Notícias

A indústria do petróleo e gás dá um passo importante no combate à crise climática

25 novembro 2020

  • Nesta segunda-feira (23), grandes representantes da indústria de petróleo e gás acordaram uma maneira nova e mais transparente de relatar suas emissões de metano, uma medida que ajudará a lidar com um dos maiores causadores das mudanças climáticas. 
  • Este importante passo é fruto da parceria de Petróleo e Gás Metano (OGMP) - uma iniciativa da Coalizão Clima e Ar Limpo (do inglês, CCAC) liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Comissão Europeia (CE) e o Fundo de Defesa Ambiental (EDF).
Foto: © Pixabay

Nesta segunda-feira (23), grandes representantes da indústria de petróleo e gás acordaram uma maneira nova e mais transparente de relatar suas emissões de metano, uma medida que ajudará a lidar com um dos maiores causadores das mudanças climáticas.

"Para vencer a Corrida para Zerar as Emissões Líquidas, precisamos de todos a bordo. Precisamos de ações ambiciosas por parte da Indústria de Petróleo e Gás. O PNUMA está empenhado em apoiar os esforços que reduzem as emissões de metano, e reconhecemos a liderança das empresas que aderiram a uma estrutura tão ambiciosa de relatórios de metano", disse a diretora- executiva do PNUMA, Inger Andersen. "Estamos ansiosos para ver ações que transformem os compromissos em redução real de emissões".

O metano liberado diretamente na atmosfera é um gás de efeito estufa altamente potente, com mais de 80 vezes o poder de aquecimento do dióxido de carbono durante um período de 20 anos. As ações para reduzir as emissões de metano podem produzir uma redução a curto prazo na taxa de aquecimento, complementando os esforços para descarbonizar os sistemas de energia e transporte do mundo e, ao mesmo tempo, proporcionando benefícios para a qualidade do ar.

A comissária de energia da União Europeia (UE), Kadri Simson, disse estar feliz em ver a indústria de energia tomando medidas imediatas sobre as emissões de metano. “Um compromisso claro de medir e monitorar as emissões é um primeiro passo importante para reduzi-las significativamente e estou orgulhosa do que alcançamos juntos".

“A assinatura de hoje é a primeira que pode ser obtida no âmbito da recente estratégia da Comissão sobre o metano. Há muito mais passos a dar para reduzir as emissões ao longo de toda a cadeia de valor e espero trabalhar de perto com todos os parceiros - europeus e internacionais - para alcançar este objetivo", afirmou a comissária de energia da UE.

A parceria de Petróleo e Gás Metano (OGMP) é uma iniciativa da Coalizão Clima e Ar Limpo (do inglês, CCAC) liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Comissão Europeia (CE) e o Fundo de Defesa Ambiental (EDF). Até agora, 62 empresas já aderiram à parceria com ativos nos cinco continentes, representando 30% da produção mundial de petróleo e gás. A nova estrutura OGMP2.0 é a nova estrutura de relatórios de alto padrão que melhorará a precisão e a transparência dos relatórios de emissões antropogênicas de metano no setor de petróleo e gás.

"Graças às 62 empresas por se comprometerem a medir, relatar e reduzir a poluição de suas operações centrais e empreendimentos conjuntos. Esta será a base para padrões robustos na Europa, e não só, que garantam que a indústria petrolífera tome as ações práticas urgentemente necessárias para nosso clima", disse o presidente do Fundo de Defesa Ambiental, Fred Krupp.

Parceria Petróleo e Gás Metano 2.0

No centro do esforço está uma estrutura abrangente de relatórios de medição de metano que tornará mais fácil para funcionários, investidores e o público acompanhar e comparar com precisão o desempenho entre empresas de maneiras que não foram possíveis até agora.

"A redução das emissões de metano é um esforço crucial no caminho de descarbonização da indústria. Como um fator no qual podemos ter um impacto positivo imediato e concreto, o OGMP 2.0 oferece um plano internacionalmente reconhecido às empresas de nossa indústria dispostas a fazer melhorias em suas reduções de emissões em todas as fases da cadeia de valor. Esperamos continuar trabalhando com todos os parceiros envolvidos, pois somente através da colaboração com organizações internacionais, sociedade civil e governos poderemos atingir nossos objetivos comuns", disse o diretor-executivo da ENI, Claudio Descalzi.

Como estipulado na estratégia de metano da UE, a Comissão Europeia está planejando elaborar uma proposta legislativa sobre medição obrigatória, relatórios e verificação para todas as emissões de metano relacionadas com a energia, com base na estrutura OGMP 2.0.

