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Justiça reparatória para mulheres afrodescendentes é tema de evento em Nova Iorque
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ARTIGO: Infraestrutura sustentável
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Dia Mundial dos Oceanos: “A humanidade conta com os oceanos, mas as os oceanos podem contar conosco?"
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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20 março 2023
Ações urgentes contra mudança climática são necessárias para garantir um futuro habitável, alerta IPCC
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) lançou nesta segunda-feira (20) o Relatório Síntese sobre Mudança Climática 2023, após uma semana de sessões em Interlaken, na Suíça. O relatório traz à tona as perdas e danos que vem sendo causados pela mudança global do clima e quais tendências devem continuar no futuro. O IPCC alerta que os desastres naturais relacionados ao clima estão atingindo especialmente as pessoas mais vulneráveis e os ecossistemas mais frágeis, como os manguezais, áreas costeiras e semidesérticas.
A temperatura média mundial já subiu 1,1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais – uma consequência direta de mais de um século de queima de combustíveis fósseis, bem como do uso desordenado e insustentável de energia e do solo. A elevação da temperatura aumenta tanto a frequência quanto a intensidade dos eventos climáticos extremos, que causam impactos cada vez mais perigosos às pessoas e à natureza em todas as regiões do mundo.
O Painel também alerta que o aumento da temperatura média tende a causar o agravamento da insegurança alimentar e hídrica, em todo o mundo.
O tempo é curto, mas há um caminho claro a seguir
Para que as temperaturas médias sejam mantidas em 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais (meta do Acordo de Paris), serão necessárias reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de gases de efeito estufa em todos os setores no decorrer desta década, afirma o relatório síntese do IPCC.
As emissões precisam cair imediatamente e ser cortadas quase pela metade até 2030, para que esta meta tenha alguma chance de ser alcançada.
A solução proposta pelo IPCC é o “desenvolvimento resiliente ao clima”, que envolve a integração de medidas de adaptação às mudanças climáticas com ações para reduzir ou evitar as emissões de gases de efeito estufa de forma a proporcionar benefícios econômicos e sociais mais amplos e igualmente distribuídos.
Alguns exemplos de soluções que devem ser adotadas incluem a expansão do acesso à energia limpa, eletrificação com baixa emissão de carbono, a promoção de transporte com zero e baixa emissão de carbono e a melhora da qualidade do ar. Tais medidas geram benefícios diretos para a saúde e qualidade de vida das pessoas.
Além disso, o novo relatório aponta que os benefícios econômicos proporcionados pelas melhorias da qualidade do ar seriam aproximadamente os mesmos, ou possivelmente até maiores, do que os custos de adoção das soluções limpas.
“Os maiores ganhos podem vir da redução do risco climático para comunidades de baixa renda e marginalizadas, incluindo pessoas que vivem em assentamentos informais”, explicou um dos autores do relatório, Christopher Trisos.
“A ação climática acelerada só acontecerá se houver um aumento significativo no financiamento. Financiamento insuficiente e desalinhado está atrasando o progresso”, complementa.
Governos são fundamentais
O relatório destaca o poder dos governos para a redução das emissões de gases de efeito estufa, por meio de financiamento público, demonstração clara de vontade política aos investidores, além da intensificação de medidas políticas eficazes rumo à energia limpa.
Mudanças no setor de alimentos, eletricidade, transporte, indústria, construção e uso do solo são destacadas como formas importantes de reduzir as emissões, bem como mudanças para estilos de vida mais sustentáveis e de baixo carbono, que melhorariam a saúde e o bem-estar das pessoas.
“As transformações têm maior probabilidade de êxito quando há confiança, quando todos trabalham juntos para priorizar a redução de riscos e quando os benefícios e ônus são compartilhados equitativamente”, disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee.
“Este relatório síntese ressalta a urgência de tomar medidas mais ambiciosas e mostra que, se agirmos agora, ainda podemos garantir um futuro sustentável habitável para todos.”
Chefe da ONU anuncia plano para acelerar o progresso
Em uma mensagem de vídeo divulgada nesta segunda-feira (20), o secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu o relatório como um “guia de como desarmar a bomba-relógio climática”.
A ação climática é necessária em todas as frentes: “tudo, em todos os lugares, ao mesmo tempo”, disse Guterres, referindo-se ao vencedor do Oscar de melhor filme deste ano.
O chefe da ONU propôs ao grupo das economias mais desenvolvidas, o G20, um “Pacto de Solidariedade Climática”, no qual todos os grandes emissores fariam esforços extras para cortar emissões, e os países mais ricos mobilizariam recursos financeiros e técnicos para apoiar as economias emergentes em um esforço comum para garantir que as temperaturas globais não subam mais de 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais.
Guterres anunciou que está apresentando um plano para aumentar os esforços para alcançar o Pacto por meio de uma Agenda de Aceleração, que envolve líderes de países desenvolvidos comprometendo-se a atingir zero emissões o mais próximo possível do ano de 2040 e os países em desenvolvimento o mais próximo possível de 2050.
A Agenda exige o fim do carvão, emissão líquida zero no setor de eletricidade até 2035 para todos os países desenvolvidos e em 2040 para o resto do mundo, e a interrupção de licenciamento ou financiamento de novas empresas de petróleo e gás, e qualquer expansão da exploração de petróleo e gás.
Segundo o secretário-geral da ONU, estas medidas devem acompanhar as salvaguardas para as comunidades mais vulneráveis, aumentando o financiamento e as capacidades de adaptação a perdas e danos, e promovendo reformas para garantir que os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento forneçam mais doações e empréstimos e mobilizem o financiamento privado.
Referindo-se a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP28, que será realizada em Dubai entre 30 de novembro a 12 de dezembro deste ano, Guterres disse que espera que todos os líderes do G20 se comprometam com as novas e ambiciosas contribuições determinadas nacionalmente para toda a economia, abrangendo todos os gases de efeito estufa, e indicando suas metas absolutas de redução de emissões para 2035 e 2040.
Participe da campanha mundial #AjaAgora
Materiais para redes sociais e para uso em escolas, faculdades e universidades estão disponíveis aqui.
Vídeo: 5 fatos sobre o novo relatório do IPCC
Vídeo sobre injustiça climática do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
Injustiça climática significa que os impactos da mudança global do clima são sentidos de forma diferente por diferentes grupos de pessoas, comunidades e países. Neste vídeo, Kaime Silvestre, do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos em Genebra, na Suíça, explica o que é injustiça climática e mostra os conceitos fundamentais para uma abordagem da ação climática baseada nos direitos humanos.
Leia mais:
Glossário sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável No. 13: Ação contra Mudança Global do Clima (em português)
Sexto Relatório Síntese do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (em inglês)
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Notícias
24 abril 2023
Últimos oito anos foram os mais quentes já registrados, revela relatório das Nações Unidas
Dos picos das montanhas às profundezas do oceano, as mudanças climáticas continuaram avançando em 2022, de acordo com o relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Secas, inundações e ondas de calor afetaram comunidades em todos os continentes e custaram bilhões de dólares. O gelo do mar antártico recuou para sua menor extensão já registrada e o derretimento de algumas geleiras europeias foi, literalmente, fora de série.
“Enquanto as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar e o clima continuar a mudar, as populações em todo o mundo serão gravemente afetadas por eventos climáticos extremos. Por exemplo, em 2022, secas contínuas na África Oriental, chuvas recordes no Paquistão e ondas de calor recordes na China e na Europa afetaram dezenas de milhões de pessoas, causaram insegurança alimentar, impulsionaram a migração em massa e custaram bilhões de dólares em perdas e danos.” - Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.
O relatório da OMM concentra-se nos principais indicadores climáticos – gases de efeito estufa, temperaturas, aumento do nível do mar, calor e acidificação dos oceanos, gelo marinho e geleiras, destacando as principais consequência da mudança global do clima:
Secas, inundações e ondas de calor afetam grandes partes do mundo e os custos estão afetando um número cada vez maior de pessoas.
As temperaturas médias globais nos últimos 8 anos foram as mais altas já registradas.
O nível do mar e o calor do oceano estão em níveis recordes.
Gelo do mar antártico atingiu a menor extensão já registrada.
“Temos as ferramentas, o conhecimento e as soluções. Mas temos de acelerar o ritmo. Precisamos de uma ação climática acelerada com cortes de emissões mais profundos e rápidos para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. Também precisamos de investimentos massivamente ampliados em adaptação e resiliência, principalmente para os países e comunidades mais vulneráveis que menos fizeram para causar a crise.” - António Guterres, secretário-geral da ONU.
Ação pelo clima mobiliza número recorde de pessoas e organizações
A cada dia, mais e mais pessoas em todo o mundo estão respondendo ao chamado para conter os efeitos dramáticos da mudança climática, e estão exigindo ação acelerada por parte dos líderes políticos, industriais e financeiros.
Além disso, um número cada vez maior de pessoas, famílias, empresas e organizações estão mudando as suas atitudes no dia a dia, e fazendo parte do movimento mundial pelo clima - que nunca foi tão ativo e influente. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a mudança dos padrões de consumo poderia reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa em até 40-70% até 2050.
Conheça cinco histórias de pessoas e grupos que estão fazendo a diferença em suas cidades e comunidades. Elas compartilharam suas histórias com as Nações Unidas, por meio da campanha mundial pelo clima #AjaAgora.
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16 setembro 2022
A Comunicação na Mudança Climática
Dicas do Departamento de Comunicação Global da ONU e parceiros para quem faz produtos de comunicação (vídeo, podcast, texto ou gráfico) sobre mudanças climáticas.
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20 abril 2023
22 de abril, Dia Internacional da Mãe Terra
Quando a Mãe Terra nos manda uma mensagem
A Mãe Terra está claramente nos enviando uma mensagem. A natureza está sofrendo. Oceanos se enchendo de plástico e se tornando mais ácidos. Calor extremo, incêndios florestais e inundações afetam milhões de pessoas.
A mudança global do clima, as alterações provocadas pelo homem na natureza, bem como os crimes que perturbam a biodiversidade e o crescente comércio ilegal de vida selvagem podem acelerar a velocidade da destruição do planeta Terra, o nosso único lar.
Este Dia da Terra é celebrado durante a Década da ONU para a Restauração de Ecossistemas (2021-2030), um apelo global pela proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo. A Década Internacional visa deter a degradação dos ecossistemas e restaurá-los para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030.
Os ecossistemas sustentam toda a vida na Terra. Quanto mais saudáveis forem nossos ecossistemas, mais saudável será o planeta - e seu povo.
Restaurar nossos ecossistemas danificados ajudará a acabar com a pobreza, combater a mudança climática e prevenir a extinção em massa. Somente com ecossistemas saudáveis podemos melhorar a subsistência das pessoas, combater a mudança climática e deter o colapso da biodiversidade.
Neste Dia Internacional da Mãe Terra, vamos nos lembrar - mais do que nunca - que precisamos de uma mudança para uma economia mais sustentável que funcione tanto para as pessoas quanto para o planeta.
Mensagem do secretário-geral da ONU para o Dia Internacional da Mãe Terra 2023
Efeito dominó
Como em um quebra-cabeça, cada parte de um ecossistema é interligada e dependente.
O desaparecimento de uma espécie impacta todo o ecossistema, gerando consequências devastadoras para as outras espécies e para a natureza como um todo. Trata-se de um trágico efeito dominó que afeta a biodiversidade e a nossa própria sobrevivência no planeta Terra. Como seres humanos, temos a responsabilidade de conviver harmoniosamente com outras espécies nos ecossistemas que compartilhamos para garantirmos um planeta saudável. Ecossistemas distantes também dependem um do outro de maneira muitas vezes inesperada. A Floresta Amazônica, por exemplo, passa por um processo de fertilização com o fósforo presente em cerca de 22 mil toneladas de poeira que é carregada pelo vento do deserto do Saara, atravessando o oceano Atlântico. Confira a página interativa do PNUMA sobre ecossistemas, e entenda melhor como funciona o efeito dominó – e como podemos fazer nossa parte para garantir a integridade dos ecossistemas. 10 ações pela Mãe Terra no nosso dia a dia Todas as pessoas podem ajudar a responder o chamado da Mãe Terra. Nós listamos 10 ações que podem fazer a diferença: Economize energia em casa Caminhe, use bicicleta ou transporte público Coma mais vegetais Repense o seu transporte Evite o desperdício de alimentos Repense, reduza, reuse, repare e recicle: Coloque em prática os 5 'R' do conceito de resíduo zero Escolha produtos ecologicamente corretos Faça parte de campanhas pelo meio ambiente e natureza na sua comunidade Mude, se possível, a fonte de energia da sua casa Comece a pensar num carro elétrico para o futuro Celebre o Dia da Terra 2023 com as Nações Unidas O evento oficial do Dia da Terra 2023 acontecerá na Assembleia Geral da ONU na segunda-feira, 24 de abril de 2023. O tema é como viver em harmonia com a natureza e reequilibrar as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. Acompanhe na TV online da ONU, entre 11h e 19h (horário de Brasília) do dia 24 de abril, e envie suas sugestões e dicas. O evento será interativo, permitindo a participação das pessoas em todo o mundo. Dicas de leitura Aprenda mais sobre os temas do Dia Internacional da Mãe Terra com as dicas de leitura da ONU Brasil: #AçãoClima: Principais mensagens do relatório de 2023 de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas #Água: Depois de 40 anos, nova Conferência da ONU sobre a Água é realizada em 2023 #Biodiversidade: Navegue na página interativa do PNUMA sobre ecossistemas e conheça como funciona o efeito dominó #DesperdícioZero: Celebração do primeiro Dia Internacional do Resíduo Zero #GeraçãoRestauração: Saiba como participar da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas #Oceanos: ONU celebra acordo inédito para a proteção de 30% dos oceanos
O desaparecimento de uma espécie impacta todo o ecossistema, gerando consequências devastadoras para as outras espécies e para a natureza como um todo. Trata-se de um trágico efeito dominó que afeta a biodiversidade e a nossa própria sobrevivência no planeta Terra. Como seres humanos, temos a responsabilidade de conviver harmoniosamente com outras espécies nos ecossistemas que compartilhamos para garantirmos um planeta saudável. Ecossistemas distantes também dependem um do outro de maneira muitas vezes inesperada. A Floresta Amazônica, por exemplo, passa por um processo de fertilização com o fósforo presente em cerca de 22 mil toneladas de poeira que é carregada pelo vento do deserto do Saara, atravessando o oceano Atlântico. Confira a página interativa do PNUMA sobre ecossistemas, e entenda melhor como funciona o efeito dominó – e como podemos fazer nossa parte para garantir a integridade dos ecossistemas. 10 ações pela Mãe Terra no nosso dia a dia Todas as pessoas podem ajudar a responder o chamado da Mãe Terra. Nós listamos 10 ações que podem fazer a diferença: Economize energia em casa Caminhe, use bicicleta ou transporte público Coma mais vegetais Repense o seu transporte Evite o desperdício de alimentos Repense, reduza, reuse, repare e recicle: Coloque em prática os 5 'R' do conceito de resíduo zero Escolha produtos ecologicamente corretos Faça parte de campanhas pelo meio ambiente e natureza na sua comunidade Mude, se possível, a fonte de energia da sua casa Comece a pensar num carro elétrico para o futuro Celebre o Dia da Terra 2023 com as Nações Unidas O evento oficial do Dia da Terra 2023 acontecerá na Assembleia Geral da ONU na segunda-feira, 24 de abril de 2023. O tema é como viver em harmonia com a natureza e reequilibrar as dimensões econômica, social e ambiental do desenvolvimento sustentável. Acompanhe na TV online da ONU, entre 11h e 19h (horário de Brasília) do dia 24 de abril, e envie suas sugestões e dicas. O evento será interativo, permitindo a participação das pessoas em todo o mundo. Dicas de leitura Aprenda mais sobre os temas do Dia Internacional da Mãe Terra com as dicas de leitura da ONU Brasil: #AçãoClima: Principais mensagens do relatório de 2023 de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas #Água: Depois de 40 anos, nova Conferência da ONU sobre a Água é realizada em 2023 #Biodiversidade: Navegue na página interativa do PNUMA sobre ecossistemas e conheça como funciona o efeito dominó #DesperdícioZero: Celebração do primeiro Dia Internacional do Resíduo Zero #GeraçãoRestauração: Saiba como participar da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas #Oceanos: ONU celebra acordo inédito para a proteção de 30% dos oceanos
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Notícias
18 novembro 2022
UNA-SE: campanha brasileira celebra ativistas dos direitos das mulheres
A ONU Brasil promove, entre os dias 20 de novembro e 10 de dezembro 2022, a edição anual da campanha do secretário-geral das Nações Unidas “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, a campanha apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas.
No Brasil, a campanha marca também o bicentenário de independência, convidando a população a debater e construir "o Brasil das mulheres", um país que seja diverso, justo e seguro, onde todas as mulheres e meninas possam viver suas vidas livres de violência e de discriminação. Dando visibilidade ao trabalho das mulheres defensoras de direitos humanos, a campanha demonstra, na prática, a importância do ativismo e as transformações sociais positivas que mulheres ativistas proporcionaram ao país.
“A violência contra as mulheres e as meninas é uma grave violação de direitos humanos. Precisamos escutar e fazer ecoar as vozes das mulheres defensoras de direitos humanos, que têm trabalhado arduamente, em todos os lugares, para que todas as mulheres e meninas vivam suas vidas livres de violência", afirma a coordenadora residente das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks.
Campanha - Internacionalmente, a campanha se inicia em 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres). No Brasil, para dar visibilidade às múltiplas e agravadas formas de discriminação e às violações de direitos e violências contra mulheres e meninas negras, o lançamento acontece cinco dias antes, no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Diferentemente de edições passadas, neste ano as Nações Unidas convidam parceiros e parceiras a buscar formas alternativas de pintar de laranja prédios e monumentos que não envolvam iluminação, por conta da crise energética em todo o mundo e das medidas cada vez mais urgentes de preservação ambiental e mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Neste período, a ONU Brasil sugere 'iluminar' as redes sociais de laranja, vestir-se de laranja e incentivar outras pessoas a fazer o mesmo como uma forma de propagar os objetivos da campanha.
Além da campanha de conscientização em redes sociais, entidades das Nações Unidas no Brasil também promovem diversas atividades, online e presenciais. Para saber mais, acompanhe as redes sociais da ONU Brasil.
Enfrentamento e prevenção - Entre os mecanismos de enfrentamento e prevenção à violência que devem ser celebrados através da campanha, destaca-se a Lei Maria da Penha, a mais importante legislação sobre violência contra mulheres no país. A Lei Maria da Penha é um dos maiores exemplos do esforço coletivo de feministas e defensoras de direitos humanos e trouxe inúmeros avanços no país. Outro exemplo importante é a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2019, que prevê maior proteção a mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis contra discriminação com base em orientação sexual e identidade de gênero, por analogia ao crime de racismo. De grande importância é também a decisão do STF de 2022, que estabeleceu jurisprudência para a aplicação da Lei Maria da Penha para mulheres trans e travestis.
Desafios - Apesar dos avanços, ainda existem lacunas na proteção integral de direitos humanos de todas as mulheres e meninas no Brasil. Equipamentos e serviços especializados para atender mulheres e meninas em situação de violência concentram-se nas cidades grandes, com menor presença em municípios médios e pequenos e, em especial, nas áreas rurais.
Além disso, as leis existentes não abarcam contextos de violência contra mulheres no ambiente de trabalho, nos meios de comunicação, contra as ativistas que defendem direitos humanos, em contextos de deslocamento, sejam eles forçados ou voluntários, ou nos casos de violência perpetrada por atores estatais.
"A violência contra mulheres e meninas não afeta todas elas da mesma forma. Por isso, precisamos de soluções e iniciativas específicas para que possamos construir esse Brasil das mulheres, que seja realmente de todas as mulheres e meninas", completa Silvia Rucks.
No terceiro ciclo da Revisão Periódica Universal (RPU), mecanismo de avaliação da situação de direitos humanos nos Estados-membros das Nações Unidas, o Brasil recebeu 20 recomendações de áreas a serem aprimoradas para o enfrentamento à violência contra mulheres. Segundo relatório da Câmara dos Deputados de 2021, houve progresso em apenas seis, com destaque para a atuação do Legislativo e do Sistema de Justiça. A revisão do quarto ciclo foi finalizada no último dia 18 e novas recomendações devem ser adotadas pelo Brasil no próximo ano.
Contatos para imprensa
ONU Mulheres
Bárbara Lima – Coordenadora da Campanha no Brasil
barbara.lima@unwomen.org
+55 (61) 99662-9294
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História
12 maio 2023
Educadora indígena promove a inclusão de crianças Warao em Manaus
Mãe de quatro filhos, a educadora indígena venezuelana Daisy Pérez é a personificação da sabedoria popular que diz sempre caber mais um em coração de mãe. Em Manaus (AM), ela buscou oportunidades e sensibilizou a comunidade e as escolas para matricular crianças Warao na rede pública de ensino, oferecendo a elas novos caminhos para um futuro digno.
Hoje a professora é referência para a comunidade Warao em Manaus, ajudando a população indígena refugiada e migrante a acessar políticas públicas de educação e saúde. Mas até que conseguisse apoiar essas pessoas, Daisy teve que enfrentar desafios pessoais como mãe recém-chegada ao Brasil, e buscar recursos para reunir e garantir o sustento de sua família.
“Fui trazendo meus filhos, um a um, à medida que ia conseguindo dinheiro, até conseguir reunir de novo toda a minha família. Era o que eu mais queria”, relata a educadora, compartilhando seus aprendizados com outras famílias que enfrentam a mesma situação." - Daisy Pérez.
Por onde passou, incluindo as cidades de Pacaraima (RR), Boa Vista (RR) e Manaus, Daisy empreendeu todo seu conhecimento para atuar com crianças refugiadas e migrantes em abrigos e outros espaços de apoio, contribuindo com o fortalecimento do processo de ensino e aprendizagem locais.
Durante essa experiência, ela identificou prioridades para a integração das crianças como, por exemplo, o idioma e informações sobre como acessar a rede pública de educação no Brasil.
Foi então que partiu à procura de instituições que pudessem ajudá-la a potencializar esse processo e garantir que os jovens estudantes ingressassem nas escolas de Manaus, onde mora há quatro anos.
“Eu conheço as mães de todas as crianças e tenho familiaridade com elas, o que me ajuda a identificar as necessidades das famílias e buscar apoio. Como mãe, eu senti que precisava fazer algo para ajudar outras mães que precisavam de ajuda”, destaca a educadora.
Daisy conseguiu apoio do Instituto Mana, parceiro da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), para organizar a documentação e endereçar as diversas necessidades das famílias junto às escolas locais, e conseguiu mobilizar a comunidade Warao para matricular 18 crianças desta etnia na rede pública.
“Mesmo para uma mãe que é educadora, o processo de ensinar é sempre um desafio, imagina para outras mães que não tiveram acesso a esse conhecimento, e estão em deslocamento... Por isso a inspiração de possibilitar que outras mães consigam ter os filhos na escola, que possam ter essa chance”, relata Daisy.
Com seu trabalho dedicado e empatia, Daisy fez a diferença na vida das crianças, mas seu impacto já se estende para além disso.
Sua história serviu de inspiração para a própria filha, Deisy Perez, que hoje atua voluntariamente como Promotora Comunitária em um projeto desenvolvido pela Cáritas Arquidiocesana de Manaus em parceria com o ACNUR. A iniciativa apoia pessoas refugiadas em Manaus a acessarem serviços na região. Com o conhecimento e solidariedade sendo transmitido de geração em geração, a filha tem seguido os passos da mãe e contribuído para o desenvolvimento de ações de inclusão junto à população Warao.
Histórias como a de Daisy mostram a importância do envolvimento da comunidade e do trabalho coordenado das instituições de apoio aos refugiados e migrantes. Esta ação, implementada pelo Instituto Mana, é cofinanciada pela Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias – ECHO, que no Brasil contribui para que o ACNUR e parceiros sigam apoiando pessoas refugiadas, inclusive indígenas, a acessarem proteção e direitos como documentação, saúde e educação.
“Buscamos acompanhar de perto as demandas das comunidades. O envolvimento das pessoas refugiadas nesse processo é o que faz a diferença, como o impacto que Daisy trouxe para a vida dessas crianças.” - Geisy Rodríguez, Instituto Mana.
Essas ações de fomento a educação com integração e respeito aos processos culturais desta etnia são de fundamental importância para assegurar direitos no Brasil, explica a oficial assistente de campo do ACNUR e Manaus, Juliana Serra.
"Mais de sete mil pessoas da etnia Warao desembarcaram no Brasil desde o início da emergência da Venezuela. Acreditamos que ações como essa que visam fortalecer o acesso aos serviços e direitos e valorizar os saberes e processos tradicionais de pessoas indígenas refugiadas é chave para a integração dessas famílias”. - Juliana Serra, ACNUR Brasil.
Os trabalhos do ACNUR e de seus parceiros em promover a inclusão e integração de comunidades indígenas refugiadas e migrantes no Brasil dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial com o ODS No. 4: Educação de Qualidade, que busca garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
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História
25 abril 2023
Indígenas Warao frequentam a escola em projeto de alfabetização trilíngue
O que é necessário para construir uma vida melhor? Para indígenas Warao que vivem em abrigos na cidade de Teresina, Piauí, a resposta está na ponta de lápis e canetas: educação.
Desde março, 81 estudantes da etnia venezuelana passaram a frequentar três escolas da rede municipal de educação em um projeto de alfabetização trilíngue, que contempla os idiomas português, espanhol e Warao. Nas classes diárias, além dos professores brasileiros, os alunos são acompanhados por 12 educadores sociais Warao, que atuam como tradutores e mediadores.
Placido Benítez, 49 anos, é um deles. De segunda a sexta-feira, às 6h30 da manhã, Placido coloca o estojo com o violão nas costas e, na frente do abrigo Buenos Aires, embarca com as crianças e adolescentes no ônibus escolar amarelo que os levará para a Escola Municipal do Mocambinho, em um dos bairros mais populosos da cidade.
No colégio, a sala de aula foi adaptada para receber os estudantes, com idades entre 6 e 17 anos, e ornada com ilustrações e palavras nos três idiomas. Em vez das tradicionais fileiras, as carteiras escolares estão dispostas em “U” e, à frente da lousa branca, a professora Larissa Oliveira comanda a turma ao lado de Placido.
“A educação é importante para aprender a defender sua etnia, sua cultura e, assim, servir à sociedade.” - Placido Benítez.
Enquanto os alunos se acomodam nas cadeiras, Placido saca o violão e começa a cantar em Warao. É o sinal para o início da aula.
Neste dia, todos vão aprender a escrever a palavra “casa” e sua tradução no idioma Warao, “janoko”. Para além das letras e sílabas, vão conversar sobre a simbologia de casa para pessoas que, como o povo Warao, foram forçadas a se deslocar. Como era a casa antes do deslocamento forçado? Como é a casa hoje? Larissa e Placido se revezam nas explicações. Ela ensina os alunos em português e espanhol, enquanto Placido trabalha palavras e conceitos em Warao.
Para a professora Larissa, o aprendizado é uma via de mão dupla, e a comunidade escolar também tem tido ganhos com a presença dos estudantes indígenas.
“Eles têm um desejo de aprender, e os maiores, que já têm uma consciência social maior, têm sonhos bem reais que querem conquistar.” - Larissa Oliveira.
Árvore dos sonhos
Nas aulas, Gabriel, 17 anos, o mais velho da turma, participa com afinco, cuida dos mais novos nos intervalos e dá bronca nos que estão distraídos. Ele tem planos de ser o aidamo (liderança) de sua comunidade no futuro. “Meu sonho é comprar um terreno e construir uma casa para o meu povo. Eu estudarei muito duro para conseguir isso”, afirma.
As aspirações das crianças estão escritas e desenhadas na parede da sala de aula, em um projeto coletivo chamado de “Árvore dos Sonhos”. Algumas delas expressam sonhos profissionais: ser médico, professor, vigilante, policial.
No entanto, ter “janoko” (casa) é o desejo mais recorrente nas pequenas folhas da árvore. Rosaura, 12 anos, que ainda não escreve, desenhou o seu sonho na pequena folha: uma casinha quadrada com o telhado triangular, acompanhada do sol e de uma árvore. Ela conta que a planta retratada é o buriti, árvore sagrada para o povo Warao.
Placido, por sua vez, quer garantir que os sonhos das meninas e dos meninos se realizem. Na folha que ele depositou no projeto, está escrito “defender os povos indígenas”. “Eu quero leis na parte de educação, de saúde, de moradia, para vivermos em uma casa digna. É para isso que eu quero lutar pelos indígenas Warao”, explica.
No intervalo, às 8h30, as crianças correm para a cantina, onde se servem de pão com ovo e achocolatado. Depois do lanche, satisfeitas, brincam de beisebol, usando as mãos como tacos improvisados, e voltam para a sala de aula para seguir com a lição sobre a casa, que se transforma em muitas outras palavras.
“C” de carro. “A” de avião. “S” de sapo. “A” de amigo. Cada um é convidado à lousa para escrever alguma palavra com o acrônimo. Às 11h30, antes de embarcar novamente no ônibus escolar que os levará de volta aos abrigos, os estudantes almoçam arroz, feijão, macarrão, farofa de carne e melão. É a refeição mais completa do dia para todos, inclusive para Placido.
Neste mês, a Secretaria de Estado da Educação do Piauí contratou Placido e os outros 11 educadores sociais para darem aulas no projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) Intercultural Warao, também trilíngue, que atenderá 65 indígenas entre 16 e 68 anos. A Secretaria também está reformando um prédio que servirá de sede para a primeira escola indígena do Estado, e que atenderá os indígenas venezuelanos Warao, os parentes brasileiros Guajajara e crianças não indígenas.
“Graças a este projeto, temos possibilidade de seguir em frente, ter um objetivo”, reforça o educador.
Educação popular e indígena
Desde 2016, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) registra um fluxo crescente de pessoas indígenas vindas da Venezuela para o Brasil – mais de 9,4 mil delas chegaram ao país em busca de proteção internacional. Os grupos étnicos mais representativos são os Warao (67%) e os Pemón (28%), mas também há presença dos Eñepá, Kariña e Wayúu. Quase metade dessa população, ou mais de 4,3 mil, são crianças e adolescentes de 0 a 17 anos.
Em Teresina, a Cáritas Arquidocesana, parceira do ACNUR, trabalha com os indígenas Warao desde 2019, quando os primeiros refugiados e migrantes dessa etnia chegaram ao Piauí. Ao identificar as necessidades dessa população, a organização iniciou o projeto Ciranda Latina, de educação popular e alternativa para as crianças e adolescentes abrigados, oferecendo um primeiro contato com a língua portuguesa e a cultura brasileira.
Uma importante aliada na construção pedagógica do projeto foi a professora Dra. Lucineide Barros, do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Sociedade e Cultura da Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Ela apoiou o início do processo, com foco no acolhimento linguístico dos indígenas e na construção de uma educação popular.
“Do ponto de vista do tipo de conhecimento, a ideia é que não seja uma educação para as pessoas, mas construída com as pessoas. Não de fora para dentro, mas em um contexto de interação, de diálogo.” - Lucineide Barros, UESPI.
Depois do projeto da Cáritas, a Secretaria Municipal de Educação, apoiada pela Secretaria de Estado de Educação, iniciou o projeto Alfabetização sem Fronteiras, baseado nas experiências de vida das pessoas atendidas, como prevê o método de Paulo Freire. O ACNUR também apoiou o projeto por meio do pagamento de assistência financeira aos 12 educadores sociais nos três primeiros meses.
“As crianças têm uma expectativa muito boa em relação à escola, tanto que os primeiros relatos depois das primeiras experiências escolares disseram que elas estavam querendo escrever mais, ter mais acesso a material de leitura”, completa a professora Lucineide.
Todos os projetos desenvolvidos em Teresina foram construídos em reuniões de escuta ativa com os 12 educadores sociais indígenas Warao, protagonistas de sua própria educação.
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História
10 abril 2023
Uma iniciativa de saúde que salva vidas
"Os povos indígenas estão entre as populações mais vulneráveis. Esses serviços transformam a vida de pessoas com doenças crônicas em comunidades remotas; isso facilita suas vidas." - Maria Chan, médica da Agência da ONU para as Migrações (OIM)
Em Roraima, norte do Brasil, um veículo médico desce uma estrada esburacada, levantando uma nuvem de poeira. É uma das Unidades Móveis de Saúde da OIM, que ajuda a levar assistência médica aos indígenas venezuelanos e suas comunidades de acolhida em uma das áreas de mais difícil acesso no Brasil.
O estado de Roraima é a principal porta de entrada da Venezuela para o Brasil para aqueles que deixam a crise econômica e social em curso no país. Muitos dos mais de 400 mil venezuelanos que atualmente vivem no Brasil entraram no país pelo norte do estado.
"Muitas pessoas podem encontrar um médico perto de onde moram, mas para milhares que vivem em comunidades rurais, o atendimento médico está a horas de distância" destacou a médica da OIM, Maria Chan, no final de um longo dia de consultas. Para lidar com isso, a OIM decidiu colocar a equipe médica em movimento, deslocando-se até a porta daqueles que precisam.
As unidades móveis estão totalmente equipadas para fornecer aos migrantes e refugiados venezuelanos, bem como às suas comunidades de acolhida, os cuidados de saúde necessários, incluindo tratamento e medicamentos essenciais uma vez por mês. Duas Unidades Móveis de Saúde da OIM estão alcançando as populações mais vulneráveis da região e capacitando agentes comunitários de saúde para prestar atenção primária a pacientes de populações rurais.
As comunidades indígenas da região podem sofrer de várias doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, desnutrição infantil, infecções fúngicas da pele, parasitas e infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Uma iniciativa de saúde que salva vidas
Em uma pequena sala de uma escola aberta em Sakao Motá, uma remota aldeia indígena que abriga tanto a população local quanto venezuelanos, as pessoas esperam no calor sufocante o médico as chamar para uma avaliação médica.
Katiuska Fernandez, 31, senta-se em silêncio com seu filho de oito anos. Ela está grávida de seis meses. "O hospital mais próximo fica a uma hora de carro daqui, e não temos dinheiro para pagar um táxi ou outro meio de transporte," diz ela, enquanto espera para realizar sua consulta pré-natal.
"Estou tão feliz que está tudo bem. Esta assistência médica está mudando nossas vidas." - Katiuska Fernandez.
Em 2018, a escassez de alimentos e remédios, além da crescente insegurança, levou Katiuska e sua família de cinco membros a deixar sua pequena comunidade venezuelana do outro lado da fronteira. Eles venderam seus pertences e cruzaram a fronteira com várias outras famílias Taurepang. Desde então, a agricultura de subsistência praticada na comunidade de acolhida os ajudou a sobreviver.
No ano passado, a equipe de saúde da OIM forneceu consultas médicas e psicológicas para cerca de 8 mil migrantes e refugiados vulneráveis e comunidades de acolhida em Roraima, com uma média de 30 pessoas por dia. Os atendimentos médicos incluíram avaliações gerais, testes para IST, COVID-19 e glicemia, medicina pediátrica e consultas pré-natais.
Gravemente impactados pela migração
Localizada na Terra Indígena São Marcos – uma tapeçaria de assentamentos queimados pelo sol que abriga o povo Tauperang – Sakao Motá é uma das comunidades indígenas fortemente impactadas pelo fluxo de migrantes e refugiados da Venezuela, juntamente com as comunidades Ta'rau Parú, Par Bananal e Sorocaima I, todas localizadas na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
Atualmente, 160 indígenas venezuelanos do grupo Taurepang vivem em Sakao Motá. Antes da chegada dos venezuelanos, a aldeia tinha apenas 100 moradores.
Apesar de os recursos agrícolas da aldeia serem escassos, os venezuelanos foram recebidos como parte do mesmo grupo indígena, do qual compartilham origens linguísticas e laços de parentesco.
Sentado sob um tamarindeiro, Silvano Fernandez, um indígena brasileiro de 55 anos, lembra como sua comunidade recebeu de braços abertos os irmãos e irmãs venezuelanos. Silvano é um dos pacientes regulares da unidade médica. Ele sofre de dores crônicas causadas por um acidente de carro, que o impedem de levar uma vida normal.
"Eles são nossos parentes; devemos acolhê-los porque são nosso povo. Hoje são eles, mas amanhã podemos ser nós." - Silvano Fernandez
Mesmo que os resultados de saúde relacionados à gravidez de Katiuska tenham melhorado à medida que ela realiza exames regulares com médico da OIM, sem sinal de telefone ou acesso a um veículo, ela está pronta para dar à luz em casa quando chegar a hora. "Se eu não conseguir transporte para o hospital mais próximo, meu bebê nascerá em casa, na comunidade, como todas as minhas ancestrais", disse ela depois de ter feito o pré-natal.
Veja o vídeo sobre as Unidades Móveis da Saúde em Roraima:
As Unidades Móveis da Saúde da OIM contam com o apoio financeiro do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América.
Leia mais:
OIM Brasil: Operação Acolhida dá aos venezuelanos um novo começo no norte do Brasil
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História
14 março 2023
Racismo ainda marca vida de brasileiros
Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi sistematicamente barrado no aeroporto ao longo de dez anos. Um garoto recebeu nota baixa por ter pintado pessoas de preto e não de tom rosado. Uma professora sentiu orgulho ao se ver rodeada por seis colegas negros num Instituto Federal. Estes são alguns dos relatos de pessoas que sofreram e enfrentaram racismo e participaram da 2ª edição da Escuta Digital: Histórias sobre Racismo.
Os depoimentos serão ilustrados e divulgados nas plataformas digitais da @ONUBrasil a partir deste sábado, 25 de março, marcando o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos. A iniciativa é do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Educação - Neste ano, o tema para o dia 25 é “Combater o legado do racismo da escravidão através de educação transformadora”. E é justamente a educação a forma encontrada por dois professores para enfrentar o racismo.
A carioca Mônica Pereira da Silva, de 52 anos, conta que fez mestrado e doutorado e trabalhou numa multinacional, mas foi no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) que se sentiu representada. Ela trabalhou como professora substituta por dois anos e um dia se deu conta de que estava rodeada por seis professores: “Todos negros. Professores do IFSP. De altíssima competência. Todos eles. Aquela visão encheu meu coração de beleza, gratidão e acolhimento. Senti-me em casa. Pela primeira vez frequentei uma instituição na qual pude ver minha cor de fato representada.”
O mineiro Celso Fonte, de 28 anos, relatou que coordena um projeto de simulação das Nações Unidas em Barbacena, onde este ano jovens de 13 a 26 anos discutirão o tema "Parceria Público Privada contra o Racismo Sistêmico". “Acreditamos que a educação é a melhor ferramenta para reconstruir a sociedade a partir de relações diplomáticas, éticas e que compactuem com a Declaração Universal de Direitos Humanos. Soluções e ações concretas são cruciais para se construir uma sociedade mais humanizada”, relata.
Preconceito, da piscina ao aeroporto – A paulistana Débora, de 52 anos, conta que estava na piscina de um hotel com o filho de 4 anos quando outra criança perguntou se ela era mãe do garoto. Surpresa, ela respondeu que sim e perguntou o motivo do questionamento: “Você tão branquinha e ele tão pretinho”. O paranaense Elton do Nascimento Santos, de 43 anos, conta que era retido pela Polícia Federal todas as vezes que vinha passear no Brasil durante o tempo em que morou em Portugal, entre 2003 e 2013. A esposa, branca, e os filhos, pardos, nunca eram barrados.
O mineiro Cleunismar Silva, de 42 anos, relata que recebeu uma nota baixa por ter feito um desenho onde pintou as pessoas de preto. A justificativa da professora: o tom de pele das pessoas deveria ser rosado e não preto. Humilhado, ele não queria ir mais a escola, mas ouviu da mãe que ele e os irmãos são iguais a todo mundo e que ser negro é motivo de orgulho.
Estes e outros depoimentos entrarão nos perfis da @ONUBrasil nas redes sociais – Instagram, Facebook, Twitter e TikTok – nesta semana.
Djamila Ribeiro – Entre outras atividades para marcar o comércio transatlântico de escravos, a Assembleia Geral das Nações Unidas está organizando um evento no dia 27 de março com a brasileira Djamila Ribeiro, que tem usado o poder da educação para lutar contra a discriminação de afrodescententes no Brasil. Vencedora do prêmio literário Jabuti 2020, ela é autora do livro Pequeno Manual Antirracista, que tem sido usado em escolas de todo o país. O evento será transmitido ao vivo, em inglês, na TV da ONU, entre 8h e 10h (horário de Brasília).
O Programa sobre Escravidão e Comércio Transatlântico de Escravos tem por objetivo jogar luz sobre a história do comércio de escravos, seu impacto no mundo moderno e seus legados, incluindo racismo e preconceito.
A ONU declarou o comércio transatlântico de escravos um crime contra a humanidade, por sua escala e duração - 400 anos entre o século XV e o final do século XIX. Foi a maior remoção forçada de pessoas na história: entre 12 e 14 milhões de africanos, principalmente da África Ocidental, foram capturados, tiveram seus direitos negados e foram vendidos como escravos.
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História
07 dezembro 2022
Brasileira é nova Jovem Líder da ONU
Usando a tecnologia e as redes sociais para defender os direitos humanos, a brasileira Luísa Franco Machado foi escolhida para ser uma das Jovens Líderes da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ela vai ocupar o posto ao lado de outros 16 ativistas globais, todos com idades entre 17 e 29 anos.
Aos 23 anos, a pesquisadora é graduada em ciência política e mestre em administração pública, bem como em novas tecnologias aplicadas a esta mesma área. Usando as redes sociais, ela compartilha suas experiências acadêmicas e vivências como jovem queer* do hemisfério sul para conscientizar seus seguidores sobre direitos na internet.
“Direitos digitais, direitos LGBT e gênero estão completamente interligados, porque a gente entende que tanto as plataformas digitais quanto os softwares tendem a ser construídos de uma maneira machista, a homofóbica, racista”, explica Luísa.
Mudar essa realidade, tornando o ambiente online mais justo e inclusivo, é um dos objetivos da jovem, que viu no programa da ONU uma oportunidade para expandir seu trabalho.
“Comecei a falar sobre isso em minhas redes sociais, principalmente no TikTok. Meus vídeos viralizaram e então engajei uma comunidade de jovens online que também queriam participar da construção de políticas públicas relacionadas ao mundo digital”, recorda. “Minha ideia agora é conseguir transformar meus seguidores em um movimento capaz de atuar em governos, ONGs e organizações civis.”
Ocupar espaços - Atualmente com quase 50 mil seguidores no TikTok, no perfil @political_queer, Luísa aproveita a linguagem informal das redes sociais para abordar de forma acessível temas espinhosos, mas necessários. “Muita gente fala que a tecnologia é o futuro, mas falamos pouco sobre os impactos da tecnologia nas pessoas”, ressalta. “Quais são os nossos direitos a partir do momento que a gente está envolvido com uma máquina ou com um sistema? Isso vai desde privacidade de dados até o direito de não ter informações suas usadas contra você.”
Como a ativista aponta, mesmo quando tais temas são discutidos, normalmente eles ficam restritos a grupos compostos por homens brancos ricos do hemisfério norte. “Pela minha experiência, nas políticas públicas em geral, mas principalmente nos temas de tecnologia, existem pouquíssimas pessoas como eu nos lugares de tomada de decisão”, afirma. “Minha ideia é justamente estar presente nesses lugares.”
ONU - Durante o mandato de dois anos como Jovem Líder dos ODS, Luísa é incentivada a participar de conferências e eventos como uma representante da juventude em relação a temas como direitos digitais, direitos LGBT e gênero. No próximo ano, por exemplo, ela deve se encontrar na sede da ONU em Nova Iorque como os outros Jovens Líderes, que trabalham em prol de outros temas, como desenvolvimento sustentável, paz e segurança.
No entanto, o contato com colegas de mandato já começou: Luísa está desenvolvendo uma parceria com a nigeriana Karimot Odebode. Poeta e ativista pela igualdade de gênero, Karimot é fundadora da iniciativa Black Girl's Dream (Sonhos de uma jovem negra, em tradução livre), que trabalha com o empoderamento de mulheres e garotas, relacionando o tema com internet e conectividade em seu país natal.
“Nós nos conhecemos por coincidência em uma conferência da União Internacional de Telecomunicações (UIT) há um mês, na Romênia. Parecia que já éramos melhores amigas há muito tempo. Tenho certeza que isso vai acontecer com muitas outras pessoas do grupo”, projeta Luísa sobre os colegas de ativismo.
*Queer é um termo guarda-chuva da língua inglesa (e apropriado por outras línguas) usado para descrever identidades de gênero e/ou orientações sexuais que vão além da heterossexualidade e das normas cisgênero (ou seja, das normas que impõe a adequação da identidade de gênero do sujeito ao seu sexo biológico).
*Queer é um termo guarda-chuva da língua inglesa (e apropriado por outras línguas) usado para descrever identidades de gênero e/ou orientações sexuais que vão além da heterossexualidade e das normas cisgênero (ou seja, das normas que impõe a adequação da identidade de gênero do sujeito ao seu sexo biológico).
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Notícias
07 junho 2023
ARTIGO: Infraestrutura sustentável
Por Jorge Moreira da Silva*
A infraestrutura é a espinha dorsal de qualquer sociedade. Ela fornece a estrutura para que as comunidades funcionem, as economias prosperem e as nações evoluam. No entanto, a infraestrutura é frequentemente ignorada nas discussões sobre desenvolvimento sustentável, apesar de seu papel fundamental. Isso é particularmente relevante tendo em vista as mudanças climáticas: regiões como a América Latina e o Caribe são cada vez mais afetadas por fortes chuvas, tempestades tropicais, furacões, secas, entre outros eventos extremos.
Uma pesquisa realizada pelo UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em infraestrutura, em colaboração com a Universidade de Oxford, mostrou que a infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento sustentável. Também constatou que a infraestrutura contribui com 79% de todas as emissões de gases de efeito estufa e é responsável por 88% de todos os custos de adaptação. Claramente, a infraestrutura é fundamental para os esforços de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, incluindo respostas a perdas e danos.
É urgente que entendamos e ajamos de acordo com o nexo entre a crise climática, a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável. Especialmente neste momento de múltiplas crises: da instabilidade econômica ao conflito, das tensões geopolíticas às crescentes desigualdades, e enfrentando os efeitos devastadores da crise climática. Os países em desenvolvimento, inclusive os da região da América Latina e do Caribe, também foram afetados de forma desproporcional pelas consequências da pandemia de COVID-19, pela fragmentação das cadeias de suprimentos, pela inflação e pelo aumento dos preços da energia e dos alimentos.
Essas questões, como sabemos, estão fortemente interligadas. Os impactos da mudança climática podem piorar as desigualdades, reduzir a renda, minar a resiliência e impedir o desenvolvimento das comunidades afetadas. Cada desastre induzido pelo clima pode criar novos ciclos de vulnerabilidade, tornando as comunidades menos capazes de enfrentar o próximo impacto.
Para lidar com as necessidades imensas e sem precedentes dos impactos de um clima em mudança, precisamos de uma infraestrutura que seja sustentável, resiliente e inclusiva.
As necessidades globais de infraestrutura são imensas, e as comunidades da América Latina e do Caribe, sem dúvida,sentem esse desafio. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) identificou que, até 2030, a região precisa investir US$ 2.220,736 bilhões em infraestrutura de água e saneamento, energia, transporte e telecomunicações para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Uma parte significativa desse financiamento deve ser destinada à nova infraestrutura, enquanto o restante é necessário para manter e substituir ativos existentes ou obsoletos. A infraestrutura exigirá pelo menos 3,12% do PIB da região a cada ano até 2030. Isso representa um aumento no investimento em infraestrutura de mais de 70% em comparação com a média entre os anos de 2008 e 2019. É um desafio significativo na esteira do estresse econômico e fiscal causado pela pandemia.
Mas, embora saibamos que é necessário um investimento significativo em infraestrutura, é importante trabalharmos juntos para garantir que isso seja feito de forma a criar resiliência, acelerar as transições de baixo carbono e, o mais importante, não deixar ninguém para trás. A disponibilidade de infraestrutura de qualidade em saúde, educação, água e saneamento, transporte, juntamente com transparência e a boa governança, são prioridades para os serviços públicos.
Também é importante considerar que o investimento em infraestrutura sustentável deve ir além das estruturas físicas. É necessário investir em um ambiente propício de recursos humanos, políticas e processos e tecnologia. É necessário investir nas operações e na manutenção da infraestrutura para que ela dure - e também na proteção das pessoas e do planeta para garantir que ela seja segura e adaptável às mudanças climáticas.
Ao trabalharmos juntos, podemos reunir o conhecimento especializado certo para garantir que a infraestrutura atenda a todos igualmente e seja compatível com o clima. Ao trabalharmos juntos, podemos encontrar soluções mais econômicas para necessidades imensas, como soluções de infraestrutura verde baseadas na natureza, que são ecologicamente corretas e de baixo custo.
O UNOPS tem anos de experiência na implementação de infraestrutura de qualidade em todo o mundo, inclusive na América Latina e no Caribe. No Panamá, por exemplo, ajudamos a conectar países e comunidades por meio da construção da nova Ponte Binacional. Ao conectar a Costa Rica e o Panamá, essa ponte ajuda a fortalecer o desenvolvimento econômico e comercial em duas cidades fronteiriças no rio Sixaola. A construção gerou empregos para pessoas de ambos os lados da fronteira, enquanto o dinheiro da venda de material da antiga ponte ferroviária foi usado para renovar o mercado municipal de Sixaola. A importância da ponte para o desenvolvimento vai além da Costa Rica e do Panamá, beneficiando a região como um todo.
Da mesma forma, no Caribe, trabalhamos em projetos destinados a melhorar o desenvolvimento sustentável em toda a região. Isso inclui a construção do prédio do parlamento em Granada, a reabilitação de estradas na Jamaica e a reabilitação de pontes e aterros de rios em São Vicente e Granadinas. Esses projetos servem para fortalecer a estrutura dessas comunidades e, ao mesmo tempo, aumentar a resistência às mudanças climáticas.
Também trabalhamos com governos para fornecer as evidências necessárias para planejar, entregar e gerenciar a infraestrutura essencial para o crescimento da economia, proteger o meio ambiente e melhorar a vida de suas populações. Em Curaçao e Santa Lúcia, por exemplo, fornecemos assistência técnica em relação ao planejamento de infraestrutura resistente ao clima.
O caminho para o desenvolvimento sustentável é coletivo. Ao continuarmos a defender a infraestrutura sustentável na América Latina e no Caribe, lembremo-nos: não estamos apenas construindo estruturas; estamos construindo o futuro.
Os riscos são altos, mas as oportunidades são enormes. A infraestrutura sustentável não é mais uma mera opção; é uma necessidade. É a pedra angular de um futuro mais resiliente, inclusivo e sustentável. Temos o compromisso de construir esse caminho, um projeto de cada vez, movidos pela crença de que o futuro não é algo que acontece conosco, mas algo que construímos juntos.
*Jorge Moreira da Silva, diretor executivo do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS).
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Notícias
07 junho 2023
Justiça reparatória para mulheres afrodescendentes é tema de evento em Nova Iorque
Entre os dias 30 de maio e 2 de junho de 2023, o Fórum Permanente de Afrodescendentes realizou o seu segundo período de sessões na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Durante as sessões, a ONU Direitos Humanos e a Rede de Mulheres AfrolatinoAmericanas, Afrocaribenhas e da Diáspora (RMAAD), organizaram um evento paralelo focado no debate sobre justiça reparatória a partir das perspectivas das mulheres afrodescendentes na América do Sul.
O evento presencial contou com a presença de mulheres negras e representantes de diferentes países da América do Sul que também participaram das sessões do Fórum Permanente. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), representado pelo oficial sênior de direitos humanos Javier Hernandez, destacou a necessidade de que se evidencie nos dados e nas políticas a resposta urgente às formas de violência e violações de direitos humanos que enfrentam as mulheres afrodescendentes, inclusive por parte das forças policiais, e que se gere um debate mais amplo sobre o efeito do uso excessivo da força.
“É importante abordar as formas específicas em que a discriminação racial e o racismo sistêmico afetam a violência de gênero, a LGBTIfobia, o sexismo e outras formas de discriminação”, disse. Ele afirmou, ainda, que promover e proteger os direitos das pessoas afrodescendentes são uma prioridade para o ACNUDH e reiterou o compromisso do Escritório como parceiro para promover justiça e igualdade racial e construir uma agenda de justiça restaurativa focada nas mulheres e que considere suas vocês no centro, suas prioridades e suas experiências.
A RMAAD apresentou suas perspectivas sobre a urgência de uma abordagem interseccional sobre justiça reparatória para que as mulheres afrodescendentes sejam incluídas, de forma significativa e em sua diversidade, no espaço de tomada de decisão e nos mecanismos internacionais de direitos humanos.
Durante o debate, as participantes e as panelistas ressaltaram o profundo impacto da violência na vida das mulheres negras, tanto em relação à privação de seus direitos sexuais e reprodutivos, mas também em relação à violência policial, às violações de direitos humanos perpetradas pelo Estado e à falta de garantia de acesso a direitos humanos, inclusive o acesso à justiça e a direitos econômicos, sociais e culturais.
A importância de mais recursos e financiamento para que as mulheres afrodescendentes estejam presentes e atuantes no sistema internacional de direitos humanos foi um importante ponto de reflexão. Além disso, a RMAAD também destacou a importância da parceria com a ONU Direitos Humanos em fortalecer e incorporar a agenda e as demandas das mulheres afrodescendentes entre as prioridades e articulações globais de enfrentamento ao racismo e à discriminação racial.
As participantes presentes fizeram recomendações às Nações Unidas e aos mecanismos de direitos humanos, inclusive o Fórum Permanente de Afrodescendentes, destacando a importância de sempre reservar um espaço dedicado para debater a agenda e as demandas da juventude e das mulheres afrodescendentes em sua diversidade, considerando os cruzamentos entre raça, gênero, identidade de gênero e orientação sexual.
Por fim também foi recomendada a incorporação de forma definitiva da interseccionalidade para construir soluções para os desafios de direitos humanos das mulheres afrodescendentes e do conjunto da população afrodescendente no mundo.
A justiça reparatória global esteve entre os temas debatidos pelo Fórum Permanente de Afrodescendentes durante o segundo período de sessões, e a gravação desse debate temático pode ser acessada no seguinte link: https://media.un.org/en/asset/k13/k138maltc5
Mais informações sobre o segundo período de sessões do Fórum Permanente podem ser encontradas na seguinte página: https://www.ohchr.org/en/events/sessions/2023/second-session-permanent-forum-people-african-descent
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06 junho 2023
Dia Mundial dos Oceanos: “A humanidade conta com os oceanos, mas as os oceanos podem contar conosco?"
“Os oceanos são os alicerces da vida. Fornecem o ar que respiramos e os alimentos que consumimos. Regulam o nosso clima e tempo. Os oceanos são o maior reservatório de biodiversidade do nosso planeta. Os seus recursos sustentam comunidades, prosperidade e a saúde humana ao redor do mundo.”
– António Guterres, secretário-geral da ONU, 8 de junho de 2023
Neste Dia Mundial dos Oceanos, as Nações Unidas celebram o histórico Tratado do Alto Mar – adotado no dia 4 de março de 2023 para proteger 30% dos oceanos do mundo e garantir a conservação da biodiversidade marinha em áreas fora da jurisdição nacional.
António Guterres também destaca os avanços nas negociações internacionais para um acordo global e juridicamente vinculante para acabar com a poluição plástica, que pode entrar em vigor já em 2024.
O chefe da ONU alerta, contudo, que a biodiversidade marinha continua sofrendo os impactos da superexploração e da acidificação dos oceanos, ressaltando que 1/3 dos estoques de peixes são atualmente pescados em níveis insustentáveis.
Todos os anos, de 19 a 23 milhões de toneladas de plásticos são despejadas em ecossistemas aquáticos, afetando mais de 800 espécies, incluindo o ser humano. Quase 2/3 das 430 milhões de toneladas de plástico produzidas anualmente são produtos de curta duração – ou de uso único.
“A humanidade conta com os oceanos, mas os oceanos podem contar conosco? Deveríamos ser os melhores amigos dos oceanos. Mas, neste momento, a humanidade é o pior inimigo dos oceanos”, conclui Guterres.
Sobre o Dia Mundial dos Oceanos:
O Dia Mundial dos Oceanos é celebrado em 8 de junho desde 1992, quando aconteceu a Cúpula da Terra – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.
Realizada no Rio de Janeiro entre os dias 3 e 14 de junho, a Eco-92 ou Rio 92 foi uma das maiores e mais influentes conferências da história das Nações Unidas, reunindo 179 países e culminando com a adoção de vários instrumentos e acordos que moldam a cooperação internacional para a preservação do meio ambiente até os dias de hoje.
Saiba mais:
ONU consegue acordo para proteção da biodiversidade marinha em águas internacionais
Primeiro Dia Resíduo Zero reforça ações de enfrentamento à crise global de poluição por resíduos
"Devemos trabalhar como uma só pessoa – governos, empresas e consumidores – para quebrar o nosso vício em plásticos," alerta Guterres
Siga nas redes: @unworldoceansday
Visite a página do Dia Mundial dos Oceanos: https://unworldoceansday.org/
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05 junho 2023
ONU-Habitat e Governo de Alagoas formam 80 jovens das grotas em comunicação e cidade
“Não foram apenas três meses. Foi um ciclo lindo, memorável”.
É com essas palavras que a jovem Tanoany Macena define um pouco do que vivenciou no Digaê, iniciativa realizada pelo Programa nas Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) em parceria com o Governo de Alagoas. No mês de maio, ela e outros 40 jovens partilharam os últimos dias do programa, que teve como foco a formação das juventudes das grotas – assentamentos precários de Maceió – em temas relacionados à comunicação e cidade.
“O Digaê foi edificante a cada oficina, a cada atividade, em todas as experiências e vivências que compartilhamos. Com o programa, aprendemos que o direito à cidade é para todos. Pudemos perceber que nós, jovens moradores das grotas, somos exemplo de força, coragem, fé e determinação para encarar nossas atividades todos os dias”, complementa Tanoany.
Realizado em parceria com o Instituto Pólis e a Viração Educomunicação, o programa contou com dois ciclos formativos, contemplando ao todo cerca de 80 jovens de diferentes grotas, territórios historicamente marginalizados na capital alagoana. Por meio de oficinas, os participantes puderam discutir muito das experiências que já vivenciam diariamente, atrelando-as a conceitos trabalhados no campo do direito à cidade, nas agendas globais de desenvolvimento e na comunicação.
Durante os meses de capacitação, as juventudes tiveram contato com linguagens como audiovisual, fotografia, podcast, lambe-lambe, entre outras. Além disso, receberam mentoria especializada para realizar projetos de intervenção em suas comunidades, colocando em prática um pouco do que aprenderam em sala de aula.
“O Digaê foi mais que um projeto, foi o pontapé. Uma grande infusão de ideias em uma sala borbulhante e raramente silenciosa. Todo o conhecimento que adquirimos jamais será tirado de nós e, com ele, poderemos ser jovens transformadores das nossas comunidades”, compartilha a participante Laura da Silva.
Próximos passos
Nas capacitações, os jovens desenvolveram colaborativamente conteúdos multimídia sobre as diversas vivências nas grotas. O material produzido pelos grupos fará parte de uma coletânea de memórias e narrativas desses assentamentos.
“O ONU-Habitat já desenvolve um trabalho voltado para as grotas desde 2017, com produção de dados e informações. O Digaê veio para preencher outra lacuna, que é a produção de conhecimento a partir do olhar das pessoas sobre os lugares onde vivem. É um projeto que temos muito orgulho em realizar e que continuará rendendo frutos, seja pela coletânea criada a partir dessa troca, seja pelo envolvimento cada vez maior dos jovens nas discussões que envolvem seus territórios”, pontua o coordenador de Programas do ONU-Habitat, Alex Rosa.
Além de fomentar o registro das histórias já vividas sobre as grotas, o Digaê também visa estimular que novas narrativas sejam criadas e compartilhadas a partir de agora, incentivando que coletivos jovens de comunicação comunitária nasçam por meio dos encontros facilitados pelo programa.
“Juntos, descobrimos que temos o direito de habitar. Descobrimos como fazer com que os nossos lugares florescerem com a bagagem que criamos juntos. Juntos temos um potencial muito maior”, frisa o jovem Gabriel da Silva.
A iniciativa integra o Visão Alagoas 2030, projeto do Governo de Alagoas, em parceria com o ONU-Habitat, voltado ao desenvolvimento de estratégias e soluções integradas para uma prosperidade urbana sustentável e inclusiva no estado.
Para saber mais, acesse a página do programa: http://visaoalagoas2030.al.gov.br/
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02 junho 2023
Dia Mundial do Meio Ambiente: Brasil debate soluções para a poluição plástica
Neste ano comemora-se pela 50ª vez o Dia Mundial do Meio Ambiente, com o alerta de que a eliminação da poluição plástica é fundamental para a manutenção da vida. Sob o lema #CombataAPoluiçãoPlástica, a data oferece uma oportunidade para ampliar o apelo aos governos, cidades e empresas, a fim de que invistam e implementem soluções para acabar com a poluição plástica.
Para abordar o tema, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) realiza, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o evento: “O Brasil em Busca de Soluções para a Poluição Plástica”. O debate de alto nível acontece no dia 6 de junho, das 8h às 11h00, no auditório Renato Archer, no MCTI em Brasília.
Estarão presentes, entre outras autoridades e representantes da sociedade e indústria, a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, a Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos e o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin. O evento contará com a moderação da repórter especial do Valor Econômico, Daniela Chiaretti.
Na sequência, teremos um diálogo entre os secretários Adalberto Maluf (MMA), Rodrigo Rollemberg (MDIC) e a Ministra Maria Angélica Ikeda, Diretora do Departamento de Meio Ambiente (MRE), sobre como colocar a mudança em prática. Finalmente, Camila Barcelos (ABIQUIM), Ademilson Zamboni (ONG Oceana), Kallel Kopp (MeuCopoEco), Mundano (PimpMyCarroça) e a catadora autônoma, Nanci Darcolete, vão discutir soluções já em prática no combate à poluição plástica e na promoção da circularidade do plástico.
O foco da discussão estará nas soluções para a poluição plástica em níveis global e local, com um olhar sobre o fomento à economia circular, incluindo o reúso e a reciclagem. Será um momento para chamar a atenção para a urgência da eliminação da poluição plástica e para o comprometimento do governo, das empresas e da sociedade em desenvolver uma transição justa e equitativa para um mundo com menos plásticos.
Este ano, o país que sediará as comemorações do Dia do Meio Ambiente será Costa do Marfim, em parceria com os Países Baixos; o evento acontecerá cerca de uma semana após a segunda reunião para construção do Tratado Global do Plástico (INC2), atendendo à Resolução 5/14 da Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, que visa a estabelecer um acordo internacional juridicamente vinculante até 2024.
Agenda:
Painel de Alto Nível V.E. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas V.E. Luciana Santos, Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação V.E. Herman Benjamin, Ministro do Superior Tribunal de Justiça Sra. Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil. Sr. Gustau Máñez, Representante do Programa da ONU para o Meio Ambiente O Painel Operacionalizando a Mudança terá como participantes: Sr. Adalberto Maluf, Secretário Nacional de Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental Sr. Rodrigo Rollemberg, Secretário Nacional de Economia Verde Sra. Ministra Maria Angélica Ikeda, Diretora do Departamento de Meio Ambiente (MRE) Participantes Sociedade e Soluções Nanci Darcolete, catadora independente Camila Barcelos, ABIQUIM Ademilson Zamboni, OCEANA Kallel Kopp, MeuCopoEco Mundano, PimpMyCarroça Ronei Alves da Silva, MNC
Moderação: Daniela Chiaretti, Repórter Especial do Valor Econômico
Sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado anualmente em 5 de junho e foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972. É um dia dedicado à conscientização e ação global em prol da proteção do meio ambiente. Cada ano, o evento é organizado em torno de um tema específico, com o objetivo de promover ações concretas e engajar governos, empresas e cidadãos na busca por um futuro mais sustentável. Sobre o PNUMA O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal autoridade global em questões ambientais. Sua missão é promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, bem como proteger o meio ambiente global para as gerações presentes e futuras. O PNUMA trabalha em estreita colaboração com governos, organizações não governamentais e o setor privado para desenvolver políticas, promover práticas sustentáveis e coordenar esforços internacionais em prol do meio ambiente.
Painel de Alto Nível V.E. Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas V.E. Luciana Santos, Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação V.E. Herman Benjamin, Ministro do Superior Tribunal de Justiça Sra. Silvia Rucks, Coordenadora Residente da ONU no Brasil. Sr. Gustau Máñez, Representante do Programa da ONU para o Meio Ambiente O Painel Operacionalizando a Mudança terá como participantes: Sr. Adalberto Maluf, Secretário Nacional de Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental Sr. Rodrigo Rollemberg, Secretário Nacional de Economia Verde Sra. Ministra Maria Angélica Ikeda, Diretora do Departamento de Meio Ambiente (MRE) Participantes Sociedade e Soluções Nanci Darcolete, catadora independente Camila Barcelos, ABIQUIM Ademilson Zamboni, OCEANA Kallel Kopp, MeuCopoEco Mundano, PimpMyCarroça Ronei Alves da Silva, MNC
Moderação: Daniela Chiaretti, Repórter Especial do Valor Econômico
Sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado anualmente em 5 de junho e foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972. É um dia dedicado à conscientização e ação global em prol da proteção do meio ambiente. Cada ano, o evento é organizado em torno de um tema específico, com o objetivo de promover ações concretas e engajar governos, empresas e cidadãos na busca por um futuro mais sustentável. Sobre o PNUMA O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal autoridade global em questões ambientais. Sua missão é promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, bem como proteger o meio ambiente global para as gerações presentes e futuras. O PNUMA trabalha em estreita colaboração com governos, organizações não governamentais e o setor privado para desenvolver políticas, promover práticas sustentáveis e coordenar esforços internacionais em prol do meio ambiente.
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