Crise climática impõe riscos à paz e à segurança; ONU pede ações mais robustas
24 fevereiro 2021
- Secretário-geral das Nações Unidas afirma que mundo precisa priorizar ações climáticas mais robustas, proteger os mais afetados, respeitar direitos humanos e aumentar parcerias.
- António Guterres aponta 2021 como “ano decisivo para a ação coletiva”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que muito mais precisa ser feito para lidar com os riscos específicos da crise climática para as áreas da paz e da segurança internacionais.
Falando em sessão sobre o tema no Conselho de Segurança, ele ressaltou a necessidade de se limitar o aumento da temperatura global em 1.5 º Celsius até o final do século.
Para Guterres, cabe à comunidade internacional proteger as pessoas e comunidades atingidas pelas mudanças climáticas e reforçar os preparativos. Ele citou quatro áreas prioritárias.
Em primeiro lugar, um foco maior na prevenção por meio de ações fortes e ambiciosas. Em segundo, ele considera serem necessárias ações imediatas para proteger os países, as comunidades e as pessoas dos impactos cada vez mais frequentes e severos.
O secretário-geral defende um avanço na adaptação e resiliência aumentando de forma drástica o nível de investimentos. Outra medida é cobrir as lacunas com mais apoio financeiro a países e comunidades com os piores impactos da crise climática.
Em terceiro lugar, Guterres pede a adoção de um conceito de segurança centralizado nas pessoas com o respeito pelos direitos humanos, especialmente os das mulheres. O reforço do Estado de Direito, da inclusão e da diversidade devem ser observados para resolver a crise climática e criar sociedades mais pacíficas e estáveis.
Em quarto e último lugar, o chefe da ONU diz que é preciso aprofundar as parcerias dentro e fora do Sistema das Nações Unidas.
'Desafio multilateral de nossa época'
Segundo Guterres, a crise climática “o desafio multilateral de nossa época”. O impacto já é sentido “em todas as áreas da atividade humana” e a solução “requer coordenação e cooperação em dimensão nunca vista”.
O apelo ao Conselho de Segurança é que use a influência dos Estados-membros para garantir o sucesso da Cúpula da ONU sobre o Clima, a COP-26. Guterres pediu que a mobilização para que cada setor possa fazer sua parte chegue a instituições financeiras internacionais e o setor privado.
Após prometer “total apoio das Nações Unidas à presidência britânica da COP-26”, ele chamou a atenção para 2021 como “um ano decisivo para a ação coletiva contra a emergência climática”.
A reunião desta terça-feira (23), em Nova Iorque, foi liderada pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Participaram o presidente Lazarus Chakwera, do Malauí, representando os Países Menos Desenvolvidos; o chefe do governo de Antígua e Barbuda em nome dos Pequenos Estados Insulares; e o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, em nome do Grupo de Amigos do Clima e Segurança.