É crucial que o OGMP 2.0 inclua não apenas as operações próprias de uma empresa, mas também as operações conjuntas, que são responsáveis por uma parte substancial de sua produção. A estrutura OGMP 2.0 se aplica a toda a cadeia de valor de petróleo e gás, não apenas à etapa de produção, mas também ao transporte e ao processamento e refinamento - áreas com potencial de emissões substanciais que hoje, muitas vezes são deixadas de fora dos relatórios.

O objetivo é permitir que a indústria de petróleo e gás realize reduções profundas nas emissões de metano durante a próxima década de uma forma transparente para a sociedade civil e os governos.

“Reduzir as emissões de metano é fundamental para que o gás natural desempenhe um papel na transição energética e esta nova parceria promoverá o compartilhamento das melhores práticas da indústria e melhorará o monitoramento", disse o presidente e CEO da Total, Patrick Pouyanné. "Este é um novo passo na luta contra as emissões de metano e nossa indústria está profundamente comprometida com o sucesso desta iniciativa".

A fim de apoiar a realização das metas climáticas globais, a OGMP 2.0 tem como objetivo proporcionar uma redução de 45% nas emissões de metano da indústria até 2025, e uma redução de 60-75% até 2030.

Soluções econômicas

Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), cerca de três quartos das emissões de metano poderiam ser reduzidas com a tecnologia existente hoje, e perto da metade a custo líquido zero. A redução das emissões de metano do setor energético em 90% reduziria dois décimos de grau Celsius do aumento previsto da temperatura média do planeta até 2050.

A redução das emissões de metano fóssil em 75% pode evitar até 6 gigatoneladas de equivalentes emissões de dióxido de carbono anualmente - quase 10% das emissões de gases de efeito estufa do planeta em 2019, incluindo a mudança no uso do solo.

Novo observatório em construção

O PNUMA e a Comissão Europeia também estão finalizando planos para a criação de um Observatório Internacional de Emissões de Metano (IMEO, em inglês) independente. O IMEO irá agregar e analisar vários fluxos de dados de emissões de metano, incluindo dados reportados pelas empresas membros do OGMP, para acelerar a redução das emissões de metano globalmente. Ao ajudar a indústria e os governos globalmente a lidar com a incerteza relacionada às emissões reportadas, o Observatório melhorará a consistência e a credibilidade dos dados de emissões de metano e acelerará as ações de mitigação.

Sobre o OGMP

O OGMP, lançado na Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima em 2014, foi criado pela Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC) como uma iniciativa voluntária para ajudar as empresas a reduzir as emissões de metano no setor de petróleo e gás. Administrada pela UNEP, a OGMP é a única parceria multi-stakeholder que trabalha com relatórios de emissões de metano e fornece um protocolo para ajudar as empresas a gerenciar sistematicamente suas emissões de metano das operações de petróleo e gás e oferece uma plataforma confiável para ajudar as empresas membros a demonstrar reduções reais para as partes interessadas do setor.

 

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

O PNUMA é a principal voz mundial sobre o meio ambiente. Ela proporciona liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras. Para mais informações: www.unep.org

Sobre a Comissão Europeia

Comissão Europeia é o braço executivo politicamente independente da UE, responsável pela elaboração de propostas para a legislação europeia e sua posterior implementação. Além disso, para administrar as políticas da UE e alocar o financiamento da UE, a Comissão defende os interesses da União Europeia, representando-a internacionalmente. O Acordo Verde Europeu é a pedra angular da ambição da Comissão Europeia de que a Europa se torne o primeiro continente neutro em relação ao clima. Portanto, os objetivos climáticos e energéticos desempenham um papel importante na elaboração das políticas da Comissão. 

Sobre o Fundo de Defesa do Meio Ambiente

Uma das principais organizações internacionais sem fins lucrativos do mundo, o Fundo de Defesa Ambiental cria soluções transformacionais para os problemas ambientais mais graves. Para isso, a EDF associa ciência, economia, direito e parcerias inovadoras do setor privado. Com mais de 2,5 milhões de membros e escritórios nos Estados Unidos, China, México, Indonésia e União Europeia, os cientistas, economistas, advogados e especialistas em política da EDF estão trabalhando em 28 países para transformar soluções em ação. 

Sobre a Coalizão Clima e Ar Limpo

CCAC é a única parceria global de governos, organizações intergovernamentais, empresas, instituições científicas e sociedade civil comprometida em melhorar a qualidade do ar e proteger o clima através da redução de poluentes climáticos de curta duração - metano, carbono negro, hidrofluorocarbonos e ozônio troposférico. Ela executa 11 iniciativas em setores-chave emissores e atua como um catalisador para criar, compartilhar e implementar soluções que reduzem rapidamente a taxa de aquecimento, melhoram a vida das pessoas e garantem o desenvolvimento sustentável para as gerações futuras. 

PNUMA

Assessoria de Comunicação

PNUMA

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

PNUMA
Programa das nações Unidas para o Meio Ambiente

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa