UNICEF alerta para saúde mental de 332 milhões de crianças que sofrem com políticas do confinamento
05 março 2021
- O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) informou que a saúde mental de milhões de crianças em todo o mundo está sendo posta em risco, com pelo menos uma em cada sete sendo forçada a permanecer em casa sob ordens – ou recomendações – da saúde pública do país durante a pandemia da COVID-19.
- Com base em novas pesquisas, o UNICEF informou na quinta-feira (04) que mais de 330 milhões de jovens estão presos em casa há pelo menos nove meses, desde que o vírus se espalhou incontrolavelmente no ano passado.
- Metade de todos os transtornos mentais se desenvolvem antes dos 15 anos, de acordo com o UNICEF.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) informou que a saúde mental de milhões de crianças em todo o mundo está sendo posta em risco, com pelo menos uma em cada sete sendo forçada a permanecer em casa sob ordens – ou recomendações – da saúde pública do país durante a pandemia da COVID-19.
Com base em novas pesquisas, o UNICEF informou na quinta-feira (04) que mais de 330 milhões de jovens estão presos em casa há pelo menos nove meses, desde que o vírus se espalhou incontrolavelmente no ano passado.
Isso os deixou isolados e ansiosos com seu futuro, disse o porta-voz do UNICEF, James Elder: "Dezenas e dezenas de milhões de jovens foram deixados se sentindo isolados, assustados, solitários e ansiosos por causa dos confinamentos e isolamentos impostos por conta da pandemia".
Elder disse que os países precisavam encontrar uma saída da pandemia "com uma melhor abordagem para a saúde mental de crianças e adolescentes, e isso provavelmente comece apenas dando à questão a atenção que merece".
Vulnerabilidades mentais - Metade de todos os transtornos mentais se desenvolvem antes dos 15 anos, de acordo com o UNICEF. A maioria das 800 mil pessoas que morrem por suicídio anualmente têm menos de 18 anos.
A diretora executiva do UNICEF, Henrietta Fore, disse que quando, dia após dia, "você está longe de seus amigos e entes queridos distantes, e talvez até mesmo preso em casa com um abusador, o impacto é significativo".
"Muitas crianças ficam com medo, sozinhas, ansiosas e preocupadas com seu futuro. Devemos sair dessa pandemia com uma melhor abordagem para a saúde mental das crianças e adolescentes, e isso começa dando à questão a atenção que merece."
Herietta Fore, diretora executiva do UNICEF
Para crianças que sofrem violência, negligência ou abuso em casa, o confinamento deixou muitas delas presas com abusadores. Crianças em grupos populacionais vulneráveis - como aqueles que vivem e trabalham nas ruas, crianças com deficiência e crianças vivendo em situações de conflito - correm o risco de terem suas necessidades ligadas à saúde mental totalmente negligenciadas.
De acordo com a OMS, a pandemia de COVID-19 afetou ou interrompeu os serviços essenciais de saúde mental em 93% dos países em todo o mundo, enquanto a demanda por apoio à saúde mental está aumentando.
Resposta do UNICEF - Para atender às crescentes necessidades, o UNICEF tem oferecido apoio aos governos e parceiros para priorizar os serviços para crianças.
No Cazaquistão, isso levou ao lançamento de uma plataforma do UNICEF para serviços individuais de aconselhamento on-line, além de treinamento à distância em escolas para especialistas em saúde mental.
Na China, a agência trabalhou com a empresa de mídias sociais Kuaishou para produzir um desafio online para ajudar a reduzir a ansiedade em crianças.
Ainda este ano, o UNICEF dedicará seu principal relatório bienal ao estado das crianças ao redor do mundo e à saúde mental de crianças e adolescentes, em uma tentativa de aumentar a conscientização sobre o desafio global, profundamente agravado pelo coronavírus.
Aumentar o investimento - "Se não havíamos compreendido totalmente a urgência desse assunto antes da pandemia da COVID-19, certamente o faremos agora", disse Fore.
"Os países devem investir dramaticamente na expansão de serviços de saúde mental e no apoio aos jovens e seus responsáveis em comunidades e escolas. Também precisamos de programas de paternidade ampliados, para garantir que as crianças de famílias vulneráveis obtenham o apoio e a proteção que precisam em casa", concluiu a dirigente do UNICEF.