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Evento discute aprendizados sobre alimentação escolar na pandemia

11 fevereiro 2021

  • Mais de 220 pessoas de diversos países participaram de um encontro que discutiu os aprendizados da implementação de programas de alimentação escolar em todo o mundo durante a pandemia.
  • A reunião virtual ocorreu dentro da 47a edição do Comitê de Segurança Alimentar Mundial e foi moderada pela diretora da Divisão de Programas Escolares do Programa Mundial de Alimentos (WFP), Carmen Burbano.
  • A alimentação dentro da escola é essencial para a educação, saúde e nutrição das crianças e das comunidades.
Crianças recebem alimentação escolar em Gana (arquivo)
Legenda: Crianças recebem alimentação escolar em Gana (arquivo)
Foto: © Arne Hoel/ Banco Mundial

Mais de 220 pessoas de diversos países participaram de um encontro que discutiu os aprendizados da implementação de programas de alimentação escolar em todo o mundo durante a pandemia. A reunião virtual ocorreu dentro da 47a edição do Comitê de Segurança Alimentar Mundial e foi moderada pela diretora da Divisão de Programas Escolares do Programa Mundial de Alimentos (WFP), Carmen Burbano. A alimentação dentro da escola é essencial para a educação, saúde e nutrição das crianças e das comunidades.

Paola Barbieri, da Agência Brasileira de Cooperação, destacou que o cenário de pandemia fortaleceu a importância da cooperação internacional. Ela lembrou a necessidade de readaptação dos programas de alimentação escolar, reforçando o trabalho conjunto com  governos e organismos internacionais.

Bruno Costa e Silva, assessor do Programa Nacional de Alimentação Escolar do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), apresentou dados alarmantes sobre os efeitos socioeconômicos da pandemia no Brasil e ressaltou a importância da alimentação escolar atrelada à agricultura familiar como um importante mecanismo de segurança social. Ele também detalhou o esforço do governo brasileiro na adaptação da legislação sobre o tema para garantir que as verbas destinadas ao programa continuassem sendo empregadas na compra e distribuição de alimentos aos alunos, mesmo durante o fechamento das escolas. Ele também citou o caso do estado do Amazonas, onde é possível ver municípios em que a alimentação escolar é 100% abastecida pela agricultura familiar.

Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência Contra a Fome do WFP no Brasil, encerrou o evento, que ocorreu no dia 8 de fevereiro.  Ele destacou os graves impactos que a pandemia de COVID-19 teve sobre as crianças, com mais de 390 milhões delas perdendo o acesso às refeições escolares, com implicações na aprendizagem, saúde e nutrição dos alunos.

“O exemplo do Brasil nos mostrou como as bases institucionais bem estabelecidas de um programa de alimentação escolar – desde a gestão de alto nível até o final da implementação – podem facilitar a adaptação do programa, mesmo em tempos de adversidade. Esta é uma ode à institucionalização da alimentação escolar e a tudo o que nós, como WFP, temos defendido ao longo dos anos: a importância de criar capacidades sólidas para regular, gerenciar, entregar e monitorar a alimentação escolar”, afirmou. 

Daniel Balaban também elogiou governos, doadores e agências internacionais pelo trabalho árduo em resposta a esse desafio sem precedentes. Ele ressaltou que será necessária uma forte coalizão para garantir que o acesso às refeições seja restaurado para as crianças que mais necessitam, com participação do setor privado, indivíduos, instituições multilaterais, ONGs e outros setores.

Exemplos - O ministro de Cooperação para o Desenvolvimento e Comércio Exterior da Finlândia, Ville Skinnari, destacou a experiência de 70 anos do país com a alimentação escolar, parte fundamental do sistema educacional.  “Sabemos que os benefícios da alimentação escolar vão muito além de um prato de comida”, disse. O ministro lembrou que as refeições servidas nas escolas atendem a 1/3 das necessidades nutricionais diárias dos alunos. Na Finlândia, o programa é visto como um investimento para o futuro, com alto rendimento em termos de educação, saúde, proteção social e agricultura.

De Ruanda, o secretário Permanente do Ministério da Educação, Samuel Mulindwa, e a diretora do WFP no país, Edith Heines, discutiram o recente compromisso do governo em ampliar o programa de alimentação escolar, reafirmando sua importância e destacando seus efeitos nas comunidades, em especial nos pequenos agricultores. O WFP apoia programas de alimentação escolar em Ruanda desde 2002.

Lindsay Carter, diretora do programa McGovern-Dole (USDA), destacou o trabalho da instituição para reduzir a fome e aumentar a alfabetização, especialmente entre meninas, por meio de 47 projetos em 30 países. Ela também enfatizou que a melhoria das práticas de saúde e nutrição nas escolas fazem parte dos programas de alimentação escolar, e que há necessidade de adaptação, fortalecimento e expansão de programas em todo o mundo.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

WFP
Programa Mundial de Alimentos

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa