Mulheres sequestradas no Sudão do Sul são soltas, centenas permanecem desaparecidas

Cinquenta e oito mulheres e crianças de mais de 600 que foram sequestradas no ano passado durante os violentos combates intercomunitários no Sudão do Sul foram reunidas com as famílias, disse o porta-voz da ONU a repórteres na segunda-feira (5).

Desde dezembro, a Missão de Paz da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) tem trabalhado com agências, apoiadas pelos Estados Unidos e o Reino Unido, para negociar a paz entre os grupos étnicos Lou Nuer, Murle e Dinka Bor. A libertação aconteceu após uma paz negociada no estado de Jonglei.

Segundo a UNMISS, mulheres e meninas têm sido frequentemente sequestradas em Jonglei por causa da importância econômica em exigir que o preço de uma noiva seja pago em forma de gado. “A missão da ONU acredita que cerca de 686 mulheres e crianças tenham sido sequestradas durante os confrontos que aconteceram entre janeiro e agosto do ano passado”, disse o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric.

“Tragicamente, muitas vezes, esses sequestros envolvem violência sexual”, ele acrescentou.

Depois de uma recente conferência de paz em Pieri, onde os líderes tradicionais, mulheres e os líderes dos chamados “campos de gado” discutiram a compensação pelas vidas perdidas e o retorno de mulheres e crianças sequestradas, a UNMISS disse que os helicópteros da ONU ajudaram a transportar as mulheres e crianças libertadas. Elas estão recebendo apoio da Save the Children e  ONGs locais.

Observando que “sequestros são um aspecto horrível do conflito nesta área”, o chefe UNMISS e representante especial das Nações Unidas para o país, David Shearer, disse que o acordo para libertar mulheres e crianças sequestradas, “é um passo essencial para construir confiança e evitar um ciclo de vingança”.

A missão da ONU informou que essa é a primeira parte de um programa coordenado e apoiado pelo Fundo Fiduciário de Reconciliação, Estabilização e Resiliência da ONU para resolver os fatores subjacentes dos conflitos entre comunidades que atormentam a região de Jonglei há anos.

“Nós estamos apoiando os esforços para o retorno das mulheres e crianças restantes”, concluiu Dujarric.