Brasileira ganha prêmio global com plataforma para apoiar mulheres que viajam sozinhas
22 fevereiro 2021
- A Organização Mundial do Turismo (OMT) selecionou, na categoria igualdade de gênero, a plataforma brasileira Sisterwave pela contribuição ao turismo sustentável e responsável, apoiando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
- A criadora do serviço digital, a Jussara Pellicano Botelho, explicou à ONU como a iniciativa se destacou entre as mais de 10 mil propostas concorrentes de todo o mundo. A brasileira explicou que a ferramenta tem poder transformador e empoderador por envolver uma rede global de apoio local das usuárias. Viajando sozinhas, as mulheres enfrentam desafios como o medo.
A Organização Mundial do Turismo (OMT) selecionou, na categoria igualdade de gênero, a plataforma brasileira Sisterwave que une 18 mil mulheres.
A criadora do serviço digital, Jussara Pellicano Botelho, explicou à ONU News, de Brasília, como a iniciativa se destacou entre as mais de 10 mil propostas concorrentes de todo o mundo.
“Dentro da plataforma existem mais de 18 mil mulheres com quem você pode contar. Dentre elas, 550 são anfitriãs e você pode ficar na casa delas. A gente está pretendendo lançar vários outros serviços nessa transformação da plataforma, que não é só a hospedagem, mas o que a gente já implementou do ano passado de forma presencial, assim que for possível com novos protocolos. São cursos e outros serviços de viagem entre mulheres”.
A proposta de Jussara está entre as 25 que foram premiadas pela agência da ONU pela contribuição ao turismo sustentável e responsável, apoiando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A brasileira explicou que a ferramenta tem poder transformador e empoderador por envolver uma rede global de apoio local das usuárias. Viajando sozinhas, as mulheres enfrentam desafios como o medo.
O Sisterwave, do Brasil, se sobressaiu entre concorrentes pelo ODS 5, relacionado à igualdade de gênero. Outro produto lusófono premiado foi o Siliconbali, de Portugal, na categoria do ODS 17 sobre Parcerias para atingir as metas globais.
“Quanto mais ampla a rede for, mais mulheres podem ter essa liberdade e aproveitar o mundo. As viagens, principalmente quando você está sozinha... Eu adoro viajar com companhia também, mas quando você está sozinha é um outro tipo de viagem, porque você tem mais conexão com pessoas desconhecidas. Você está mais aberta e há uma ligação muito mais profunda consigo mesma, um momento de autoconhecimento. Muitas mulheres por conta do medo e por conta do julgamento deixam de fazer isso. A Sisterwave vem para conectar e empoderar mulheres através da tecnologia e sem medo. E nessa relação de mulheres elas cooperam uma com a outra, ao invés de competir”.
Veja aqui o vídeo com a brasileira vencedora do prêmio.
Impacto da pandemia
O turismo global foi fortemente impactado pelas restrições às medidas adotadas para conter a pandemia. A OMT estima que houve uma queda de 70% nas chegadas internacionais nos primeiros oito meses de 2020.
No momento da recuperação pós COVID-19, soluções inovadoras são consideradas uma parte essencial do processo. Para Jussara Botelho, apostar no crescimento interno e na expansão global ajudarão na reconstrução.
“A gente pausou todas as hospedagens de mulheres. Pela primeira vez, a gente falou exatamente o contrário daquilo que a gente proclamou. Quando a pandemia chegou foi um momento desafiador, da gente se reformular. Como a gente poderia através da conexão da internet criar viagens, que foram virtuais que a gente fez com a Sisterwave. Quando os protocolos estavam mais claros a gente reabriu com todo o cuidado”.
Jussara contou que o destino da plataforma é abraçar o mundo. Para ela, o Prêmio Global de Startups é um passaporte para atingir esse propósito.
A filosofia para o público feminino envolve incentivar a liberdade das viajantes e criar um impacto social transformador na vida de mulheres.