OMS confirma que hidroxicloroquina não serve para evitar COVID-19
02 março 2021
- Um painel de especialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o medicamento anti-inflamatório hidroxicloroquina não deve ser usado para prevenir a infecção de COVID-19.
- Para chegar a essa conclusão, os especialistas, que fazem parte do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS, analisaram os resultados de seis ensaios clínicos com mais de 6 mil participantes.
- Segundo o painel, a hidroxicloroquina não teve efeito significativo algum sobre os níveis de morte e admissão hospitalar. Foi possível concluir também que o medicamento não influencia a taxa de infecção e provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos.
Um painel de especialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o medicamento anti-inflamatório hidroxicloroquina não deve ser usado para prevenir a infecção de COVID-19. Para chegar a essa conclusão, os especialistas, que fazem parte do Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes da OMS, analisaram os resultados de seis ensaios clínicos com mais de 6 mil participantes.
Segundo o painel, a hidroxicloroquina não teve efeito significativo algum sobre os níveis de morte e admissão hospitalar. Ao mesmo tempo, com grau de certeza moderada, é possível concluir que o medicamento não influencia a taxa de infecção e provavelmente aumenta o risco de efeitos adversos.
O painel afirma que o hidroxicloroquina não é mais uma prioridade de pesquisa. E que a partir de agora serão avaliadas outras possibilidades mais promissoras.
Essa recomendação se aplica a todas as pessoas, mesmo as que tiveram contato com alguém contaminado. Fatores como recursos, viabilidade, aceitabilidade e equidade não alteraram a recomendação.
Diretivas - Com o apoio da Fundação Magic Evidence Ecosystem, o aconselhamento é a primeira versão de uma diretriz da OMS sobre tratamento para a COVID-19. O objetivo é fornecer orientação confiável e ajudar os médicos a tomarem melhores decisões com seus pacientes.
As dicas são úteis ainda em áreas de pesquisa ágeis, como a da COVID-19, porque permitem que os pesquisadores atualizem resumos de evidências avaliados por outros profissionais da mesma área. Novas recomendações serão adicionadas conforme mais evidências se tornarem disponíveis.
Vacinação - Na segunda-feira (1), Gana e Costa do Marfim começaram a vacinar profissionais de saúde. Os países foram os primeiros a iniciar campanhas com doses fornecidas por meio da COVAX, a iniciativa da ONU para a distribuição equitativa da vacina em todo o mundo.
Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, informou que mais 11 milhões de doses serão entregues nesta semana. Até o final de maio, 237 milhões serão alocadas a 142 países participantes da COVAX.
Segundo Tedros, “é encorajador ver profissionais de saúde em países de baixa renda começando a ser vacinados”. O chefe da OMS lamentou, porém, que “isso aconteça quase três meses depois que alguns dos países mais ricos iniciaram a imunização.”
Para a OMS, “esta é uma crise global que requer uma resposta global consistente e coordenada.”
Aumento - Na semana passada, o número de casos de COVID-19 aumentou pela primeira vez em todo o mundo depois de cair por seis semana consecutivas. As notificações subiram em quatro das seis regiões da OMS - Américas, Europa, Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental. Apenas África e Pacífico Ocidental não registraram aumentos.
Para Tedros, “isso é decepcionante, mas não surpreendente.” Ele disse que a agência atua para entender melhor esses aumentos, mas “parte parece ser devido ao relaxamento das medidas de saúde pública, à circulação contínua de variantes e às pessoas baixando a guarda.”