A busca por uma fonte de água limpa e segura para a família levou Barbelys a exercer um papel central na sua comunidade em Boa Vista, Roraima.](/sites/default/files/styles/featured_content/public/2024-06/UNICEF_KAT0369.jpg?itok=SErOIqSb)
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25 julho 2024
OIT: Estresse térmico afeta um número crescente de trabalhadores em todo o mundo
Novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) intitulado “Heat at work: Implications for safety and health” (Calor no trabalho: implicações para a segurança e a saúde), alerta para o aumento do número de trabalhadores e trabalhadoras expostos ao estresse térmico em todo o mundo. Os novos dados revelam que as regiões que não estavam habituadas ao calor extremo enfrentarão riscos maiores, enquanto os trabalhadores e as trabalhadoras em climas já quentes enfrentarão condições cada vez mais perigosas.O estresse térmico é um assassino invisível e silencioso que pode causar rapidamente doenças, insolação ou até morte. Com o tempo, também pode causar graves problemas cardíacos, pulmonares e renais aos trabalhadores e às trabalhadoras, destaca o estudo.O relatório indica que os trabalhadores na África, nos Estados Árabes e na Ásia e no Pacífico são os mais expostos ao calor excessivo. Nessas regiões, 92,9%, 83,6% e 74,7% da força de trabalho são afetados, respectivamente. Estes números estão acima da média global de 71%, de acordo com os números mais recentes disponíveis (2020).De acordo com o relatório, as condições de trabalho estão mudando mais rapidamente na Europa e na Ásia Central. Entre 2000 e 2020, a região registrou o maior aumento na exposição ao calor excessivo, com a proporção de trabalhadores afetados aumentando em 17,3%, quase o dobro do aumento médio global.Paralelamente, a América, a Europa e a Ásia Central registaram o maior aumento de lesões no local de trabalho devido ao estresse térmico desde 2000, com aumentos de 33,3% e 16,4%, respectivamente. Isto possivelmente se deve ao aumento das temperaturas em regiões nas quais os trabalhadores e as trabalhadoras não estão habituados ao calor, observa o relatório.No total, 231 milhões de trabalhadores e trabalhadoras foram expostos a ondas de calor em 2020, um aumento de 66% em comparação com o ano de 2000. No entanto, o relatório destaca que nove em cada de 10 trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo foram expostos a calor excessivo fora de uma onda de calor e que oito em cada 10 lesões profissionais causadas por calor extremo ocorreram fora de ondas de calor.O calor excessivo cria desafios sem precedentes para os trabalhadores em todo o mundo durante todo o ano, e não apenas durante períodos de ondas de calor intensas"À medida que o mundo continua a combater o aumento das temperaturas, devemos proteger os trabalhadores do estresse térmico durante todo o ano. O calor excessivo cria desafios sem precedentes para os trabalhadores em todo o mundo durante todo o ano, e não apenas durante períodos de ondas de calor intensas", disse Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT.A melhoria das medidas de segurança e saúde para prevenir lesões causadas pelo calor excessivo no local de trabalho poderia poupar até 361 bilhões de dólares a nível mundial - em perda de renda e despesas com tratamentos médicos - à medida que a crise do estresse térmico se acelera, afeitando as regiões globais de forma diferente, sublinha o estudo.As estimativas da OIT mostram que as economias de rendas baixa e média, em particular, são as mais atingidas, uma vez que os custos das lesões causadas pelo calor excessivo no local de trabalho podem atingir cerca de 1,5% do PIB nacional.“Esta é uma questão de direitos humanos, uma questão de direitos dos trabalhadores e uma questão econômica, e as economias de renda média estão suportando o maior peso. Precisamos de planos de ação e legislação sobre o calor durante todo o ano para proteger os trabalhadores, e de uma colaboração global mais forte entre especialistas para harmonizar as avaliações e intervenções de estresse térmico no trabalho”, acrescentou Houngbo.O impacto do calor sobre os trabalhadores e as trabalhadoras em todo o mundo está se tornando um problema global que exige ação.“Se há algo que une o nosso mundo dividido, é que todos sentimos cada vez mais o calor. A Terra está a ficar mais quente e mais perigosa para todos, em todo o lado. Devemos enfrentar o desafio do aumento das temperaturas e fortalecer a proteção dos trabalhadores, com base nos direitos humanos", explicou o secretário-geral da ONU, António Guterres.O relatório da OIT examina medidas legislativas em 21 países em todo o mundo para encontrar características comuns que possam orientar a criação de planos eficazes de segurança térmica no local de trabalho. Também descreve os conceitos-chave de um sistema de gestão de segurança e saúde para proteger os trabalhadores e as trabalhadoras contra doenças e lesões relacionadas com o calor.As conclusões baseiam-se em um relatório anterior, publicado em abril deste ano, que indicava que as mudanças climáticas criavam graves riscos para a saúde de cerca de 2,4 bilhões de trabalhadores expostos ao calor excessivo. O relatório de abril indicou que só o calor excessivo provoca 22,85 milhões de lesões profissionais e a perda de 18.970 vidas por ano.Conclusões do relatório por região:ÁfricaA exposição ao calor excessivo no local de trabalho na África foi superior à média mundial, afeitando 92,9% da população ativa.A região africana tem a maior proporção de lesões profissionais atribuíveis ao calor excessivo, com 7,2% de todas as lesões profissionais.AméricasA região das Américas registrou o aumento mais rápido na proporção de lesões ocupacionais relacionadas com o calor desde 2000, com um aumento de 33,3%.As Américas também apresentam uma proporção significativa de lesões ocupacionais devido ao calor excessivo, com 6,7%.Estados árabesA exposição laboral ao calor excessivo nos Estados Árabes foi superior à média mundial, afetando 83,6% da força de trabalho.Ásia e PacíficoA exposição ao calor excessivo nos locais de trabalho da Ásia-Pacífico foi superior à média global, afeitando 74,7% dos trabalhadores e trabalhadoras.Europa e Ásia CentralA Europa e a Ásia Central registraram o maior aumento na exposição ao calor excessivo, com um aumento de 17,3% entre 2000 e 2020. Isto é quase o dobro do aumento médio global de 8,8%.A região registrou um rápido aumento na proporção de lesões profissionais relacionadas com o calor desde 2000, com um aumento de 16,4%.NOTA PARA EDITORES:Baixe recursos multimídia: Vídeo com entrevistas com um especialista em SST da OIT e com um trabalhador agrícola em estufas do México, B-roll e fotos.Assista ao chamado à ação do secretário-geral da ONU sobre o calor extremo.Contato para imprensa: Denise Marinho, OIT: santosd@ilo.org; (61) 2106-4625
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25 julho 2024
ONU-Habitat e Alagoas disponibilizam dados sobre a qualidade de vida em Maceió
Transformar em dados a qualidade de vida da população. Este é o resultado esperado de metodologias desenvolvidas pelo ONU-Habitat e aplicadas em Maceió, em parceria com o Governo do Estado. O Mapa Rápido Participativo (MRP) e o Perfil Socioeconômico realizaram pesquisas na região lagunar da capital para identificar as condições de infraestrutura urbana e de serviços públicos e a percepção de moradores e moradoras sobre a vida no território. Os resultados estão disponíveis no site do Visão Alagoas 2030.O Mapa Rápido Participativo e o Perfil Socioeconômico são metodologias globais do ONU-Habitat que identificam a qualidade de vida nas favelas e comunidades urbanas. As pesquisas são realizadas por meio de um questionário aplicado por agentes locais capacitados pelo ONU-Habitat para coletar e armazenar as informações obtidas em campo. No caso do MRP, ocorre ainda a etapa de observação das condições do território junto à comunidade, quando são mapeadas diversas condições de infraestrutura, como mobilidade, iluminação pública e a disponibilidade de espaços públicos para convivência.A escolha pela região lagunar de Maceió se deu pela sua importância ambiental e cultural para a capital como um todo, além das características urbanas. Marcada por mangues, pântanos e canais que já passaram por diversas intervenções, a área enfrenta inúmeros desafios, como alagamentos, ocupações irregulares e vulnerabilidades socioeconômicas."A região lagunar é de extrema importância tanto ambiental quanto cultural para a capital alagoana. Através de estudos detalhados sobre as condições de infraestrutura urbana e serviços públicos ofertados, estamos buscando compreender os desafios enfrentados por essa população. Com isso, o objetivo se estende em melhorar a qualidade de vida dos moradores, e também promover a preservação ambiental fomentando o desenvolvimento sustentável de Maceió como um todo", destacou Paula Dantas, secretária de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio.MRP e Perfil Socioeconômico em MaceióAs pesquisam do MRP começaram em 2018, contemplando as 100 grotas de Maceió. Os resultados desta etapa têm apoiado as ações do Programa Vida Nova nas Grotas, realizado pelo Governo do Estado. Além disso, os dados foram incorporados ao Painel das Grotas, ferramenta de monitoramento das condições de infraestrutura das grotas. Entre 2022 e 2023, o MRP foi estendido para a região lagunar de Maceió, área vulnerabilizada da cidade com cerca de 120 mil pessoas. Nesta etapa, também foram realizadas as pesquisas do Perfil Socioeconômico na mesma região. Foram mais de 3.460 entrevistas com a população acima de 14 anos de idade residente nos bairros Bom Parto, Levada, Ponta Grossa, Prado, Trapiche da Barra e Vergel do Lago.MetodologiasAtravés da observação direta do território e da entrevista com residentes, o Mapa Rápido Participativo identifica as condições de 11 aspectos da infraestrutura urbana, como saneamento, padrão de habitação, limpeza urbana e fornecimento de energia. A coleta de dados sobre o acesso e a qualidade dos serviços urbanos básicos segue uma metodologia rápida e de baixo custo, destacando as desigualdades entre diferentes áreas. Os resultados são classificados por uma escala de vulnerabilidade das condições, permitindo a identificação localizada dos problemas mais latentes de cada região.Já o Perfil Socioeconômico visa entender as principais características da população e de seus domicílios. Ela consiste no levantamento de indicadores socioeconômicos por meio de uma pesquisa domiciliar por amostragem. Com os dados em mãos, é possível identificar também como as pessoas avaliam os serviços públicos e a qualidade de vida em suas comunidades. Funcionando como um guia que direciona as ações públicas para onde são mais necessárias, as duas metodologias geram dados qualificados que podem ser utilizados na criação ou melhoria de políticas públicas baseadas em evidência, incorporando a percepção popular sobre suas maiores precariedades e urgências. "Com a subsidência do solo atingindo cinco bairros desde 2018, incluindo parte da região que estudamos, os resultados das pesquisas são fundamentais para um debate qualificado sobre as características específicas desse território e as condições de vida da população. Os desafios e as vulnerabilidades identificadas podem proporcionar uma visão abrangente e empática das necessidades locais, contribuindo para a formulação de medidas e intervenções sustentáveis, resilientes e inclusivas, beneficiando não apenas a região lagunar, mas toda a cidade de Maceió", pontuou o Coordenador de Programas do ONU-Habitat, Alex Rosa.Os resultados obtidos nesta etapa estão disponíveis no site do Visão Alagoas 2030, em suas versões completas e com sumários executivos que resumem os principais dados obtidos. A implementação das metodologias acontece no âmbito do Visão Alagoas 2030, parceria entre ONU-Habitat e Governo de Alagoas para promover ações pela prosperidade urbana e avançar as agendas de desenvolvimento sustentável no estado. Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! Contato para imprensa: Thayane Massopust, ONU-Habitat Brasil: thayane.massopust@un.org
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24 julho 2024
ONU: Níveis de fome seguem persistentemente altos por três anos consecutivos, enquanto as crises globais se aprofundam
Cerca de 733 milhões de pessoas passaram fome em 2023, o equivalente a uma em cada 11 pessoas no mundo e uma em cada cinco na África, de acordo com o último relatório O Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo (SOFI) publicado hoje por cinco agências especializadas das Nações Unidas.O relatório anual, lançado este ano no contexto da reunião ministerial no Brasil da Força-Tarefa do G20 para uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, adverte que o mundo está falhando gravemente em alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, Fome Zero, até 2030. O relatório mostra que o mundo retrocedeu 15 anos, com níveis de desnutrição comparáveis aos de 2008-2009.Apesar de algum progresso em áreas específicas, como atraso no crescimento infantil e amamentação exclusiva, um número alarmante de pessoas continua a enfrentar insegurança alimentar e má nutrição, já que os níveis globais de fome estagnaram por três anos consecutivos, com entre 713 e 757 milhões de pessoas desnutridas em 2023 - aproximadamente 152 milhões a mais do que em 2019, considerando-se a faixa intermediária (733 milhões).As tendências regionais variam significativamente: a porcentagem da população que passa fome está aumentando na África (20,4%), permaneceu estável na Ásia (8,1%) - embora ainda represente um desafio significativo, já que a região abriga mais da metade daqueles que passam fome no mundo todo - e apresentou progresso na América Latina (6,2%). De 2022 a 2023, a fome aumentou na Ásia Ocidental, no Caribe e na maioria das sub-regiões africanas.Se as tendências atuais continuarem, cerca de 582 milhões de pessoas estarão cronicamente subnutridas em 2030, metade delas na África, alertam a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa projeção se aproxima muito dos níveis vistos em 2015, quando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram adotados, marcando uma estagnação preocupante. Descobertas principais além da fomeO relatório destaca que o acesso a alimentos adequados continua inatingível para bilhões de pessoas. Em 2023, cerca de 2,33 bilhões de indivíduos no mundo enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave, um número que não mudou significativamente desde o aumento brusco em 2020, em meio à pandemia da COVID-19. Entre esses, mais de 864 milhões de pessoas experimentaram insegurança alimentar grave, ficando sem comida por um dia inteiro ou mais. Esse número tem permanecido persistentemente alto desde 2020 e, embora a América Latina apresente melhora, desafios mais amplos seguem presentes, especialmente na África, onde 58% da população enfrenta insegurança alimentar moderada ou grave.A falta de acesso econômico a dietas saudáveis também continua sendo um problema crítico, que afeta mais de um terço da população global. Com novos dados sobre preços de alimentos e melhorias metodológicas, a publicação revela que mais de 2,8 bilhões de pessoas não puderam pagar por uma dieta saudável em 2022. Essa disparidade é mais pronunciada em países de baixa renda, onde 71,5% da população não pode pagar por uma dieta saudável, frente a 6,3% em países de alta renda. Notavelmente, o número caiu abaixo dos níveis pré-pandêmicos na Ásia e na América do Norte e Europa, enquanto aumentou substancialmente na África.Embora haja progresso em relação ao aumento das taxas de amamentação exclusiva entre crianças até os seis meses, que chegou a 48%, alcançar as metas globais de nutrição será um desafio. A prevalência de baixo peso ao nascer estagnou em torno de 15%, e os atrasos de crescimento em crianças menores de cinco anos, embora tenha diminuído para 22,3%, ainda está longe das metas. Além disso, a prevalência de baixo peso em crianças não apresentou melhora significativa, enquanto a anemia em mulheres de 15 a 49 anos aumentou.Da mesma forma, novas estimativas de obesidade adulta apresentaram um crescimento constante na última década, de 12,1% (2012) para 15,8% (2022). As projeções indicam que até 2030, o mundo terá mais de 1,2 bilhão de adultos obesos. A carga dupla da má nutrição – que é a coexistência da subnutrição juntamente com o sobrepeso e a obesidade - também aumentou globalmente em todos os grupos etários. A magreza e o baixo peso diminuíram nas últimas duas décadas, enquanto a obesidade aumentou acentuadamente. Essas tendências destacam os desafios complexos da má nutrição em todas as suas formas e a necessidade urgente de intervenções direcionadas, uma vez que o mundo não está no caminho para alcançar nenhuma das sete metas globais de nutrição até 2030, indicam as cinco agências.A insegurança alimentar e a má nutrição estão piorando devido a uma combinação de fatores, incluindo a persistente inflação dos preços dos alimentos que continua a corroer os ganhos econômicos para muitas pessoas em muitos países. Os principais fatores desencadeantes, como conflitos, mudanças climáticas e desacelerações econômicas, estão se tornando mais frequentes e severos. Esses problemas, juntamente com fatores subjacentes como dietas saudáveis inacessíveis, ambientes alimentares insalubres e desigualdade persistente, agora estão coincidindo simultaneamente, amplificando seus efeitos individuais. Financiamento para acabar com a fomeO tema do relatório deste ano, “Financiamento para acabar com a fome, a insegurança alimentar e todas as formas de má nutrição”, enfatiza que alcançar o ODS 2, Fome Zero, requer uma abordagem multifacetada, incluindo a transformação e o fortalecimento dos sistemas agroalimentares, a luta contra as desigualdades e a garantia de dietas saudáveis acessíveis e acessíveis para todos. A publicação pede financiamentos maiores e mais rentáveis, com uma definição clara e padronizada de financiamento para a segurança alimentar e a nutrição. Os chefes das cinco agências da ONU, o diretor-geral da FAO, QU Dongyu; o presidente do FIDA, Alvaro Lario; a diretora-executiva do UNICEF, Catherine Russell; a diretora-executiva do WFP, Cindy McCain; e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, escrevem no prefácio do relatório: “Estimar o déficit de financiamento para a segurança alimentar e a nutrição e mobilizar maneiras inovadoras de financiamento para superá-las devem estar entre nossas principais prioridades. Políticas, legislação e intervenções para acabar com a fome e garantir que todas as pessoas tenham acesso a alimentos seguros, nutritivos e suficientes (Meta do ODS 2.1) e para acabar com todas as formas de má nutrição (Meta do ODS 2.2) precisam de uma mobilização significativa de recursos. Não se trata apenas de um investimento no futuro, mas nossa obrigação. Nós nos esforçamos para garantir o direito à alimentação e nutrição adequadas das gerações presentes e futuras ”.Como destacado durante um evento recente no Fórum Político de Alto Nível na sede da ONU em Nova Iorque, o relatório destaca que o iminente déficit de financiamento exige soluções inovadoras e equitativas, particularmente para países que enfrentam altos níveis de fome e desnutrição, exacerbados pelos impactos climáticos.Os países que mais precisam de aumento de financiamento enfrentam desafios significativos nesse acesso. Entre os 119 países de baixa e média renda analisados, aproximadamente 63% têm acesso limitado ou moderado ao financiamento. Além disso, a maioria desses países (74%) é afetada por um ou mais fatores importantes que contribuem para a insegurança alimentar e a má nutrição. Esforços coordenados para harmonizar dados, aumentar a tolerância ao risco e melhorar a transparência são vitais para superar essa lacuna e fortalecer os arcabouços globais de segurança alimentar e nutricional. DeclaraçõesDiretor-geral da FAO, QU Dongyu: “Transformar os sistemas agroalimentares é mais crítico do que nunca, já que enfrentamos a urgência de alcançar os ODS em um prazo de seis anos. A FAO mantém o compromisso de apoiar os países em seus esforços para erradicar a fome e garantir a segurança alimentar para todos. Trabalharemos juntos com todos os parceiros e com todas as abordagens, incluindo a Aliança Global do G20 contra a Fome e a Pobreza, para acelerar a mudança necessária. Juntos, devemos inovar e colaborar para construir sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis que possam resistir melhor aos desafios futuros para um mundo melhor”.Presidente do FIDA, Alvaro Lario: “Está comprovado que o caminho mais rápido para sair da fome e da pobreza é por meio de investimentos em agricultura em áreas rurais. Mas o panorama global e financeiro tornou-se muito mais complexo desde que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram adotados em 2015. Acabar com a fome e a má nutrição exige que invistamos mais - e de forma mais inteligente. Devemos introduzir nos sistema novo fundos provenientes do setor privado e recuperar o apetite da era da pandemia por uma reforma financeira global ambiciosa que garanta financiamento mais barato para os países que mais precisam.”Diretora-executiva do UNICEF, Catherine Russell: “A má nutrição afeta a sobrevivência, o crescimento físico e o desenvolvimento cerebral de uma criança. As taxas globais de atraso no crescimento infantil caíram em um terço, ou 55 milhões de crianças, nas últimas duas décadas, mostrando que os investimentos em nutrição materna e infantil dão resultados. No entanto, no mundo todo, uma em cada quatro crianças menores de cinco anos sofre de desnutrição, o que pode provocar danos de longo prazo. Devemos aumentar urgentemente o financiamento para acabar com a má nutrição infantil. O mundo pode e deve fazê-lo. Não é apenas um imperativo moral, mas também um investimento sólido no futuro.”Diretora-executiva do WFP, Cindy McCain: “Um futuro livre da fome é possível se pudermos reunir os recursos e a vontade política necessários para investir em soluções comprovadas de longo prazo. Peço aos líderes do G20 que sigam o exemplo do Brasil e priorizem a ação global ambiciosa contra a fome e a pobreza”, disse a diretora executiva do WFP, Cindy McCain. “Temos as tecnologias e os conhecimentos para acabar com a insegurança alimentar – mas precisamos urgentemente de fundos para investir em larga escala. O WFP está pronto para intensificar nossa colaboração com governos e parceiros para enfrentar as causas profundas da fome, fortalecer as redes de segurança social e apoiar o desenvolvimento sustentável para que todas as famílias possam viver com dignidade.”Diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus: “O progresso que alcançamos na redução da desnutrição crônica e na melhoria da amamentação exclusiva mostra que os desafios que enfrentamos não são insuperáveis. Devemos usar essas conquistas como motivação para aliviar o sofrimento que milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam todos os dias devido à fome, à insegurança alimentar, às dietas não saudáveis e à má nutrição. O significativo investimento que se faz necessário em alimentos saudáveis, seguros e produzidos de forma sustentável é muito menor do que os custos para as economias e sociedades se não fizermos nada”. NOTAS PARA EDITORES: Sobre o relatório SOFIO Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo é um relatório anual preparado conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).Desde 1999, a publicação monitora e analisa os progressos em escala mundial relacionados à erradicação da fome, ao alcance da segurança alimentar e a melhorias na nutrição. Ela também fornece uma análise aprofundada dos principais desafios para alcançar esses objetivos no contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O relatório é direcionado a um público amplo, incluindo formuladores de políticas, organizações internacionais, instituições acadêmicas e o público em geral.O tema deste ano é oportuno e relevante na preparação para a Cúpula do Futuro e a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento em 2025.Glossário de termos-chaveAmbiente alimentar: O contexto físico, econômico, político e sociocultural em que os consumidores interagem com os sistemas agroalimentares para tomar decisões sobre adquirir, preparar e consumir alimentos.Desnutrição: condição em que o consumo habitual de alimentos de um indivíduo é insuficiente para fornecer a quantidade de energia alimentar necessária para manter uma vida normal, ativa e saudável. A prevalência de desnutrição é usada para medir a fome e o progresso em direção à Meta 2.1 do ODS (Indicador 2.1).Fome: uma sensação desconfortável ou dolorosa causada por energia insuficiente da dieta. Neste relatório, o termo fome é sinônimo de desnutrição crônica e é medido pela prevalência de desnutrição.Insegurança alimentar grave: nível de gravidade de insegurança alimentar em que, em algum momento do ano, as pessoas ficaram sem comida, passaram fome e, no caso mais extremo, passaram um dia ou mais sem comer. É medido pela Escala de Experiência de Insegurança Alimentar e contribui para o acompanhamento do progresso em direção à Meta 2.1 do ODS (Indicador 2.1.2).Insegurança alimentar moderada: nível de gravidade de insegurança alimentar em que as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e se veem obrigadas a reduzir, ocasionalmente durante o ano, a qualidade e/ou quantidade de alimentos que consomem devido à falta de dinheiro ou outros recursos. Refere-se a uma falta de acesso consistente aos alimentos, o que diminui a qualidade da dieta e perturba os padrões normais de alimentação. É medido pela Escala de Experiência de Insegurança Alimentar e contribui para o acompanhamento do progresso em direção à Meta 2.1 do ODS (Indicador 2.1.2).Má nutrição: uma condição fisiológica anormal causada pela ingestão inadequada, desequilibrada ou excessiva de macronutrientes e/ou micronutrientes e/ou por doenças que causam perda de peso. A má nutrição inclui desnutrição (atraso de crescimento e baixo peso infantis), deficiências de vitaminas e minerais (também conhecidas como deficiências de micronutrientes), bem como sobrepeso e obesidade.Qualidade da dieta (ou dietas saudáveis): Composta por quatro aspectos principais: diversidade (dentro de um mesmo grupo de alimentos ou entre grupos de alimentos), adequação (suficiência de todos os nutrientes essenciais em comparação com as necessidades), moderação (alimentos e nutrientes relacionados a resultados ruins para a saúde) e equilíbrio (energia e ingestão de macronutrientes). Os alimentos consumidos devem ser seguros.Para mais informações, acesse o relatório completo e o artigo interativo (em inglês) e as edições anteriores do SOFI (em inglês e espanhol). Contato para imprensa: Luiza Olmedo, FAO Brasil: Luiza.Olmedo@fao.org; (61) 3038 2286
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24 julho 2024
ONU-Habitat: Oficinas reúnem mais de 150 pessoas em Congonhas (MG)
Mais de 150 moradores de Congonhas, em Minas Gerais, foram envolvidos nas primeiras sete oficinas da iniciativa Horizonte Congonhas, parceria do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a prefeitura. As ações, realizadas na primeira quinzena de julho, marcam o início dos trabalhos que envolvem participação comunitária na revisão do Plano Diretor e na elaboração do Plano de Mobilidade do município. A agenda promoveu cinco oficinas com moradores e duas oficinas de capacitação obrigatórias ao Núcleo Gestor, formado por representantes da sociedade civil congonhense, promovendo um processo de planejamento urbano participativo.As cinco oficinas com moradores realizadas até o momento abrangeram pouco mais de 30 localidades, incluindo bairros e a zona rural, nas regiões norte, noroeste e central da cidade. Nelas, participantes trabalham em grupos, e com ajuda de mapas, respondem a perguntas norteadoras de sete temas principais: moradia digna, mobilidade, meio ambiente, cultura e patrimônio, espaços públicos, centralidades e serviços, e governança. As respostas geram dados quantitativos e informações qualificadas da percepção de moradores sobre as características de Congonhas, que devem ser levadas em consideração no processo de revisão do Plano Diretor e criação do Plano de Mobilidade.O coordenador de programas do ONU-Habitat, Mateus Nunes, comenta que a participação da população congonhense no planejamento do futuro da cidade é essencial"A participação social é obrigatória, por lei, nos trabalhos de revisão do Plano Diretor e da elaboração do Plano de Mobilidade. Nossa consultoria técnica apenas guia o processo. Os desejos e necessidades da comunidade de Congonhas, que é detentora de todo o conhecimento local, deverão ser absorvidos e transformados em ações, projetos e normas. Por isso, a participação quantitativa e qualitativa é fundamental para garantir que as pessoas, ao final do processo, possam se identificar com o resultado, e claro, defendê-lo." Diagnósticos e soluções – Entre as principais pautas abordadas está a influência da mineração em larga escala, principal atividade econômica do município, trazendo impactos para a vida de quem mora e trabalha em Congonhas. As demandas incluem a redução da poluição sonora e do ar, da sobrecarga do sistema viário, de acidentes e dos impactos na paisagem natural da cidade, que incluem grutas, nascentes e cachoeiras.A mobilidade também foi um tema em evidência, trazendo as diferenças de alimentação do transporte público na comparação entre bairros centrais, periféricos e zonas rurais, e seus diferentes impactos no trânsito. Entre os desejos em comum da população está o de evidenciar ainda mais o potencial turístico da cidade, que abriga a quintessência da obra do escultor Antônio Francisco Lisboa, também conhecido como Aleijadinho. Além disso, uma das sugestões locais é estimular a diversidade de atividades econômicas no município, que é repleto de vales férteis, comunidades com históricos quilombolas e paisagens campestres e florestais. Participantes também discutiram soluções, e entre as propostas mais recorrentes a respeito dos impactos da mineração está limitar os territórios de atuação das atividades mineradoras no município, proteger a paisagem natural e desativar as barragens de rejeito que existem no município.Próximos passos – As oficinas participativas de escuta ativa realizadas pelo Horizontes Congonhas serão realizadas em todo o município até o início de setembro.A conclusão do projeto está programada para o primeiro semestre de 2025, quando será realizada uma audiência pública final para validar todas as proposições. Após a entrega do projeto, as discussões continuam pelo legislativo municipal. Ao todo, serão realizadas 14 oficinas participativas, seguindo o cronograma a seguir:Bairros e localidadesDataLocalAlto Maranhão, Bombaça, Chacreamentos Canto da Seriema e Grupiara, Coalhada, Joana Vieira, Lagoa da Várzea, Parque do Engenho e São Bento30/7, 19hSalão Sociedade Musical Pequeri e Pequeri de Baixo3/8, 9hPraça São Sebastião, 141Água Boa, Bela Vista, Chácaras do Profeta, Jardim Profeta, Nova Congonhas, Santa Vitória, Terra Branca, Umbelina, Vilas Condé, Gomes, Nereu e São Vicente6/8, 19hEscola Municipal João Olyntho FerrazJardim Paris, Lobo Leite, Paineiras, Parque Londres, Sassafrás10/8, 9hRua Idelfonso Ferreira, 9Cidade Jardim, Ipiranga, Joaquim Murtinho, Leopoldino Barbosa, Monjolos, Parque dos Monjolos, São Luís, Vilas Cardoso, Marques e Matias12/8, 19hEscola Municipal João NarcisoCampinho, Cinquentenário, Chacreamento Vieiro, Contorno Norte, Dom Silvério, Jardim Eldorado, Novo Campinho, Novo Plataforma, Praia, Região da estrada do Parque da Cachoeira, Santa Rosa e Tijucal20/8, 19hEscola Municipal D. Maria Oliveira Castanheira Centro, Ideal, Jardim Vila Andreza, Matriz, Novo Rosário, Rosário, Tancredo Neves, Vila Andreza e Zé Arigó22/8, 19hEscola Municipal Engenheiro Oscar WeinschenckCasa de Pedra, Consolação, Eldorado, Grand Park, Nova Cidade, Primavera, Rosa Eulália e Vila Ventura27/8, 19hCentro de Educação Rosa Cordeiro de FreitasBarro Preto, Chacreamento Vista Alegre/Lagoa Comprida, Complementação Cristo Rei, Cristo Rei, Dom Oscar, Fonte das Pedras, Fonte dos Moinhos, Lucas Monteiro, Residencial, São Domingos e Vila Rica3/9, 19hEscola Pingo de GenteCapacitações do Núcleo Gestor – Além das oficinas com moradores, a iniciativa também promoveu duas oficinas de capacitação do Núcleo Gestor da iniciativa. O grupo é composto por representantes do poder executivo, de movimentos populares, de entidades profissionais e acadêmicas, do empresariado e de instituições não-governamentais. As pessoas representantes foram escolhidas durante a Conferência da Cidade, realizada juntamente com a primeira audiência da iniciativa Horizontes Congonhas, em 29 de junho. O Núcleo funciona como um comitê para monitorar todo o processo de revisão do Plano Diretor e elaboração do Plano de Mobilidade, até a finalização do projeto.A primeira agenda, no dia 10, realizou um panorama geral sobre o Plano Diretor explicando a legislação do Plano Diretor e detalhes técnicos sobre regras de uso e ocupação do solo dos territórios municipais, que foi apresentada por Mateus Nunes, arquiteto, urbanista e coordenador do projeto pelo ONU-Habitat.A segunda oficina, realizada em 16 de julho, foi focada em capacitar os representantes do Núcleo Gestor sobre o Plano de Mobilidade e suas principais características. Quem apresentou foi Paulo Rogério Monteiro, coordenador-geral do Plano de Mobilidade, da equipe do ONU-Habitat da iniciativa Horizontes Congonhas.“Obrigatório por lei em municípios com mais de 20 mil habitantes, o Plano de Mobilidade deve garantir acessibilidade universal, desenvolvimento sustentável, segurança, equidade, eficiência, eficácia e efetividade no uso do espaço público e nos serviços de transporte", disse aos presentes no evento.Para Marlene de Souza Alves, integrante do Núcleo Gestor como representante de movimentos populares do município, "é muito importante que as pessoas possam contribuir na construção de uma cidade melhor. Tem me chamado atenção as discussões a respeito da arborização urbana, da qualidade do ar, da mobilidade urbana, do desenvolvimento sustentável e de reduções de riscos", afirma.Além do monitoramento, o Núcleo também participa de discussões sobre metodologias, comparece às oficinas participativas e apoia as ações de mobilização social, divulgando os eventos do projeto.Além das oficinas participativas, a equipe do ONU-Habitat em Congonhas lançou um formulário de diagnóstico para preenchimento da população congonhense. Nele, participantes poderão registrar informações relacionadas a problemas em seus bairros e a questões de trabalho, comércio, serviços, lazer e cultura na cidade.Também há um canal de comunicação oficial com a equipe Horizontes Congonhas, por meio do número de WhatsApp (31) 98397-7655. Neste número, é possível enviar dúvidas, sugestões e avaliações, bem como receber a programação das oficinas e as novidades do projeto.Contato para imprensa: Alexia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)Ludmilla Balduino (ludmilla.balduino@un.org)
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Notícias
23 julho 2024
Fim da pandemia de AIDS até 2030 exige mais investimentos e proteção dos direitos humanos
Embora o fim da AIDS esteja ao nosso alcance ainda nesta década, o mundo está fora do caminho. Globalmente, das 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, quase um quarto delas (9,3 milhões), não estão recebendo o tratamento que salva vidas. Como consequência, por minuto, uma pessoa morre por causas relacionadas à AIDS. As lideranças mundiais se comprometeram a reduzir as novas infecções anuais para menos de 370 mil até 2025, mas, em 2023, houve 1,3 milhão de novas infecções, número mais de três vezes superior ao estabelecido. E agora, com cortes nos recursos e um aumento na oposição aos direitos humanos colocam em risco o progresso já alcançado. A diretora executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, reforça que as lideranças mundiais prometeram acabar com a pandemia de AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 e elas podem cumprir essa promessa.“Mas, para isso, é preciso que elas garantam que a resposta ao HIV tenha os recursos necessários e que os direitos humanos de todas as pessoas sejam protegidos. A atuação decidida das lideranças pode salvar milhões de vidas, prevenir milhões de novas infecções por HIV e garantir que todas as pessoas vivendo com HIV possam ter vidas saudáveis e completas”. O relatório conclui que, se forem tomadas as ações ousadas necessárias agora para garantir recursos suficientes e sustentáveis e proteger os direitos humanos, o número de pessoas vivendo com HIV que necessitarão de tratamento vitalício será de cerca de 29 milhões até 2050. Caso seja tomado o caminho errado, entretanto, o número de pessoas que precisarão de suporte vitalício aumentará para 46 milhões (comparado aos 39,9 milhões em 2023). Acesso ao tratamento que salva vidas O relatório do UNAIDS mostra um progresso contínuo, embora mais lento, na distribuição de medicamentos para pessoas vivendo com HIV, com mais de 75% das pessoas em tratamento antirretroviral (30,7 milhões). Em 2010, a cobertura de tratamento era de apenas 47%. A expansão do acesso ao tratamento do HIV é uma conquista histórica de saúde pública que reduziu pela metade as mortes relacionadas à AIDS desde 2010 – de 1,3 milhão para 630 mil em 2023. No entanto, o mundo está fora do caminho para atingir a meta de 2025 de reduzir as mortes relacionadas à AIDS para menos de 250 mil. Expansão da prevenção Embora tenha sido feito um grande progresso na prevenção de novas infecções por HIV, que caíram 39% globalmente desde 2010 e 59% na África Oriental e Austral, o relatório do UNAIDS mostra que novas infecções por HIV estão aumentando em três regiões: Oriente Médio e Norte da África, Europa Oriental e Ásia Central, e América Latina. As lacunas e desigualdades persistem e cobram seu preço. O relatório demonstra que os serviços de prevenção e tratamento do HIV só alcançarão as pessoas se os direitos humanos forem respeitados, se leis injustas contra mulheres e contra comunidades marginalizadas forem abolidas e se a discriminação e a violência forem enfrentadas. Os cálculos da UNAIDS mostram que, embora 20% dos recursos para o HIV devam ser dedicados à prevenção do HIV para as populações mais afetadas, apenas 2,6% do total de gastos com HIV foram destinados a intervenções para populações-chave em 2023. “O enfraquecimento da solidariedade entre e dentro dos países está colocando o progresso em perigo, mas o caminho que acaba com a AIDS é um caminho que foi comprovado e que as lideranças se comprometeram a seguir”, ressalta Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. “Cumprir esta promessa é uma escolha política e financeira das lideranças. O momento de escolher o caminho certo é agora”.Desigualdade, estigma e discriminação A desigualdade de gênero está exacerbando os riscos enfrentados por meninas e mulheres e impulsionando a pandemia. A incidência de HIV entre adolescentes e mulheres jovens ainda é muito alta em partes da África Oriental e Austral e da África Ocidental e Central. O estigma e a discriminação afetam particularmente comunidades marginalizadas, criando barreiras de acesso aos serviços vitais de prevenção e tratamento de populações-chave, incluindo profissionais do sexo, gays e homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans e pessoas que fazem uso de drogas. Estas populações representam 55% das novas infecções globalmente. Em 2010, essas populações representavam 45%. Financiamento da resposta ao HIV No mundo inteiro, o financiamento da resposta ao HIV está diminuindo, impedindo o progresso e levando ao aumento da epidemia em certas regiões. Em 2023, os recursos totais disponíveis para o HIV (US$ 19,8 bilhões) caíram 5% em relação a 2022 e estavam US$ 9,5 bilhões abaixo do valor necessário até 2025 (US$ 29,3 bilhões). O financiamento doméstico em países de baixa e média renda – que constituem 59% dos recursos totais para o HIV – está sendo restringido pela crise da dívida e caiu pelo quarto ano consecutivo, com uma queda de 6% de 2022 para 2023. É necessário aumentar a mobilização de recursos, especialmente na Ásia e no Pacífico – onde o número de pessoas vivendo com HIV deverá quase dobrar até 2050 – e na Europa Oriental e Ásia Central, América Latina e nas regiões do Oriente Médio e Norte da África, onde as epidemias estão crescendo. Mas a verdade é que o financiamento para o HIV O ex-conselheiro científico do Presidente dos EUA, Dr. Anthony Fauci, faz um alerta sobre os muitos desafios que impedem o progresso para o fim da pandemia de AIDS: “Devemos fazer tudo o que pudermos para ser continuamente vocais e proativos. O fracasso não é uma opção aqui. Na verdade, é impensável. Se trabalharmos em unidade, alcançaremos nosso objetivo comum. Eu, por exemplo, continuarei a trabalhar com toda a minha força para garantir que, de fato, acabemos com a epidemia de AIDS e imploro a todas as pessoas que se comprometam com o mesmo”. Para acessar o sumário executivo do relatório em português, clique aqui. Para o relatório completo, em inglês, acesse aqui. Siga @unaidsbrasil nas redes!Contato para imprensa: Renato Guimarães, UNAIDS Brasil: depaivaguimaraesr@unaids.org
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